My Secret Past | Dramione escrita por Isabelle Munhoz


Capítulo 10
Capítulo 10 - Poor Snape


Notas iniciais do capítulo

Eu estou aqui.
Com um cap. perfeito e já sabendo qual vai ser o rumo da fic.
Sorry a demora, novamente.
Espero que gostem.
Boa leitura.



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– Não, obrigada. – falei com desgosto. – Te tocar é a ultima coisa que quero nesse momento.

Um sorriso safado apareceu na cara daquele loiro aguado.

– Tem certeza? – perguntou. – Não pareceu assim ontem a noite.

Senti o rubor se espalhar por meu rosto.

– O que aconteceu ontem a noite? – perguntei mesmo com medo da resposta.

– Tem certeza que não se lembra? – ele não me respondeu. – Ou apenas não quer lembrar?

Ajeitei-me melhor na cama irritada com aquele jeito convencido de Draco Malfoy.

– Não tem por que eu não querer me lembrar. – eu disse tentando ser firme. – Não tem como eu ter feito algo que me arrependesse com você.

Malfoy riu!

Canalha.

– Tem certeza, Granger? – perguntou. – Então você queria mesmo me beijar, né?

– Eu não queria te beijar!

– Você acabou de dizer que não fez nada que não queria. – o sorriso que ele deu em seguida foi tão cafajeste.

– Eu não te beijei! – afirmei rezando para que fosse verdade.

– Não apenas me beijou como me empurrou na parede e tentou tirar a minha roupa. – Draco continuou. – Mas eu tinha que te levar pra enfermaria né, não poderia continuar, vai que sua gripe passasse pra mim.

Minha boca se abriu em “o”.

– Não é verdade. – Não sabia se eu tentava me convencer ou convencer a Malfoy. – Isso não aconteceu, eu nunca faria isso.

– Tem certeza disso?

Eu não tinha.

– Espero que não tenha me forçado a fazer nada Draco Malfoy ou vai se arrepender do dia em que nasceu... – comecei mas fui interrompida.

– Você que tentou me forçar a algo, senhorita Granger.

Semicerrei os olhos.

Tirei a coberta de cima de mim pronta para jogar minhas pernas para fora da cama e me levantar e estrangular aquele filhote de comensal, fuinha, seja lá qual seja o insulto que aparecer ele é! Mas Draco logo notou o que eu iria fazer e com os braços me impediu de levantar.

– Melhor ficar nada cama, você parecia que estava morrendo ontem. – comentou parecendo preocupado.

E o sorriso sem vergonha não estava mais em seu rosto.

– Mas afinal o que eu fui fazer na Sonserina? – pensei em voz alta.

Eu estava começando a achar que não gostaria de lembrar o que acontecera na noite passada mas a curiosidade estava me matando. Quando fui dormir parecia tudo bem comigo e quando acordou meu mundo parecia que tinha virado de ponta cabeça.

– Você disse algo sobre eu ter morrido e te chamado. – ele respondeu puxando uma cadeira e colocando ao lado da minha cama.

– O que você esta fazendo? – perguntei.

Draco me olhou como se eu fosse tonta.

– Eu estou sentando. – disse. – É isso que acontece quando você puxa uma cadeira e resolve colocar a sua bunda nela.

Revirei os olhos.

– Eu quis dizer por que não esta indo embora?

– Por que estamos conversando. – ele falou. – É rude sair no meio de uma conversa.

Tossi.

– Que não seja por isso. – eu disse. – Acabamos por aqui, pode ir embora.

O Sonserino sorriu.

– Não é interessante que passamos por tantas coisas e no final acabamos na enfermaria? – perguntou. – Eu vim aqui para conversarmos sobre o baile.

– Não estou em condições para falar sobre o baile agora. – respondi.

– E isso é perfeito. Não esta em condições para fugir de mim.

Fechei a cara.

– Então vamos começar pelo básico. – ele falou pegando um papel e uma caneta da mochila que eu nem tinha reparado que trouxera. – Qual vai ser o tema do baile?

– Tema? – indaguei.

– Sim. – respondeu enquanto colocava os pé na minha cama. – Poderíamos fazer algo sobre guerra e luta, sacrifício.

Franzi o cenho.

– Isso é uma péssima idéia. – afirmei. – Acabamos de sair de uma guerra.

– Por isso mesmo. – Draco disse enquanto rabiscava a folha. – Todos do nosso ano tiveram uma participação ativa na guerra, algo que homenageasse todos por não ter morrido nisso tudo.

