Graad Gakkou - INTERATIVA escrita por Casty Maat


Capítulo 20
Capitulo 19 - Os preparativos


Notas iniciais do capítulo

Demorei, eu sei... o mindblock me atacou e deu nocaute!



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#19 – Os preparativos

Naquela tarde de junho, as primeiras a chegarem ao clube de artes foram as veteranas Ariadne e Leona. A ultima vinha com os cabelos molhados após sair do chuveiro, pois tivera um rápido treino no clube de basquete.

—Oh, chegou cedo para um dia de treino. – comentou Ariadne, começando a riscar uma tela em branco.

—Era mais estratégia pro campeonato no próximo bimestre.

A ítalo-brasileira estava com um ar desanimado, sentando-se em frente a sua tela e começando a riscar sua arte. A temática do dia era “renascimento”.

Ariadne notou a amiga calada. Apesar de um jeito um tanto tímido, Leona era bem animada e nada fechada.

—É mais que sua mãe ter sumido, né? Eu te conheço...

—Eu...

—É o lýaros loiro... O tagarela que é amigo do Camus-kun, né? – disse a ruiva sem deixar de ter seus olhos bicolores saírem da tela.

Leona corou violentamente, mas sua expressão tímida logo ficou triste.

—Acho que ele gosta de outra. Da Smith-san. – respondeu a morena.

—Por que acha isso? Ele chegou a demonstrar alguma intensão com você ou ela?

—Não sei... Mas ele sempre enche a Smith-san de mimos...

Ariadne suspirou profundamente, parecendo filosofar por alguns segundos e então pela primeira vez tirou seu olhar da tela, direcionando a amiga.

—Vou dizer como uma observadora silenciosa. Quando olho para o Galanós-san e Smith-san, não é essa a imagem que você insinua que me vem a cabeça. Então não desista de conquistar ele. Ele é um pervertido e idiota, mas ele me parece uma pessoa boa e te faz sorrir quando fala as bobagens dele. – a ruiva deu um tímido esboço de sorriso. – Está totalmente apaixonada pelo lýaros...

Leona corou violentamente e desviou o olhar.

—Milo é só meu amigo. Se for ver por temas em comum, eu vou dizer que você e o Camus-kun são um casal.

—Ele é apenas um kouhai a quem, como veterana e presidente do clube, devo cuidar.

—Sei. Ainda vou acabar vendo você casada com ele, tá? – resmungou a morena, fazendo um engraçado biquinho.

—Eu que digo isso. Vou te ver casada com aquele tagarela mal educado.

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A rotina do clube de musica se firmou com as idas e vindas da mansão. E para desespero da tímida Morgana, muitas das idas ela era escoltada pelo igualmente tímido sagitariano. E claro que as vindas eram uma coletânea de mimos de Milo, que fazia questão de dar abraços apertados e dengosos.

Aquele fim de semana, as portas do evento da escola, a morena estava na casa da meia irmã. Estava aproveitando que o cunhado e o sobrinho estavam fora para curtir um dia de clube da Luluzinha.

Os dois gregos preenchiam os pensamentos da baixinha, e o ar pensativo da garota não passou despercebido pelo olhar afiada da meia irmã militar.

—O que se passa por essa cabecinha?

Afrodite era loira, olhos claros e vestia-se de forma simples, mas que com todo o porte a deixavam parecer a mais elegante modelo. Sentou-se ao lado da irmã, na cama onde a morena lia o caderno de partituras de bruços. Morgana até levou o susto, olhando a irmã com certa timidez, onde as bochechas vermelhinhas a traíram de imediato.

—Oh, não me diga que chegou o tempo da primavera?! Está apaixonada! – sorriu a mais velha.

—Onee-sama... Eu...

—Quem é? O loiro de cabelo curto que papai está se mordendo de ciúmes ou o loiro de cabelo longo que conquistou a sua mãe?

—Espera, papai já viu o Tavoros-san?!

