Bem-vinda à América! escrita por Gabi Torquato


Capítulo 6
Capa de revista.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Depois de muito tempo, eis que eu apareço. Explicações lá em baixo, ok? Enquanto isso, curtam o capítulo.



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Uma mão me balançava e parecia estar gritando para que eu acordasse. Não dá para fazer silêncio?

Afastei a mão e me virei para longe.

– Vamos Chloe, acorda. - Reconheci a voz, é de Carla. Ela continuou me balançando.

Aos poucos, fui tirando o edredom da minha cara para olhá-la.

– O que é? Ai! Por que minha cabeça dói tanto? - perguntei, gemendo de dor.

– Finalmente! Achei que estava em coma ou algo assim. - falou ela - Tento te acordar desde cedo.

– Para que essa urgência? Não posso dormir até de noite? Está cedo! - reclamei.

– Já são 4 da tarde, Chloe. E a festa? Você já tem um vestido? - ela perguntou. Droga! Levantei-me de uma vez, o mundo girou um pouco.

– Ai meu Deus, ai meu Deus! - disse, enquanto me levantava. - A festa! Eu não tenho vestido.

Rodei no quarto atrás de algo, sem saber o que, até que parei e fiquei olhando para Carla.

– E agora? - perguntei, sentando na poltrona , totalmente desesperada.

– Se acalme. Primeiro, ainda dá tempo. Segundo, o pior não é isso. - ela disse.

Meu coração afundou. O que poderia ser pior?

– Seu pai ligou o dia inteiro para você. Seria bom se você olhasse os jornais de hoje, ou qualquer site de fofoca do mundo. - ela disse.

Me levantei e corri para onde Carla deixava os jornais e revistas. Peguei a primeira revista que vi e parei quando processei o que tinha na capa.

– Como assim? - disse. - Meu pai de deve estar furioso.

– Ah sim, ele está. - Carla confirmou.

Na capa do jornal, estava estampada uma foto minha e do cara que me beijou ontem. Por isso eu achava conhece-lo, é claro!

– Eu fiquei com Aaron Thompson? - perguntei para Carla, incrédula. Carla balançou a cabeça em afirmação.

– Abra a página da matéria. - Ela disse.

Abri. A cada linha que eu lia, meu queixo caia.

"Parece que o nosso cantor preferido do momento se divertiu muito noite passada. Aaron foi flagrado aos beijos com uma ruiva britânica bêbada, que de acordo com nossas fontes, é a herdeira do grande império das empresas McLaggen. É difícil saber qual dos dois tem a conta bancária mais gorda!

Mas nem só de coisas doces se fez a noite do nosso cantor preferido. Parece que a gata é bem disputada, o que rendeu um olho roxo no nosso pobre Aaron.

Aguardemos para saber se um novo casal está para nascer."

Se eu estava chocada enquanto lia, fiquei mais ainda ao olhar para a foto que mostrava Aaron levando um murro. Ao contrário do que eu imaginava, não foi Christopher que me tirou dos braços de Aaron.

Foi Nathaniel.

**

– Saia desse quarto, Chloe. - gritava Carla do lado de fora, batendo na porta.

– Eu não posso! - gritei de volta.

Eu estava muito envergonhada. Como esse papelão foi acontecer?

Peguei meu celular para olhar as ligações. Havia muitas.

Meu pai, Lola, Christopher... Charlie. Ai meu Deus, Charlie. Afundei a cabeça no travesseiro, culpa corroendo o meu corpo.

Eu não poderia ir para essa festa de jeito nenhum. Não poderia olhar para as pessoas da escola, muito menos para Lola, Christopher e Nathaniel, já que tudo isso aconteceu na frente deles.

A porta abriu, me fazendo levar um susto.

– Vamos, saia dai. - disse Carla, entrando irritada no quarto.

– Você tem a chave do meu quarto? - perguntei, chocada.

– Sim, para caso de emergências. - ela disse, vindo até a minha cama e sentando-se. - Chloe, você precisa ir para essa festa. Todos estarão lá.

– Esse é o problema. - disse, me encolhendo na cama.

– Não, essa é a solução. Todos falarão sobre como você é linda, elegante, simpática. Irão esquecer aquela imagem da revista. - ela disse.

Pensei sobre isso por um momento.

– Você tem certeza? - perguntei.

– Absoluta! - ela respondeu, sorrindo, ao ver que eu estava cedendo.

– Estamos esquecendo que eu não tenho vestido. - eu disse, fazendo morrer em mim qualquer esperança.

– Estamos no Upper East Side. - ela disse, dando uma piscadinha. - Se arrume, vamos procurar.

Em 10 minutos nós estávamos saindo de casa rumo às lojas.

**

Infelizmente, nossa animação não correspondia a realidade. Saímos da nossa 8ª loja sem nem mesmo achar algo que poderíamos considerar uma opção. Todos os vendedores diziam a mesma coisa: As garotas já levaram tudo.

