Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 74
Ser homem...


Notas iniciais do capítulo

(Tudo que vou falar do Cebolinha agora foi criado por mim especificamente para esta fick entao nao conta caso vc le Pitangueiras também.)



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Minha cabeça rodou.


E eu acho que apaguei...           Quando acordei estava chegando ao sitio e já estava de noite ou amanhecendo eu perdi completamente a noção do tempo.

—--- Como esta? Bela adormecida. ---- o loirinho magrelo logo comenta abrindo a porta e saindo junto do cão azul enquanto eu não conseguia saber onde estava seu "dono".

Sai do carro ainda meio cambaleante e vi aquele casarão que foi palco de muito horror há poucos meses, e logo uma pontada de preocupação com meus amigos me invadiu. Lembrei do rosto do Cascão desacordado e em como ele quase morreu ali.

Por nossa culpa.

                           Por culpa destes poderes.

                                                                     Por culpa desta merda toda.

Me sentia completamente culpado pelo que ouve, não como se toda a responsabilidade de tudo fosse minha, mas por que sentia que não tinha dado o meu melhor ate agora.
Quando eramos crianças "eu fugi", o Dc não fugiu ele ficou e lutou como pode, mas lutou sozinho. Só que ele lutou! Mesmo fora "eu não fiz nada", deixei que o pior acontecesse com o meu melhor amigo...          E agora que voltei não passei de mais um, não diz o minimo de diferença e ate fui o culpado da morte de Luca.      Eu o matei.

                                                                                                E isso eu jamais poderia esquecer. Ficaria comigo para sempre. Seu rosto.



O vento estava tão sereno que era gostoso sentir ele nos cabelos, aquele ar puro quase me fez esquecer dos meus problemas.
Quase...

Entrei na casa dos fundos com o coração na mão.

Aquelas paredes pareciam ainda ecoar a risada macabra do ser negro como as trevas, mas na mesa que ficava no centro da enorme sala, estava pão e manteiga caseira, um jarro de leite fresco e algumas frutas. No fundo ouço risos e logo uma ruivinha de longos cabelos passa por uma das portas sendo seguida por um Titi muito feliz que a abraça e a roda como uma criança.

—--- Te peguei! ---- ele grita alegre, mas para de sorrir assim que me vê e ambos se afastam ficando muito vermelhos.

—--- Não foi minha intenção atlapalhal a lua de mel de vocês. ---- brinco vendo ambos ficarem quase sem chão de vergonha, mas me alegro em ver que ela estava bem melhor.                Algo tinha válido a pena afinal. ---- É muito bom vel que esta sã.

—--- Ela ja mioio muito só ki ainda tem muito ki meioia. ---- o sotaque rasgado me faz virar vendo o anfitrião entrar pela porta e deixar seu marcante chapéu de palha sobre um poste de por chapéus (quem ainda tem um destes em casa? Quem tem chapéu eu acho.) vindo ate mim e me cumprimentando.

O nível de educação deste cara, assim como seu físico não era normal.

Mas por um momento fico feliz de ter ele ali, tipo o cara era muito bom ouvinte e ainda por cima era distante o suficiente para eu poder conversar e desaparecer depois; e sabia que ele ficaria de boca fechada por respeito.

—--- Tem um minuto? ---- falei e ele me seguiu para fora e deixamos o casalzinho feliz sozinho.     (Só nao me pergunta onde estava a dupla de louros e o cachorro azul; por que eu não sei.)


Enrolei um pouco falando sobre aquele lugar ser lindo e me lembrar os sonhos com o passado no bairro do Limoeiro, para em fim chegar ao assunto de que tanto me assustava.             Respirei fundo e ele já me olhou como se tivesse os meus poderes e pudesse ler minha mente.             ---- Tem ora que fala argo que teja incomodando na cuca, não faz mar algum. ---- ele fala com aquele sotaque rasgado dele pondo um ramo entre os dentes (enorme tipo o da Monica mesmo) olhando as nuvens que tomavam um tom avermelhado do amanhecer.

—--- Esta falando de desabafo? ---- minha voz emana meio ofendida e ele apenas sorri claramente me chamando de algo como: machista ou coisa do gênero, e automaticamente me sinto mal. Acostumei mesmo com a idéia de que homens de verdade não falavam sobre nada. ---- Descobli algo a pouco tempo soble mim mesmo. Mas não posso falal nada soble isso com ninguém se não vão fical na minha cabeça dileto e não...

—--- Tah tudo bem carinha. É normar falar com arguém. O ser humano é bixo que vive em grupo. —--- ele realmente parecia me entender. ---- Ocê teme que seus amigos vão falar, mas ainda precisa falar sobre isso antes que exploda.

—--- É verdade... Muito obrigado.

