Guardians I - The Divine Stones escrita por G Menegatti


Capítulo 12
XII - A New Life


Notas iniciais do capítulo

Bom galera, aí está um capítulo aí, espero que gostem e espero que os leitores fantasmas se manifestem, aliás, como vou saber se estão gostando? :'(

P.S.: Essa na capa é a Cleo... e como disse, imagens são meramente ilustrativas e nem sempre condizem 100% com a realidade do que ocorreu no livro, neste caso foi uns 90% hahaha
P.S.: A Cleo é meio que a Elizabeth Olsen (feiticeira escarlate de Os Vingadores 2)



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Cleo e eu permanecemos ali desde então, observando o sol nascer lentamente, enquanto esperávamos todos acordarem e decidir o que seria feito.

Teseu foi o primeiro a se levantar, apenas nos cumprimento e indo pescar alguns peixes para a refeição matinal. Era incrível como ele sabia fazer as coisas tão perfeitamente, apenas com calma e foco.

Vi o homem mergulhar no lago pelo menos dez vezes e toda vez que voltava, estava com dois peixes em sua mão. Ele fazia com que as coisas parecessem tão fáceis, quando na verdade não era.

– Acho melhor pegarmos alguns galhos das árvores para podermos acender uma fogueira novamente. – Disse Cleo, levantando-se logo em seguida. – Depois acordamos Kendall, porque se deixarmos ele dorme o dia inteiro.

Sorri, seguindo a garota, que contornava o Lago Castaic.

O sonho que tivera antes de acordar ainda estava em minha mente, com as palavras de Hades soando firmes e graves. Estava certo de que eu teria que ser forte a partir de agora e não ter mais medo, pois se realmente quero proteger quem se importa comigo, não posso deixar esse sentimento me dominar.

Assim que alcançamos as árvores, que por sinal possuía poucos galhos devido a frequente busca por eles, começamos a recolher alguns fáceis.

– Isso é pouco. – Murmurou ela, observando a meia dúzia de gravetos em minha mão.

– Tem bastante lá em cima. – Apontei para o topo das árvores, onde havia uma grande quantidade de gravetos grossos que poderiam ser úteis para a fogueira. – O problema é como chegar lá.

De repente vi um sorriso brotar no canto do rosto de Cleo, que se aproximou de uma árvore e olhou para mim logo em seguida.

– Veja isso...

Ela pegou a Pedra de Ísis em seu bolso e a segurou firme com a mão direita. Assim que ela abriu os olhos, percebi que eles brilhavam intensamente, numa coloração dourada, e então ela desferiu um soco no tronco da árvore. A madeira criou uma ondulação lenta, que subiu aos poucos, como se ela controlasse o tronco da árvore, até chegar ao topo e derrubar inúmeros galhos.

Em seguida ela se afastou e deixou os gravetos caírem no chão, olhando para mim com um sorriso orgulhoso no rosto.

– Uau! – Exclamei, admirado com o que havia acabado de ver.

– Obrigada! – Agradeceu Cleo rindo.

E então recolhemos os gravetos no chão, deixando muitos para trás, já que não precisaríamos de todos eles. Por fim voltamos ao acampamento montado, onde já estavam todos levantados, com exceção de Kendall.

– Ele gosta de dormir. – Disse a garota, observando Patrick ir de encontro a Teseu e ajuda-lo com a pesca.

Lembrei-me do que Cleo havia me dito sobre não poder dormir e isso me deixou extremamente curioso, embora não tivesse coragem de lhe perguntar.

– Como você fez aquilo? – Perguntei, tentando ignorar aquela curiosidade. – Digo, você sabe controlar os poderes da sua pedra. Como?

– Isso requer prática e treino. – Comentou a garota, enquanto nos aproximávamos do acampamento. – Ísis é uma deusa que valoriza muito os sentimentos bons, como a amizade e felicidade, basta canaliza-los e se concentrar. Mas não se preocupe Kevin, você vai aprender a lidar com essa pedra, aliás, só tem três dias que você a possui, certo?

– Sim. – Assenti, lembrando-me novamente das palavras de Hades sobre determinação e medo.

– Então não se preocupe, a partir de agora você terá muito tempo para praticar seus poderes, mesmo que não queira. – Percebi que os olhos de Cleo haviam voltado ao seu azul celeste normal, que eram extremamente bonitos.

