Sherlock fora até a mansão dos Watson aonde havia uma carruagem com John, Mary e Molly dentro, o esperando.

– Olá Sherlock - corou Molly, timidamente,

– Oi Sherlock - disse John esperançoso de que o amigo não estivesse tão chateado.

– Olá! - respondeu desanimado - qual a programação?

– Vamos almoçar e dar uma passeio pela cidade!! Não vai ser legal? - comemorou Mary.

– Super... - suspirou Sherlock evitando olhar nos olhos da loira.

Ao chegarem a cidade, desceram em frente a um fino restaurante. Mary rapidamente puxou John pelo braço sendo fuzilada pelo olhar de Sherlock que sentiu seu próprio braço ser puxado por Molly.

Sentaram-se em uma mesa reservada. John ao lado de Mary e de frente para Sherlock com Molly ao seu lado. Conversaram amenidades. Trocaram ideias sobre faculdade e estudos.

– Eu adoro piano! - exclamou Mary.

– Fascinante - suspirou Sherlock entediado.

– Ah! É lindo, não é? Queria saber tocar, mas acabei ficando tão ocupada com minhas aulas de equitação que não consegui e... - respondeu Molly.

As duas acabaram em uma conversa só delas enquanto John e Sherlock conversavam por olhares. O loiro sabia o quanto Sherlock estava triste, mas ele também se sentia assim, não queria ter que deixá-lo.

O dia passou e os jovens voltaram para casa. John resolveu acompanhar Sherlock até a mansão Holmes. Acabaram sentando no jardim dos fundos. Sherlock deitado olhando para o céu e John olhando para ele.

– Precisamos conversar - disseram em uníssono.

– Escuta, eu sei que você está chateado, mas o que eu posso fazer, Sherlock? - sentia seus olhos lacrimejarem.

– Ah, John... eu entendo. Entendo que nossa sociedade não nos aceitaria. Entendo que você tem que ir pra faculdade. Entendo que um dia você vai se casar. Entendo, mas não concordo. Queria que as coisas fossem mais simples para nós - desabafou tudo rapidamente - queria que isso não acontecesse tão rápido.

– Isso o que?

– Isso - sentou-se - você indo para a faculdade, arranjando uma noiva, seus pais me arranjando uma noiva.

– Eu não arranjei uma noiva, seu idiota.

– Você não, mas seus pais sim. Vamos encarar os fatos, John! Eles querem que você se case com a Mary. E eu... não sei se suportaria.

– Ei... - levou as mãos ao rosto do outro - eu... te... amo... - disse pausadamente - não importa o que os meus pais fizerem, eu sempre vou te amar.

– Eu também... você sabe disso... - beijou-o sem medo de que ninguém aparecesse, não ligava mais para isso agora que sabia que iria perdê-lo de qualquer jeito.

– Eu tenho que ir, mas volto amanhã.

– Tudo bem.

John voltou para sua casa e Sherlock para seu quarto. Estranhou o fato de Barba Ruiva estar tão parado e sentiu sua respiração lenta. Pediu ao tio que chamasse um veterinário.

"Você não Barba Ruiva!" pensou desesperando-se.

O veterinário chegou. Examinou Barba Ruiva e disse ao jovem Sherlock que seu amigo teria apenas alguns meses de vida. O moreno sentiu seu coração apertar e se quebrar em milhões de pedaços.

Voltou para seu quarto chorando.

"Perdi John, vou perder Barba Ruiva, maldito Mycroft e suas palavras! 'Se importar não é uma vantagem!'"