– Deveríamos estar homenageando quem morreu, não quem ta vivo. – eu disse como se fosse obvio.

– Não, ficar vivo foi o difícil nisso tudo. – Malfoy falou.

Balancei a cabeça negativamente.

– Não estamos entrando num acordo. – eu disse. – Guerra não, temos que celebrar a vida, não a guerra.

E assim continuamos a nossa conversa sobre como planejaríamos o baile. E devo dizer que quase não o matei por pouco. Não concordávamos em nada! Céus, foi bom termos terminado antes por que nunca daríamos bem como um casal já que só discordávamos. Ele queria uma coisa e eu outra e nenhum queria ceder. Quando percebi que já era quase final da tarde comecei a ficar animada por saber que logo iria sair dali.

– Aonde madame Pomfrey foi falar? – pensei em voz alta.

Draco que estava quase dormindo na cadeira dele pareceu despertar com a minha voz.

– Oi?

– Malfoy vai embora, esta quase caindo de sono aqui. – pedi.

– Estou bem. – ele respondeu se remexendo na cadeira que não parecia nada confortável.

– Nem sei o que você ainda esta fazendo aqui, pode ir embora.

– Não quero te deixar sozinha. – Draco foi honesto.

Olhei para baixo envergonhada.

Ele estava ali na cadeira desconfortável tentando agüentar meu gênio forte e eu sendo mal educada apenas para que eu não ficasse sozinha.

– Esta tudo bem. – afirmei. – Logo Gina ou Harry aparecem.

Malfoy franziu a testa.

– E o pobretão Weasley? Você poderia ter morrido e nem para fazer uma visita ele serve? – Draco perguntou parecendo revoltado. – Que ótimo namorado ele é.

Droga, Malfoy, eu estava tentando não pensar em Ronald.

– Acho que não somos mais namorados. – comentei e vi Draco abrir um sorriso. – Mas que merda Malfoy, você tem que pelo menos fingir estar chateado para que eu me sinta bem! É assim que funciona o esquema de consolar alguém.

O loiro deu de ombros.

– Eu não estava tentando te consolar de qualquer modo. – respondeu. – E mesmo assim, não gostava do Weasley, não vou fingir estar triste por terem terminado.

– Seu valores estão trocados. – falei e balancei a cabeça. – Vai embora Malfoy, eu posso ficar sozinha por mais alguns minutos.

Draco bufou.

– As vezes você enche o saco, Granger. – disse.

Sorri.

– E você enche sempre. – falei.

Ele sorriu de volta e se levantou.

– Se precisar de mim sabe onde me encontrar, e como entrar na masmorra. – ele disse e seu sorriso virou arrogante.

– Nunca mais falaremos sobre esse episodio. – pedi.

Draco começou a andar em direção a saída mas antes ainda disse:

– Você não vai se esquecer tão facilmente.

***

Depois que Malfoy saiu esperei quase uma hora até madame Pomfrey aparecer e me dar alta. Ainda me deu uma poção esverdeada que além de ter aparência feia e cheiro ruim tinha um gosto horrível que quase me fez vomitar tudo ali, mas com a ameaça de Popy dizendo que se eu vomitasse teria que tomar outra engoli tudo e tentei mandar para o meu estômago.

Andava sozinha pelos corredores do castelo que estavam estranhamente vazios. Sim eu sei que era domingo inicio de noite mas tinha que ter pelo menos uma alma – viva!! – andando pelo castelo mas não, os únicos que me faziam companhia era os fantasmas que curiosos vinham me perguntar algumas coisas sem sentido alguma, e até pediram para servir de cupido, pelo jeito o barão sangrento estava apaixonado por um fantasma que vivia na torre da Corvinal, prometi que pediria para Luna dar o recado.

Logo cheguei na escadaria que daria para minha torre e tive que esperar um pouco até as escadas mudassem para o jeito que me levaria para a porta e com isso comecei a olhar ao redor. Ouvi barulhos e procurei para ver se tinha algum fantasma mas não vi ninguém, imaginei ser Pirraça mas desde a guerra ele ficara mais quieto, acho que ainda estava de luto por Fred. Todos os corredores que conectavam com o salão que eu estava, ficaram escuros como se já fosse madrugada não apenas seis da tarde. Senti uma rajada de vento bater em mim e procurei alguma janela para que pudesse ter entrado mas não encontrei nada aberto. Meu sentido de auto-preservação apontava para eu ir embora logo dali mas as escadas não se ajeitavam logo. Se continuasse tudo assim teria ficado de boa se eu não tivesse visto o que vi em seguida. Das sombras de um corredor escuro saiu um vulto que logo foi tomando forma e eu vi.

