Everything Has Changed escrita por MissBerry


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Depois de seculos sem atualizar minhas fanfics, trago para vocês essa curta oneshot St. Berry

Boa leitura e espero que gostem ^^



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Hoje, preste a entrar na igreja para o dia mais importante da minha vida é impossível não levar os meus pensamentos para o começo dessa conturbada união. Éramos tão jovens e mesmo assim quando o vi pela primeira vez tive a certeza de que ele ia ser meu e eu ia ser dele.

FLASHBACK ON

Eu tinha 8 anos e iria começar a estudar em uma escola nova. Meu coração estava a mil com as possibilidades que o dia estava reservando para mim, mas mesmo assim nunca imaginara que uma dessas possibilidades era conhecer o amor da minha vida.
Um dos meus dois pais me levou até o ponto onde o ônibus escolar ia me pegar. Quando avistamos o ônibus aparecer no fim da rua, ele se abaixou para ficar da minha altura e me deu alguns conselhos.
— Rachel querida sei que você está nervosa, mas não precisa se sentir assim. Aja naturalmente e use essa sua alegria para fazer amigos. — ele sorriu e parecia estar mais nervoso que eu.
— Fica tranquilo papai, vou ficar bem. — disse isso apenas para tranquiliza-lo pois eu mesma não acreditava nisso.
Em minha antiga escola eu era sempre alvo de bullying e ter que voltar todos os dias era uma luta.
O ônibus parou lentamente na minha frente e esperei que o motorista abrisse a porta para que eu entrasse. Meu pai me deu um abraço rápido e ficou observando enquanto eu entrava e procurava um lugar para sentar.
Quase todos os lugares já estavam ocupados, fui caminhando pelo corredor até o fim do ônibus e então encontrei um dos únicos lugares vazios e me sentei.
Do meu lado estava um garoto com mais ou menos a mesma idade que eu, talvez um ano mais velho. Acenei para o meu pai do lado de fora e depois direcionei a minha visão para ponta dos meus pés.
— Oi, meu nome é Jesse. — o menino do meu lado falou.
Levantei o rosto para olhar para ele e quando encontrei o seu olhar senti que nenhuma das minhas preocupações para aquele dia faziam sentido.
— Oi, sou Rachel. — sorri para ele.
— É seu primeiro dia?
— Sim, o seu também?
— Não, sempre estudei nessa escola. Você vai gostar.
Não falamos mais nada até chegarmos na escola. Chegando lá descobri que eu e Jesse éramos da mesma turma. Me senti aliviada por já conhecer alguém da mesma sala que a minha.
— Oi de novo Rachel. — Jesse falou ao se sentar do meu lado.
A partir daquele dia eu e Jesse nos tornamos grande amigos. Sempre brincávamos juntos na hora do intervalo, fazíamos trabalhos juntos e nas aulas de desenho, mesmo eu sempre afirmando que ele não sabia desenhar, eu posava para ele. Jesse era bastante popular e eu por outro lado só tinha ele como amigo, não que eu não falasse com as outras pessoas da nossa turma, eu falava, mas Jesse era o único em quem eu confiava e ficava perto. Então eu ficava me mordendo de ciúmes quando Jesse ficava conversando com seus outros amigos.
No ensino médio minha vida acabou, não literalmente, mas mesmo assim acabou. Jesse me chamou para conversar e me contou que ia embora, que seu pai havia ganhado uma promoção e que ele tinha que se mudar para Los Angeles.
Chorei durante uma semana completa. Como ia viver sem o meu melhor amigo?!