Afrodite riu.

—O que papai não vê, Momo-chan? Então o de cabelo curto se chama Tavoros-san? E o outro?

Sem muita saída e já imaginando que a irmã já tinha a informação, respondeu.

—Milo Galanós...

—Aiolos Tavoros e Milo Galanós... Definitivamente ter um padrinho grego te atraiu gregos. E então, os dois são bonitos?

—Onee-sama, você já deve ter visto até a ficha. – a morena deixava um biquinho mimado saliente nos lábios. – Por que tá me perguntando?

—Por que quero saber de você, oras.

Morgana suspirou desanimada e envergonhada. Desanimada por justamente a irmã saber já dos garotos e envergonhada por justamente saber dos garotos.

—São. Os dois são.

—Está interessada neles?

Ela balançou a cabeça afirmando, sem conseguir olhar pra irmã.

—Mas é errado, né? Gostar de dois garotos...

Afrodite sorriu de forma doce e gentil, trazendo a caçula pros braços e a aninhando.

—Não exatamente. Existem muitas formas de amar. Ou você não me ama?

—Claro que eu amo!

—Então... – mexendo nos cabelos escuros com delicadeza. – Você ama os dois, mas um deles é amor de amigo e outro é amor de casal. Mas como tudo é recente, ainda tá um pouquinho difícil de entender.

Morgana fechara os olhos, aproveitando do carinho que recebia. Tinha a nítida sensação que haviam laços muito fortes unindo ela aos dois gregos, mas não sabia por que ou quando surgiu. Apenas sentia.

E assim, aproveitando do dengo oferecido pela irmã mais velha, tentava entender o que havia em seu coração, com relação aos loiros. Por Milo se sentia protegida e querida, como se quisesse segurar a mão nas temíveis tempestades de trovões, de ficar aninhada como estava com a irmã mais velha e receber todos aqueles mimos. Mas quando pensava no grego de olhos azuis e sorriso de anjo, sentia o coração pulsar forte e intenso, vontade de querer estar junto e ao mesmo fugir ou de pensar nos livros de romances que vez ou outra caiam em suas mãos nas aulas de literatura.

Suspirou e relaxou nos braços de Afrodite, como se uma questão pesada tivesse saído e a deixado tão leve quanto uma pluma.

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Havia sido feito um revezamento de alunos para o preparo do ginásio para a festa a fantasia e entre os alunos selecionados da vez estavam Shura e Suikya.

Havia surgido um amizade entre o cavaleiro e a nepalesa, ainda que o espanhol sentisse o coração pesar por saber da verdade e não poder revelar a garota. Como ela reagiria ao saber que ele fora um dos algozes de seu real progenitor? Ou até a verdade escondida que é o Santuário?

Shura discretamente cortava as fitas para o clube de artesanato poder confeccionar alguns enfeites a base do material com seus dedos afiados, olhando ao longe a garota arrumar os bordados das toalhas que seriam usadas nas mesas de comes e bebes.

Até aquele momento, o moreno achava bem idiota o modo como Aiolos, Saga e outros estavam agindo, como bobos apaixonados por adolescentes. Ainda que estivessem em corpos de 15 anos, suas cabeças ainda eram as mesmas de seu tempo de morte.

—Se bem que Aiolos ainda tem desculpa... – murmurou consigo.

Culpava os hormônios em pura ebulição como os responsáveis por deixar cavaleiros dourados tão pateticamente apaixonados. Mas olhando bem para si, ele mesmo estava se vendo na situação.

Seria certo ele, tão criminoso e com sua mente que caiu para o sono eterno com 23 anos gostar de uma garota tão mais nova, e pior, filha de um dos caras o qual perseguiu na inquisição promovida por Arles mais de 20 anos antes?

Terminou de cortar as faixas e, carregando a cesta com elas, passara próximo a nepalesa. Deixara com a presidente do clube de artesanato. Já estava dando a hora do turno daqueles alunos se encerrar e fechar a escola e como sua ultima atividade estava terminada, Shura ficou do lado de fora do ginásio, esperando por Suikya.