– Há quanto tempo você a encontrou?

Por um instante ela não entendeu a minha pergunta, até que lancei um olhar para sua pedra.

– Isso? – Perguntou, enquanto colocava os gravetos no chão. – Acho que sete anos. Encontrei quando tinha doze anos... É! Já faz sete anos.

De repente ela parou e fitou o vazio, como se tivesse dito algo que a surpreendera.

– Já faz sete anos... – Ouvi Cleo sussurrar, de forma que sua surpresa estivesse evidente.

Não queria questiona-la a respeito de como havia conseguido a pedra, pois imaginava que, da mesma maneira que Kendall havia adquirido a sua, ela passou por algo bastante traumático quando a encontrou.

– Kevin! – Felizmente Luna chamou por mim do outro lado, o que serviu como uma desculpa para poder deixar Cleo sozinha.

Virei-me, depois de ajudar ela com o que podia e fui em direção a Luna, que estava brincando com Bob, arremessando os gravetos queimados do dia anterior.

– Pois não senhorita? – Ela me olhou séria, não gostando de eu tê-la chamado por aquele nome.

– A próxima vez que você me chamar de senhorita eu vou...

– Já sei, já sei! – Murmurei, repetindo o que ela sempre dizia quando eu a chamava daquela maneira. – Você vai cortar minha língua e costurar ela ao contrário.

– Exatamente! – Em seguida ela riu, mas algo me fez acreditar que ela não estava completamente feliz.

Sentei-me ao lado dela e acariciei a cabeça de Bob. Luna realmente estava aflita por algo e era possível ver isso em seus olhos, principalmente pelo fato de eu a conhecer desde criança.

– O que houve? – Perguntei, enquanto arremessava um dos gravetos para Bob, que, saltitante, foi busca-lo.

O cachorro era diferente de qualquer raça que eu já tinha visto, desde uma mistura de Husky Siberiano à Pitbull, o que fazia com que ele fosse extremamente bonito. As mandíbulas de Bob eram muito poderosas e eu mesmo tinha provas disso quando ele arrancou um pedaço do pescoço de um dos Asuras com facilidade. Os olhos do cão brilhavam quando ele se sentia ameaçado e mudava de cor, do vermelho ao preto.

– Hoje é segunda... – Comentou ela, fitando o lago Castaic, onde estavam Teseu, Patrick e Logan terminando de pescar vários peixes para o café da manhã e provavelmente almoço também. – Era para estarmos na escola agora.

Eu já havia pensado isso logo cedo, mas de certa forma não tive tempo para refletir a respeito. Luna estava certa de estar assim, aliás, nossas vidas haviam sido viradas de cabeça para baixo da noite para o dia, literalmente.

– Eu sei... – Somente concordei com ela, enquanto retirava o graveto da boca de Bob e o arremessava novamente. – Acho que a partir de agora teremos que nos acostumar com essa nova vida.

– Eu não gosto dessa nova vida Kev. – Confessou Luna, colocando sua cabeça em meu ombro. – Era tão bom quando não tinha nada com que nos preocuparmos além de lições de casa, provas, faculdade e coisas do tipo. Agora temos que nos preocupar se vamos estar vivo no dia seguinte...

– Eu também não gosto, mas não podemos fazer nada. – A imagem de meus avós mortos no teto de casa voltou a atingir minha mente com força, obrigando-me a segurar as lágrimas. – Essa é a nossa nova vida e estamos juntos nessa. Não deixarei que nada aconteça a você e Logan, nem que para isso eu precise me...

– Nem ouse falar isso! – Interrompeu Luna brava. – Você não vai se sacrificar por mim ou pelo mongoloide do meu irmão!

– Pensei que não gostasse de usar esse termo.

– É o que melhor se encaixa a ele. – Confessou com um sorriso espontâneo

Kendall só foi acordar após Cleo gritar seu nome na barraca, que pulou para fora, pensando que tinha alguém nos atacando.

– Que horas são? – Perguntou ele sonolento e furioso ao perceber que não havia nenhum perigo.

– Quase 9h. – Informei, chutando de acordo com a posição do sol.

Vovô sempre me levava para acampar nas férias e me ensinou a medir o tempo de acordo com a posição do sol pela manhã, o que eu não via utilidade, até agora.

