A Garota Normal escrita por Garota Extraordinária


Capítulo 32
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, Eu desapareci mais aqui estou eu de novo.
Estou enrolados com muitos livros. :3
~Garota Extraordinária



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– Mãe! Acorda! – minhas lágrimas enchem o meu rosto. O que houve com ela?

– Mãaaaaaaaaaaae! – A sacudo mais ela não responde.

Não sei como arrastá-la para baixo. Então, vou ter que esperar Thomas chegar. Desço as escadas correndo e pego o telefone. Ligo para Emergência.

– Alô? Por favor, minha mãe desmaiou e ela não acorda. – Dou uma pausa procurando palavras.

– Qual é o seu endereço? – A moça diz com tranqüilidade.

Dou meu endereço para ela e coloco o gancho de volta. Minhas mãos estão tremendo.

Ouço batidas na porta.

Thomas. Corro para a porta de entrada e abro. Thomas está com os olhos arregalados. Imediatamente, me abraça.

– Grace, o que houve? – Ainda com os braços em volta de mim, Thomas se afasta para me olhar.

– Minha mãe Thomas. Ela está ... – Perco as palavras.

– Onde ela está?

– Lá em cima. – Pego a mão dele e o levo ao quarto da minha mãe. Minhas mãos continuam tremendo e meu rosto está encharcado com minhas lágrimas.

Minha mãe continuar na mesma posição de onde eu a deixei. Thomas vê o pulso a minha mãe e coloca seu dedo perto do nariz dela.

– Ela está respirando. - Thomas me puxa e me abraça. Os braços dele são os mais confortáveis do mundo.

– Vai ficar tudo bem. - Ele acaricia meu cabelo.

Ouço as sirenes da ambulância. Corro para a porta.

– Ela está lá em cima. - Aviso para a equipe que rapidamente sobe as escadas. Thomas está atrás de mim segurando minha mão, que está tremendo mais ainda.

Eles voltam, e minha mãe está na maca. Eu os sigo a caminho da Ambulância.

– Eu vou com vocês. - Eles afirmam com a cabeça. Thomas nem pergunta, ele sobe junto comigo.

Pego a mão da minha mãe e aperto. Thomas beija meu cabelo.

x.x.x

–Gracee!! - Lara e Karen gritam meu nome em uníssono. Elas correm na minhas direção.

– Oi. - Falo com a voz fraca.

Já se passaram 2 horas que minha mãe está na UTI. Os médicos ainda não vieram me informar nada. Thomas está do meu lado. Me dando apoio. Karen olha para Thomas e depois para mim. Ela me dá um abraço muito, muito forte.

– Grace, fica calma. Ela vai ficar bem. Conte conosco. - Ela senta na cadeira da frente e Lara me cumprimenta e senta ao lado dela.

Olho o relógio. São 16:00. Estamos aqui sentados 4 horas e nenhuma notícia.

– Quer um café? Você está precisando. - Thomas fala para mim.

Concordo com a cabeça incapaz de falar qualquer palavra. Ele se levanta e vai até a lanchonete do Hospital. Lara e Karen ocupam os lugares ao meu lado. Lá vem.

– Que bom que ele está aqui. - Karen diz.

– Ele está te dando apoio. - Lara diz.

– Gente, eu estou sem clima para isso.

– Tudo bem. Mas precisa ver que ele gosta mesmo de você. - Lara fala sussurrando.

– Eu não tenho dúvidas disso.

– Que bom. - Diz Karen por fim.

x.x.x

– Senhorita Grace Melo. - Anuncia o médico.

– Eu. Doutor como ela está? - Pergunto me levantando. Thomas e as meninas se levantam também.

– Ela está bem, mas não 100%. - Ele disse com uma expressão de tristeza.

– Como assim? - Digo. Thomas está apertando minha mão.

– Ela sofreu um infarto. Ela já teve entrada aqui no hospital.

Eu me lembro de uma vez que minha tia foi me buscar na escola, ela estava chorando e eu perguntei o que tinha acontecido, ela me respondeu '' Sua mãe infartou. Ela está mal. '' Eu era pequena e não sabia que era grave. Só chorei e reconfortei minha tia. Quando ela estava boa e recuperada, deixei essa história de lado.

– Você nunca me disse que sua mãe tinha infartado. - Thomas sussurra para mim.

– Bom, infarto é uma coisa delicada. Hoje não foi o dia da sua mãe. - aquelas palavras me acertaram como um tiro. - Ela só teve um desmaio. Fez certo em se preocupar e chamar a ambulância. Se aguardassem mais meia hora, ela poderia chegar no hospital morta.