Não era incomum os dois andarem juntos quando a volta para a casa acontecia em horários mais extremos ou as vezes por casualidade.

—Shura.

Ele olhou a garota que parecia também enfim ter terminado o serviço. O moreno sorriu de forma discreta e gentil.

—Terminado?

—Terminado.

Puseram a caminhar lado a lado.

—Shura... Está ansioso para a festa?

—Mais ou menos. Eu ainda não sei se eu vou. – o que era bem verdade, o espanhol não era muito amigo de multidões, as vezes preferindo o reservado de seu lar ou as saudosas missões do Santuário (desde que não envolvesse uma “caça as bruxas”).

—Oh, vai sim! Vou me sentir sozinha e perdida. Esse tipo de festa faz mais parte da cultura de vocês que da minha, mas... Eu iria gostar muito de conhecer um pouco mais.

O sorriso tímido dela e ao mesmo tempo encantado por poder experimentar um mundo novo... Era difícil poder resistir a algo vindo disso.

—Tudo bem, eu irei.

—Obrigada!

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Tsuki estava focada no alvo a alguns metros a sua frente. Retesava o arco de forma elegante, trajada com o quimono de treino e todas as proteções exigidas. Soltara a corda, permitindo a seta alcançar a mosca.

A visão da garota treinando deixara Shion encantado. Como alguns dos cavaleiros haviam sido recrutados para a arrumação, entre eles Aiolos, cogitou o mesmo tendo vindo treinar arco, já que sentia o cosmo na região da escola.

Mas ao final tudo que encontrara fora sua musa de olhos cor da noite, treinando com uma graça e destreza que jamais imaginaria ver. O olhar afiado de uma amazona, a elegância de uma princesa.

—Você é o novato do Tibete, não é?

A voz firme da garota soou, tirando o ariano do transe e susto. Ela sequer o olhara e pareceu “sentir” sua presença.

—Ah, sim. Estava procurando por Aiolos.

—Ele não passou por aqui. Ao menos não que eu tenha visto. – ela soltou uma nova flecha, dessa vez acertando um mais distante da mosca.

—Eu agradeço, Tsukuyomi-san. Ah!

A morena o olhou, parando de preparar mais uma investida do arco. Sua expressão era indiferente, mas curiosa com o que aquele garoto de traços tão diferente tinha a dizer.

—Eu não tive a oportunidade de agradecer sua ajuda aquele dia. Eu agradeço.

—Não foi nada. Eu detesto injustiças e não se deve julgar um livro pela capa. – ela voltou a olhar para o alvo e preparar mais um novo tiro, que não demorou muito.

—Certamente Atena estaria satisfeita com uma fala dessas.

Novamente ela o encarou, sem entender.

—Atena é uma deusa justa.

—Não tão justa quando tentou subornar Páris.

—Não creio que sejam todas reais. Algumas seriam lendas mais que lendas apenas refletindo a humanidade. – respondeu Shion.

—De todo modo são apenas histórias. Mitologia. – ela atirou a última flecha, atravessando os metros que a separavam do alvo para recolher a munição, começando a arrumar o local. – O sobrenatural é algo ilusório.

—Ou não.

—Não creio. Mas compreendo. O mundo é um tanto injusto e complicado, é bom ter em algo a que se apoiar, não? Estou fechando o local e pretendo me trocar, se me der licença...

Shion ficou envergonhado ao notar que estava sobrando ali.

—Oh, me desculpe. Bom, até breve, Tsukuyomi-san. – disse se retirando.

Tsuki ficou olhando o ariano se afastar, intrigada. Como aquilo descambou para um papo sobre coisas sobrenaturais não soube, mas que a fez lembrar da estranha coisa que fazia os livros caírem... Bem, isso a lembrou.

—Bobagens... – disse balançando a cabeça e por fim


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