I Just Wanna Be Your Hero escrita por Mavelle


Capítulo 16
We're coming back home


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!!!
Como eu já havia dito no último capítulo, aquele era o penúltimo da nossa história. Esse é o último.
Eu queria muito agradecer a todas vocês que leram, que acompanharam, suportaram minhas besteiras nos comentários e escrevendo mesmo, por suportarem os tempos que eu ficava sem inspiração pra nada e passava tempos e tempos sem um capítulo novo... Obrigada mesmo.
Até a próxima,
Absolem ☆
(POV Elena)



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5 anos depois...

Mais um dia normal estava terminando. Damon... ops... Phill chegaria do trabalho em cinco minutos e tomaria conta de Oliver e Kate enquanto eu terminava de aprontar o jantar. Elena Gilbert trabalhava feito uma condenada, mas Rose Phelps era uma dona de casa que acabou se acostumando com isso, apesar de ainda sentir falta de trabalhar. Sobre nossos deslizes quanto ao nome, demos a desculpa de que eram nossos apelidos um para o outro. E essa era a pior desculpa da vida. O que Rose tem a ver com Elena e o que Phill tem a ver com Damon? Nada.

Se esses cinco anos foram difíceis? Mais do que eu gostaria de admitir. Eu gostaria de ter vindo dormindo no avião, mas tive que vir inventando uma história com o Damon. Éramos recém casados e queríamos mudar de vida, sair dos Estados Unidos e recomeçar na Austrália. Mentira difícil de engolir. Então os gêmeos nasceram. Oliver tem os meus olhos e os cabelos de Damon e Kate o inverso. Os cabelos da mãe e os olhos do pai. Se ficou menos difícil depois que eles nasceram? Nem a pau. Foi pior do que nunca achei que seria. Depois disso tudo, dois anos atrás, Damon pediu para casar comigo de verdade. Eu aceitei, o que não mudou quase nada na minha vida. Apenas a aliança e a certeza de que continuaríamos juntos quando, um dia, voltássemos para os Estados Unidos.

Ele entrou em casa e deixou a maleta em cima da mesa, além de ter afrouxado a gravata e desabotoado um ou dois botões. Ele chegou perto de mim e me beijou.

– Vendeu muitas casas hoje? - perguntei.

– Algumas. - ele respondeu com aquele sorriso de lado que fica ainda mais bonito a cada ano.

– Papai!! - As crianças correram e abraçaram suas pernas. Ele agachou, ficando da altura deles e deixando cada um dar um beijo em sua bochecha.

– Quem quer ir desenhar para deixar a mamãe terminar o jantar? - ele perguntou, levando-as para a sala de estar e sentando cada um em um lado seu na mesa.

O telefone dele tocou, então ele deixou os dois pintando enquanto ia atender. Isso significava que haveriam mais desenhos na parede a partir de agora.

– Phill Phelps. - ele falou, pensando um pouco antes de falar. - Neal? - meu coração começou a bater mais rápido. Esperei a resposta que Damon daria. - Você tá brincando comigo. - meu coração acelerou ainda mais, enquanto Damon passava a mão no cabelo. - Então quer dizer que... - ele sorriu. - Muito obrigado, Neal. Vou falar com a Elena. Tchau. Muito obrigado mesmo. - mais um momento de silêncio, até que Damon riu. - Claro que eu vou te pagar um drink logo que eu chegar. Tchau. - ele desligou.

Minhas mãos tremiam muito, mas ele veio me abraçar e me levantou no ar, me girando. Então me deu um beijo que durou tanto que chegou a me faltar ar.

– Elena, vamos voltar para casa. - ele roçou o nariz no meu, enquanto eu começava a chorar descontroladamente.

– O que fizeram com o Kai? - perguntei.

– Ele foi encontrado morto, Elena. Morto.

Meu coração parou de bater por três segundos. Ele estava morto de verdade? Não podia ser. Estávamos seguros de verdade agora? Chorei mais ainda de alegria. Ele secou minhas lágrimas com beijos. Íamos voltar mesmo para Mystic Falls.

– Quando podemos voltar, senhor Salvatore? - senti tanta falta de chamá-lo assim.

– Não sei, senhora Salvatore. - me enchi de orgulho por ele estar me chamando assim. - Quando minha belíssima esposa resolver que vamos.

– Pode ser amanhã? Ou agora mesmo? Não vejo a hora de voltar para casa.

– Eu também não. Esse país é legalzinho, mas é quente demais.