– Vamos olhar só em mais uma, ok? - eu disse.

– Ok. - nem todo o entusiasmo de Carla fez com que ela achasse possível acharmos.

Entramos na loja e não foi preciso mais de 10 minutos para percebemos que a viajem havia sido em vão. Quer dizer, quase totalmente em vão. A loja tinha um pequeno café, o qual eu fiquei grata por existir.

– Eu nem estava muito interessada mesmo...- eu disse

Carla estava olhando fixamente para um ponto atrás de mim.

– Ah, hum... - ela disse

– O que você... - comecei a perguntar, antes de ser interrompida.

– Chloe? - uma voz disse.

Olhei para trás, era Nathaniel.

– Ah, oi. - eu disse

– Meu irmão está meio louco por sua causa. - ele disse, chegando mais perto.

– Como assim? - perguntei, meio atrapalhada. Ele riu.

– Combinaram de ir juntos, né? Você desapareceu, não atende as ligações.

– Eu esqueci o celular em casa. - falei.

– Sei. Não deveria estar se arrumando? Todas estão se arrumando feito loucas. O que eu agradeço muito, por sinal. - ele disse, dando o seu sorriso típico de cafajeste.

Ri secamente.

– Não irei mais. - falei - Parece que as lojas não são tão bem abastecidas de vestidos para a realeza.

– Uma pena para o meu irmão. - ele disse, dando um meio sorriso. - Até mais.

– Até. - respondi.

Virei-me novamente para Carla, que já tinha tomado seu café silenciosamente enquanto nós dois conversávamos. Terminei o meu e saímos.

Sai e continuei andando, mas percebi que Carla continuou na porta. Olhei para trás e vi porque ela parou.

Nathaniel estava lá fora, encostado em sua limusine.

– Carla? - chamei, olhando confusa para ele e ela.

– Trate de achar um cabelereiro para ela. Ela chegará em casa com um vestido. - ele disse para Carla, andando até mim.

– Como assim? - perguntei.

– Eu vou te ajudar. Seria uma pena não vê-la arrumada. - ele disse - Para o meu irmão, é claro. Você sabe que tenho outras coisas para ver.

Revirei os olhos.

– Você é um idiota. - disse.

– Quer ou não minha ajuda? - perguntou.

Olhei para Carla e ela balançava a cabeça sorrindo.

– Tudo bem. - disse concordando. - Pode ir para casa, Carla.

– Ok, boa sorte. - ela disse, finalmente se destravando da entrada da loja.

– O que você ganha com isso? - Perguntei para Nathaniel, enquanto entrava na limusine.

– Nada. - respondeu - Apenas gosto muito do meu irmão e seria uma pena vê-lo chegar sozinho.

Estreitei os olhos para ele. Seu tom não estava me convencendo totalmente.

Ficamos em silêncio e me veio à memória a cena de Nate batendo no cantor. Tive um momento de confusão dentro de mim, mas por fim decidi falar.

– Então... - disse.

– Então? - falou, arqueando a sobrancelha.

– Eu vi as fotos na revista hoje. Não sabia que tinha sido você. - falei.

– E dai? - perguntou ele, olhando fixamente para frente.

– E dai que eu gostaria de agradecer. - falei, de modo irritado. Por que ele gostava de ser tão insuportável?

Ele olhou para mim, rindo.

– Relaxa. Eu não gosto da música dele, estava apenas aproveitando a oportunidade. - ele disse, de modo frio.

Fiquei vermelha.

– Ok. - eu disse

Permaneci calada até chegarmos no nosso destino.

– Brooklyn? - perguntei surpresa, ao me deparar com o lugar.

Ele olhou ao redor e deu de ombros.

– Cada um com seus gostos. - respondeu. - Venha.

O segui em direção a um prédio simples, mas grande. Entramos no elevador e ele apertou o número do último andar.

Quando entramos no lugar, meu queixo caiu. Havia brilho, tecidos e manequins por todos os lados. A simplicidade externa do prédio se perdia nesse lugar.

– Henri. - Nathaniel chamou

Um homem de uns 35 anos saiu de uma sala, com vários alfinetes na mão.

– Olá meu jovem, vejo que trouxe companhia. - Ele veio até mim, pegando minha mão e girando-me - Bom, bom.

– O que é bom? - perguntei, confusa.

– Venha comigo. - chamou, enquanto me puxava até uma sala. Nathaniel sentou-se em uma poltrona enquanto eu saia.

– Se tivesse vindo há mais tempo, teria criado um modelito especialmente para você. Seu tom de pele, seu cabelo! És maravilhosa, menina!

Fiquei vermelha e atordoada. Ele falava demais e muito depressa. Meu momento de confusão nem pode se completar, pois ele abriu uma porta e eu fiquei maravilhada com o que vi.

