PDV Percy.

Eu estava nadando. No mar. OH, como amo o mar. Só em mar, eu conseguia a tranqüilidade, uma sensação boa percorrendo no meu corpo.

Acontece que, o mar estava bravo. Estava forte.

Mas eu gostava mesmo. Quanto mais bravo, mais força eu terei que usar pra nadar, mais desafio pra mim. Eu amava desafio. Não daqueles tipos de desafios escolares, ok? Alias, tenho dislexia, não um nerd na escola. Eu amo desafios físicos, como Educação Física. Não é a toa que sou o mais desejado da escola...

Mas voltemos para o mar. Escutei gritos. Virei para o meu lado direito, Thalia estava lá. O QUE? O QUE A MINHA IRMÃ PORRE TA FAZENDO AQUI?

Mas eu [i]tenho[/i] que salvá-la. Ela é minha irmã e nunca mudará isso.

Nadei até ela, mas eu não alcançava. Cada vez mais que eu forçava pra salva-la, mais ela se distanciava. Por acaso, ela quer morrer?

 - ACOORDAAA SEU RETARDADO! – alguém gritava no meu ouvido. OH PORCARIA. Eu estava sonhando. E A MINHA IRMÃ NÃO ESTAVA SE AFOGANDO.

 - CARAMBA! ISSO É HORA DE ACORDAR NUM DOMINGO, VAMPIRA? – zombei dela, que vestia como uma morcega.

 - Hoje tem almoço IMPORTANTISSIMO do trabalho do papai, seu dãã – ela zombou de novo – Ele quer todos os seus filhinhos seguindo ele como cachorrinhos sem dono.

Bufei. Isso era verdade.

Thalia era apenas dois anos mais velha do que eu, sorte que, nós fomos adotados no orfanato juntos. Fomos abandonados? Com certeza. Thalia me diz que não lembrava muito da nossa mãe, já que ela nunca conheceu nosso pai..

Thalia saiu do meu quarto e fui ao banheiro fazer minha limpeza matinal.

Troquei de roupa (Colocando a roupa mais decente) e fui até a sala de jantar, que as empregadas estavam lá, arrumando a mesa gigante para o almoço.

Logo depois, Thalia entrou no cômodo vestida com um vestido preto da altura até os joelhos, sua maquiagem era sua boca preta, olhos piores ainda. Mas marcava o seu olhar, já que ela tinha olhos verdes iguais aos meus. E sempre andava com sua bota de combate, que parece até um bicho de estimação...

 - Crianças! – alguém exclamou, claro, o tal de Gabe – Acordaram cedo! Fico feliz!

Graças a minha irmã eu acordei.

Meu pai é o todo PODEROSO dono de uma empresa de bancos de EUA.

Quem diz que eu me importo? Tudo bem, estudamos numa boa escola da cidade (onde os professores não tem paciência comigo) moramos no melhor bairro (onde tudo é sem graça) mas o que adianta termos as melhores coisas que nem o nosso ‘pai’ (na verdade, é padrasto, se vocês não perceberam) nos dá atenção a nós?

Os convidados começaram a chegar. Primeiro de NY, depois da Califórnia...

Oh porcaria. Ela tinha que vir?

 - AAAANNABETH! – minha irmã gritou correndo atrás da convencida.

As duas são as BFF’ (BEST FRIENDS FOREVER) que não desgrudam no colégio. Annabeth é uma garota simples, mas muito CHATA.

Quando ela me viu, deu um olhar feio. Retribui dando um olhar pior.

Thalia a Annabeth se tagarelavam. Não paravam de conversar bobeiras, que ás vezes me dava uns nervos.

Assim chegaram mais convidados, enchendo a casa. Aquele abafo que lugar cheio de pessoas estavam me dando uns nervos. Eu preferia mil vezes estar no meu quarto, de preferência sozinho, ficar no computador ou jogar vídeo game.

Andei até a cozinha, por andar mesmo.

Um arrepio passou na minha espinha. Nunca havia me sentindo assim antes.

Era como se fosse... Algo está para acontecer. Meu coração acelerava, adrenalina estava se espalhando no meu corpo, a ponto de que, se acontecer alguma coisa, eu estaria preparado para correr dali. O problema é: a casa estava cheia.

Procurei pela minha irmã. Olhei para todos os lados e... Senti meu peito se aliviar. Ela estava com Annabeth, sentadas no sofá, tagarelando como sempre.

 - Eai, Cara! – uma voz me fez pular, quase mijar nas calças.

 - Filho da mãe! Quase mijei! – reclamei.

Luke começou a rir na minha cara – Ah qual é Percy? Você não é tão distraído!

Pior que era verdade. Eu não sou tão distraído. Essa sensação estranha está fazendo que eu perca a noção de tempo.

Voltei a procurar pela minha irmã. Virei por todos e... NADA!

Uma sensação de desespero passou por mim. Meu coração acelerou querendo sair da boca.

 - Luke, viu Thalia? – perguntei-o, enquanto ele pegava um drinque.

 Ele me encarou – Não.

Tentei manter minha respiração normal.

 - Vamos procurar elas – eu pedi.

 - Elas? – ele franziu as sobrancelhas.

 - Annabeth está com ela! – esclareci, puxando ele pelo braço, entrando na multidão.

Procuramos pelos quartos, salas...

Ah claro, como pude ser tão burro?

Puxei Luke até o jardim e andei por lá.

Ouvi gritos. Eram da Thalia, eu reconhecia a voz.

 - THALIA! – gritei procurando-a.

Quando achei, recebi um choque em minha visão.