Cidade Dos Corvos escrita por Dyêgo


Capítulo 2
Cidade dos Corvos: Capítulo Dois: O Começo.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/595991/chapter/2

CAPÍTULO DOIS:

Narração de Ellen:

Entrei com a Carla, afim só de chegar ao meu quarto e descansar depois de uma noite de viagens.

– Ele trata todos assim ou apenas a família mesmo? – Perguntei a Carla.

– Ele não tem mais família. – Falou Carla.

– Eu sou a família dele. – Falei. – Sou apenas a sobrinha, mas sou família.

– Então você é tudo que ele tem. – Falou Carla.

– Há quanto tempo trabalha aqui? – Perguntei a Carla subindo as escadas.

– Muito tempo. – Respondeu ela. – Mas trabalhei numa faculdade aqui perto por pouco tempo.

– E voltou?

– Sim.

– Por quê?

– Sr. Collins pediu. Naquela época eu estava pronta. Garotas de faculdade podem ser bem desestruturadas.

Narração de Dyêgo.

Aquele homem que eu mal conhecia as vezes me dava arrepios, ele era magro e usava sempre roupa social, ele me levou até seu local de trabalho, onde ele arrumava os corpos das pessoas para o funeral, eu só observava seu trabalho em um silêncio embaraçoso e chato.

– Se você tem influencias com a minha sobrinha, sugiro que use isso pra fazê-la ir embora. – Falou ele. – É o melhor para todos.

– Melhor para você. – Falei.

– Não tente adivinhar sobre mim Sr. Rivers. – Falou ele. – Juro, você estaria errado.

– Ellen também achou seu nome e uma foto em uma lápide, o que me deixou mais intrigado. Fez-me querer escavar lá e descobrir o que está havendo. Posso ser bem irritante quando estou curioso. – Falei olhando para o corpo da pessoa e a mão se mexe. – Ele se moveu. – Gritei.

– Arco reflexo, Sr. Rivers. Funciona mesmo depois de o cérebro parar.

– Aquela mulher levou Ellen pra onde? – Perguntei.

– A Sra. Grunwwald provavelmente a levou pra cima. – Respondeu. – A casa é por aquela porta. – Falou ele apontando para a porta e eu fui até ela e subi.

Narração de Ellen.

Eu estava em meu quarto lendo um livro quando tenho uma sensação estranha, como um frio e as coisas do meu quarto começam a tremer, mas dura muito pouco e ela para, momentos depois Dyêgo entra pela porta.

– O que foi? – Perguntou ele.

– Ouviu isso? – Perguntei.

– Se escutei oque?

– É... Nada. Deixa pra lá. Falou com meu tio? – Perguntei pra ele.

– Sim, você herdou o charme da parte de pai da família. – Falou ele. – O que aconteceu com você lá fora? Você meio que se assustou quando o viu.

– Não me assustei não. – Falei pra ele.

– Assustou sim. – Falou ele.

– É uma entrevista de emprego? – Falei vendo Dyêgo indo em direção à janela e olhando através dela. – Como é o cenário?

– Diferente. – Falou ele e eu vou até ele e também olho e vejo uma mulher abaixada limpando uma lápide do cemitério e uma menina que devia ter minha idade junto a ela.

– Por que ela está limpando uma lápide? – Perguntei.

Cemitério.

– Mãe, por favor, me deixe fazer isso. Ou contar para outra pessoa, você não deveria estar fazendo isso sozinha. – Falou a menina, mas a mãe não fala nada e um menino vem chegando de bicicleta. – Mãe!

– Me dê a outra esponja. – Pediu a mãe.

– Porque deixa ela fazer isso? – Perguntou o menino.

– Ela não deixará eu contar. – Falou a menina.

– Bom, eu já contei. – Falou o menino e a mãe olha pra ele com uma cara irritada. – A polícia precisa saber disso mãe...

– Já que eles foram tão prestativos conosco. – Completou a mãe.

– Qual é mãe? – Falou o menino.

– Eles sabem o que as pessoas pensam de mim, e pensam por si próprios. – Falou a mãe.

– O que você falou pra eles? – Perguntou a menina para o menino.

– Nada. Eles não falariam. – Falou o menino e a mãe se levanta para ir embora.

– Mãe! – Gritou a menina, mas a mãe não volta. – Se quiser ajudar, pega uma esponja. – Falou a menina para o menino.

– Eles farão de novo. – Falou o menino.

– Então limparemos de novo.

– Isso não mudará nada. Continuarão falando que ela fez.

– Não importa o que falam, Heleno. É tudo mentira.

– Os tiras não sabem disso, Eduarda, tudo que sabem é que alguém matou o papai, e não tem ninguém no radar, além da mamãe.

– Tudo bem, você venceu. Quer saber? Vou viver minha vida. E a mamãe deveria também, porque se esconder no quarto está claro que não vai ajudar. – Nesse momento os dois olham pra casa e percebem que Dyêgo e Ellen estão os observando, eles ficam encarando até que Dyêgo e Ellen saem da janela.

– Se estiver saindo, eu vou com você. – Falou Ellen vendo Dyêgo indo em direção à porta.

Dyêgo estava indo até os dois no cemitério, mas ao chegar lá eles não encontram ninguém.