Ri.

– Mamãe estou com fome. - Kate reclamou e eu me lembrei que o jantar estava pronto. Eu era uma ótima cozinheira de risoto. Então ela veio até mim. - Porque você tá chorando, mamãe?

– Eu estou feliz. Vamos voltar para casa.

– Mas a gente tá em casa!

Peguei-a no colo e ri. Ela não entenderia isso tão cedo. Coloquei-a em uma das cadeirinhas enquanto Damon colocava Oliver na outra.

– Vamos jantar, ok? Depois o papai vai colocar vocês para dormir e a mamãe vai arrumar as coisas, porque amanhã vamos viajar.

Servi o jantar e comi devagar, apesar de todos os meus orgãos me dizerem: "come essa porra rápido, caralha. Você vai voltar para casa amanhã, tem que arrumar muita coisa, sua energúmena."

Então Damon comprou as quatro passagens com o dinheiro que tínhamos começado a juntar desde o segundo em que saímos dos Estados Unidos. Oliver e Kate estavam confusos pra caralho, mas não os culpo. Geralmente não somos tão alegrinhos e agitados. Principalmente no dia do meu aniversário, Natal, Ano Novo, aniversário do Damon, do Stefan ou qualquer outra coisa que celebravamos juntos. Eu já cheguei a começar a chorar no dia do meu aniversário, sabendo que queria passar com a Kath e que isso talvez nunca mais acontecesse. Coloquei-os para dormir e comecei a juntar as coisas deles e a colocar nas malas.

Não estava nem distinguindo o que era de um ou do outro. Só estava jogando tudo nas malas. Deixei apenas uma roupa para cada um de fora e fechei a mala. Em menos de 15 minutos, tinha separado o que era essencial para eles. Pensei em ligar para Katherine e perguntar se minhas roupas ainda estavam em casa ou se ela tinha se desfeito delas, mas lembrei que minha irmã acha que eu estou morta. Comecei a rir e a chorar disso, pensando em qual seria a reação dela. Provavelmente acharia que eu sou uma alma e me daria uma voadora. Ou começaria a chorar e me perguntaria onde eu estive nos últimos cinco anos e me perguntaria por tudo. O que eu tinha feito, o que tinha acontecido de importante na minha vida. Depois ela me contaria de seus milhares de casos ou do que fez enquanto eu estava longe. Mas, para isso, eu precisaria de uma festa do pijama, coisa um pouco improvável na minha situação atual. Ou, simplesmente, deixaria Damon tomando conta das crianças e sairia com minha irmã e minhas amigas, pouco me fudendo que agora já temos vinte e oito anos e não catorze.

Comecei a arrumar minha própria mala do mesmo jeito que arrumei as de Oliver e Kate. Só o essencial, repetia a mim mesma. As minhas roupas, queira Deus, ainda estariam lá, exatamente do mesmo jeito que estavam quando eu saí. Talvez fosse um quarto agora cheio de poeira, mas continuava sendo meu. Damon chegou por trás e me abraçou, mas só notei sua presença quando ele mordeu minha orelha, me arrepiando de um jeito que só ele conseguia.

– Eu já coloquei a casa à venda e o Travis vai mandar o dinheiro logo que vender. Pode descansar por hoje. Só saímos amanhã depois das nove da manhã. - ele falou sedutoramente no meu ouvido, me fazendo estremecer.

– Não. Eu quero terminar logo isso e dormir com a sensação de que eu vou pegar essas malas e voltar pra casa logo.

– Eu sei. - ele começou a massagear meus ombros. - Eu também quero isso. Mais do que tudo. Fazem cinco anos que eu me sinto intruso nessa casa, nesse país quente pra caralho. As únicas coisas que me fazem sentir feliz são vocês.

Beijei seus lábios e terminei de botar as coisas na mala.

– Você quer dizer adeus à esse lugar do jeito menos apropriado possível? - perguntei, já desabotoando sua camisa.

– Ah, como eu quero. - ele se levantou e trancou a porta do quarto.

●●●

Logo que chegamos em Mystic Falls, a primeira coisa que fiz foi respirar mais uma vez. E finalmente percebi que não tinha respirado direito nos últimos anos. Entramos os quatro num táxi e pedi que nos levassem para a nossa rua. Eu iria para a casa onde morava, torcendo para encontrar Katherine. Eu ficaria com o Oliver e o Damon com a Kate. Perfeito.

Logo que pisei dentro de casa, uma Caroline muito estressada veio correndo na minha direção.