Ele me prometeu que nada ia mudar, que íamos continuar nos falando todos os dias e nossa amizade ia ficar mais forte por causa disso. Ele tentou me convencer de várias maneiras, mas eu não conseguia acreditar.
O dia da nossa despedida estava chegando e nós dois não nos desgrudamos nem por um segundo. Quando não tínhamos mais assuntos inventávamos alguma brincadeira ou algum jogo. E quanto mais se aproximava a sua viagem mais meu coração se apertava.
— Trouxe algumas fotos nossas para você. Sei que já tem várias, mas essas são as minhas preferidas. — disse Jesse um dia antes de partir quando foi jantar na minha casa.
Olhei as fotos uma por uma, conforme ia folheando o álbum minha visão ia ficando embaçada por causa das lágrimas que vinham à tona.
— Tem certeza que você precisa ir? — perguntei quando terminei de ver todas as fotos — Você pode ficar aqui em casa, meus pais com certeza irão deixar.
— Eu preciso ir Rachel. Se pudesse ficaria.
Abracei-o e deixei as lágrimas caírem. — Vou sentir tanto a sua falta.
— Ei, não vamos pensar nisso agora. Vou embora amanhã, vamos ensaiar aquela música que vai cantar na apresentação.
— Não vou conseguir sem você lá.
— Claro que vai. Você é Rachel Berry, sinto muito por não estar presente na sua primeira apresentação solo, mas sei que você vai se sair bem. Um dia ainda vou ter o prazer de ver você se apresentando na Broadway.
Sorri por ver o quão sonhador meu amigo era, até mais que eu.
Passamos a noite ensaiando, cantando, dançando e dando altas gargalhadas. Depois de muito implorar, meus pais deixaram que ele dormisse na minha casa. Dormir mesmo não dormimos, passamos a noite em claro fazendo planos para o futuro.
Por volta das 6 da manhã peguei no sono e quando acordei Jesse não estava mais do meu lado.
O voo dele partiria as 10 e quando olhei para o relógio, já eram 8:30. Pulei da cama, vesti a primeira roupa que vi pela frente e corri para a casa dele.
Ele não morava muito longe de mim, então cheguei o mais rápido possível.
— Pensei que já tinham ido. — falei meio ofegante assim que me aproximei do carro deles, Jesse estava colocando as malas no porta-malas. — Por que não me acordou antes de sair?
— Você não tinha dormido a noite toda, pensei em deixar você descansar um pouco até chegar a hora de dizer adeus. — ele sorriu meio triste.
Não falei nada, apenas o ajudei a guardar o resto das malas. Não queria começar a chorar ali.
Quando guardamos tudo, os pais dele apareceram, me cumprimentaram e então embarcamos no carro rumo ao aeroporto. Jesse pegou a minha mão e me puxou para mais perto dele.
Não consigo explicar como não comecei a chorar naquele momento, parece que minha vida só começou depois que nos conhecemos e agora ele estava indo embora e levando uma parte de mim. Estava doendo tanto que era difícil respirar.
Chegamos no aeroporto, acompanhei eles até o check-in e em seguida nos sentamos para esperar dar a hora do embarque.
— Jesse, nós vamos comer alguma coisa. Você vai querer algo? — o pai do Jesse perguntou.
— Não. — ele respondeu.
— Rachel?
— Não, obrigada. — tentei sorrir, mas não consegui.
Jesse esperou que eles se distanciassem para começar a falar.
— Eu realmente queria ficar aqui com você. — ele falou. — Sei que essa mudança é para o bem da minha família, mas você também é a minha família. Não quero te deixar.
— Também não quero que vá.
Ele ia falar mais alguma coisa, mas foi interrompido pela chamada do aeroporto.


