~Pov Draco

Hermione estava conversando com Harry e Rony quando eu cheguei e a abracei por trás, beijando seu rosto.

–Ainda tem ciúmes do Krum, Draco? –Harry perguntou e eu neguei. –Ah que bom, assim você não vai se importar se a Mione aceitar o convite dele pra jantarem juntos numa ilha.

–ACEITAR O QUÊ?! –Perguntei olhando pra ela e os dois gargalharam.

–Eles estão brincando com você, não liga. –Ela disse e eu suspirei aliviado.

–Pelo visto ainda tem ciúmes. –Rony confirmou e eu revirei os olhos.

–Com uma esposa dessas é impossível não ter. –Falei rindo. – O que acha de dançar, morena?

–Eu adoraria. –Ela se virou de frente pra mim, sorrindo.

–E Weasley não pense que esqueci que você transou com a minha irmã na minha casa... –Ele arregalou os olhos ficando vermelho. –É, eu sei fazer contas.

–Vem logo Draco, a Senhora Malfoy está esperando. –Ela me puxou rapidamente de longe do Weasley e nós caminhamos até o meio do jardim, onde todos estavam dançando.

–Admitiu que você é a senhora Malfoy. –Eu lhe dei um selinho.

–Sempre fui e nunca deixarei de ser.

–E você? Está bem? Nada de enjoos?

–Melhor impossível. Eu te amo.

–Eu também te amo morena. –Eu a beijei novamente e senti como se eu estivesse flutuando, mas não do jeito que Hermione me deixa, de outro.

A sensação de flutuar veio junto com uma dor intensa em minha cabeça. Uma dor mais forte que qualquer outra, e tive certeza que Hermione sentia o mesmo quando ela me soltou, levando as duas mãos a cabeça.

Eu a segurei com medo de que caísse e no momento seguinte eu não via mais nada a minha frente. Pelo menos não o que eu deveria estar vendo. Diante de mim estava eu mesmo, com 11 anos de idade. Dedurando o Weasley, o Potter e... Espera, é a Hermione. Hermione com 11 anos!

–Todos os quatro sofrerão detenções. –Minerva disse autoritária olhando para o Trio de Ouro. Eu estava no canto da sala, sorrindo enquanto assistia eles se ferrarem, mas a frase dela me chamou atenção.

–Com licença, não devo ter ouvido bem. A senhora disse “todos os quatro”? – Perguntei.

–Não senhor Malfoy, o senhor está ouvindo perfeitamente bem. –Minerva disse e os três sorriram. Minha expressão de choque foi hilária. Não quando aconteceu, fiquei com muita raiva da McGonagall. –Por melhores que tenham sido as suas intenções o senhor também está fora da cama depois do horário.

–Mas... –Tentei argumentar, mas era em vão. Acabei ficando de detenção com os três na floresta proibida.

Logo tudo ao meu redor começou a sumir, dando lugar a uma discussão entre os times de Quadribol da Grifinória e Sonserina, no 2º ano. Hermione também estava lá, a pequena Hermione. Sorri olhando-a, ela parecia brava.

–Pelo menos ninguém do time da Grifinória pagou pra jogar, só entrou quem tem talento! –Eu me aproximei, parando diante dela e a olhando com nojo.

–Ninguém pediu a sua opinião... Sujeitinha de sangue-ruim! –Falei e vi os olhos da pequena Hermione se encherem de lágrimas.

Eu sabia que era assim que eu a chamava quando éramos menores, mas o jeito como eu a olhei... Como algum dia eu tive a coragem de olhar desse jeito pra ela?

Senti alguém segurar minha mão, e quando olhei quem era vi Hermione. Não a pequena Hermione, mas sim a Hermione atual. Ela sorria.

–Me desculpe por... –Pedi e ela colocou o dedo em minha boca, pedindo silêncio.

–Não quero que se desculpe. Talvez, se não fosse tudo isso nós não estaríamos onde estamos hoje. –Ela me deu um selinho e logo tudo a nossa frente começou a sumir novamente, formando um novo lugar.

Agora estávamos no circulo de pedras... 3º ano... Eu me lembro disso. Assim como me lembro da dor que senti quando ela me bateu.

