– Misty – diz Queenie, olhando para ela.

– Queenie. – diz Misty, guardando a revista abaixo do travesseiro de Angie. – A que devo a honra?

– Nós vamos acabar com você, vadia! – grita Angie, apontando para Misty.

– Que grosseria. – diz Misty, calma, se levantando da cama. – Sejamos mais amigáveis, Angelina. Seus pais certamente não iriam querer uma menina que assusta a todos, não é?

Angie fica vermelha, e levanta a mão, jogando Misty para o outro canto da sala.

– Angelina! – grita Zoe.

– Não ligo, Zoe! – grita Angie. – Ela pode morrer, eu nunca a conheci e desejo nunca conhecer!

Misty se levanta, com raiva, e seus olhos adquirem uma coloração vermelha.

– Vocês não sabem com quem estão lidando! – grita ela, com a voz grossa e diabólica.

– Meninas – diz Queenie, olhando para a gente. – Ataquem.

Levanto minhas mãos, fazendo-a se levantar, enquanto ela se debate no ar. As outras meninas fazem o mesmo, o que faz a ação se serializar. Misty se debate no ar, dando cambalhotas e mais cambalhotas, enquanto grita com a voz diabólica.

Ouço um barulho alto ás minhas costas, olho para trás, e vejo todas as meninas desmaiadas no chão do quarto. Misty provavelmente as jogou com telecinese. Zoe e Queenie estão caídas desmaiadas também.

A Misty Day que se debate simplesmente desce bruscamente. Então quer dizer que eu não sou boa em fazer a telecinese?

– Há! – diz a voz diabólica – Você é um lixo, Serena! Não consegue fazer a maravilha mais simples de todas.

– Cala a boca! – grito, e levanto minhas mãos, fazendo com que o corpo de Misty seja jogado ao outro lado da sala, mas sem muita força.

– Você é inútil! – diz a voz diabólica, calmamente. – Simplesmente achou que poderia ser a próxima Suprema? – Ela começa á gargalhar.

Não sei de onde essa coisa conseguiu tirar esse meu pensamento, mas eu simplesmente achei, após fazer o “Vitalum Vitalis Coletivo” que eu iria sim ser a próxima Suprema, que eu seria capaz de fazer isso.

– A Suprema daqui sou eu! – grita ela, com a voz diabólica, ainda gargalhando.

Sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Mas no mesmo momento, me lembro que tudo que as meninas me ensinaram, tudo que eu vivi, seria em troca de nada? Seria sem sentido? Estaria eu aqui só de brincadeira? Não! Eu decido que não! Estou aqui á mais ou menos duas semanas, e já fui para o inferno e voltei duas vezes, morri, levitei camas e ressuscitei pessoas. Eu sou capaz de enfrentar um demônio no corpo de uma hippie maconheira? Sim! E eu quem decido isso.

Levanto minhas mãos, está na hora do ataque fatal.

O cabelo de Misty começa a pegar fogo, enquanto levanto-a lentamente do chão, fazendo-a fazer múltiplas piruetas no ar, enquanto grita. Sinto meu corpo sair do chão também, lentamente. Mas não ligo para isso, quero acabar com essa vadia.

Vejo-a desmaiar, enquanto roda múltiplas vezes no ar. Desço seu corpo enquanto vou descendo junto também. Chego perto dela, ajoelho-me, aproximo meu rosto do seu, olho profundamente suas feições de olhos fechados.

– Por que você fez isso com ela? – pergunto em voz alta.

Não sei por que, mas tento aplicar o que eu aprendi em Vitalum Vitalis. Deixo minha mente vazia, e digo, em voz alta:

– Vitalum Vitalis.

Dou uma tragada com o nariz, e sinto-o queimar umas dez vezes mais do que quando eu trouxe Maggie de volta. Meu corpo se estira, enquanto sinto uma coisa tomar conta de mim, e ouço-o dizer na minha cabeça:

– Você nunca será a Suprema! – fala a voz demoníaca, enquanto meu corpo se estremece e eu não consigo controla-lo.

– Você não decide isso – penso eu.

Nesse momento, tento ao máximo movimentar meus braços, mas o máximo que eu consigo é levanta-los em forma de cruz. Meu corpo começa a se levantar e a pairar sobre o quarto, enquanto sinto essa coisa pesada dentro do meu corpo sair aos poucos, e me alivio ao sair por completo.

Sinto meu corpo cair em queda livre por dois segundos, a última coisa que vejo é o rosto de Misty de lado abrindo os olhos antes de desmaiar.