“POR FAVOR SENHORES PASSAGEIROS COM DESTINO A LOS ANGELES. POR FAVOR, ENCAMINHEM-SE AO PORTÃO DE EMBARQUE.”


— Está na hora. — Jesse falou.
Seus pais já vinham em nossa direção, provavelmente ainda de barriga vazia.
— Só conseguimos beber um suco. — falou a mãe dele sorrindo. — Temos que ir.
— Rachel, foi um prazer te conhecer. — o pai dele disse — Esperamos você para uma visita em Los Angeles. — ele me abraçou e sorriu para mim.
— Isso mesmo Rachel, te esperamos lá querida. Se cuida. — a mãe dele me abraçou também e junto com o marido foram em direção ao portão de embarque, me deixando sozinha com Jesse.
Nos abraçamos e ficamos em silêncio por alguns instantes. Tantas palavras a serem ditas, mesmo nós já sabendo o que o outro queria dizer. Não queria solta-lo, queria ficar ali agarrada a ele para que ele perdesse o voo e não pudesse ir embora. Mas não podia.
Ele se afastou um pouco de mim e segurou minha cabeça entre suas mãos. — Fica bem, tá.
As lágrimas agora escorriam livres pela minha face.
— Você também. Vê se não esquece de mim.
— Impossível esquecer de você.
— Por que? Você vai conhecer pessoas novas e fazer novas amizades, nós vamos estar longe um do outro e eu vou ser apenas uma pequena lembrança no seu subconsciente... — Jesse me silenciou com seus lábios.
Nunca havíamos nos beijado antes, então fui pega literalmente de surpresa. Nunca tinha visto Jesse como algo mais que amigo, mas quando senti seus lábios tocando os meus tudo mudou.
Foi um beijo intenso e maravilhoso. Não consigo dizer o que senti, pois estava mergulhada em um mar de emoções.
Quando ele se afastou, ficou me encarando por alguns segundos. — Eu precisava fazer isso. Não queria ir embora e me arrepender depois por não ter feito. Eu te amo Rachel e vai ser tão difícil para mim quanto para você essa nossa separação.
— Por que não me disse isso antes? — quis saber.
— Tive medo que nossa relação mudasse.


“ULTIMA CHAMADA PARA O VOO COM DESTINO A LOS ANGELES.”