Era Snape!

Mas não tinha como realmente ser Snape. Por que ele estava morto! Mas estava ali logo a minha frente. Era da mesma altura e tinha até o cabelo seboso que tantas vezes já zuamos. Por um momento me senti paralisada. Será que por algum motivo o espírito do professor de poções não havia conseguido seguir em frente e agora seria mais um dos fantasmas do colégio? Mas se fosse isso alguém já teria o visto.

Senti minha cabeça latejar e o gosto amargo da minha boca voltou me fazendo lembrar do remédio que eu havia acabado de tomar. Será que poderia ser isso? Apenas um efeito colateral do meu remédio? E isso me fez ter uma alucinação bizarra com Snape? Por que meu cérebro me fez ver bem esse morto? Eu amaria ver Dumbledore! Ou Lupim! Tonks ou Fred! Não Snape.

Enquanto pensava nisso pisquei diversas vezes para ver se Severo sumia mas nada aconteceu. Até que tudo atrás dele pareceu entrar mais nas trevas e ele lentamente, como se saísse de um filme de terror, levantou o braço e apontou para mim. Vi suas pernas tentarem andar e aos poucos ele começou a vir em minha direção. Mesmo sabendo que provavelmente era apenas um efeito colateral do remédio meu corpo reagiu sem que eu pensasse.

Pra minha sorte as escadas já havia ficado do jeito que eu precisava e comecei a correr como se o mundo fosse acabar. Estava correndo para salvar minha vida. Quase tropecei no penúltimo degrau e ofegante olhei para braço a procura do meu antigo professor mas nada encontrei. Bati na minha cabeça me recriminando por dentro. Qual é, Hermione, não é como se Severo Snape havia vindo aqui apenas para te pregar uma peça.

– Algo errado senhorita Granger? – o quadro da mulher gorda perguntou ao me ver ofegante parada logo a sua frente.

– Nada não. – respondi quando consegui fôlego. Logo falei a senha e ela se abriu para que eu pudesse entrar.

Quando entrei no salão comunal olhei para trás como se quisesse novamente olhar para a escada mas o máximo que vi foi o quadro se fechando novamente. Suspirei e tentei acalmar a minha mente. O que eu estava pensando não fazia o mínimo sentido. Se meus amigos soubessem o que eu estava pensando iriam rir de mim pelos próximos dez anos.

Balancei a cabeça e resolvi esquecer minha pequena alucinação e subir para meu quarto mas quando voltei a andar vi Gina e Harry sentados em frente a lareira e assim que me virar fizeram sinal para que eu me aproximasse. Assenti e logo andei tentando não esbarrar em nenhum outro aluno e cheguei até eles.

– Popy já te liberou? – Gina perguntou e ficou quieta com a minha cara. Gina amor, que pergunta obvia já que eu estava ali!

– Como foi o treino? – perguntei fingindo me importar.

– Excelente. – Harry que respondeu. – Estávamos todos enferrujados mas com algumas semanas de treinos poderemos melhorar e ganhar a taça das casas esse ano, não quero perder bem no meu ultimo ano como capitão.

– Não vamos perder, Harry. – Gina falou entusiasmada. – É só melhorar os batedores, o time desse ano esta até melhor do que do ano passado, acredite.

– O espírito do Snape poderia ter ficado para assombrar o castelo? – interrompi todo o papo sobre Quadribol.

Harry e Gina se viraram me olhando com uma surpresa enorme estampada em seus rostos.

– Snape? – Harry repetiu.

– Sim, poderia? – perguntei novamente.

Toda aquela situação estava me deixando nervosa.

– Eu ouvi Minerva um dia comentando com Slughorn que não. – Harry disse. – Que ele fez um feitiço que não deixaria seu espírito preso ao castelo, pelo que eu entendi todos os professores tem que fazer para isso aqui não ficar infestado de ex-professores.

– Então não tem como ele estar por aqui, certo? – insisti.

– Pelo que eu saiba, não.

Sorri.

Deveria ser o efeito colateral da poção mesmo.

– Por que a curiosidade, Hermione? – Gina perguntou.

– Ah, vocês sabem, só quero saber de tudo. – Eles assentiram e aceitaram essa resposta. – E onde esta Ron?

