O entregador de balões escrita por dentedeleão


Capítulo 4
4


Notas iniciais do capítulo

olá...
Mais um cap. pov Edward.
Leitores, tenho muita dificuldade em escrever na versão Edward então peço um favor a vocês, me apontem o que deve ser melhorado e o que devo enfatizar mais em relação a mente masculina para dar certo. Eu quero realmente melhorar.

Espero que gostem.

bjs



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Em toda minha formação aprendi que sentimentos e emoções são demonstrados apenas em casa ou junto a pessoas próximas, o respeito aos demais deve ser parte da pessoa que sou e minha educação algo inerente ao meu ser. Quando optei por me unir a minha irmã em outro país e abrir minha própria empresa de consultoria não esperava colocar a prova toda a educação que recebi e muito menos faze-lo em um primeiro encontro frente a duas pessoas completamente desconhecidas para mim.

Isabella era um grande ponto de interrogação, sua postura firme e fala direta logo me chamaram a atenção, fui desarmando em segundos ao ver a relação tão próxima e feliz com sua filha de 7 anos. O que parecia ser uma mulher de regras e dura nada mais era do que uma mãe carinhosa e cheia de fibra.

Eu estava incrivelmente a vontade e curioso frente as duas, meu sotaque acabou ganhando destaque já que minha mente tentava de todas as formas encontrar um padrão para a atitude de ambas e fracassava miseravelmente. O que para algumas mulheres era considerado charme britânico, para elas foi motivo de gargalhadas e brincadeiras com duplo sentido quando algumas palavras não saíram muito bem.

“Eu realmente preciso ir, meu carro está na rua e aqui não é um bom local.”

Tentei me esquivar mais uma vez das duas enquanto observava o esboço bem feito de uma sala cheia de balões e caixotes recobertos de espuma e outras coisas que o faziam parecer gasto e antigo. A casa ficaria bem decorada e incrivelmente convidativa para o que elas tinham planejado.

“Você pode colocar seu carro na vaga da mamãe, ela não tem um para usa-la”

A garotinha de 7 anos me olhava em expectativa, os grandes olhos castanhos esverdeados brilhavam e tinham um cintilar azul nas bordas, realmente único. Seu rosto parecia o de uma boneca, nariz levemente arrebitado e lábios em formato de coração, os cabelos volumosos de tom caramelo claro caiam em grandes cachos por seus ombros enquanto um grande grupo de fios emaranhados cresciam no topo onde a toalha fora esfregada para retirar a agua.

“Eu realmente não devo...”

“Ah!!! Cale esta boca homem. Estamos atrasadas e precisando de braços fortes aqui. Você terá comida e bebida grátis, diversão e um pouco de trabalho. Quer um dia de folga melhor do que este?”

Isabella sabia deixar seu ponto claro e realmente me vi sem palavras para contesta-la. Eu estava de folga e seria divertido ajuda-las. Sairia completamente da minha rotina e poderia ter mais momentos como este, poderia observar aquele sorriso largo por horas sem me importar.

Isabella não tinha uma beleza singular, ela era comum em sua altura mediana e corpo nas medidas certas. Os cabelos realmente se destacavam, por mais que castanho não fosse algo realmente diferente, observar a forma como o repicado fazia com que os fios ondulassem e algumas luzes leves lhe davam o brilho certo levavam os olhos a outras margens que não o contorno de sua cintura e seios.

Peguei as chaves em meu bolso e joguei para Isabella que as pegou sem hesitar e depois as arremessou de volta. Não esperava por isso e as deixei cair.

“Wou! Seu carro, você dirige.”

Sua mão parecia queimar com a ideia de segurar um misero molho de chaves.

“Não se ofenda, ela apenas nunca vai lhe dizer que não sabe dirigir.”

Kath segurava o riso desviando os olhos da mãe. Olhei intrigado para Isabella, não conhecia muitas mulheres que não amassem ter este tipo de liberdade. Até mesmo aquelas que não tinham condições de terem seus próprios carros tinham habilitação e usavam quando podiam.

“Está bem. Está bem. Eu não sei dirigir. – jogou as mãos para cima em rendição - Não vejo nada de mau nisso, nesta cidade dos infernos é impossível usar um carro mesmo. A gasolina é um absurdo, o transito um inferno e eu consigo me virar muito bem com o metro. OBRIGADO!”