— Me perdoa, não queria te deixar confusa.
— Não tem pelo que pedir perdão. Fico feliz em saber que o que eu sinto é reciproco. — sorri em meio as lágrimas.
— Eu tenho que ir. — ele falou e me beijou novamente. — Espero você em Los Angeles. Não deixe de ir me visitar.
Ele pegou sua bagagem de mão e partiu, me deixando ali em pé sozinha com meus sentimentos no meio do aeroporto.
Por que ele tinha que fazer aquilo, logo agora que ia embora?! Pelo menos agora sei nomear de verdade o que sinto por ele. Eu o amo. E ele foi embora.
Os dias sem o Jesse não eram os mesmos. Nós nos falávamos todos os dias, mas não era a mesma coisa. Eu sentia falta de estar perto dele, de tocar ele, das nossas brincadeiras, do sorriso dele. Era uma tortura ficar longe dele.
Dois meses depois que Jesse partiu comecei a aceitar melhor a ida dele, ainda tinha meus momentos de fraqueza, mas já não chorava toda vez que desligava o telefone depois de falar com ele. Resolvi me dedicar aos estudos e a minha carreira artística, e Jesse começou a fazer um estágio na empresa do pai dele.
E então um belo dia fiquei esperando sua ligação diária. Ela não aconteceu. Uma semana se passou e nada, eu ligava pra ele e caia da caixa postal.
Não sei o porquê disso, fiquei repassando as nossas conversas na minha cabeça a procura de alguma coisa errada, mas não conseguia me lembrar de nada.
O tempo foi passando e a gente cada vez mais perdendo contato um com o outro até o dia em que eu não ficava mais ansiosa pela sua ligação.
Os anos foram passando e eu fui cada vez mais me dedicando a minha carreira artística. Fiz vários novos amigos, mas nenhum como o Jesse. Namorei alguns carinhas, mas por um e outra razão, não deu certo.
Depois de trabalhar duro fazendo papeis pequenos e trabalhando em teatros tão pequenos quanto, fiz um teste para uma peça da Broadway e consegui o papel principal.
Foi simplesmente o dia mais feliz da minha vida. Ver que meu trabalho não tinha sido em vão. Muitos artistas sonham em se apresentar na Broadway, mas muito poucos conseguem. Esse ramo não é nem um pouco fácil.
No dia da minha primeira apresentação eu estava surtando. Pensando em mil e uma coisa que poderia dar errado. Todos os meus amigos estariam presentes, assim como meus pais e alguns ex-professores. Quase todos passaram no meu camarim para desejarem boa sorte e cada vez que um sai e eu olhava para o relógio eu pirava. Afinal eu ia me apresentar na Broadway, ia realizar o meu maior sonho.
Minutos antes de a peça começar, me reuni com o resto dos atores e com o diretor na parte de trás do palco para concentração. O diretor desejou sorte para todos e no fim fui para meu lugar no palco.
Quando as cortinas se abriram e eu vi toda aquela gente me observando, todo nervosismo sumiu. Senti que estava no lugar onde eu deveria estar.
Enquanto as cortinas terminavam de se abrir, passei os olhos pelas primeiras filas e vi todos os rostos conhecidos dos meus amigos e dos meus pais. Foi então que reconheci alguém na segunda fileira. Ele estava sorrindo para mim e com os olhos brilhando.
Era o Jesse.
Não tive tempo para ficar surpresa. Assim que o diretor deu o sinal eu comecei a interpretar.
Não conseguia acreditar que ele estava ali. Me assistindo, me aplaudindo no fim de cada ato e sorrindo como se tivesse ganhado na loteria.
Quando o espetáculo terminou, o vi se levantando e indo embora. Por um minuto fiquei me perguntando se aquele era mesmo o Jesse, o meu Jesse. Talvez eu nunca descobrisse.
Fui parabenizada várias vezes no caminho de volta para meu camarim. O diretor amou minha performance e disse que eu era perfeita para o papel.
— Rachel, tem uma pessoa te esperando no seu camarim. — uma das figurantes do primeiro ato me avisou.
Provavelmente já eram meus pais me esperando para fazer a festa pelo sucesso do espetáculo.
Quando abri a porta e constatei quem era, fiquei sem ação.
— Oi, Rachel. — falou Jesse que estava parado no meio do meu camarim segurando um buque de flores.
— Então era realmente você. — falei mais pra mim que para ele.
— Claro que era eu. Você se esqueceu o que eu te disse um dia antes de eu partir? — sorriu.
— Pensei que essa promessa tinha se perdido igual todas as outras. — falei mais ríspida do que gostaria.
— Olha, eu sei que falhei com a nossa amizade. Sei que não cumpri minhas promessas de que nada mudaria. Mas estou aqui, tentando concertar isso.
— Não é assim tão fácil. — falei — Eu sofri quando você partiu. Eu esperava a sua ligação todos os dias e quando o telefone parou de tocar no nosso horário, eu fui obrigada a seguir em frente, mesmo não sabendo o que fazer sem você.
— E olha onde você chegou. Você conseguiu Rachel. Eu queria ter participado de tudo, mas Los Angeles não era como Ohio. Mas o que eu sentia por você Rachel, não mudou. Eu ainda amo você. Depois de todos esses anos eu ainda amo você.
Como pode umas simples palavras trazer à tona todos os sentimentos do passado?!
— Me perdoa? Não vou mais te decepcionar. Tudo que fiz foi para que quando esse dia chegasse, eu pudesse chegar aqui é fazer promessas que eu tivesse 100% de certeza que iria cumprir. Eu não vou mais embora.
— Como você sabe que eu não tenho nenhuma outra pessoa? — falei querendo me fazer um pouco de difícil.
— Seus pais me contaram. Como você acha que fiquei sabendo da sua estreia na Broadway?!
— Traidores. — falei e sorri. — Não sei se quero me arriscar.
— Você não precisa pensar em nada agora. Como eu disse, eu não vou mais embora. Você tem tempo para decidir.
— Tudo bem.
— Mas eu preciso fazer uma coisa antes. — antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Jesse se aproximou de mim e me beijou.
Seu beijo era igual ao que me deu na sua despedida. Nada havia mudado. Só que no lugar da urgência da despedida, estava a urgência para o reencontro.
Tudo que eu sentia eram borboletas no estômago do tipo bonito, recuperando o tempo perdido, pegando voo, fazendo eu sentir que completa novamente.

FLASHBACK OFF

Finalmente chegou o grande dia. O dia em que vamos nos tornar oficialmente um do outro.
Caminho entre meus dois pais em direção ao altar. Jesse está fantástico, vestido com um smoking branco e com uma flor vermelha em seu bolso. Seu sorriso se ilumina ao me ver. Nossos amigos ocupam os lugares organizados em frente ao altar.
O dia está lindo, excelente para um casamento no campo. O céu está de um azul esplendoroso, sem uma nuvem se quer.
A marcha nupcial começa a tocar e eu caminha lentamente em direção a minha felicidade.


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Notas finais do capítulo

Se gostarem e quiserem mais histórias assim comentem que eu providencio.

Beijos :D



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