– Onde eles foram? – Ellen perguntou a mim.

– Não sei. – Falei chegando a frende da lápide que eles estavam limpando e estava escrito “Viúva Negra”.

– Quem eram eles? Quem é viúva negra? – Perguntou Ellen.

– Vamos tirar algumas fotos das lápides. – Falei. – Vamos mostrar ao seu tio, ele não pode negar o que vê em uma foto. – A gente anda até a lápide onde eu vi meu nome e meu rosto, mas quando chegamos lá, não é mais meu nome e meu rosto nela. – O que é isso?

– Dean Ridgley? Esse é o lugar correto?

– Sim, esse é o lugar certo. Contei todas as linhas e todas as pedras ontem à noite.

– Está dizendo que não vimos o que vimos ontem? – Perguntou Ellen. – Pois sei o que vimos.

– Não, Ellen, nós vimos, e não está mais aqui.

– Então alguém trocou as lápides? – Perguntou Ellen. – Quem faria isso? Por quê?

– A única pessoa que falei sobre isso foi seu tio. – Falei andando.

– Onde você está indo?

– Você pode aprender mais em um cemitério. Vou à cidade, tem que ter um jornal ou biblioteca em que encontre os obituários. Tudo bem se eu for?

– Se estiver bem comigo pegando outro caminho até o Sr. Charm. Vim aqui pelas respostas, não vou sair até conseguir alguma coisa dele. – Falou Ellen saindo e eu indo à cidade.

Cidade.

Jornal local.

– Fecharão a cidade às seis horas para o desfile, é o único momento em que o oficial Hoga começa a escrever bilhetes, estacione na escola e vá a pé. – Ume menina falava ao telefone. – A propósito, preciso dos livros de física até segunda. Okay verei você à noite então.

– Oi, vocês são na verdade “a fonte desde 162”? – Perguntei a menina.

– Eu não, mas os papeis estavam aqui todo o tempo. – Falou a menina.

– Preciso falar com alguém sobre um registro de óbito. – Falei.

– Sinto muito por isso. – Falou a menina.

– Não é um novo. Na verdade é um bem velho, de um parente. – Falei.

– Qual é o nome?

– Dyêgo Rivers.

– É o nome dele ou de algum parente?

– Ambos.

– Sabe quando ele morreu?

– Morreu há 100 anos.

– Bem temos cópias de todas as edições desde a guerra civil, lá em baixo, pode dar uma olhada se quiser. – Falou a menina.

– Já terminou com os classificados? – Perguntou um homem a menina.

– Quase, pai. – Falou a menina.

– Quase? – Perguntou o homem. – Porque eu não ajudo o jovem e você volta pra lá?

– Posso ir lá embaixo procurar os papéis de meu parente? – Perguntei.

– Não posso deixar você descer no mortuário sozinho. – Falou o homem.

– Mortuário? – Perguntei.

– É lá que ficam as edições antigas. – Falou a menina e depois sai.

– Não é uma biblioteca. Não posso ter pessoas procurando coisas lá. – Falou o homem. – Mas se quiser, procurarei mais sobre seus parentes. Sugiro que veja os registros do condado até Driscoll. Volte com uma data específica, verei o que posso fazer.

– Obrigado. – Falei e a menina olha pra mim, depois saio.

Residência dos Collins.

– Estava procurando por você. – Falei chegando perto do meu tio.

– É uma casa grande, Ellen, fácil de se perder. – Falou meu tio.

– Especialmente quando quem procuramos não quer ser achada. Isso é oque você faz para ganhar a vida? – Perguntei me referindo ao corpo no caixão atrás dele.

– E meu pai, e o pai dele.

– Você fez isso para meus pais quando eles morreram?

– Não. Eu não era apto quando ocorreu. Você era muito pequena para se lembrar.

– Na verdade, eu era tão pequena que não me lembro de nada. Você esteve no funeral deles. Lembro disso. Você era meu único parente vivo, e me abandonou com estranhos. Por que você fez isso?

– Não posso explicar isso pra você. Você teve bastante tempo desde que me abandonou. Poderia ter ligado. Escrito uma carta. Mandado um cartão de natal, não sei. Feito alguma coisa.

– Pensei que era melhor...

– Bem, você estava errado.

– Percebi isso quando a vi hoje pela manhã. Mas a dor foi embora. Você deveria voltar para sua família adotiva.

– Eu voltaria se pudesse, mas não posso. Eu estava com medo de você pela manhã. E estava com tanto medo que esqueci a raiva que tinha. Só que estou melhor, temos bastante coisas para por em dia.

– Não acho que isso nos vá fazer melhor. – Meu tio falou se virando.

– Ei, eu estou aqui. Sua atual sobrinha viva lembra? Não vou a lugar algum até me responder algumas coisas sobre mim, meus pais, e o que aconteceu com eles.

– Sr. Collins. – Falou Carla chegando. – Os Shuberts estão aqui.

– Com licença. – Falou meu tio pra mim, e saindo e eu vou atrás.

– Ei! – Mas Carla me segura pelo braço.

– Tenha paciência com ele. Você trouxe perguntas, mas também trouxe muitas lembranças. – Falou ela.

– O que tenho que fazer para ter a atenção dele? Rastejar num desses caixões? – Falei saindo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cidade Dos Corvos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.