Eles estavam tão distraídos até então ficaram tensos.

– Não saiu do quarto desde que entrou lá depois do almoço. – Harry respondeu.

– Acho melhor ir lá conversar, Hermione. – Gina pediu. – Estou preocupada com meu irmão.

Mordi o lábio, preocupada.

– Mas o que eu falo?

Os dois apenas deram de ombro como se também não soubessem.

Suspirei fundo e concordei. Era a hora. Tinha que falar com meu namorado, ou então, ex namorado. Agora não me importava nada a não ser ter a amizade de Ron de volta e fazer ele parar de ser tão criança. Despedi-me dos meus amigos e tentando subir sem que ninguém percebesse fui para o dormitório masculino e abri a porta do quarto dos meninos onde encontrei Rony jogado na cama olhando para o teto.

Ele balançou o rosto e assim que viu que era eu se levantou e sentou na cama enquanto me olhava caminhar até a cama de Harry que era ao seu lado. Nenhum dos dois disse nada a principio e eu não fazia idéia de como começar a conversa.

– Hermione... – ele começou a falar mas o interrompi.

– Desculpe. – pedi. – Fiz errado em ter escondido o relacionamento que tive com Malfoy. – dei uma pausa para recuperar o fôlego e continuei: - Mas durante eu não podia falar por que vocês o odiavam, depois eu estava tão magoada que nem mencionar o nome dele conseguia, e acabou virando um habito para mim não falar sobre ele.

Ron me olhava com o rosto de um cachorro que foi abandonado e aquilo me matava por dentro.

– Eu... Eu sei. – ele disse e eu me surpreendi. – Na verdade nesse ultimo dia eu pensei muito. – deu uma pausa. – Mas Hermione... Você ainda gosta dele, não gosta?

Arregalei os olhos.

– Ron... Isso é besteira. – falei convicta. – Eu não gosto de Malfoy.

– Não negue isso, Hermione, você não sabe como esta sendo difícil para mim falar sobre isso sem gritar, eu odeio aquele cara! Odeio! E saber que vocês já tiveram algo... Esta me matando. – Rony falava e seu desespero era mostrado pelo seu tom de voz. – Então não minta para mim.

– Eu não estou mentindo. – eu disse.

Ronald me olhava como se eu estivesse mentindo.

– Não posso continuar com isso Hermione. – ele falou. – Sempre penso nos momentos que vi vocês juntos eu consigo ver isso. Consigo ver que ainda se gostam e eu não conseguirei viver paranóico de a cada momento que ver vocês se olhando fosse ser o fim do nosso relacionamento.

Sim, eu já tinha imaginado que tudo aquilo que acontecera nos últimos dias daria no nosso termino mas mesmo assim estar ali ouvindo Ron dizer tudo aquilo era horrível e assustador. Abaixei o olhar por que não conseguiria sustentar o dele por muito mais tempo. Senti que tinha lagrimas querendo sair mas tentei não deixar. Meu coração parecia quebrado e eu me odiava por ter feito uma pessoa tão maravilhosa como Ron sofrer.

– E nossa amizade? – perguntei mesmo com a voz falhando.

– Eu preciso de um tempo agora. – ele falou. – Não sei se vamos conseguir voltar o que éramos antes mas... Agora eu preciso ficar sozinho.

Fechei meus olhos enquanto absorvia suas palavras e logo me levantei.

– Entendi.

Eu não esperava que ele dissesse mais anda e ele não estava pronto para falar. Então rumei em direção a porta e agradeci a Merlin por ter colocado um pouco mais de maturidade na cabeça dele para termos essa conversa. Sabia que se fosse o Ron de antigamente teria mais gritos que tudo mas agora eu conseguia ver como Ron não era mais um garoto, já era um homem.

***

No dia seguinte como tinha aula tentei ao máximo ficar longe de Ron mas era difícil quando fazíamos quase todas juntos. Queria respeitar seu espaço como ele havia me pedido só que o que eu mais queria fazer era correr e ter Harry e Rony e conversamos como fazíamos antigamente. Mas agora eu não podia, e só rezava para um dia podermos ser o trio de outro de novo.

Por fora eu mostrava que estava bem mas só Gina me viu chorar quase a noite toda anterior enquanto mexia em meu cabelo e dizia que tudo iria ficar bem. Mas naquele momento não parecia que algo um dia iria ficar bem no futuro. Só que estava desse jeito tão negativa nunca foi algo natural em mim então tentei o máximo que consegui pensar em outra coisa e tentar fazer tudo como se não tivesse nada errado.

