Namoro por Aluguel escrita por Zia Jackson


Capítulo 1
Um dia antes da proposta


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas balinhas de hortelã, tudo bem?
Espero que curtam os caps, eu vou tentar de tudo para fazê-los na melhor qualidade.

Beijos



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Acordo com o barulho do despertador.

— Droga – Falo, apertando com violência o botão que o desliga.

Sento-me na cama, piscando para espantar o sono. Passo a mão pelos cabelos, tirando alguns fios do rosto. Levanto devagar, pego o Jeans e a blusa azul, depois coloco a sapatilha bege nos pés e parto para o banheiro.

Faço o ciclo de todos os dias, depois escovo os longos cabelos loiros e aplico um pouco de rímel nos cílios. Não sou uma doida por maquiagem, mas não saio de casa sem rímel, dizem que os longos cílios deixam meus olhos azuis mais bonitos.

Saio do banheiro, andando pelo corredor da casa, depois entro no meu quarto. Parece que uma bomba explodiu lá dentro: A cama está lotada de cobertas, com o lençol jogado no chão, a cômoda abriga diversas peças de roupas que eu atirei para fora do armário branco ontem enquanto procurava a jaqueta, e para piorar ainda mais o chão está lotado de sapatos. Quase não dá para perceber o azul bebê nas paredes.

— Bom dia – Fala minha mãe, passando pelo corredor – Tive a impressão de que o quarto está desarrumado.

— Ah, eu não tenho tempo, se eu arrumar perco o ônibus.

— Assim que voltar eu quero que organize tudo.

Concordo com ela, pego minha bolsa e vou para a cozinha, pegar uma barrinha de cereal para engolir durante o percurso do ônibus.

Saio de casa apressada, assim como todos os dias, praticamente vôo até o ponto de ônibus (e tudo isso enquanto mastigo a barrinha de cereal, eu mereço palmas). Chego bem a tempo de ver a condução amarela dobrando a esquina.

— Quase que perde – Diz o cobrador assim que entro no ônibus. Como pego o mesmo há dois anos, os dois funcionários já me conhecem.

— Não posso me dar ao luxo de chegar atrasada.

Ele sorri, depois passo meu cartão e ele libera a catraca.

Como sempre, o lugar está lotado, mas minha amiga Melissa guardou um lugar para mim ao seu lado.

Melissa é bonita: Negra, olhos castanhos, cabelos enrolados e é bem alta e magra, sem ser uma tábua. Ela também vai de ônibus todos os dias, porque seu pai não pode a levar para a faculdade.

Nós duas vivemos em situações parecidas: Ambas somos irmãs mais velhas, ambas começamos a trabalhar cedo para ajudar a sustentar a casa, ambas estudamos de manhã e trabalhamos em uma cafeteria de tarde. Uma das diferenças é que ela perdeu sua mãe aos nove anos e eu tenho os meus pais vivos.

— Eu tenho uma prova horrível hoje – Diz ela, tirando os fones do ouvido. – Eu acho que irei mal.

— Bobagem, você é a melhor aluna de Agronomia. – Falo

— Depois do Sr. Safado. – Fala, com nojo

— Ah, João só queria te beijar – Falo, rindo

— Ele é um nojento.

Rimos e continuamos a conversar até chegarmos perto da faculdade particular “Unoestudos”. Não foi minha primeira opção, mas fazer o que, o que importa é o diploma.

Descemos no ponto , junto com outros vários alunos. Atravessamos a rua e lá está: Os dois grandes prédios cinza que guardam meu futuro.

Confiro o relógio e percebo que faltam cinco minutos para o início das aulas, então Melissa e eu nos separamos e corremos, Cada uma para seu prédio.

No caminho trombo com várias pessoas, vou murmurando alguns “Me desculpe” e corro para a minha sala.

O sinal toca, anunciando o começo de mais um dia de aulas.

* * *

Algum tempo depois...

 

Sra. Oliveira, eu já acabei o trabalho, posso ir ao banheiro?

Ela faz um sim com a cabeça, então me levanto e saio da sala. Durante o caminho até o banheiro fico pensando na lista de coisas que tenho que que fazer hoje, e ela é enorme.

Chego em frente ao banheiro feminino, abro a porta de madeira, que range um pouco.

Alguém dá um gritinho.

— Desculpa – Falo

Olho para a frente, dando de cara com uma das garotas do curso de Odontologia se agarrando com um rapaz, automaticamente o identifico como Miguel, o cara da minha classe. Ele é inconfundível: Cabelos pretos, olhos azuis, atlético. Apesar de ser um canalha, é bonito.

— Podem continuar – Murmuro.

Passo por eles e entro em uma das cabines do banheiro. Faço o que preciso fazer, enxugo e depois lavo as mãos na pia do lado de fora.

Se outro aluno fosse apanhado tendo um rolo no meio do banheiro,com certeza sentiria vergonha, mas estávamos falando de Miguel e de sua nova aventura, vergonha era uma palavra que não existia ali.

Saio do local pensando no ocorrido, com certeza terei muito assunto com Melissa hoje.

* *

— Você sabe quem era? – Fala Melissa. Acabo de contar sobre o ocorrido.

— Xiu – A repreendo – Desse jeito você espanta os clientes.

Estamos agora na cafeteria onde trabalhamos durante a tarde, a “Mocca Café”. Atrás do balcão, Melissa está horrorizada.

— Você se lembra da aparência dela? Porque meu pai conhece algumas pessoas da odontologia.

— Ela estava na festa de formatura do pessoal da Medicina no ano passado, lembra das fotos dela caindo?

— AI MEU DEUS! É A CORA!

— Xiu – Falo novamente

Um cliente que bebericava seu café nos encara com cara feia.

— Não acredito que ele pegou a Cora, ela é tão rodada.

— E ele é um santo, Ne? – ironizo

— Ok, eles se merecem.

Alguém cruza aporta de entrada, fazendo o sininho bater. Melissa me dá um cutucão nas costelas.

Quem passou é Tobias, o garoto que por quem tenho uma queda. Ele é descendente de asiáticos, mas já é bem abrasileirado.

— Oi -Falo, quando ele se encosta no balcão.

— Oi, eu queria um Cappuccino e um pão de queijo.

— Só isso?

— é.

Anoto o pedido e ele se senta em uma mesa. Sinto borboletas no estomago: Ele sempre fala comigo, mas me vê como uma amiga distante.

Após certo tempo, o pedido fica pronto e vou entregá-lo para o rapaz.

— E aí , como anda a veterinária? – Indago

— Bem legal, hoje mesmo eu ajudei no hospital veterinário.

— Que legal – Falo, sorrindo – Deseja algo mais?

— Não, obrigado.

Vou para o meu lugar, atrás do balcão e termino de repor os salgadinhos em seu devido lugar.

E assim meu dia se passa, em meio a muito trabalho. Chego em casa tarde, como é costume. Organizo meu quarto, estudo mais um pouco e acabo pegando no sono sem nem mesmo jantar, sem nem mesmo brincar com meu irmão Lucas, de nove anos.


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Notas finais do capítulo

Ficou pequeno? Ficou. Mas foi só para mostrar a rotina dela, então...


Beijos da Zia



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