Serena escrita por Kikonsam


Capítulo 11
Concilium


Notas iniciais do capítulo

Oiii, desculpa não ter postado ontem, mas aqui está! Um novo pra vcs! :))))))))))))))



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Concentração, Serena. Concentração.

Estou no quarto, tentando levantar a cama. As meninas já foram para o almoço, mas eu prefiro testar minha telecinese, que não vai muito bem. A cama se levanta do chão, e menos de dois segundos depois, cai, com um estrondo, no chão.

Paro para descansar um pouco. Hoje foi um dia muito agitado. Primeiro Misty Day queima uma aranha no meu quarto, depois Kathy diz que dependendo do inferno, a pessoa pode voltar alterada e maléfica dele. E ainda por cima, Misty jogou Zoe para o outro canto da sala no andar de baixo. Ainda bem que Zoe está bem.

A porta se abre, e uma Misty Day com as mesmas roupas do evento que aconteceu de manhã aparece.

– Serena, não vai comer não? – pergunta ela, entrando no quarto e fechando a porta. Fico atenta, caso ela tente alguma coisa.

– Não, estou treinando minha telecinese. – digo.

– Uau, que legal! – diz ela, com um sorriso. Por que acho esse sorriso forçado?

– É

– Me levante – diz ela. E me espanto. – Vai logo, qualquer coisa eu volto.

– Certo. – nesse momento, ergo minhas mãos e coloco toda a força que pude imaginar, e Misty salta do chão com um pulo, batendo no teto e caindo de volta no chão.

– Meu Deus! – exclamo, me levantando da cama e indo até Misty – Misty, você está bem?

– Bem? – diz ela, se levantando, eu também me levanto. – Bem uma porra! Quem você pensa que...

– Pode parando – digo. – você pode jogar Zoe para o outro lado do quarto, mas não eu...

– Ah, é? – diz ela, levantando uma mão.

Sinto meu corpo sair do chão e sendo jogado para a parede do outro lado do quarto. Estou dolorida, mas já passa.

– Você não sabe com quem está lidando. – digo, tirando minhas luvas. Nesse momento, não sei o que se passa na minha cabeça.

– Nossa, ela está tirando as luvas, uau – diz Misty, irônica.

Ergo minhas mãos, e o cabelo dela começa a pegar fogo. Ela fica parada, não se move.

– Querida... – diz ela, e o fogo do seu cabelo apaga, mostrando o cabelo loiro impecável – vai ter que fazer muito mais que isso se quiser me derrubar...

– É o que veremos... – digo, andando em sua direção, com mais raiva ainda, e concentro na lição que aprendi na segunda-feira com Queenie.

Misty ergue as mãos, mas elas grudam-se no seu corpo.

– Mas o que... – diz ela, mas a interrompo.

– Concilium – digo. Me aproximando e colocando meu rosto á poucos centímetros do dela. – Uma das sete maravilhas.

– Droga! Como me esqueci disso? – diz ela, virando o rosto.

– Há, há. – rio ironicamente.

– Quem ri por último – diz Misty, e minhas mãos se colam no meu corpo. – ri melhor.

Sinto meu corpo sair do chão e minha cabeça bater em uma parede no outro canto da sala.

Acordo em um porão, ou pelo menos o que parece ser um porão. Estou amarrada pelos braços e pelas pernas com correntes, presa á parede.

– O que? – digo, falando sozinha.

– Em baixo desta casa... – começa Misty, saindo sabe-se lá de onde. – Existe uma coisa que eu adoro, silêncio. Coisa que não se tem, agora que essa instituição está uma bagunça.

– Socorro! Socorro! – grito

– Quando cheguei aqui... – continua Misty, como se nunca tivesse sido interrompida. – Só existiam três quatro meninas estudando aqui, a Zoe, a Queenie, a Nan e a Madison...

– E daí? – grito, as lágrimas escorrendo do meu rosto.

– Daí que não era essa bagunça que é hoje! – grita ela, se aproximando de mim. – Não consigo mais dormir, por que essas putas ficam rindo e gargalhando!

– Misty – digo, com calma – Isso é bom, entra dinheiro pra cá.

– Mas eu não quero! – grita ela.

– Misty, me disseram que você era uma menina doce, que cuidava dos animais e... – mas ela me interrompe.

– Aquela menina ficou no inferno que elas me colocaram! – grita ela – e quando eu acabar com você, Serena, eu vou acabar com todo mundo por aqui. E quando eu falo acabar, eu falo imortalizar.

– Imortalizar? – pergunto, realmente não entendi o que ela quis dizer com isso.

Ela ri, olha para mim mais de perto, e sussurra no meu ouvido:

– Você nunca vai morrer, Serena.

– Eu o quê? – grito, desde mais jovem aceitei o fato de que um dia irei morrer. Todo mundo morre

– Isso mesmo! – grita ela, rindo e gargalhando por alguns segundos, e depois se vira para mim. – Eu fiz uma poção enquanto você estava desacordada desde manhã. Agora, você nunca, nunca! Vai conseguir achar o sossego da morte.

Como assim? Eu não vou morrer? Que porra é essa?

– Misty, você está louca – digo calmamente – Ninguém é imortal.

– Já ouviu falar da Madame Delphine LaLaurie? – diz ela, olhando para mim.

– A assassina de escravos? – pergunto, já estudei alguma coisa sobre ela na escola... Normal.

– Sim. – diz Misty, circulando pela sala. – Ela morreu, porém, somente á um ano.

– Ela nasceu no século XVIII! – grito, Misty realmente não voltou bem do inferno. Essas cordas estão machucando meus pulsos...

– Sim, ela nasceu no século XVIII – diz ela, calma. – Mas ela morreu ano passado. Entenda, ela tomou uma poção em 1842, em que ela se tornou imortal. Ano passado, muita coisa rolou aqui nessa casa e no bairro negro de New Orleans, e ela conseguiu, finalmente, depois de quase 340 anos, morrer. Sabe Serena, vocês duas são muito parecidas. A única diferença é que, você, diferentemente dela, não vai conseguir morrer. Nem daqui á 70 anos, nem daqui á 340, nem daqui á 1000 anos. Você está cem por cento imortal.

– Você está louca! Louca! – grito.

Ela dá gargalhadas enquanto roda em círculos no porão. Nesse momento lembro-me: Sou uma bruxa!

Olho para a corda que está no meu pulso esquerdo, e a queimo com pirocinese. Não sinto nada, afinal, o fogo nunca me incomodou, mesmo. Queimo a direita. Misty ainda está gargalhando, deitando e rolando no chão. Solto meus pés, e jogo meu Concilium na Misty, fazendo-a se levantar.

– Vamos começar com isso de novo? – diz ela, olhando para mim em pé, com os braços colados ao corpo.

– Sim – digo, e jogo Misty para a parede do porão, fazendo-a bater a cabeça e cair desmaiada.

Vejo uma escada ao meu lado. Subo-a, saio, e fecho a porta.


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Notas finais do capítulo

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