Porem é claro que nada poderia ser perfeito, certo? Eu tinha que passar vergonha novamente. Não fora o suficiente eu ter ido com febre parar no dormitório masculino da Sonserina, eu tinha que de novo ter me encontrado com aqueles imbecis. Calma, já vou explicar como isso aconteceu. Como seu não podia pensar em Ron e como eu gostaria de ir lá conversar com ele tentei me focar em outra coisa e no que eu resolvi me focar?

Sim, você acertou se deduziu que eu quis lembrar o que diabos eu fui fazer naquele dia atrás de Malfoy. Odiava não lembrar do que havia acontecido e tinha medo do que Draco falou ser verdade e eu tê-lo beijado. Eu não poderia ter feito isso...Certo? Então tentei me focar ao máximo no que aconteceu e aos poucos minha memória foi voltando. Primeiro me lembrei do sonho o que me deixou muito nervosa e me fez entender por que eu falava que Draco me chamara depois de morto mas quando eu finalmente me lembrei de ter ameaçado o quadro... Foi ai que a culpa bateu.

E claro que eu não podia ficar quieta no meu canto, podia? Já que passei por todas as aulas do dia, eu poderia ter ficado sentada em algum canto do castelo e feito tarefa, estudado, seja lá o que me desse na telha mas a culpa estava me matando. Então quando pensei que todos estariam fora do castelo, já que estava um dia claro e qualquer um com um cérebro - sem culpa como eu – gostaria de passar do lado de fora do castelo. Fui até a masmorra da Sonserina e parei em frente ao quadro que assim que me viu arregalou os olhos e pegou algo e apontou em minha direção.

– Se tentar me forçar novamente a abrir essa porta mocinha trarei reforços, e seu rosto nunca mais será desse jeito. – ele me ameaçou.

O que só me fez sentir pior ainda.

Balancei os braços tentando acalmá-lo.

– Não, não. – eu disse. – Não vim para isso. Eu só queria... – e dei um passo para me aproximar dele.

– Se afaste senhorita Granger. – ele rosnou. – Tenho um bastão e não tenho medo de usar.

Fiquei pensando como ele esperava que um bastão de ferro que estava dentro do quadro fosse me acertar, mas eu também não queria descobrir.

– Eu só quero me desculpar...

– Granger? – com certeza eu odiei algum chamar meu nome ali!

Virei e vi pelo corredor vindo Zabini e Nott que pararam ao me ver parado em frente ao quadro deles que tinha um bastão apontado para mim.

– O que esta fazendo aqui? – Zabini perguntou.

Nott riu e disse:

– Não vê? Ela veio atrás do Draco de novo. – a ironia estava obvia em sua voz. – Esta até ameaçando o nosso quadro! Pelo menos ele esta tentando se defender, isso mesmo mano, não deixe mais Grifinórias acabar com sua masculinidade.

Revirei os olhos.

– Não estou aqui atrás da fuinha. – rosnei. – Só vim me desculpar com esse maldito quadro que acha que pode me machucar com essa merda de bastão.

Quando terminei meu pequeno desabafo para melhorar toda a questão o quadro se abriu e o maldito Draco Malfoy saiu daquele buraco e nos olhou confuso e assim que me viu deu um sorriso arrogante. Maldito seja!

– O que esta acontecendo aqui?

– Nada. – respondi.

– Ela veio atrás de você, Draco. – Nott disse indo até ele e batendo no ombro do amigo. – Ta fazendo sucesso com a Granger viu cara.

– Eu não vim ver essa doninha loira! – quase gritei. – Nem sei o que ainda estou fazendo aqui gritando com essas três crias demoníacas da Sonserina.

Vi Draco olhar para os amigos tentando entender alguma coisa mas apenas ignorei e virei para sair dali o mais rápido que eu conseguisse. Foda-se aquele maldito quadro! Tentei me desculpar mas ele apenas me ignorou então não me importava mais. Claro que eu deveria saber que não iria muito longe sem que Malfoy pegasse meu braço para me irritar com aquele sorriso arrogante.

– Que foi? – perguntei emburrada.

– Que foi pergunto eu. – disse. – Você aparece e fica gritando comigo e até onde chequei não fiz nada de errado desde ontem a noite.

Mordi o lábio.

