Sara dá um sorriso sem graça e diz:

– Ok – e sai da sala de Grissom

# Quitinete da Catherine#

Catherine estava sentada no chão encostada na porta, seu choro era abafado pelas suas pernas. Os sentimentos eram uma mistura dentro dela. Aquele momento que vivia com a Baby, era algo que ela já conhecia.

– Não posso tá passando por isso de novo. Não consigo! Não consigo! – diz Catherine para si mesma enquanto chorava. Enquanto isso Baby continuava dormindo.

As lembranças doloridas na vida de Catherine eram muitas, mas esse em especial a cortava por dentro desde sempre. Ninguém sabia do que havia acontecido, a não ser uma amiga sua na boate em que trabalhava. Ela foi quem socorreu Catherine no momento que ela mais precisou de ajuda.

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FLASHBACK

Catherine aos 16 anos trabalhava em uma boate de Las Vegas como stripper, ela já namorava o Eddie e em um final dessas noites de trabalho combinou de encontra-lo no estacionamento da boate.

Catherine pega suas coisas no estacionamento e se despede de sua amiga Angel.

– Angel, já vou. Hoje vou encontrar o Eddie – diz Catherine com uma voz excitada

– A noite vai ser boa hein, Cath – diz Angel

– Você sabe bem como é quando a gente se encontra – diz Catherine com um sorriso malicioso no rosto

– Uh se sei. Vai lá, garota! – diz Angel

– Te vejo amanhã! – diz Catherine saindo rápido da boate

Catherine segue andando para o estacionamento. A essa hora ali já estava vazio, e o estacionamento já não era um local muito seguro mesmo com movimento. As ruas de Vegas nunca eram seguras. E Catherine sabia disso.

– Onde está o Eddie? – diz Catherine olhando para os lados. Não vê ninguém então se encosta em um carro que estava próximo. Ela acende um cigarro e começar a fumar, Catherine tinha o costume de fumar quando estava nervosa. E vê o Eddie sempre a deixava assim.

Catherine estava encostada na porta do carro que estava aparentemente vazio, quando de repente Catherine cai no chão com o empurrão da porta do carro se abrindo ferozmente. Catherine cai de bruços, como ela estava de costas, ela não consegue ver nada. Catherine só vira o rosto para a lateral e vê um pés de sapatos pretos se aproximado, ele grita:

– Não se vira! – grita uma voz

Catherine só sente uma perna em suas costas para imobilizá-la. A pegam e a jogam dentro de um carro. Catherine não consegue esboçar nenhuma reação. O carro estava completamente escuro, ela não conseguia enxergar nada. A viraram de frente, levantam o vestido que ela usava e ela só sente algo a penetrando ferozmente. Catherine nesse momento grita de dor e desespero. Quem a abusava tenta abafar os gritos, colocando a mão na boca de Catherine, mas não desiste e insiste em gritar. O homem se assusta com a resistência de Catherine, e a joga para fora do carro, como algo que já acabou de usar e jogou fora, sem o menor pudor.

Catherine cai chorando e sagrando entre as pernas. Ela sai cambaleando, a dor ainda era forte pela força que o homem a penetrou, mas ela queria sair dali de toda forma.

O carro acelera saindo do local. Catherine segue andando pela rua, chorando e sentindo dor, um taxi passa pelo local e ela acena. O taxi para e Catherine pede para o motorista leva-la para o endereço de sua casa.

Ao chegar em casa, Catherine corre para tomar banho, ela queria se livrar daquele cheiro que a empreguinava. Catherine estava atônita, ela não conseguia nem mais chorar. Catherine toma banho e fica sentada em seu cama sem se mexer até o dia amanhecer. Ela não consegue dormir. Seu celular toca, era o Eddie, mas ela não atende.

As horas passam, as semanas passam, um mês passa daquele dia e ninguém fica sabendo do que aconteceu.

*Na boate*

– Cath, será que você comeu algo vencido? - diz Angel

– Não sei. Passei mal o dia todo... – diz Catherine saindo do banheiro do camarim

– Vou embora...preciso descansar. Amanhã vou estar melhor – diz Catherine

– Ok, me manda notícias. Se cuida – diz Angel

Catherine sai da boate trêmula, só ela sabia o que aquilo podia significar, e ela não podia mais ter essa dúvida. Catherine segue para farmácia e compra um teste de gravidez. Corre para casa, e seu maior medo se confirma, ela estava grávida e de seu estuprador. Pelos cálculos ela não podia estar grávida de Eddie.

– Isso não pode tá acontecendo... – diz Catherine para ela mesmo

– Eu não posso ficar com isso... – diz Catherine olhando para barriga e lembrando-se do estupro. Era mais do que uma criança, era a lembrança de uma noite que ela nunca mais queria lembrar.

– Não posso! – diz Catherine para ela mesma chorando

No dia seguinte...

– Catherine!!! – grita Angel vendo Catherine desmaiada no camarim sagrando por entre as pernas

– Angel, me ajuda! Me leva pra casa. – diz Catherine gemendo de dor

– O que você fez, garota? Você tá grávida? – diz Angel preocupada

– Me leva daqui! – grita Catherine de tanta dor

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# Quitinete da Catherine#

Todas essas lembranças invadiram Catherine naquele momento. Ela sempre tentou esquecer, esconder de si mesma tanta dor. Catherine abortou o fruto daquele estupro, ela não conseguiria lidar com aquela situação, era muito nova e não via saída. O motivo maior do aborto foi o fato de Catherine não conseguir lidar com aquela lembrança que aquela criança sempre traria a ela.

– Meu deus, eu era uma criança....não conseguiria! – diz Catherine falando para si mesmo

Nesse momento seu celular toca