Graad Gakkou - INTERATIVA escrita por Casty Maat


Capítulo 16
Capitulo 15 - Criando laços


Notas iniciais do capítulo

Demorei um tico dessa vez, o mindblock me pegou de jeito =/



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#15 – Criando laços

Shura tinha vindo sozinho para a escola, assistir as aulas de espanhol. Ficou sentado debaixo das arvores, pensando na conversa que tivera com Atena no momento que esteve a sós.

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Estava sentado num dos puffs da biblioteca, lendo, quando a deusa entrara ali. Ela pareceu surpresa em ver o espanhol  ali.

—Desculpe, estava estudando?

—Não, apenas fugindo do barulho. – respondeu Shura sem desviar o olhar.

—Confesso que vim buscando refugio aqui. Eu vivia me escondendo aqui depois que meu avô morreu. – disse Saori, se sentando num divã.

Havia uma pergunta engasgada em sua garganta desde que ele voltara, então ele fechou o livro, mas marcando com o dedo, olhou a deusa que parecia se distrair vendo os enfeites em gesso no teto e perguntou.

—Por que? Atena, por que nos trouxe de volta? Sempre foi nosso destino morrer naquela batalha... Esse é o ciclo da vida, senhora. Nascemos e um dia morremos.

—Meu coração pedia por justiça, Shura. Vocês sofreram e se amaldiçoaram por todo o mundo e por mim. Enquanto eu ainda agi como uma jovem imprudente.

—Por que a mim? E aos demais que lhe traíram...? Kanon, Saga, Máscara da Morte e Afrodite...

Saori se levantou e se sentou no puff ao lado e segurou o rosto do capricorniano. Havia um sorriso maternal.

—Todos erram. Mas seus corações tinham bondade e o desejo de proteger. Vocês todos merecem uma segunda chance. Foi por isso que montei essa escola, Shura. Para ser o lar de uma segunda chance, uma outra face da moeda para os cavaleiros.

Os diminutos olhos negros como ébano do rapaz se arregalaram surpresos.

—Essa escola... A Graad a senhora montou para os cavaleiros?

—Não sou apenas a senhora da guerra justa, mas da sabedoria. A guardiã desse planeta. Eu quero que todos sejam felizes. Essa nova vida é para vocês viverem o mundo que ajudaram a construir. E quero que conheçam por dentro e por fora, que vivam não apenas pelas lutas, mas por outras coisas. Eu realmente desejo que sejam apenas garotos, como você foi ao se preocupar com sua colega.

O capricorniano abaixou a cabeça, lembrando de quando ligou para a deusa para defender Suikya. Foi um raro momento em que agiu apenas como um garoto comum,

—Sobre ela, minha deusa... O nome dela me lembra muito uma pessoa. – comentou Shura um tanto sem graça.

—Suikyou de Taça.

O nome dito daquele modo o fez novamente arregalar os olhos.

—Ele está morto, Shura. A cerca de uns 6 anos.

Todos ali sabiam que depois da guerra contra Hades, Atena buscou os desertores do período onde Saga fora tirano sob a faceta de Arles. A maioria fugira por descobrir a verdade e outros só aproveitaram o “bonde”. Com o Santuário bastante prejudicado, eles seriam de grande valia na reconstrução.

Infelizmente alguns não foram localizados, alguns foram mortos ou morreram posteriormente por algum motivo. E Suikyou era um deles. Quando Atena o encontrou, no Uruguai, ele estava desenganado, aguardando apenas o doce afago da morte.

Foi em leito de morte que ele revelou algo.

—Então ela...? – a essa altura o espanhol desistira de continuar a marcar a página do livro que lia.

—Ele desconfiava por uma vaga notícia. De todo modo, guardamos o material genético dele e quando a achamos, em meio ao caos da queda da monarquia nepalesa, fizemos os testes. Ele não pode conhece-la, e pediu que ela não soubesse a verdade para protege-la, caso fosse mesmo filha dele. – ela olhou fundo nos olhos do espanhol. – Por favor, não conte a ela e nem evoque lembranças da monarquia.

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Suikya era filha de um cavaleiro. E também uma princesa sem trono, fruto de um relacionamento extraconjugal da princesa herdeira, agora falecida. E ele, Shura, havia sido um dos que caçara o cavaleiro de prata quando este fugira.

A pior parte é misturar essa sensação pesada com o carinho que havia criado pela menina, enquanto os dias passavam e andava com ela até mais que com seus antigos amigos.