– Não vim falar com você, essas pragas que você chama de amigos entenderam errado. – rosnei e suspirei tentando me acalmar.

– Não precisa ficar tão estressada assim! – ele falou.

– Eu sei... Só estou com raiva! – falei sem pensar. – Ron terminou comigo, tem uma noite inteira que me dizem que falei e fiz coisas estranhas que não me lembro e vi Snape! Não de tantos mortos eu não podia ter visto Fred ou Dumbledore, claro fui ver Snape!

Draco franziu a testa.

– Como assim você viu Snape?

Droga, eu havia falado demais.

– Deve ter sido efeito colateral da poção que Madame Pomfrey me deu ontem. – justifiquei-me.

– Sim, deve ser alucinação sua. – concordou Malfoy e acabei ficando irritada com isso. – É impossível ele estar com o espírito preso ao castelo.

– Certeza? – perguntei.

O maldito riu.

– Anda lendo livro demais, melhor parar, isso esta afetando seu cérebro.

Abri a boca revoltada.

– Ah Malfoy, vá te catar, como se não tivesse um monte de fantasmas nessa maldita escola. – nem eu entendia de onde estava vindo tanta revolta assim hoje. – Por que Snape não poderia estar aqui?

Não esperei ele responder marchei para longe.

E acho que Draco entendeu que se quisesse ficar vivo era melhor não me seguir. Já que ele não o fez.

***

O único lugar que eu me sentia confortável e menos louca era a biblioteca então é claro que eu fui para lá. Tinha muito poucos alunos então peguei um livro grosso e sentei em uma das diversas mesas livres e fiquei folheando sem realmente o ler. Estava com meus pensamentos a mil e não conseguia reunir concentração suficiente para ler então fiquei apenas de bobeira. Bem, até quando aquele calafrio na espinha veio.

Senti algo estranho passar por mim e olhei ao redor. Madame Pince estava em seu balcão mexendo numa papelada parecendo alheia a tudo que eu estava sentindo. Olhei para um dos corredores e logo vi novamente. Snape. Parado olhando diretamente para mim. Quase cai da cadeira essa vez. Mas que diabos...? Será que por algum motivo eu ainda estou com a maldita poção em meu organismo? Mas já tinha passado mais de vinte quatro horas que eu tomei, não pode ser a poção.

Isso quer dizer que todos estavam errados e que o espírito de Snape estava mesmo preso ao castelo? Mas todos me diziam que era impossível que o professor havia feito um feitiço ou algo do tipo?

– Madame Pince, esta vendo aquilo? – perguntei.

A mulher ajeitou seus óculos e olhou para o lugar onde eu havia apontado.

– Aquilo o que senhorita? – indagou confusa.

– Aquilo. – Insisti. – Ele.

E ela continuou confusa me fazendo perceber que só eu o via.

Por acaso eu estava ficando louca? Todo o estresse dos últimos anos haviam finalmente me pegado e eu estava realmente não batendo bem da cabeça? Só pensar nessa possibilidade começou a me assustar tanto quanto Snape parado entra duas prateleiras e olhando para mim de um jeito meio... Morto. Seu olhar tinha tanta intensidade e estava direto em mim que me fazia ter mais medo ainda, ele nunca me olhara assim quando vivo e agora estava olhando assim morto?

Levantei como se algo me puxasse e fiz o que qualquer um diria para não fazer. Segui-o. Assim que viu que eu estava indo em sua direção, Snape se virou e começou a andar para dentro dos corredores e eu como a tonta que sou apenas o segui, como se eu não tivesse mais nada para fazer. Andamos cada vez mais fundo nos corredores confusos e cheios de livros até chegar a ultima parede que tinha antes da sessão reservada. Snape parou e olhou para mim e o calafrio passou de novo por meu corpo.

Severo levantou o braço e apontou para um livro azul de capa dura que estava quase na prateleira mais alta.

– Você quer esse livro? – perguntei e ele assentiu.

Claro por que depois de morto o que vamos fazer? Ler, obvio, acho realmente que esse fantasma estava zombando da minha cara. Mas fui fazer o que ele me pediu e pulei bastante até conseguir alcançar o livro. E foi ai que algo realmente estranha aconteceu. Assim que puxei o livro azul um rangido eu ouvi e virei em direção pronta para ver a parede se mover! Sim a parede se moveu e logo eu entendi.

Aproximei-me para tentar ver melhor.

Snape havia me mostrado um quarto secreto.


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Notas finais do capítulo

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