Idiotas e Apaixonados escrita por Laom


Capítulo 1
Oneshot




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“... Eu disse que não levaria a bunda dele pra casa...” Luciano resmungava para ninguém, pois o taxista não dava a mínima e Martín jazia inútil e desacordado em seu ombro – e mesmo com o empurrão do brasileiro para desgrudar, nem se mexeu.

Fazendo um beicinho, ele escorra um pouco no assento. A leve embriagues dele, apesar de sua raiva, ainda fazia-o sentir mole e por isso sem pensar muito – bebida sempre pode ser uma boa desculpa –, foi a sua vez de descansar sua cabeça no ombro do argentino, que por fim pousou a dele em cima da do brasileiro, mas sem acordar ainda.

Deveria ter passado no máximo vinte minutos naquela posição quando o taxi parou e o motorista anunciou que chegaram. Seu estado grogue do álcool fez com que precisasse de alguns instantes para acordar, mas quando viu o taxímetro, um segundo foi o que precisou para tirar a carteira do bolso de trás da calça do argentino e retirar o dinheiro necessário. Até parece que deixaria o outro sair limpo de tudo.

Com um rápido agradecimento, começou então a luta para tirar Martín de dentro do carro, e se o taxista riu mais de uma vez, Luciano ignorou, e se acabou fazendo com que o loiro batesse a cabeça no teto do carro sem querer antes de finalmente tirá-lo de lá, também fingiu nunca ter acontecido.

Primeira batalha vencida, mas ainda não toda a guerra. Ainda, graça a Deus que o prédio do argentino tinha elevador, mas como nada é apenas rosa e unicórnios, na hora de ter de apertar o botão, teve posicionar o peso dele para cima de si.

“Nem pense em babar em mim, arroz de festa,” para sorte do moreno, nenhuma substância viscosa fez contato com sua roupa. Agora só faltava a última briga, abrir a porta do apartamento de Martín. “Deve estar no outro bolso...” Luciano falou enquanto tentava vistoriar o dito, mas por erro dele, não abaixou o argentino primeiro, então perdendo no primeiro segundo de sua procura o equilíbrio do corpo dele, fazendo com que ele batesse pela segunda vez a cabeça, dessa vez na parede. Luciano não pode deixar de fazer uma careta de dor dessa vez. Ainda assim, Martín continuou como uma bela adormecida.

Cansado de carregar, dessa vez o brasileiro apenas arrastou Martín até um dos sofás, colocando a carteira na mesinha que fica logo na frente e foi fechar a porta. Agora que tinha finalmente arrastado a bunda do outro em segurança, não tinha mais o que fazer e também não estava com sono mais.

Então foi até a geladeira ver o que tinha para comer, afinal, não há melhor forma para passar o tempo. “Vamos ver...” Tinha algumas garrafas de vinho na porta, alguns potes com resto de comida e uma pizza quase inteira. Luciano sorriu, aproveitaria tudo o que não aproveitara na festa.

=-=-=

“Uhg,” sua cabeça latejava, foi o que Martín primeiro percebeu. Realmente bebera demais, mas jamais permitiria perder para Itzel. Jamais. Ainda assim, havia claridade demais para o seu gosto naquele instante, quem deixara as cortinas aberta?... As cortinas da sala. Por que diabos estava deitado no sofá?

Gemeu mais uma vez e levantou-se, finalmente abrindo os olhos, para logo se arrepender quando eles arderam. Os segundos foram passando lentos e agonizantes e mesmo acostumado, a dor continuava lá, latejando. Ainda assim, isso ficou em segundo plano quando olhou o estado da sua sala.

Na mesinha do centro estava uma caixa de pizza escancarada e vazia, a não ser pelas migalhas que se safaram, mas que também se encontravam fora da caixa e então fazendo bagunça em tudo, também tinha duas garrafas de vinho, uma vazia, mas a outra deitada tinha uma pequena poça de vinho desperdiçado – que pingou no chão também. Além disso, sua carteira estava lá e ele não levou mais do que um instante para pegá-la e abrir para ver o dinheiro. Tinha certeza que havia mais ontem a noite.

Com uma voz quase inaudível, começou um mantra de xingamentos e andou para a cozinha, confirmando suas suspeitas. Vários dos potes que tinha com resto de comida jaziam ou na mesa, ou no balcão, escancarados. Alguns ainda tinham algo, outros estavam vazios, mas por onde se olhasse podia-se ver vestígios da comida que não chegou a alcançar o prato, esse que estava na pia, mas nem sequer limpo para se pensar em limpar.