Ela gritou a última parte seguindo para a sala e acabamos rindo da sena no mínimo birrenta de Isabella.

Acabei cedendo, coloquei meu carro na garagem e fiz meu caminho para o apartamento. Quando entrei, sem bater já que a porta estava aberta, consegui observar uma pilha de material decorativo no meio da sala, grandes rolos de tecido, latas de espuma, lâmpadas negras e luzes a serem penduradas. Isabella estava sobre uma escada retirando as cortinas enquanto Kath pintava os caixotes com tinta neon na parte interna, havia três rolos sobre tigelas e as cores gritavam aos olhos.

Retirei minha camisa e os sapatos, o local estava realmente quente e as janelas fechadas não ajudavam na circulação do ar. Kath assoviou informando o quanto minha bunda ficava bem na calça e Isabella foi pega olhando de forma furtiva para meu corpo. Eu sabia que chamava a atenção, sempre gostei de manter a forma e com isso foi agraciado com ombros largos, braços firmes e um belo tanquinho. Não me considerava rato de academia nem nada disso, mas cuidava de minha saúde.

Não foi um tempo longo, mas estas últimas uma hora e trinta minutos tinham valido por uma semana de academia. Após uma hora e meia de trabalho duro finalizamos toda e decoração, estava realmente incrível. O tema “Thriller” não fazia sentido para uma festa infantil, mas estava incrível.

Os balões negros foram soltos e ficaram espalhados pelo teto com pequenas tiras de papel branco que na luz negra brilhariam incrivelmente, pelo chão alguns balões menores e redondos brilhavam e rolavam com a leve brisa vinda da cozinha. As janelas foram cobertas com tecido preto e roxo de forma a caírem como tendas, caixotes estavam empilhados em diversas áreas e sobre eles travessas com doces e salgados decorados com fantasmas, vassouras de bruxas, aranhas e outras coisas que poderiam facilmente ser encontradas no imaginário infantil para a descrição de uma noite do terror, se destacavam e davam agua na boca.

Luzes foram penduradas nas paredes e sobre elas formas de papel criando sombras estranhas na parede, a espuma branca espalhada pelos cantos e sobre os caixotes. Eu estava arrepiado observando a quantidade de detalhes que haviam ali e também muito orgulhoso por ter ajudado.

Isabella e Kath haviam me deixado na cozinha com um grande copo de suco e salgados para comer enquanto elas se vestiam.

“Não se vire ainda, preciso pegar uma coisa sobre a geladeira.”

A voz de Isabella me fez sorrir e concordei com a cabeça esperando que ela passasse por mim, observei suas roupas, uma calça justa preta e uma camiseta longa na mesma cor, sapatilhas e nada mais. Ela deve querer ficar neutra entre as crianças. Com um pouco de dificuldade, uma caixa de papelão media foi posta abaixo e após alguns minutos eu pude olhar.

Kath estava incrível em um longo e esfarrapado vestido preto de renda, um véu de noiva sobre a cabeça e os cabelos presos em um rabo dando consistência aos longos cachos que caiam perfeitos por sua nuca, a maquiagem branca com olhos esfumaçados em negro e os lábios vermelhos lhe davam um ar nada delicado.

“Uma noiva?”

Perguntei aprovando o figurino e pedindo que ela desse uma volta.

“Me baseei no filme a mulher de preto, mas o véu foi algo que não resisti”

Ela passava a mão sobre o contorno do tecido sem realmente toca-lo.

“Mamãe o escondeu até o último minuto. Não é lindo, ela o encontrou em um brechó, foi resgatado de uma loja de noivas após um incêndio.”

“Eu simplesmente amei as pontas negras e o engrenhar da renda feitos pelo calor.”

A olhei abismado, ela realmente descrevia as coisas com tanta convicção e felicidade que por alguns segundos pensei falar com uma mulher e não uma criança de sete anos. Havia tanta força em sua postura.

“Não se espante, ela é surpreendente e nem de longe vai te fazer lembrar da idade que tem.”

Isabella se colocou ao meu lado observando a filha com um grande sorriso no rosto, ambas satisfeitas que todo o trabalho havia dado certo e logo os convidados teriam o que celebrar. Seria uma festa estilo noite do pijama.

...


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