“Não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte”
Essa frase já estava escrita na parede do meu quarto há muito tempo, e eu nunca entendi o motivo de minha Vó ter escrito aquilo ali, mas agora lembrando das palavras de Kitty elas pareciam fazer muito sentido. Fred Helmet foi meu namorado por 3 anos, e fomos reis do baile por também 3 anos, nós nos conhecemos por acaso em uma festa, nós nos beijamos e naquele noite eu soube o que era gostar de alguém de verdade, depois daquele dia ele me pediu em namoro e eu aceitei, nós fomos felizes, muito felizes, brigávamos ás vezes por motivos fúteis como por futebol, por incrível que pareça eu amo futebol e ele também, daí discutíamos, mas todos as nossas brigas sempre acabavam em beijos, nossa felicidade foi quebrada quando seus pais se mudaram para Londres, e desde aquele dia, eu nunca mais quis me envolver com ninguém. Kitty estava certa, eu coloquei Fred em pedestal e ele não é nenhum anjo, eu sempre considerei que ele tivesse um bom coração porque sempre se preocupou com os pobres e todos os Sábados nós íamos conversar com as idosas do condomínio e levávamos flores à elas. Hoje Kitty me falou coisas que por mais que eu odiasse aceitar, faziam todo sentido. Algo me dizia que ele realmente havia me traído.
Peguei a foto que estava sob minha escrivaninha, era uma foto de Fred e eu na praia, eu vestia um vestido branco e um biquíni rosa que se via facilmente pela transparência do vestido e Fred estava sem camisa e usava uma bermuda verde que realçava seus lindos olhos esmeralda, naquela foto nós estávamos incrivelmente parecidos, o mesmo tom de cabelo loiro e os olhos verdes.
– É hora de viver Jane! – Eu disse pra mim mesma e rasguei a foto.
Dormi tranquilamente naquela noite. Acordei com meu despertador tocando Fancy da Iggy Azalea.
– Não se pode ter um sono de beleza! – Eu gritei
Me levantei da cama lentamente, tomei um banho e depois de alguns minutos eu estava pronta, hoje eu vestia uma calça jeans, uma blusa de gola preta e uma jaqueta de couro branca. Meus cabelos estavam soltos e tinham pequenas ondulações nas pontas, calcei um sapato bege de salto alto, que pena eu não ser alta!
Desci as escadas da minha casa e minha mãe já estava me esperando, já que ela sabia que eu não tomava café da manhã. Entrei no carro e depois de algum tempo perguntei:
– Mãe, quem me atropelou?
Ela me olhou por alguns segundos e disse:
– Porque você quer saber isso? A errada da história é você!
– Mas eu quero saber quem foi! – Eu falei
– Acho que você não o conhece, ele é filho da Rosemary Krugger, ele se chama Thomas, e ficou incrivelmente preocupado com você. – Minha mãe respondeu, agora eu tinha mais uma pista sobre o garoto, ele se chamava Thomas Krugger.
Cheguei ao colégio, e quando eu comecei a andar escutei o som do meu salto batendo no chão, como eu gosto disso!
– Jane! Jane! – Katy e Lilly gritavam em uníssono
Parei de mexer no celular por uns instantes e dei uma olhada para as duas que se aproximavam.
– Podem dizer. – Eu disse calmamente voltando a andar.
– Ai amiga! Eu nem acredito! O Ryan me convidou para o baile! – Katy disse eufórica e eu sorri.
Ryan Leinsty é o novo capitão do time de futebol da escola, agora que Fred está na Inglaterra, ele é um galinha tremendo, e antes de convidar a Katy me convidou mas eu disse que nunca aceitaria e como eu sabia que a Katy estava afim dele, sugeri que ele a convidasse, pelo visto funcionou.
– Porque não acredita? Você é uma das mais populares da escola, como pode estar surpresa? – Eu disse e ela sorriu, meu carisma é indiscutível.
– E você Lilly, quem te convidou? Brad Gelby? – Eu tentei adivinhar.
– Quem dera Jane! O Brad só tem olhos pra você, quem me convidou foi o John. – Ela disse suspirando.
Pelo visto não funcionou muito bem com o Brad, ele também me convidou e eu sugeri que convidasse a Lilly, mas dessa vez não deu. De qualquer forma John Lefroy é um cara incrivelmente legal.
– E você Jane? Você sabe que precisa de um rei à sua altura não é? – Katy falou e eu suspirei, não entendi o motivo mas me peguei pensando no imbecil de ontem, sim ele é um imbecil, mas daria um excelente acompanhante para mim.
– É eu sei, mas ainda estou pensando na minha candidatura, nenhuma de vocês gostaria de ser a rainha? – Eu perguntei.
– Nem em sonho. – As duas responderam em uníssono novamente.
– Eu vou dar um jeito nisso, fiquem relaxadas, eu ainda sou Jane Sparks. – Eu respondi mostrando uma confiança que eu não tinha, eu agora sei exatamente onde mora o acompanhante perfeito pra mim, talvez eu posso fazê-lo menos imbecil com algum esforço, não eu definitivamente não posso.
Depois das cansativas aulas de Inglês, eu fui novamente para a biblioteca, avistei um livro da autora que inspirou meu nome, Jane Austen. Folheei o livro por algum tempo até que escutei a mesma voz de ontem.
– Oi Jane. – Emilly falou e me olhou com um olhar triste.
– Oi Emilly! Você parece triste o que aconteceu? – Eu perguntei
– Não é nada, você me acharia fútil se eu contasse. – Ela respondeu fitando o chão.
– Eu sou a última pessoa do mundo que pode chamar alguém de fútil, vamos lá conte! – Eu disse abrindo um sorriso.
– Sabe, você conhece o Bryan Bennet? – Ela perguntou e eu afirmei.
Eu realmente sabia quem era Bryan Bennet, ele era um irlandês de bochechas rosa, cabelos ruivos e um sorriso incrivelmente fofo, estava no primeiro ano do ensino médio, e havia chegado ao país há pouco mais de 1 ano.
– Eu meio que gosto dele, mas ele nunca olha pra mim, parece só ter olhos para a Miranda oferecida, só porque ela é líder de torcida e eu não. – Ela murchou e foi ai que eu tive um idéia.
– Então você quer chamar a atenção dele? – Eu perguntei.
– É o que eu mais quero no mundo! – Ela respondeu.
– Já sei como vamos fazer isso. – Eu garanti, acho que eu acabei de achar a solução para o meu problema. “Jane você é um máximo.” Pensei.