Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 68
Mão na roda.


Notas iniciais do capítulo

(Desculpe. É tanta coisa pra por nesta fick... Se eu tiver esquecendo algo ou fugindo da rota por favor me pontuem. Sim foi uma analogia ao nome do Luca (da roda) não consegui pensar em nada com Jeremias... Nome difícil poxa!)



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Foi como o David me disse que seria.

Abri minha mente e recitei os mantras dos livros e logo consegui ver eles.
Estavam parados no fim do corredor.

Jeremias tinha as marcas de onde foi partido ao meio e Luca apesar de estar de pé a seu lado estava com as pernas quebradas e os ossos expostos.

Foi uma visão terrível, estavam bem diferente da vez que os vi no funeral do campinho; entretanto eles fizeram sinal para que os seguíssemos. Toda vez que eu seguia algo que eles sinalizavam como ir a uma sala ou pegar uma coisa acabávamos nos livrando de algo. As vezes ate mesmo dos ataques irracionais da própria casa, outras vezes passávamos desapercebidos pelas outras gangues; por um lado era bom ter a ajuda dos nossos falecidos amigos, mas por outro ver eles assim me causava dor.

O sangue rubro formando uma poça em baixo de seus pés, os olhos brancos apático e os lábios cecos e descascando, todas as horríveis feridas que causaram suas mortes.         Eu não queria ver eles assim!

—--- Magali. ---- ele vem e me abraça firme. ---- Eles estão nos ajudando não é? Então se acalma.

—--- Você não esta vendo o que eu estou. Eles estão mal. Estão sofrendo... ---- choramingo ao me esconder em sua jaqueta que vestida o contrario deixava aparte macia pra fora.

—--- É a casa. Ela faz isso este lugar. ---- só sinto ele me apertar forte em um abraço quentinho e caloroso. ---- Nós vamos ajudar eles também. Todos os mortos, como fizemos naquele dia; eu prometo. Só seja forte por favor. Seu poderes estão ajudando muito.

—--- Tudo bem. Eu vou tentar.

Não era fácil.

Não era birra minha.

Vocês não sabem o que é ver um filme de terror real a sua volta.

Os quadros que escorriam pelas paredes e tentavam nos dragar pra dentro. A criatura que parecia um lobo comendo gente e tantas outras coisas; isso era de mais pra mim. Eu só queria ir pra casa! Por que eu tinha que estar ali?

David teve que fazer uma escolha nada simples.

Ir normalmente e matar todos os inimigos facilmente com seus poderes mais do que elevados ou ir sem para poder coordenar sua equipe e me ajudar a manter todos vivos.                               Ele deu preferencia à vida de seus colegas.

Achei isso lindo.

Mas não foi nada lindo quando inevitavelmente um deles morreu.

Foi um ataque surpresa, não tivemos tempo de pensar imagina reagir. Só vi Jeremias passar a minha frente e me chamar. Estávamos comendo e eu já estava morrendo de nervoso o que fazia minha fome se tornar perigosa e...     Fomos emboscados. Não teve para onde ir e o que fazer. O cara protegeu David que era o alvo principal e os outros atacaram, só vi ele pegar uma arma e ir atirando no cara de baixo pra cima como se pudesse o desfazer em pó como o Cassio faz.

—--- Para! ---- a Monica ordenou arrancando a arma de sua mão e a amassando como uma simples folha de papel.

Achei que eles fossem brigar mais como sempre acontecia, mas não ocorreu.


Graças aos meus poderes que o David me ensinava a usar conseguimos fazer um circulo de contenção para os fantasmas e dormir, isso entre evitar todas as outra “coisas” da casa. O time do David mesmo era muito forte, fazendo a batalha contra as outras gangues fácil enquanto a Monica teleportava os feridos para longe.

Mas o time Vigília ainda estava ali sob nós.

O torneio em si era simples.

Todas as equipes entravam e tinha apenas uma unica regra: matar todos os inimigos. E nós estávamos desobedecendo isso... Se eles descobrissem era punição na certa.
Éramos menos agora.

Muitos dos outros times temiam a nossa bandeira, mas isso não quer dizer que as coisas foram fáceis. Pelo contrario, os cretinos faziam aliança para nos derrubar e nos destruir.

