O Sequestro - Cobrade escrita por Keth


Capítulo 23
Mamãe, estou apaixonada por um crimonoso!


Notas iniciais do capítulo

Gente, já passamos da metade da fanfic!



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Edgard

Hoje faz dois meses que a Jade foi sequestrada e as coisas aqui em casa estavam cada vez mais difíceis. Eu estava tentando, mas ainda não tinha conseguido a quantia que me foi pedida. A empresa estava passando por momentos de crise há algum tempo, ninguém sabia disso, apenas eu e Lucrécia. Os investimentos estavam baixos e a contratação de nossos serviços diminuíam consideravelmente. Então, Lucrécia começou a apresentar um quadro de depressão, que ainda era fraca, mas se não cuidasse podia piorar. Os remédios são bem caros e o médico recomendou, também, que eu não a deixasse sozinha, para que as coisas não se agravem. Minha ausência na empresa dificultou mais as coisas, tive que contratar uma pessoa de confiança para ficar em meu lugar e isso não contou barato. Eu me sentia culpado, muito culpado. Mesmo que a Lucrécia me dissesse o tempo todo que a culpa não era minha, eu sentia que podia ter feito algo mais. Poderia ter cuidado mais da Jade, contratado mais seguranças para vigia-la; se ela conseguiu sair sem ser notada é porque a segurança da casa não estava boa. Tantas vezes eu avisei, mais ela nunca me ouviu, pelo contrario, achava que eu era super protetor e não confiava nela. Fico pensando em como será que ela esta agora, se esta sendo mal tratada ou passando fome. Não gosto nem de pensar nessa hipótese. Não consigo imaginar minha filha tão ingênua e indefesa nas mãos de sei lá quem. Mas eu juro, quando eu colocar as mãos nesse sujeito ele não vai sair ileso dessa história.

Jade

Cobra veio falar comigo sobre meus comportamentos no dia anterior, ele
estava desconfiado de que eu estivesse grávida. A aquela altura, eu
também tinha as minhas suspeitas, os enjoos constantes que eu andava
tendo mas não tinha dito ao Cobra já faziam com que eu ficasse alerta.
Um bebê, possivelmente eu teria um bebê, aquilo fez com que eu me
sentisse muito feliz, uma pequena criaturinha talvez estava a caminho e
eu não poderia estar mais feliz por ser do Cobra. Claro que era apenas
uma suspeita, mas, eu queria muito que fosse verdade, eu queria ter essa
criança, mesmo que estivéssemos em circunstâncias nada boas. Cobra não
estava feliz, estava muito preocupado e nervoso, ele me alertou que
agora conseguimos atingir o ápice do perigo, estávamos no momento mais
delicado, e definitivamente assinamos e até carimbamos nossa sentença de
morte. Lobão nos mataria se descobrisse, e isso fez com que hoje
começássemos a pensar num plano para sairmos logo daquela situação, mas
até agora não conseguimos pensar em nada, nenhuma ideia que fosse boa e
o pior: Ninguém poderia nos ajudar.

– Cobra, acho que sei de alguém que pode os ajudar!

– Quem? – ele perguntou.

– Minha mãe - Cobra olhou para mim com uma cara de “você só pode estar
brincando” – Estou falando sério!

– Como ela pode os ajudar? Dizendo tudo a polícia? Se desesperando?
Jade ela é a última pessoa que podemos pedir ajuda – revirei os olhos.

– Cobra, me escute, minha mãe é a pessoa mais sensata que
conheço, eu tenho certeza que ela pode nos ajudar, tenho um plano e acho
que pode dar certo! – Cobra me olhava ainda desconfiado, eu bufei e
olhei bem para ele – Por favor, confie em mim! – depois de um tempo
Cobra assentiu.

– Ok, vou buscar o celular – então ele saiu me deixando na sala.

Meu plano era simples, eu ligaria para a minha mãe e combinaria um lugar
próximo a aquela casa para me encontrar com ela e fugir, Cobra diria
que de alguma forma eu escapei e depois ele diria que sairia a minha
procura, aí ele iria até a delegacia e entregaria todos, eles seriam
presos e eu, ele e o nosso bebê – se é que tenho um bebê dentro de mim –
poderíamos viver em paz. Em tese meu plano era bem simples, mas na
pratica nem um pouco, eu teria de contar a minha mãe tudo o que
aconteceu entre mim e Cobra, pulando a parte da suposta gravidez,
depois eu teria de convencê-la a não dizer nada ao meu pai para que ele
não se desespere e acabe mandando a polícia atrás de nós. Finalmente
Cobra chegou com o celular e me entregou, respirei fundo e disquei o
número sem nem hesitar, nos primeiros toques minha mãe atendeu:

– Alô? – sua voz parecia cansada e preocupada.