– Vocês só podem estar de brincadeira comigo! – Brigou ele, voltando a barraca. – Ainda está de madrugada e vocês querem que eu levante?

– E você vai levantar! – Ameaçou Cleo. – A não ser que queira levar um balde de água fria na sua cara.

De repente Kendall parou e xingou aos sussurros, virando-se e reclamando.

– Ótimo... – Murmurou a garota de braços cruzados. – Agora faça o favor de acender essa fogueira, Teseu já pescou os peixes para comermos.

Kendall continuou resmungando, mas pelo menos fez o que Cleo havia pedido, utilizando seus poderes para acender os gravetos que havíamos pego mais cedo.

Assim que os peixes foram limpos e assados, comemos eles em silêncio. O gosto era melhor que esquilo e eu já estava me acostumando com as comidas sem tempero.

– Acho que agora é a vez de vocês contarem uma história. – Comentou Teseu, se referindo a nós três. – Como acharam as pedras e onde estavam indo antes de encontrarmos vocês?

Nos entreolhamos, mas não dissemos nada. Logan e eu não éramos tão bons com palavra quanto Luna, que acabou contando a história sobre o ataque dos lobos no parque, até encontrarmos os Asuras e por fim o que nos obrigou a fugir.

Teseu disse que, na verdade, os lobos que nos atacaram eram lobisomens. De acordo com ela, havia alguns clãs pela costa oeste do país que agem com violência atrás de alimentos, mas a grande maioria vive pacificamente.

Ele também nos contou que os Asuras são basicamente seres antideuses, que caçavam os deuses na época em que ainda andavam pela terra. Atualmente eles procuram pelos portadores das pedras, com a intenção de destruí-los, o que era algo muito reconfortante de saber.

– Mas não se preocupem, eles podem ser fortes, mas são estúpidos. – Tentou tranquilizar Kendall, mas não ajudou muito.

Luna então contou que havia sonhado com Atena na primeira noite, e que a deusa havia dito para irmos à Grécia. Teseu, de repente, exibiu um sorriso ao ouvir aquele nome.

– Pode ser uma boa ideia. – Disse ele, jogando outro pedaço do resto do peixe a Bob. – E eu acho que sei o motivo dela querer isso.

– Qual?

– Quíron... – Teseu pronunciou aquele nome com nostalgia. – Quíron é um centauro imortal que treinava os grandes heróis na antiguidade. Foi com ele que aprendi todas as técnicas de combate que sei e ele pode ensinar a vocês como utilizar os poderes dessas pedras.

– Espera aí... – Me pronunciei em seguida, lembrando de algo. – Você disse que esse tal de Quíron é um centauro?

Teseu assentiu, intrigado. Então levantei-me rapidamente do chão e corri para a barraca onde havia passado a noite, procurando pela mochila onde levava comigo os meus pertences. A abri rapidamente e procurei pelo objeto que havia pego no baú.

– Minha mãe deixou isso para mim quando ela morreu. – Então mostrei a estatueta de um centauro a Teseu. – Nunca entendi o significado disso, mas presumo que agora faça algum sentido.

O homem exibiu um sorriso ao ver a estatueta.

– Este é Quíron. – Falou, enquanto observava o centauro entalhado. – Você disse que encontrou a Pedra de Hades no baú de sua mãe?

– Sim...

– Provavelmente sua mãe foi uma aluna de Quíron quando recebeu a pedra. – Teseu parecia animado com a possibilidade de rever seu treinador. – Precisamos ir à Grécia!

Cleo e Kendall demonstraram animação com a notícia, já Patrick permaneceu sem emoção, apenas ouvia o que Teseu falava.

Por um instante as coisas começaram a seguir seu rumo... Ou não.

Naquele momento, sentimos o chão vibrar, cada vez aumentando. Até que ouvimos um urro vindo das árvores que usávamos para fogueira. Os troncos eram destruídos conforme alguém passava por elas.

– Teseu! – De repente surgiu um homem extremamente grande, com cerca de 10 metros de altura, que segurava um porrete de madeira tão grande quanto ele. Sua voz ecoou por toda a extensão do Lago Castaic, obrigando-nos a recuar.

– Gymir... – Sussurrou entre os dentes Teseu, com uma expressão de fúria.


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Notas finais do capítulo

Bom, o que acharam?



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