– Ai meu Deus! - falei

– Gosta do que vê? - ele perguntou, todo orgulhoso

– Com certeza. - respondi, olhando-o e sorrindo

A cada modelo visto eu achava tudo cada vez mais incrível!

Pareceu uma eternidade até Henri dar sua aprovação.

– Esse! Sim, sim, sim! Vai ficar linda! - ele disse.

– Tem certeza? - perguntei, insegura. Levantei os olhos para o espelho e vi que Nathaniel estava parado na porta, olhando.

Fiquei vermelha novamente. Mas que diabos!

– Ah sim! Está magnifica. Não concorda, Nate? - Henri perguntou.

Olhei novamente para ele através do espelho.

– Ela com certeza está dentro do tema da festa. - ele respondeu, saindo.

– Ora, não ligue pare ele. Você está linda, acredite!

Acertei o pagamento com Henri. Meus olhos brilhavam de tanta felicidade.

– Voltarei sempre para você, sem sombra de dúvidas. - eu disse, agradecendo enquanto ia embora.

– Volte mesmo. - ele disse, me dando um abraço.

Sorri até entrar no elevador com Nathaniel.

– Obrigada. - eu disse. - Henri é um amor e super talentoso.

– É. - respondeu, olhando para o canto do elevador.

Ficamos em silêncio até chegarmos ao meu apartamento. Agradeci novamente, e sem responder, ele foi embora. Nathaniel Lightwood pode ser bem esquisito.

**

Quando entrei em casa, me deparei com uma zona na sala. Um espelho havia sido colocado, maletas rolando pelo chão, cadeiras.

– O que é isso? - perguntei, quando Carla apareceu

– Será sua preparação, amorzinho. O cabelereiro e a maquiadora vieram preparar tudo. Voltarão às 8:30 para arrumá-la. Coma, descanse e retorne as várias ligações que recebeu. - ela disse.

Fui para o meu quarto e demorei bastante no banho. Ao sair, coloquei um roupão e peguei meu celular para olhar as ligações. Retornei por partes.

– Finalmente. - disse Christopher do outro lado assim que atendeu.

– Oi. Mil desculpas, de verdade. - falei.

– Tudo bem. Você ainda vai, certo? - ele perguntou.

– Claro, com certeza. - respondi.

– Passo ai depois das 10 então. - ele disse. Parecia animado.

– Ok.

Ficamos em silêncio por um momento.

– Você está bem? - perguntou - Vi nos sites.

Pensei um momento antes de responder. Com toda a correria, havia esquecido um pouco disso.

– Bem melhor. - respondi - Obrigada por perguntar. Eu tenho que ir, até mais tarde.

– Aguardo ansiosamente. - ele disse. Sorri enquanto desligava o celular.

Depois respondi mensagens da Lola.

"Eu estou bem. Não, não fui sequestrada por esse tal de Aaron. Kk E sim, ainda irei para a festa. Nós vemos lá."

Decidi deixar meu pai para amanhã. Por fim, restou Charlie. Ele demorou um tempo para atender, e eu estava ficando nervosa.

– Alô. - ele disse.

– Oi. - falei, tímida - Tudo bem? Desculpa não ter retornado suas ligações.

– Tudo, tirando o fato de que a menina que eu gosto está a milhares de km de distância, e sai em capa de revistas beijando cantores famosos. Ah, além de um outro cara que briga por ela. - respondeu. Culpa me invadiu.

– Desculpa, de verdade. Ontem foi uma loucura. Eu nunca teria feito aquilo. Houve um jantar, bebemos vinho demais... Eu sinto muito. - falei. Ele suspirou do outro lado.

– Tudo bem, Chloe. Eu só quero que as coisas deem certo entre nós. Eu sei que vai ser difícil, mas eu quero valer a pena para você, mesmo com a distância e com as dificuldades. - ele disse.

– Nós vamos dar um jeito nisso. - falei, sorrindo. Sonhei com Charlie, e não posso deixá-lo ir embora. - Eu tenho que ir, mas conversaremos amanhã, tudo bem?

– Claro. Sempre irei esperar por você. - respondeu. Desliguei e continuei com um sorriso bobo até muito tempo depois.

– Eles chegaram. - disse Carla, aparecendo na porta do quarto.

Muito bem, tenho que me preparar para uma festa.


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Notas finais do capítulo

Nossa, que alívio postar! Estava muito mal por não postar nada, ainda mais quando entrava e via novos comentários, além de ver pessoas acompanhando e favoritando a história. Eu estava super ocupada, e com zero criatividade. kk Enfim, por vocês, meus antigos, novos e futuros leitores, irei voltar a escrever. :D
Se não gostaram muito desse capítulo, me perdoem. Acontece que estou enferrujada, mas irei buscar melhorar cada vez mais.
Para continuarem me incentivando, não se esqueçam de comentar, favoritar, acompanhar e recomendar a história. Beijão! ♥



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