Por sorte ou estratégia da própria Monica conseguíamos conciliar bem o combate mas... não dava para evitar todo o mal.

E a sensação horrível que a casa me passava era a pior de todas.

Sentia como se estivesse sendo esmagada por uma pressão terrível a todo o momento, e se não fosse pelo apoio e auxilio de David eu não sei oque eu teria feito, talvez tivesse surtado e atacado a todos ali; eu não sei.

Mas logo um pequeno choro me chamou a atenção.

Em meio a tantas brigas e confrontos as pessoas gritavam mas não choravam, ali só tinha guerreiros e ... eu.

Caminhei um pouco sozinha deixando que meus amigos dormissem um pouco e David sempre de vigila já que era incapaz de dormir apenas me olha de longe deixando que eu me virasse um pouco.

Naquele lugar não dava para saber se estava de noite ou de dia.

A chuva incessante roubava a nossa noção de tempo.

Caminhei pelo corredor único daquela gigantesca mansão. Estava estranhamente silencioso, nem mesmo podia ver Jeremias ou Luca.           Desta vez estava verdadeiramente sozinha.

Senti um arrepio percorrer a minha espinha, tive pavor de me virar. A respiração prendeu no peito, e o grito na garganta; senti o choro começar fraco sem o meu controle e olhei vagarosamente para traz.

A figura que se mostrou foi aterradora.

Os longos cabelos negros esvoaçando em um vento inexistente cobrindo o rosto e ombros do ser que parado a poucos centímetros de mim me encarrava com olhos esbugalhados. Dedos finos se ergueram em minha direção e um gemido tenebroso se fez ouvir. Era como ter a própria morte parada na minha frente.

—--- P-por favor n-não me machuque. ---- cai sentada sem ter forças nas pernas. ---- Me obrigaram a entrar aqui. Eu não fiz nada de errado! P-por favor não me mata. ---- escondi o rosto temendo a criatura cadavérica que se aproximava lentamente de mim.

Senti a pele arrepiar e o ar ficar cada vez mais frio.

Tremi de medo e de frio vendo o minha própria respiração formar uma fumaça branca no ar, e logo senti dedos congelados deslizarem sobre a minha pele. Levantei o rosto e me deparei com os olhos sobre mim a poucos milímetros, tive certeza de que seria meu fim. Que ia morrer naquele exato momento e amaldiçoei todas as minhas escolhas que me fizeram estar ali naquele segundo.

E então o silencio.

Esperei pelo fim.



Mas nada.

Então abri os olhos e olhei a criatura que estava parada do meu lado sem fazer absolutamente nada. Cogitei correr, cogitei falar algo, mas escolhi apenas a observar.

Apesar de tudo o que eu sentia, o ser não me fez mal algum ao contrario de todos os outros que não davam metade do medo deste e que atacavam sem pestanejar este era quieto.        Respirei fundo e tentei esboçar um sorriso e então o ser se aproximou novamente e eu voltei a me encolher de medo. Mas assim que fiz isso ela se afastou.

—--- Não quer me fazer mal?

—--- Todos tem medo de mim... —--- a voz ecoa como o vento e soa como um sussurro arrepiando todos os pelos do meu corpo.

Mas como sempre lutei contra os meus instintos primários e me aproximei da pequena criatura, tentei afagar seus cabelos e logo pude ouvir um riso fraco; ela olhou para mim e muito assustada e tremendo tirei os cabelos que cobriam seu rosto.

Minhas mãos tremiam tanto que quase não as controlava.

Afastei os cabelos de seu rosto fazendo duas marias-chiquinhas e logo o ser tão assustador se mostrou ser apenas uma pequena e meiga garotinha japonesa, que alegre e sorridente me abraçou. Seu corpo era esbranquiçado assim como suas roupas que mais parecia uma longa camisola antiga. Eu quase podia ver através de seu corpo, sendo que se tentasse a imagem ficava turva e nublada, entretanto seu abraço era quentinho e carinhoso.

—--- Qual o seu nome pequena?