Quando avistou o professor, foi andando, apertando o passo para que não ficasse para trás.

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Afrodite resolveu sair ao invés de ficar em casa. Tinha ouvido falar de uma cafeteria no bairro que era excelente e assim optou por ir conhecer o local.

Havia levado consigo um lápis 6B e um caderno de desenho para fazer alguns croquis do trabalho de verão do clube de moda e depois passaria na escola para fazer sua parte do clube de jardinagem, já que Aldebaran estava mais preocupado em correr atrás de uma confecção de roupas esportivas para o time de futebol feminino que ele auxiliava. O sueco estava profundamente surpreso do gigante também ter ingressado no clube de jardinagem, afinal, jamais imaginou que com aquele tamanho todo o brasileiro pudesse amar as plantinhas.

Quando entrou não pode deixar de notar uma linda menina de cabelos pintados de rosa, rostinho de boneca de porcelana e olhos azuis belíssimos. Ela tomava milk-shake enquanto lia uma revista sobre Takarazuka.

Afrodite sempre apreciara o que era belo e por isso não deixou de se encantar com a garota, os cabelos presos em maria-chiquinha e enfeitados com lacinhos fofos. A garota retribuiu o olhar e sorriu. O loiro sorriu de forma meio boba, encantado.

—Boa tarde, deseja uma mesa? – veio uma outra garota, funcionária, o qual Peixes reconheceu como sendo a amiguinha de Milo.

—Oh, sim, por favor. E o menu, por favor.

A mesa escolhida era justamente uma de frente para a da jovem que ele estava encantado. Achou encantador como cada traço da maquiagem valorizava ao invés de apenas mascarar algo. Já tivera tanto homens e mulheres belíssimos em sua cama e sua vida, mas aquela menina o estava encantando profundamente.

Ele escolheu um latte com cobertura de chantilly, torta salgada e um bolo de morango para finalizar. E começou a rabiscar enquanto esperava seu pedido chegar.

—Olá.

Ergueu os olhos e a garota com cabelos de algodão-doce estava lá, com um sorriso gentil e uma voz tão doce e feminina que era impossível não se derreter.

—Oi. – respondeu o sueco.

—Você é o Hugel-san do clube de moda não? Muitos falam de você.

—Então você estuda na Graad?

—Sim, sou do último ano. Você é bem bonito de perto. É um prazer conhece-lo, Hugel-san.

—Pode só me chamar de Afrodite.

—Então pode me chamar de Haru.

Ela tinha um leve sotaque francês e desenvoltura para falar de um ocidental. A viu estender a mão direita em cumprimento, o qual ele aceitou.

—No vemos por aí, Afrodite. – ela acenou enquanto ia para uma porta lateral e então o cavaleiro entendeu que a menina é da família dona do estabelecimento.

Ele definitivamente iria voltar ali. E não só por que comprovou que a fama do lugar de ótimo café, mas por que ali estava sua musa inspiradora.

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—Ufa! Por sorte a madeira ainda está firme. É só parafusar bem e colocar uma bucha.

Fernanda acompanhava Mu arrumando sua ultima arte, e aproveitava para filmar como desculpa de ser mais uma matéria da dupla. “Dicas caseiras para estudantes que moram sozinhos”.

O pobre carneirinho sequer imaginava que os vídeos que Fernanda gravava ficavam guardados e muito bem guardados para ela ficar admirando seus olhos cor de esmeralda, além de servirem de base para a matéria que escrevia.

—Vem acontecendo umas coisas estranhas. – comentou Mu enquanto mexia no armário da ruiva. – surgiu uma caixa de bombom semana passada no meu armário e essa semana uma cartinha de amor sem identificação.

O rostinho do ariano estava corado, mas depois de tanto tempo trabalhando juntos naquilo, Mu se sentia confortável em conversar com a russa. A única diferença que havia entre ela e seu mestre era que a jovem não sabia, obviamente, do Santuário ou de quem ele era, tornando as coisas bem limitadas. Mas fora isso, Fernanda era uma amiga muito querida.

Fernanda com aquele comentário ficou vermelha e agradeceu a qualquer entidade que olhasse ali por ela dele estar muito concentrado no serviço. Afinal, a própria era a responsável por aqueles mimos.