– Mãe? Mãe sou eu! Jade! – ouvi um grito do outro lado.

– Filha? Filha! Você está bem? Está machucada? Os policiais vão
encontra-la logo vou falar com o seu pai e...

– Não! – gritei – Mãe, preciso que me escute com muita atenção! Está
entendo? – Minha mãe ainda estava histérica ao telefone, se meu pai
estiver por perto meu plano não ia dar certo – Preciso que me ouça com
muita atenção e não conte nada ao papai! Nem a polícia! Preciso da sua
ajuda, posso confiar em você? – ela suspirou ao telefone e falou mais calma.

– Ok filha, pode confiar – respirei fundo e pensei na melhor forma de
dizer a ela tudo que estava acontecendo.

– Mãe, primeiramente quero te perguntar... Está sentada?

– Não, por quê?

– É melhor se sentar, papai está em casa?

– Não, mas por quê eu tenho que...

– Apenas sente no sofá mãe, a história é longa e chocante...

Contei a minha mãe desde os meus primeiros dias no sequestro, até os
momentos onde Cobra cuidou de mim, quando nos beijamos, quando
percebemos que estávamos apaixonados, e quando decidimos recentemente
bolar um plano juntos para fugir daquele lugar e daquelas pessoas para
quem ele trabalhava, deixando de fora as vezes em que transamos, o
pedido de casamento e é claro a suspeita de gravidez. Minha mãe ficou
muda ao telefone, apenas escutei sua respiração irregular demonstrando
de uma forma bem perceptível seu desespero e seu nervosismo, eu sabia
que minha mãe levaria um tempo para assimilar tudo mas esperava que ela
pudesse compreender.

– Jade, você se envolveu com um criminoso?! – eu sabia que ela ia
surtar no começo, o difícil era controlar esse surto – Eu não te criei
para se relacionar com um criminoso!!

– Mãe, Cobra não é um criminoso ele...

– Ele só te sequestrou a dois meses! Apenas isso! – eu odiava a ironia da
minha mãe – Ele fez a sua cabeça e agora você realmente acredita que ama
ele?! Jamais vou permitir que você fique com ele! Esse cara tirou você
de mim, te levou para algum lugar e ainda quer dinheiro do seu pai para
te devolver, como pode acreditar que ele te ama? – minha mãe gritava ao
telefone.

– Mãe! Pare com isso! Me escute! – com muito custo comecei a explicar a
história de Cobra e sobre o cara para quem ele trabalhava, várias vezes
minha mãe me interrompia ainda nervosa, mas, aos poucos ela finalmente
se acalmou e me deixou explicar também o meu plano de fuga, e graças a
Deus no final ela compreendeu e se acalmou.

– Mas, onde vamos nos encontrar? – ela perguntou.

– Em algum lugar aqui por perto, Cobra e eu vamos decidir onde, assim
que souber avisarei. Mãe, isso tem que ficar somente entre nós! Ninguém
mais pode saber. E digo uma coisa mamãe, se não chegarmos no horário
combinado ao local de encontro chame imediatamente a polícia e mande nos
procurar pelas redondezas entendeu?

– Entendi, não se preocupe, se isso for te trazer em segurança para mim
eu farei tudo. Agora me responda uma coisa minha filha, você tem certeza
mesmo de que esse cara realmente ama você? – levantei minha cabeça e
olhei para Cobra, ele parecia aflito com a nossa conversa mas me olhava
com um carinho e confiança que me acalmavam, eu sentia que podia fazer
tudo com ele ao meu lado, ele se aproximou e deu um leve beijo e se
sentou ao meu lado.

– Nunca tive tanta certeza em toda a minha vida – sorri para ele com ternura.

– Percebo pela sua voz que seu sentimento é muito sincero, se isso a faz
feliz eu não vou proibir, mas, não garanto que vou aceita-lo – fiquei
triste com aquilo mas eu entendi o lado dela.

– Tudo bem mamãe, vamos nos falar em breve, eu amo você.

– Eu também amo você minha filha – então eu desliguei.

– Me perdoe – Cobra disse quase num sussurro.

– Não se preocupe, quando sairmos dessa situação ela vai entender –
sorri para ele.

– Acha mesmo? – assenti e dei risada – O que foi?

– Mamãe eu estou apaixonada por um criminoso! – Cobra riu também e veio
me beijar.

– Que tal aproveitarmos pra namorar um pouquinho? – ele nem precisou
insistir muito, no mesmo momento eu correspondi, fazendo uma prece
silenciosa a Deus para que jamais me separasse daquele homem maravilhoso
que eu amava.


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