Martín não pode deixar de dar um tapa em sua testa, para logo após exclamar em dor. Havia um imenso galo ali... E outro mais ao topo de sua cabeça. Sua raiva estava chegando a um ponto crítico.

Ele foi marchando até os outros cômodos de seu apartamento, primeiro foi o banheiro, mas como suspeitava, vazio, então o próximo que era seu quarto de estudo, vazio também, e por último restou seu quarto. Abriu a porta com um estrondo, mas o corpo em sua cama nem chiou.

Vendo o brasileiro tão confortável em sua cama foi a gota d’água e Martín saltou em cima dele – mas se antes ele deu uma pausa para vislumbrar a cena, ninguém saberá. Só então que Luciano acordou, como se tivessem jogado água gelada nele, voltou a consciência em um pique, confuso com que estava acontecendo, bem, só até ouvir o argentino.

“Sua barata, vou te fazer limpar tudo com a tua língua! E devolva meu dinheiro!” Prensava o outro contra a cama com força, não deixando com que o moreno se virasse.

“Eu arrastei a merda da sua bunda branquela até aqui! Pare de ser mal agradecido!”

“Olhe o que você fez com a minha casa! Você exagerou da minha hospitalidade, isso sim!”

Com um movimento com suas pernas, Luciano finalmente conseguiu sair de baixo do argentino e com outro movimento, dessa vez ele prensava o loiro contra a cama, mas dessa vez ambos encaravam um ao outro abertamente.

“Pare de ser tão dramático, até parece que é a primeira vez que a sua casa fica assim.”

“Ainda não faz com que isso fique melhor cada vez que acontece!”

Eles se encaravam mais ainda, parecendo em uma competição de quem conseguia fazer o outro pegar fogo apenas com a intensidade de seus olhares. Martín abriu a boca para jogar outra enxurrada de reclamações, mas o brasileiro foi mais rápido.

“Se eu fizer você incapaz de pronunciar algo além de gemidos, estou perdoado?” A voz dele então mudou de tom, não era como se não estivesse mais irritado com o outro, mas se pudesse guiar as coisas para outra direção, ainda mais essa, seria um ótimo bônus.

Martín sentiu um arrepio lhe subir a espinha, mas como o outro, sua raiva ainda continuava ali. “Se você conseguir.” Apesar de tudo, aquilo soava como desafio.

O sorriso de Luciano demonstrava que entendia perfeitamente também os pensamentos do argentino. Seu primeiro movimento foi um beijo, profundo e intenso. Também houve mordidas e se por acaso o gosto metálico se fez presente em algum momento, foi-se perdido quase imediatamente pela voracidade do beijo.

Luciano largou os pulsos do loiro, descendo até uma mão descansar no pescoço do loiro e a outra continuar até chegar à borda da camiseta, prontamente adentrando e tocando a pele mais quente daquele local, arranhando também. A sensação foi obstante para fazer Martín arquear-se um pouco, buscando mais daquele toque, e soltar um gemido mais ávido.

Quebrando o beijo em busca de ar, ambo respirando ofegantemente. Luciano sorriu presunçoso, convencido com certeza. Martín fez uma expressão de desgosto, claramente não gostando do quão certo o outro estava – independentemente do quão bom o beijo estava. Ele virou a cabeça, trazendo para mais perto de si a mão do moreno, botando sua língua para fora, Martín tocou o polegar do moreno, lambendo lentamente, incentivando Luciano a trazê-lo para dentro de sua boca. Não foi um grande esforço, pela cara de estupefato do brasileiro.

Assim que pode, fechou seus lábios em volta do polegar, sugando-o com fome. Luciano não pode deter o gemido de prazer e também de desconforto, seu membro já reclamava pela falta de espaço dentro da calça, também não conseguiu evitar a exclamação de dor logo em seguida. Martín havia mordido seu dedo, forte.

“Não fique tão presunçoso enquanto não fez nada ainda, saco de ossos.”

“... Você vai estar implorando no final, boludo.”

“Ei! Não—!” Martín não conseguiu terminar de falar, sua camisa sendo puxada sem qualquer piedade, pelo menos não houve qualquer som de rasgo, o fez parar de falar. E uma boca habilidosa em seu ombro esquerdo assim que esse foi disponibilizado fez com que esquecesse o que iria dizer. Ele queria mais agora. “Você— Ahm!” Uma mordida seguida de um chupão fez com que perdesse a concentração, “e-está usando muita roupa.”