Ouvir isso era um misto de alegria com decepção. Claro que ter a confiança do tibetano a deixava muito feliz, como não poderia deixar? Mas garotos não costumam falar assim tranquilamente sobre uma admiradora secreta se são heteros, certo? Isso só aumentava ainda mais sua suposição que o adorável carneirinho fosse gay.

—Vai querer investigação do clube de jornalismo, é? – riu a ruiva, disfarçando a vergonha.

—Não, não. Acho que a pessoa quando criar coragem deve vir falar comigo. – Mu estava sorrindo de forma tímida e até inocente. – Deve ser bem melhor ouvir isso diretamente da pessoa quando ela está pronta, não acha?

Fernanda parecia surpresa e acabou por responder no automático.

—Sim...

—É um pouco curioso essas coisas. Onde eu vivia não tinha muitas chances de ver coisas assim. – o olhar ficou distante.

Claro que não via. Quando viveu no Santuário, no curto tempo da infância, o cerne do local era pleno preparatório de guerra. E no isolamento em Jamiel, os tibetanos não eram dados a paqueras como ali no Japão. E Mu achava graça daquilo.

Ver que ajudara a proteger o amor sincero e inocente das pessoas. Suspirou de forma aliviada, mantendo o sorriso tímido, com toques de satisfação. O amor era algo bom, mesmo sem ele saber quem era a pessoas para poder dizer se seria capaz de corresponder ou não, mas saber que era amado lhe fazia bem.

“É isso que você espera, não, Atena?” – pensou consigo.

—Bom, eu vou fazer café, aceita uma caneca?

—Claro que aceito. – ele se virou com um sorriso esplêndido e sincero. – Só falta o outro apoio e estará pronto.

E contagiada, a garota correspondeu ao sorriso. Ver o sorriso dele era a melhor coisa do mundo.

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A primeira a chegar à mansão fora Sara, preferindo esperar pelas demais no portão. E mesmo com a boa distancia do portão para com a residência, ela sentia o cosmo funesto de Giovanni. Aceitara de bom grado o auxílio que Milo prestara as meninas da banda, mas não sabia que o italiano idiota e grosseirão era colega de casa do amigo de Morgana.

Suspirou e sentou-se na calçada, abraçando a guitarra.

—Você é sempre pontual, não, senpai?- ao olhar para cima viu Marie, com uma mochila.

A grega vestia-se de forma despojada, uma blusa larga que lembrava um cropped, de textura xadrez vermelho e preta, uma saia tulipa preta e sapatilhas pretas. Usava uma bolsa de franjas estilo hippie, os cabelos ondulados e vermelhos tingidos presos num coque desarrumado.

—É bom chegar antes. Logo a Keiko chega e a Morgana também.

—Sara você é incrivelmente certinha demais! — uma mobilete com um carrinho acoplado parava bem ali na frente, com a japonesa de olhos lilases e roupas esportivas no comando da maquina.

—Não sabia que tinha veiculo, Keiko. – comentou Marie, olhando a colega.

—Pra poder levar a batera em qualquer canto, tem que ter, né? – riu-se. – Só falta a Momozinha não vir por estar morrendo de vergonha de poder esbarrar no grego gostosão que ela vive espiando.

Sara apenas ouvia a conversa, achando idiota haver esse clima de azaração sendo que os estudos eram mais importantes.

—Mas o seu também é gostosão, Marie. Quando vai chegar junto no Onassis?

—Ei! Somos só amigos, Keiko! – respondeu a grega, quase não dando pra ver o rubor da face pela pele mais azeitonada.

—Amigos podem se pegar também. – sorriu maliciosa.

A discussão foi se seguindo até que apenas a espanhola notou a australiana mestiça chegando de forma tímida e discreta, com o baixo no case em suas costas, uma blusa de banda, preta, a saia godê igualmente preta, botas grafite e meias 5/8 igualmente grafite.

—B-Boa tarde. – cumprimentou Morgana.

A discussão parou na hora para cumprimentar a morena. Keiko desceu da mobilete.

—Pelo jeito ninguém aí tem coragem de tocar a campainha. – a japonesa apertou o botão do interfone, conversando com uma das empregas.

Logo o portão estava se abrindo e Keiko voltara para o veiculo para coloca-lo dentro do terreno, sendo seguida pelas demais. Morgana de cabeça baixa, envergonhada, Sara suando frio com medo de encarar Máscara da Morte e Marie, ansiosa para saber o que Saga acharia da sua voz.


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Notas finais do capítulo

Mais um pouco da mansão no proximo capitulo :3