Segui a Annabeth por apenas alguns minutos até chegarmos num beco escuro na extremidade esquerda de São Francisco.

–Ashley, bem vinda ao Segundo Sol – disse ela enquanto adentrava na porta á nossa frente.

Repeti seu movimento e fiquei completamente maravilhada com o que vi. O Segundo Sol era uma espécie de mansão luxuosa, todos os seus detalhes eram em dourado ou amarelo, uma escadaria levava até uma área com diversas portas numeradas, vários adolescentes andavam por todo canto conversando entre si. Annabeth e eu fomos até um balcão onde uma garota ruiva mexia despreocupadamente no computador.

–Boa noite Rachel – falou Annabeth.

–Boa noite Annabeth. O de sempre?

Ela negou com a cabeça.

–Não, estou numa missão com a minha amiga e vamos querer dois quartos na ala D, se for possível.

Rachel continuou mexendo no computado e nos entregou dois cartões num tom de dourado reluzente.

–Ashley, esse é um Segundo Sol. Uma espécie de abrigo para semideuses em missões. Atualmente existem cinco por todos os Estados Unidos e eles estão constantemente cheios, como pode ver. Passaremos a noite aqui e pela manhã continuaremos a busca – falou Annabeth distraidamente enquanto andava pelo corredor que daria na ala D – Agora eu vou...

A fala da semideusa foi interrompida quando ela esbarrou num garoto, ambos caíram no chão com a força do impacto. A filha de Atena se preparava para gritar com o "derrubador" quando corou ao ver o rosto dele.

–Nico?!

–Annie?!

Eu não estava entendendo mais nada. A Annabeth estava imóvel e sem reação (coisa que não era comum para ela) só fitando o garoto pálido com cabelos negros á sua frente. De repente ela o esmaga com um abraço apertado e eu podia jurar que tinha visto uma lágrima discreta descendo por seu rosto.

– Nunca mais faça isso comigo, entendeu? Nunca mais! – gritou ela.

Achei que o garoto fosse sair correndo e chorando, um olhar mortal de Annabeth fazia até Zeus tremer, porém ele se limitou a sorrir calorosamente.

–Tudo bem Sabidinha, nunca mais vou te deixar sozinha.

–Já comentei que odeio quando me chama assim? – murmurou.

Pigarreei e Annabeth me lançou um olhar de desculpa.

–Essa é a Ashley, minha amiga. Ashley, esse é Nico Di Ângelo, filho de Hades e meu antigo melhor amigo/inimigo.

–Ela adora me bater, sabe como é – brincou o garoto que com sua frase levou um belo tapa da filha de Atena.

–É um prazer conhece-lo Nico – disse eu.

–Por que a gente não se encontra no restaurante daqui? – perguntou Annabeth – Eu e a Ash te encontramos lá em meia hora, combinado?

Nico assentiu e fomos cada uma para seu quarto.

***

Tomei um banho demorado e então me veio a pergunta: o que vestir?

Eu não havia trazidos roupas "legais" para vestir e o que eu havia trazido se perdera na garganta de um monstro qualquer junto com minha mochila inteira. Abri os armários que tinha no quarto e vi que estavam todos cheios de roupas do meu tamanho. Não fiquei me perguntando como isso havia chegado. Só peguei a que mais gostei e vesti rapidamente.

Roupa da Ashley: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=154047474

Annabeth me esperava do lado de fora, como eu ela também havia pegado roupas do "guarda-roupa mágico" e parecia satisfeita. Usava uma camisa jeans e uma calça branca, seu cabelo dourado caia em cascata no seu ombro e usava uma maquiagem natural e leve como a minha.

–Vamos? – perguntei.

Ela assentiu timidamente e foi andando até o restaurante.

Nico estava sentando numa mesa que dava vista para um jardim, o cumprimentamos e fizemos nosso pedido.

–Então, o que fez aqui Nico? – perguntei.

–Faz umas semanas que estou numa missão para meu pai então venho para cá toda noite. E vocês?

–Salvando o mundo – falou Annabeth.

Nico riu baixinho e logo depois nossa comida chegou. Annabeth pediu salmão grelhado, Nico uma boa e velha pizza e eu somente um spaghetti. Comemos em silêncio na maior parte do tempo, de tempos em tempos Annabeth trocava poucas palavras coma gente mas logo voltava a atenção para o prato.

–Então, eu estava pensando... Vocês não querem ir ao cinema ou algo assim. Tipo, como um trio de amigos.

Vi Annabeth sorrir com a proposta do Nico e me lançar um olhar suplicante.

–Claro – respondi por ela – Vai ser divertido, não é Annie?

Annabeth assentiu, nos levantamos e seguimos pelas ruas de São Francisco.