O argentino puxava a camisa do moreno sem elegância, mais concentrado na vitória do que como fazer para chegar lá, mas conseguiu no fim, com certa má vontade do moreno, já que teve que dar um tempo para o pescoço e ombro de Martín – já dava para ver o que depois seriam marcas de chupões, mas Luciano ainda queria fazer mais.

Martín não se segurou em vislumbrar a visão do tronco do outro, mas naquele momento suas necessidades gritavam por outras coisas. Então ele puxou o brasileiro, começando outro beijo, tão ardente quanto o primeiro, mas com mãos mais ativas que antes. As de Luciano foram para o cabelo do loiro, puxando os fios e fazendo com que esse gemesse mais alto com a estimulação. Já Martín, ele usava como apoio um dos ombros de Luciano, arranhando ocasionalmente, enquanto a outra foi mais ao sul.

Chegando a bunda de Luciano, ele a acariciou de leve primeiro, mas quando o dito cujo riu, bem, ele realmente queria alivio, simples assim. Martín abriu mais suas pernas, empurrando o brasileiro para finalmente ter a fricção que queria.

O primeiro contato foi mágico, mas o segundo foi maravilho, já que Luciano começou a responder as investidas, e a terceira... Foi trágica, pra dizer no mínimo. Com todo o entusiasmo, Luciano acabou fazendo com muita força e empurrou Martín para cima e levou sua cabeça em direção direta ao encontro com a cabeceira da cama, o barulho alto deixando claro que o baque não foi leve.

“Ouch! Sério, eu não preciso de mais um pra coleção que você me obteve!” Ainda assim, o argentino agora acariciava o que mais do que provável seria em algumas horas o seu terceiro galo. Pelo menos dessa vez Luciano pareceu um pouco envergonhado com as suas ações.

“Desculpa,” e até se desculpou delas. E até começou a dar beijinhos no lugar onde ocorreu a batida e seguiu para o outro galo e o para o último então, ignorando os protestos cada vez mais acalorados do argentino, mas não conseguindo suprimir o mínimo elevar dos lábios com as reações do outro.

“Quando é que vai enfiar teu pau em mim?!” Bem, pelo menos isso foi obstante para fazer o brasileiro parar.

“... Sutileza realmente não é o teu forte.” Mas ainda assim, Luciano desceu para beijá-lo.

“Olha quem fala,” Martín murmurou contra os lábios do outro, logo correspondendo o beijo, já sentindo a mão dos outros abrindo sua calça.

Parecia que finalmente as coisas desenrolariam para a promessa feita anteriormente.

=-=-=

O sol que antes apenas estava nascendo, agora já se encontrava quase no seu pique, mas não é como se fizesse diferença para eles, a cortina fechada impedia quase toda a iluminação do astro de entrar no quarto, dando ao cômodo um ar aconchegante e íntimo.

Após a seção – e o segundo turno também –, ambos foram cochilar um pouco por mais algumas horas, afinal, era domingo e devia ter alguma regra que falasse que é proibido levantar antes das dez horas nesse dia.

Assim como da última vez, Martín foi acordado, mas diferente da outra, não pela dor de cabeça, que felizmente já era quase nula, mas por beijos insistentes na parte de trás de seu pescoço intercalados por chupões. Ele suspirou em deleito com a sensação, mas logo tentou disfarçar seu prazer com as carícias.

“Isso não é justo quando eu não posso te marcar também.”

“Não é minha culpa se você parece um papel... E sempre pode tentar, eu não reclamaria,” mesmo estando de costas, Martín podia ver o outro dando uma piscadela, por toda a exasperação, ele ainda riu.

Martín esfregou seu rosto contra o travessei, aproveitando em silêncio a letargia que ainda tinha por ter recém acordado e também pela posição, não diria em voz alta, mas se fosse para acordar assim todas as vezes, não se importaria em ser a conchinha menor , ainda assim, teria que atender seu corpo mais cedo ou mais tarde, “ei, estou com fome.”

“Fica só mais um pouco,” Luciano apertou seu abraço, trazendo-os mais para perto, “prometo fazer omelete depois.”

Se foi a promessa da comida para depois ou o aconchego de estar sendo abraçado daquela forma em sua cama, ele não teria que se decidir entre os dois, de qualquer forma sua resposta não teve um traço de dúvida.

“Tudo bem.”


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, espero que tenha gostado Sani!
E todas as outras pessoas que leram também, espero ter lhes agradado. ^^



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