–VOCÊ! SUA BARATA NOJENTA, ABOMINÁVEL E ASQUEROSA! –Ela colocou a varinha em meu pescoço e eu fechei os olhos com medo do que ela podia fazer.

–Hermione não! –Rony disse. –Não vale a pena! –Ela abaixou a varinha e me deu as costas. Eu ri e ela voltou, me dando um soco no nariz.

A Hermione que segurava minha mão gargalhava da situação. Não era engraçado, eu tinha levado um soco, mas a risada dela também me fez rir.

–Você mereceu.

–Mereci? Você era uma louca psicótica! –Lhe dei um beijo e quando paramos nós não estávamos mais lá, tudo de transformou no nosso 4º ano de Hogwarts. O baile de Inverno.

Ela descia as escadas, radiante. Olhei para as duas Hermione’s e sorri, abraçando sua cintura. Seu rosto não tinha mudado. Claro que a Hermione que conseguia me ver estava mais velha, mas eu ainda via o mesmo brilho que a Hermione –que nesse momento segurava o braço de Vitor Krum e entrava no salão de baile (fiz uma careta e ela revirou os olhos) – tinha nos lindos olhos cor de avelã.

–Vamos procurar você? –Ela perguntou e eu balancei a cabeça, negando. –Por que não?

–Gosto de ver você, mesmo que esteja com ele. –Ela revirou os olhos mais uma vez.

–Só um pouquinho? Por favor?

–Tá bom. –Suspirei e ela sorriu.

–Se lembra de onde estava?

Pensei um pouco e de fato me lembrei. Eu estava no jardim com Pansy.

–Não. –Menti e ela cruzou os braços, me olhando desconfiada.

–O que estava fazendo nesse momento, Draco Malfoy?

–Não quero brigar por algo que aconteceu há tanto tempo okay? Vamos ficar por aqui mesmo.

–Não. Ou você vem comigo agora ou eu acho você e a Pansy.

–Como sabe que eu estava com a Pansy?

–Eu sei que veio com ela ao baile. Estavam fazendo o que eu acho que estavam fazendo?

–Não! Não foi no baile okay? –Ela me olhou mais nervosa. –Estávamos nos beijando, só isso. –Ela balançou a cabeça e me beijou, me fazendo estranhar.

–O que acha de, para evitar brigas, nós não seguirmos nem a mim e nem a você?

–E por que não posso seguir você? –Perguntei com a sobrancelha arqueada, depois dirigi o olhar a outra Hermione, que nesse momento pegava a mão de Vitor Krum e seguia para fora do salão.

–Draco, eu e Vitor...

–Aah! Foi agora?!

–Assim como você, eu beijei alguém no baile e infelizmente esse alguém não era você. –Ela me olhou magoada e eu suspirei cansado.

–Tem razão, me desculpe por brigar por isso. –Ela sorriu e pegou minha mão novamente.

–Aonde vamos então? Quer ficar no baile até tudo sumir e nós irmos para a lembrança do 5º ano?

–Não. Melhor não. Vamos atrás de nós dois. –Comecei a andar, puxando-a para vir comigo, mas ela parou.

–O quê? Draco, você sabe que se nós fizermos isso nós vamos brigar.

–Sei. –Ela me olhou confusa. –Vamos tentar evitar isso está bem? Eu estava com Pansy e você com o Krum. Na época nós nos odiávamos, então não há motivos pra brigas. Além do mais, querendo ou não, é uma lembrança de nós dois, mesmo que estejamos com pessoas diferentes. –Ela me deu um selinho e eu apertei de leve a sua mão. –Você vem?

A morena assentiu e nós seguimos para o jardim, quando chegamos nós nos sentamos na grama e ficamos apenas esperando que qualquer um aparecesse. Eu sabia que vim aqui com Pansy e ela sabia que havia vindo com o Krum.

–Draquinho... Ai Draquinho... –Ouvi a voz de Pansy e a gargalhada chata. Hermione logo ficou um pouco tensa e eu a envolvi com meus braços, beijando seu rosto.

Ela olhava para o lugar de onde o som vinha, e logo eu apareci, agarrando a cintura da Parkinson e beijando seu pescoço. Eu a empurrei e a prendi em uma árvore e ela me puxou, colando mais ainda seu corpo ao meu. Olhei para minha morena que observava tudo e beijei seu rosto.

