Graad Gakkou - INTERATIVA escrita por Casty Maat


Capítulo 5
Capítulo 4 - Cerimônia de abertura parte IV - SAARA também é por aqui


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas saiu, minna-san xD
Kanon continua na busca da pessoa com cosmo
E mais duas garotas apresentadas =3



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#04 – SAARA também é por aqui

Aldebaran era o único dos rapazes que não teve condições de ter o uniforme completo devido a seu tamanho, mas nem por isso estava em desleixo. O sinal de ser um aluno da Graad Gakkou era um broche que usava no bolso da camisa social branca.

Ia sozinho, já que esperava ter ido com Mu, porém entendia o sentimento do amigo com relação a saudades que queria matar a cada segundo do mestre Shion. Em mãos a ficha para entregar na secretaria, a guardou na pasta e ia lendo um panfleto informativo da escola.

—Hm... Clube de futebol... É uma pena que não posso jogar ou o segredo sobre nós estaria escancarado, hehe. – disse pensando alto no quarto que dividia com Dohko (uma escolha novamente feita por ele e o chinês para compensar o tempo perdido entre mestre e pupilo). – Ah, tem de jardinagem. Isso me faz lembrar o jardim que tinha perto das doze casas...

Aldebaran também pensou no país natal. Se estariam livres após o colégio até serem necessários, pensou em voltar para o Brasil, fazer algum trabalho social. Mas seriam longos 3 anos para pensar nisso com calma. Até por que os anos do colégio já estavam apenas começando e era o momento de ir.

Os demais cavaleiros que ainda estavam ali, enrolando ou com timidez para ir, ou até os que simplesmente queriam comer com mais calma só olharam na direção das escadas do segundo andar, onde ficavam os quartos com suítes. Aldebaran era incrível lutando, sua agilidade era de uma graça de bailarina do Bolshoi, mas no dia a dia e nas pequenas ações, o taurino era um tanto quanto desastrado.

Máscara e Afrodite estavam rindo baixinho, ao que Shura simplesmente suspirou, desanimado. Dohko estava entretido com a cafeteira de café expresso, que passava um bom copo do líquido negro. Já Shaka, externou uma bronca.

—Como ousam rir de nosso companheiro? Terei de informar a Shion sobre a falta de cortesia. Se bem que vindo de você, Máscara da Morte, eu não me surpreenderia.

—Cala boca, Shaka! Nem fingindo ser um adolescente normal você consegue deixar de ser chato e incômodo? – reclamou o italiano.

—Busco cumprir a missão que nos foi dada, e sem destratar ninguém. – Shaka se levantou. – Irei repassar alguns kanjis antes de ir para a aula.

—Vou acompanha-lo, Shaka. Estoy irritado de dividir o ar com esses dois briguentos. – disse Shura também se levantando e seguindo o indiano. Desde que voltara, Shura buscou estar perto do cavaleiro de Virgem e de Sagitário, como que buscando perdão por seus erros nas duas vidas que tivera e como Aiolos dividia o quarto com o irmão caçula, Shaka não fez conta e aceitou o espanhol como colega de quarto.

Giovanni ficou falando cosias desconexas, tirando com a cara de ambos. Afrodite apenas empinou o nariz e voltou a tomar o chá de rosas.

—Devia buscar serem mais amigos. Deixem rixas e piadinhas de lado, aproveitem a adolescência nova de vocês. – riu o chinês, antes de sorver um gole de café.

—Com todo respeito, mestre, mas esse povo pede para ser zoado. – riu o italiano.

—Não deviam. Estamos convivendo todos na mesma casa, que aliás, nem nossa é. Não é como no Santuário, onde estamos cada um no nosso canto, que também não é mais nosso. – disse Dohko entre um gole e outro. – Se houver brigas, o ambiente ficará ruim para todos. Sei que somos diferentes um do outro, mas se vamos conviver por três anos, então vamos manter equilíbrio.

—Equilíbrio é que com você, mestre. – disse Afrodite. – Mas é um conceito totalmente desconhecido para o carcamano aqui.

Máscara apenas olhou torto para o pisciniano que riu baixinho, cobrindo a boca.

—Ora, Gigio...

—Gigio não...!

A discussão entre os dois dourados reiniciou e nada do que o velho mestre dizia os fazia parar. Dohko preferiu sair pela direita e ir terminar de se arrumar para a aula.

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Kanon se escondeu na esquina próxima ao quarteirão do colégio, olhando atentamente entre a massa de alunos, buscando o cosmo misterioso. Sentiu o cosmo de Saga se aproximando, o que ele fez esconder o seu próprio e não chamar atenção do irmão. Não demorou a vê-lo junto da garota de cabelos pintados de vermelho, conversando como se fossem velhos amigos. Sentiu até vontade de vomitar tamanha breguice da cena. Se bem que era Saga, e no seu lado bonzinho, seria anormal se não fosse brega.

Logo localizou a pequena fagulha de cosmo num pequeno grupo se aproximando do portão, um grupo composto de três pessoas. O problema é que o cosmo era tão fraco e diminuto que Kanon não conseguia descobrir quem dos três era o “demônio” que apavorou os delinquentes.

“Nenhum dos três tem cara de quem sabe lutar ou usar cosmo. Pelo jeito vou ter que entrar na escola e aguentar essa tal cerimônia se quiser descobrir!”

Kanon saiu do esconderijo e andava a passos rápidos, tentando alcançar o trio quando uma conhecida risada foi escutada atrás de si.

