– Quantas vezes eu já olhei para o céu azul e lembrei-me de seus olhos? Sempre tão claros quando alegre e por vezes tão escuros quando com raiva, um azul mutante tão incrível que, facilmente, perco-me neles...

– Provavelmente o mesmo tanto de vezes que eu olhei para o céu nublado e lembrei-me dos teus. São olhos frios, opacos. Mas, ainda assim, vivos. Lindos olhos cinzentos que veem a minha alma, que me desarmam de uma forma tão eficiente que arma nenhuma reproduziria o resultado que você obtém.

– Quantas vezes eu tentei mirar o sol e não consegui? Ele é intenso demais. Assim como você. Gosto do calor que ele emana. Gosto ainda mais do teu calor, gosto da tua intensidade, de todas as formas que ela se apresenta.

– E ao olhar a lua noto como ela é branda, calma. Ela tem teu jeito. Acalma a qualquer um que a mire e frustra ao mesmo tempo, pois não é possível tê-la só para si. Mas, mesmo assim, gosto de olhá-la. Gosto de olhar-te e, assim como muitos desejam a lua, eu desejo-te como nunca desejei algo em minha vida. Chocolates são nada comparados a você.

– Gosto de sentir a intensidade em teus gestos. É marcante, é bonito. É a sua essência em sua forma mais bruta e ela é linda, assim como você.

– Gosto de observar-te. Olhar a tua face sempre tão serena e acalmar meu coração, embora nem sempre faça isso. Gosto, também, de mostrar ao mundo que, de alguma forma, você me pertence. Mesmo que isso signifique dor para ambos.

– Somos completamente oposto um ao outro, como imãs.

– Somos totalmente ao contrário, um é o negativo do outro. As sombras e a luz.

– Porém, é por isso que combinamos.

– Por isso que nos completamos.

– Diferentes.

– Porém iguais.

– Juntos.

– Invencíveis.

– Completos.

– Para sempre.

– Ou até quando for possível.

“Aqui jaz Mihael Keehl.”