E assim começamos só a caminhar e comesse a falar e falar incansavelmente e ele só ficou ouvindo e no fim me senti muito mais leve.                           O engraçado é que pude ate ter meus surtos sem vergonha do fato.

Falei como tinha ficado enfurecido pelo jeito que todos me trataram no começo me julgando e me tratando como um inimigo; contei a ele o que tive de fazer para me tornar emancipado e voltar para a cidade; e também como sentia falta da minha família, como era dolororo usar minhas habilidades e todo o meu sacrifício.

E estes desabafos de raiva iam e vinham o tempo todo.

Fiquei com raiva por “ela” também e como vivia com conversinhas com... Aff ela fica de papinho com vários caras e não comigo! Nesta hora ele deu uma risada suave e ate me aconselhou um pouco; disse que ter ciúme é normal, e que tudo o que estava havendo era sim mais importante que isso mas... que como éramos jovens isso sempre influenciaria e muito. E acredite se quiser ate dei uma acalmada.

E então eu o contei...
Respirei fundo e contei o que poderia ser o pior dos meus segredos a um total estranho.





                       E claro ao meu primeiro amigo nesta vida junto.

O loirinho de caracóis na cabeça ficou me olhando com seus olhinhos azuis durante todo o tempo que eu conversava e extravasava, caminhando e brincando por entre as árvores a nossa volta, pulando em poças como se fosse uma criança normal brincando de espada com pedaços de madeiras e troncos. Mas era nítido de que estava me ouvindo, e prestando muito a atenção em cada palavra que saia da minha boca.
Tanto que quando comecei a falar e parei de andar ele ficou encostando em uma árvore larga olhando para o sol que vazava por entre as folhas das árvores.

Quando comecei a finalmente falar pareceu que o mundo sumiu diante de mim, eu apenas ouvia minha própria voz como se não fosse eu a dizer e sim algum narrador na minha cabeça.

               ---- Descobri coisas meio... estranha sobre os meus amigos.

Minha voz saia longe da minha vista como se viesse do fundo de um poço e não de mim mesmo, ecoando nas paredes.

               ---- Na verdade não foi eu, tudo me foi contado por outra pessoa que esta sabendo muito mais do que... Sei lá.

Minha cabeça girava de um jeito que você não poderia imaginar. Eu achei que iria desmaiar de novo só de me lembrar.

               ---- Mas ele me contou coisas muito pesadas. E eu não to conseguindo aceitar nem metade.

Fui franco e senti uma vontade louca de vomitar as tripas fora. Tudo isso era o meu psicológico não aceitando a verdade sobre mim mesmo?

               ---- Descobri que não sou um ser humano. Pelo menos não nascido como você, eu fui feito criado assim como meu pai por um povo coelho. Sei que isso parece uma loucura mas ele me provou com fotos e tudo mais!

Minha voz ate fica esganiçada demonstrando meu completo descontrole emocional. Eu passo as mãos nos cabelos de forma involuntária e assim retorno a meu corpo sentindo uma densa falta de ar me tomar.

               ---- Parece que estes seres são a origem das habilidades da Mônica. Eles estão atrás de um objeto que contem um grande poder, e esta coisa acabou tendo a aparência de uma pelúcia amarela de coelho.

Eu podia jurar que ele iria rir.              Qualquer um no lugar dele riria.         Meus melhores amigos ririam, minha família riria.
Mas ele não riu. 


               ---- Eles queria o maldito de volta e então fizeram uma tropa para recuperar. Seres que pudessem vir a terra sem serem percebidos e então... Surgimos. Um exercito feito para recuperar o objeto perdido. Um exercito de clones que teriam uma grande necessidade de pegar o objeto e... e...

Antes que eu terminasse de perder o chão senti as mãozinhas dele na minha perna e me virei dando de cara com seus olhinhos azuis.

—--- Você já sabia disso? ---- questionei indignado.

Qualquer ser humano desviaria o olhar em vergonha, mas ele não era isso.

Me encarou fundo nos olhos. ---- Me desculpe. Sim eu sabia e nunca vi problemas nisso, nunca achei que mudaria a sua vida. Seu... Pai viveu muito bem e e feliz com sua mãe e teve ate a Maria não? ---- senti verdade em suas palavras mas mesmo assim me sentia traido e enganado. ---- Sim você foi criado para ser um humano. Então é humano afinal. E pra mim... é só o que importa.

Ass: Negi Menezes da Silva _I_


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Notas finais do capítulo

(demorei o cap todo pra explicar tomare q tenha ficado bom kkk se ficar duvida pode me cutucar ok? Ps ainda to sem pc estou escrevendo pelo celular e indo na cas ado povo pra conseguir postar bjs)



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