—Acho que o Máscara perdeu a aposta dele, hahaha!

—Aldebaran... “Que desgraça de hora para aparecer!”

—Ele apostou com o Milo que você não ia aparecer para a aula. – riu o taurino.

—C-como se o certinho do meu irmão fosse deixar! Com licença! – e saiu rápido dali, deixando Aldebaran sem entender nada, coçando a nuca.

O brasileiro ficou olhando Kanon com passos apressados se afastar.

—Esse aí está aprontando alguma! – pensou em seguir quando teve sua atenção chamada por um pequeno grupo de meninas. As ouviam falar algo sobre o “senpai” ter saído e o clube de futebol estar com dias contados sem uma comissão técnica.

Ao centro do grupo de alunas estava uma de cabelos castanhos e traços misturados, o que indicava que não era japonesa, a pele de moreno sol. Tinha a expressão preocupada e triste. Aldebaran caminhou até as garotas com um sorriso tímido.

—Eu entendo de futebol, só não posso jogar.

As garotas sentiram medo daquele tamanho todo de homem sorriso bobo.

—Por favor, me deixem ajudar vocês! Eu adoro futebol como todo brasileiro! – Aldebaran fazia inúmeras (e exageradas) vezes, o que deixava a garota do meio até aturdida.

—Calma, calma... – disse a garota. – Você pode nos ajudar sim, só não podemos garantir que o clube ficará aberto, novato... Eu acho...

—Pode deixar que eu, Aldebaran, farei de tudo para que o clube não feche!

—Tudo bem mesmo, Astra? – indagou uma japonesa de cabelos curtos a morena.

—Acho que sim... Acho...

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Dohko não havia demorado para se arrumar e sair. Lembrou os últimos que estavam na mansão da aula e para não se atrasarem. Olhava a paisagem moderna com atenção, afinal, vivera mais de duzentos anos preso num fim de mundo e sentia falta de gente, de movimento.

As ruas do caminho eram pequenas em alguns trechos, o fazendo lembrar-se de sua vilinha natal, que hoje deveria nem haver resquícios de sua primeira juventude. Viu uma banquinha de lamen e pensou em vir ao final do dia comer, traria Shion e Mu também.

No meio do caminho encontrou uma garota com o mesmo uniforme da Graad, os mesmos detalhes em bronze no uniforme. Estava agachada num beco, com um gatinho nos braços, branco com manchas marrom. Se aproximou tentando não assustar a jovem loira.

—Seu gato se feriu? – indagou o chinês.

—Ele é um gatinho comunitário dessas ruas. Não é meu, apesar de eu sempre que posso dar comida a ele. – respondeu a garota.

Dohko analisou o ferimento, tantos anos de existência e tendo vivido duas guerras santas lhe deram conhecimento de sobra sobre primeiros socorros, ainda que voltados para humanos.

—O que aconteceu? Você viu?

—Eu só vi o final, um garoto do colégio no outro quarteirão o atropelou de bicicleta. Pegou de raspão, mas ele está com dor. – e o ruído que o animal fazia demonstrava isso.

O chinês não sabia bem o que fazer, ferido o animal poderia atrair cães de rua e morrer. Mas ele também não tinha remédios e outros para fazer curativo no bichinho.

—Se importaria de vir comigo até onde moro? – indagou o libriano. – Eu faço um curativo e peço para olharem ele. Assim ele não corre perigo aqui na rua.

A garota corou, tímida, afirmando devagar com a cabeça.

—Ah! Por favor! Não pense que sou um pervertido ou algo do tipo.

—Não! Não pensei isso! – a menina se levantou, mantendo o felino com segurança em seus braços.

Os dois começaram a andar, fazendo o caminho contrário ao que Dohko fazia rumo a mansão.

—Desculpe, eu não me apresentei. Me chamo Dohko e você?

—Kelly... Kelly Fuyuki Maiore...

—Espero que a gente se dê bem, já que seremos do mesmo ano. – o libriano sorria de forma amistosa. – Eu nunca estive numa escola antes...

—Nunca?

Dohko sentiu o sangue gelar. Como podia se considerar um dos responsáveis pelos outros devido sua idade real ser a mesma de Shion se ele próprio estava dando bandeira?

—Eu vim de uma região... da China... pobre demais, sem escola... – disse meio travado, mas por sorte, a garota entendeu como ele estando sem jeito.

Ao chegarem à mansão, Kelly chegou a duvidar que aquela fosse a casa de Dohko. O chinês ficou sem graça.

—Fomos adotados pela senhorita At... Kido, da Fundação, sabe? Por isso vivemos aqui.

—Vivemos?

—Sim, eu e mais uns rapazes... Ah, por favor, não pense que eu te trouxe a uma armadilha ou algo assim, por favor!

A garota começou a rir, de forma tímida.

—Você é engraçado, Dohko. Qualquer um que queira ajudar um animal indefeso não seria má pessoa. Apesar de ser um pouco assustador ter tantos rapazes numa casa. – disse corando e desviando o olhar.

Foi quase instantâneo o efeito daquele momento, a timidez da garota e sua fala. Dohko precisou disfarçar e muito ter ficado igualmente corado e o coração que batia acelerado, já sem os efeitos do Misopeta Menos.

“Ah, a última vez que senti isso faz séculos!” – pensou o chinês, entrando no terreno da mansão, sentindo o rosto arder.

E entraram os dois, sem jeito e quietos.


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