Snow, David e Henry se aproximavam da porta do apartamento em meio a risos. Foram ao Granny’s almoçar e a tarde havia sido agradável. Claro, teria sido melhor ainda se Emma houvesse ido junto, mas a loira havia dito que tinha outras coisas para fazer e não poderia ir com eles. A questionaram sobre o que era mais importante para se fazer em uma tarde de sábado do que sair com seus pais e filho, mas a loira nada disse.

Ao chegarem mais perto, David tocou na maçaneta, pronto para abrir a porta, quando um barulho dentro da casa chamou a atenção dele e de sua esposa. Apuraram os ouvidos, tentando distinguir o que era.

Um gemido pôde ser ouvido.

Entreolharam-se antes de voltarem a prestar atenção nos sons do interior do apartamento.

“Oh Emma, assim mesmo. Mais forte agora.” — Aquela voz. Snow conhecia muito bem aquela voz. Era Regina. E então um novo gemido foi ouvido, um pouco mais auto dessa vez.

“Eu sempre desconfiei que você gostasse assim forte, majestade.” — Puderam notar o tom provocativo de Emma. E mais gemidos vindos de Regina.

Olharam para Henry que parecia tão chocado quanto os mais velhos. Todos se perguntando o que afinal de contas estava acontecendo dentro daquele apartamento.

“Emma, coloque mais força e velocidade nisso. Me mostre a salvadora que você é.” —Grunhiu Regina em meio a mais um gemido prolongado.

“Você nunca fica satisfeita com o jeito que eu conduzo as coisas, Regina. Na próxima que dá um jeito de fazer isso sozinha.”

“Você sempre diz isso, querida.” — Murmurou Regina.

Snow arregalou levemente os olhos ao constatar que aquela não era a primeira vez delas juntas. Céus, Regina havia corrompido sua filha.

David abriu a boca algumas vezes, sem saber o que dizer. Sua mão ainda parada na maçaneta esperando que Snow dissesse algo. A mesma só conseguia agradecer o fato de ter deixado o pequeno Neal com Ruby. Mesmo o garoto sendo um bebê, odiaria que ele ouvisse a pouca vergonha que se passava dentro de sua casa.

Olhou mais uma vez para Henry, coitado do garoto. Ficaria traumatizado para sempre.

“Aí mesmo Emma. Oh Deus, você tem mãos mágicas.” — A voz rouca de Regina ecoou pelo pequeno apartamento. O som do gemido da morena se misturou com o da loira e David não pôde deixar de arregalar os olhos para aquilo. O que diabos Regina estava fazendo com sua filhinha?

“Seus dedos são os melhores. Isso, um pouco mais para a direita.” — Outro murmuro de Regina e um gemido chegou até eles.

Aquilo era o cumulo, sem esperar mais, Snow puxou a mão do marido da maçaneta e abriu a porta com tudo, se preparando para a cena chocante que veria a sua frente.

“Tira suas mãos da min-“ — E a fala de Snow morreu ao ver Emma e Regina

Os três piscaram os olhos algumas vezes focando na imagem das duas.

“Mas que diabos...” — Emma disse, paralisada, olhando para os pais e seu filho, que pareciam ter levado um choque.

“Vocês... o que vocês... estão... eu...” — David não sabia o que falar, a imagem na frente dele não era nada do que esperava. Regina estava sentada no sofá, com Emma atrás de si e as mãos da loira em suas costas.

“Caramba! Vocês não sabem avisar que estão entrando?” — Perguntou Regina, exasperada, enquanto levava uma das mãos ao coração.

“É que ouvimos uns barulhos e gemidos e queríamos ver o que era.” — Snow tentava explicar, enquanto Henry e David assentiam com a cabeça, ainda olhando para aquela situação. Seus rostos vermelhos em clara vergonha.

“A mãe está apenas fazendo massagem na mamãe?” — Perguntou o garoto, inclinando a cabeça, em um gesto típico da sua mãe loira.

“Claro querido, o que achou que estávamos fazendo?” — A morena o lançou um olhar interrogativo, com a sobrancelha arqueada, enquanto se ajeitava no sofá, agora que Emma havia parado a massagem.

O garoto apenas encolheu os ombros, enquanto David voltava a falar.

“É que tinha os gemidos... e as vozes estavam estranhas e... bem... pensamos que vocês estavam... você sabe... aquilo...”

“Aquilo?” — Emma perguntou ao pai, sentada ao lado de Regina que parecia absorver o que David falava.

“É, aquilo!” — David lhe deu um olhar que deixou claro ao que ele se referia.

A loira abriu a boca algumas vezes, digerindo o que o pai dizia. Seu rosto em choque e confusão, em uma expressão que David teria dado risada se não fosse a situação na qual estavam. Ela e a morena rapidamente trocaram um olhar e fizeram uma careta.

“Ugh David, não. Credo.”

“Não sei como você teve a capacidade de pensar que eu transaria com a sua filha, David. E você Snow?” — A ex-prefeita voltou o olhar para a outra, que abaixou a cabeça murmurando um foi o que pareceu. “E ainda trouxeram Henry para cá. E se estivéssemos nuas mesmo?” — Seu tom irado deixou David ainda mais vermelho de constrangimento.

“Eu... bem, sinto muito.” — O príncipe murmurou, abaixando a cabeça.

Regina balançou a cabeça, chocada. Emma ao seu lado ainda tentava processar tudo aquilo. Será que ela fez realmente Regina gemer apenas por massageá-la? Balançou a cabeça, afastando aqueles pensamentos ao ver a morena se levantando.

“Depois de toda essa situação embaraçosa, acho que só me resta ir para casa.” — Suspirou, indo até a bancada para pegar a bolsa que havia deixado lá e se virou para Henry, se despedindo do filho que passaria a noite ali, enquanto Snow e David pediam desculpa a ela por todo o mal entendido.

Ao ver a morena abrindo a porta, Emma rapidamente se levantou, dizendo que a acompanhava até lá o carro. Um sorriso imperceptível perpassou por seus lábios, enquanto ela assentia e saia com a loira do pequeno apartamento.

Ao chegarem a Mercedes da morena, Emma parou ao lado dela, enfiando as mãos nos bolsos de trás.

“Caramba, dá pra acreditar neles?”

“Às vezes eles conseguem serem piores do que eu me lembrava.” — Regina respondeu em tom de deboche, mas o sorriso nos lábios dela demonstrava seu divertimento naquilo tudo.

“Pois é...” — A loira concordou, dando alguns passos para mais perto da morena, enquanto tirava as mãos dos bolsos. Olhou para os lados e ao não ver ninguém, passou-as pela cintura da mais velha a puxando para si. “Ainda bem que eles não chegaram dez minutos antes, se não aí sim eles teriam visto o que imaginaram.” — Disse dando um riso malicioso, enquanto depositava um breve selinho nos lábios da outra.

“Eu teria adorado ver a cara dos seus queridos pais.” — Riu com isso, enquanto passava os braços pela nuca da loira. “Mas Henry estava junto, então ainda bem que não foi dessa vez.”

“Claro que você iria adorar isso, seria um modo de se vingar e tanto, não?” — A loira revirou os olhos enquanto fazia uma careta que arrancou mais uma risada de sua namorada. Com mais alguns beijos, a maioria roubados da parte da loira, elas se despediram e Regina entrou no seu carro, indo embora, enquanto pensava o quão vingativo para si, seria ter os desencantados a flagrando com sua preciosa filha.