Morta ...

– Quando posso ve-la?

– Ela ainda está na UTI. Volte amanhã, ela estará bem e poderá receber visitas.

– NÃO! - Eu levanto da cadeira e grito. Thomas se levanta comigo e segura meu braço. - Quero vê-la agora. - Falo em um tom sério e arrogante.

– Desculpe, mais hoje não será possível. - Ele sai e entra em um corredor.

Como ele pôde? Ela é minha mãe. Eu preciso ve-la!

Meu corpo para.

– Grace? - Diz Thomas. Ela quase sussurra, mas quando ele diz isso as meninas chegam mais perto.

– Ela vai ficar bem. Tenha fé Grace. Se quiser pode dormir na minha casa hoje. - Diz Karen.

– Grace? - Thomas sussurra esperando uma resposta. Estou paralisada.

– Grace fale com a gente. - Lara diz preocupada e com um tom amargo.

– Minha mãe pode nos levar para a casa de Karen. - Lara se dirige a Thomas, ele continua me observando.

– Vamos Grace. Estou bem aqui. Para o que precisar. - Ele me puxa e me envolve em seus braços. É reconfortante.

– Obrigada. - Falo baixo e quase não dá para ouvir. Mas Thomas me aperta ainda mais logo depois do meu agradecimento.

x.x.x

No caminho para a casa de Karen, eu peço para parar antes na minha casa e recolher umas roupas e coisas para passar a noite. Thomas fez questão de descer comigo e abrir a porta. Ele achava que eu poderia desmaiar a qualquer momento, não largava minha mão por nada e ás vezes até colocava a mão na minha cintura.

Entrei em casa e um ar familiar me abordou. O cheiro de comida.

– Vamos para o quarto. Eu te ajudo. - Thomas fala com um tom acolhedor.

Subimos a escada e quando chegamos no meu quarto fui em direção a gaveta. Peguei uma mochila e coloquei meias e roupas íntimas dentro. Depois abri a porta do armário e uma coisa vermelha caiu. Um gorro de natal.

Peguei e olhei com admiração aquele objeto tão importante. Thomas achou estranho tanta consideração que eu tive em observar o gorro por tantos minutos. Ele veio até mim e encostou nos meus braços, me fazendo encara-lo. Aqueles olhos claros e brilhantes me abordaram no meio da escuridão. Tive vontade de beija-lo, mas não tinha forças para nada. Nem guardar o gorro no armário.

– O que é isso? - Ele diz olhando para o gorro.

– Um gorro de natal.

– É bonito. - Ele diz sorrindo e vendo que eu tinha lembranças. Eu tive. Pior que eu tive. - O que foi?

– Ele me lembrou de um dia... um dia bom... - Levei o gorro ao rosto e lágrimas deixaram o gorro úmido. Thomas abaixou minhas mãos e enxugou minhas lágrimas. Puxou uma cadeira e sentou. Me puxou e eu sentei em seu colo. Não me importei.

– Conte mais. - Ele se interessou pela história. Bom, vamos lá.

– Lá estava eu, com 7 anos. Subindo as escadas do porão em busca do meu gorro que eu ganhara no meu espetáculo de balé do ano passado. Eu procurava em todas as caixas e gritava perguntando onde estava o gorro para minha mãe. Naquele dia, a casa estava cheia. Meus avós e tios perambulavam pela casa, dando altas gargalhadas e espalhando músicas natalinas. Eu amava o Natal. Minha tia subiu no porão e mexeu em uma das caixas retirando o gorro. Ela ria para mim e eu desci as escadas de pressa e meu joelho ralou. Mamãe estava fazendo a comida para ceia e correu para ver o porquê do meu escândalo. Ela fez o curativo e deu um beijo sobre meu band-aid e disse ‘’ Beijo de mãe sara ‘’. Eu dei um grande sorriso e fui brincar com meus primos. Foi um dia mágico. Até que num Natal comemos pizza e dormimos cedo. Meus tios e meus avós não estavam conosco. Eles tinham falecido num acidente. Imagina para onde eles estavam indo? É, para cá. Eu devia queimar esse gorro por me lembrar da morte deles, mas não. Esse gorro me lembra que eu superei isso. Só me resta ter ótimas lembranças. Os natais nunca foram os mesmos depois disso. Minha mãe nunca mais sorriu no Natal.

– Pensei que a história iria acabar bem.

– Bom, nem sempre temos finais felizes.

x.x.x


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Notas finais do capítulo

Bom, hoje o dia foi cheio. Por isso estou postando essa hora da noite.
Boa noite anjos!



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