– Katherine, você já devia estar colocando o vestido no andar de cima! Eu não tinha te deixado lá? Ah, meu Deus! Suba agora, estamos muito atrasadas!

Caroline literalmente me empurrou escada acima, aparentemente sem perceber que eu estava segurando uma criança nos braços. Entrei no quarto de Katherine ainda empurrada por Caroline. Logo que entrei, vi minha irmã com um vestido branco e longo, apenas terminando alguns detalhes da maquiagem. Care respirou fundo, o que chamou a atenção de Kath.

– Caroline, eu pedi para não me incomodar. - ela se virou e me viu, segurando Oliver. Sua voz e suas mãos começaram a tremer, o que fez com que ela derrubasse o pincel que estava em sua mão. - Elena?

Quando ela falou meu nome, eu não aguentei. Comecei a chorar. Coloquei Oliver no chão e fui abraçá-la. Aquele abraço me preencheu. Eu sentia falta de verdade da minha irmã. A primeira coisa que ela fez quando recuperou o fôlego e me soltou foi me dar um tapa na cara. Sua maquiagem estava arruinada, apesar do grande sorriso estampado em sua cara.

– Sua filha da puta! Você tava viva esse tempo todo? Ah, vai se fuder! E eu aqui morrendo de chorar pensando que tu tava morta sua caraia.

– Shiuu. - reclamei, me abaixando até o meu filho. - O Oliver está aqui. Não fale desse jeito na frente dele, por favor. Quem sofre sou eu pra tirar essas palavras da cabeça dele depois.

Ela pareceu finalmente perceber que Oliver estava ali. Então ela começou a sorrir como uma maluca.

– Oliver, essa é a tia Katherine. Kath, esse é o Oliver.

Ela pegou sua mãozinha sorrindo e ele parecia meio assustado.

– Mamãe, porque ela é igual a você? - Oliver perguntou para mim, seus olhos inocentes confusos.

Eu e Katherine rimos.

– Ela é minha irmã. - respondi. - Sua tia.

Ele continuava sem entender nada. Era adorável quando o meu menino ficava assim.

– Então, quem é o felizardo, senhorita Gilbert?

– Tem o mesmo sobrenome que o seu, senhora Salvatore.

Corei. Ela já sabia, mesmo fazendo menos de dez minutos que tínhamos nos reencontrado. Mas o foco não era eu.

– Então, como diabos você e o Stefan resolveram juntar as escovas de dentes?

– Meio que a carta de vocês deixa qualquer um depressivo. Então eu e Stefan partilhamos dor e revolta por vocês. Já tínhamos ficado, como você sabe, daí nos apaixonamos mesmo.

Finalmente ela notou o Stefan. Eu já estava com pena dele há anos.

– Então, estou convidada? - perguntei.

Ela me encarou, do jeito como fazia quando eu perguntava algo idiota.

– Claro, jumenta.

– Agora vamos arrumar essa maquiagem, ok? Não pode casar com a maquiagem estragada assim.

Oliver adormeceu e eu o coloquei em cima da cama, então fui arrumar a maquiagem de Katherine.

●●●

Lá estávamos nós. Eu com um vestido que a Katherine arranjou para mim, Damon com um terno do Stefan, Oliver com um terno que o Jeremy usou no casamento de uma tia nossa quando tinha uns três anos e Kate com o vestido que eu usei no mesmo casamento. Tirando o fato de que o vestido estava um pouco comprido em Kate, tudo estava perfeito, até mesmo minha maquiagem de dez minutos.

Entrei ao lado de Damon, nossos braços entrelaçados. Nossos bebês ja estavam com a Caroline e com o Klaus no banco em que íamos sentar em poucos segundos. Só o que ouvíamos ao passar eram os murmúrios de quase todos os convidados. Claro que todos achavam que estávamos mortos. Sentamos nos nossos lugares e esperamos Kath entrar.

Enquanto isso, a mão dele envolvia a minha, nossos dedos entrelaçados, e Kate e Oliver brincando por perto no chão. Beijei seus lábios. Foram precisos vinte e três anos da minha vida para eu perceber o que eu queria. Por isso, pelo resto dela eu vou ficar perto do que eu quero, mesmo que, muitas vezes, ele só queira ser meu herói, meu cavaleiro de armadura brilhante, sem perceber que eu não preciso disso. Eu só preciso dele.


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Notas finais do capítulo

ATÉ OUTRA VEZ...



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