–Sabe que eu nunca amei a Pansy, não é? –Ela deu um leve sorriso e balançou a cabeça.

–Tem certeza que não foi no baile? Pelo jeito que estão se pegando logo, logo vocês...

–Fique tranquila, não foi no baile. -Ela balançou a cabeça e voltou sua atenção ao que acontecia entre mim e Pansy.

–Draquinho, eu amo você... –Hermione bufou e eu a abracei, acariciando Scorp em sua barriga.

–Puta. –Ela murmurou e eu ri.

–Que bom pra você. –Eu do passado falei e voltei a beijá-la, mas Parkinson me empurrou, fazendo Hermione gargalhar.

–Bem feito. –Minha morena falou.

–Como assim?! Você não me ama Draco Malfoy?!

–Sabe que não, Parkinson.

–M-mas eu achei que você me amava!

–Eu nunca disse isso. –Quanto mais ela gargalhava mais eu ria. A risada dela é tão contagiante!

–Isso é tão engraçado!

Pansy continuou a gritar comigo, mas assim que ouvimos um barulho paramos e nos escondemos atrás da arvore. Parkinson ainda chorava. Olhei na direção do barulho e logo foi a minha vez de ficar tenso. Hermione e Krum andavam de mãos dadas, sorrindo. Hermione segurou meu rosto, fazendo-me olhar em seus olhos.

–Assim como você nunca amou a Parkinson eu nunca amei o Vitor. –Lhe dei um selinho e voltei minha atenção a Hermione mais nova.

–Então, você vai mesmo embora assim que acabar o torneio? –Ela perguntou e ele assentiu.

–Você bem que poderria me visitarrr. [N/a: Não me culpe, eu não sei fazer o sotaque do Krum kkkkkkkk]

–Eu não sei Vitor, com tudo o que tem acontecido...

–Porrr favorr Hermoni.

–Hermoni?! – Eu do presente e do passado perguntamos ao mesmo tempo e a morena riu.

–Ele não sabia falar o meu nome, mas com o tempo ele aprendeu.

–Tenho certeza que sim... –Murmurei bufando e revirando os olhos.

–Prometo que escrevo a você. –Krum sorriu e eu bocejei. Ele era tão entediante assim? Hermione pegou minha mão e a apertou, eu sabia que eles iriam se beijar agora e não estava nem um pouco afim de ver, mas era preciso.

Como esperado, Hermione beijou o rosto dele, mas ele virou e acabou beijando-a.

–Que idiota, ele te agarrou! –Falei nervoso e tentando me controlar.

–Draco, por favor, não o culpe okay? Aconteceu. -Ela se separou dele rapidamente, assustada e vermelha, tinha os olhos arregalados.

–Me desculpe, eu nón quís... –Ela levantou a sobrancelha. –Querr saberr? Eu querria sim Hermonini, mas se você nón quisérr... Eu gosto de você!

–Também gosto de você. –Dito isso eles se beijaram de novo... E de novo... Até que ela pediu que ele a levasse embora. Finalmente!

–Sério que a Granger está pegando Vitor Krum? –Pansy perguntou saindo de trás da árvore, não estava mais chorando.

–Isso não é da nossa conta, não é Parkinson?

Tudo voltou a sumir e logo estávamos na sala da cara de sapo, 5º ano. Mesmo fazendo parte da Brigada Inquisitorial eu a odiava. Eu segurava Hermione com força, apertando seus braços enquanto Umbridge insistia em brigar com o Potter.

–CONTA HARRY!

–Contar o quê? – A cara de sapo dirigiu o olhar a Hermione.

–Se você não contar, eu conto!

–Hermione, não!

–Contar o quê?! –Umbridge repetiu nervosa.

–Sobre a arma que Dumbledore esconde. –Ela disse e Dolores sorriu vitoriosa.

–Comece a contar, Granger! –Ela mandou e eu sacudi a morena.

–Desculpe por estar te apertando e por te sacudir. –Pedi.

–Já disse que não quero desculpas. –Ela me deu um selinho.

–Tenho que dizer, foi um excelente plano. –Admiti e ela riu, logo fomos parar no nosso 6º ano, a lembrança minha que eu temia que ela visse, mas que estava tão ligado a ela que mesmo ela não estando comigo quando aconteceu ela estava presenciando agora.