—--- Sissi Sinam.—--- ela volta a falar com um sorriso nos lábios, mas logo ela olha para traz de mim como se chamasse alguém. ---- Ela é legal. Não machuquem ela.

Me viro tremendo mais ainda me deparando com: uma caveira parada a poucos centímetros, um imenso lobisomem rosnando logo atrás e acredite se quiser mas tinha uma múmia parada ali, toda torta me encarando.

Gritei um grito mudo e logo senti uma mão pesada e masculina cair em meu ombro, mas não vi nada.

—--- Você disse que foi obrigada a entrar aqui? Por que as pessoas ficam vindo aqui no cemitério perturbar aqueles que partiram?—--- uma voz ecoa a meu lado mesmo sem um corpo. ---- Nós só queremos ter a nossa eternidade em paz e com o sossego prometido. —--- aos pouco consigo ver uma imagem ir se formando a minha frente. Parecia um ser baixinho e achatado como se tivesse sido morto ao ser prensado ou coisa assim. ---- Antes as pessoas vinham aqui prestar suas homenagens e ver seus entes queridos e era muito bom. Mas agora o vivos só querem quebrar tudo e fazer algazarra.

Finalmente posso ver ele parado a minha frente.

Os olhos negros e fundos com um brilho no interior de cada um deles, o corpo todo branco sem uma forma definida com um aspecto arredondado e o topo da cabeça pontudo.

—--- P-por favor me ajude. Eu entendo que vocês como todos não estão gostando de como esta cidade ficou, mas não podem ir embora como muitos fizeram e... Estão se defendendo? ---- finalmente a minha ficha caiu. ---- Eles gostaram do que vocês fazem aqui. Espantar e machucar os invasores. ---- expliquei e o restante se aproximou curiosos. ---- Me deixe ajuda-los. Não quero que as coisas fiquem assim eles estão usando este lugar como... Como provas e tudo mais estão se divertindo com as pessoas que vocês matam e as pessoas são obrigadas a vir pra cá.

—--- Dexprrrezivel. ---- a voz em volta de um denso sotaque se faz ouvir e o espectro parado a minha frente condiz com o argumento. ---- Se o que dirz forrr ferdade irrremos ajuda-la minha carra... —--- ele se curva pegando minha mão para me cumprimentar como um conde.

—--- Magali. Prazer.

—--- O prazer é todo meu. Pode me chamar de Penadinho... todos me chamam assim, é de alma penada mesmo ririri.—--- ele brinca fazendo voltas no ar. ---- Já to morto a tanto tempo que nomes não importam mais.

Cumprimento a todos e logo nos pomos a conversar.

Os explico sobre tudo o que sabia: o contagio, as gangues  e tudo mais que consigo me lembrar.

Eles foram muito cordiais em entender o nosso lado e o líder afirmou que agora que estava ciente nos ajudaria no que pudesse. ---- Eu não posso deixar o cemitério; estou preso aqui. Mas pode contar com os outros.—--- ele sorri amistoso e logo a casa volta a seu normal.

A chuva para do lado de fora e o sol volta a brilhar, ate mesmo o sinal do meu celular volta.

—--- Muito obrigada Penadinho. Você não vai se arrepender eu juro. ---- comento saindo de perto do grupo e me despedindo da pequena e meiga fantasminha voltando ao meu grupo que olhava a tudo assustados. ---- Acabou! ---- afirmo sorrindo.

—--- Como? Ainda falta alguns dias e...

—--- Como ela disse... Acabou Monica. ---- ele comenta me olhando com um ar saudoso pondo a mão em meu ombro com um tom de orgulho e eu nunca me senti tão bem nesta cidade infernal e por ter minhas habilidades.




—--- Parabéns. ---- a vos dele ecoa sarcástica.

Tive uma cegueira momentânea assim que vi o sol se mostrar e aquelas nuvens se desfazerem em um céu límpido.

David nos esconde novamente. Olho pra cima e vejo uma nave circular planando sobre nós.

Ele não parecia humano. Era... era... Um coelho.

—--- O senhor Gérson Araújo ficara muito contente em conhece-lo.

Era isso... O Império um dos times principais, e o líder dele estava parado bem na nossa frente a poucos centímetros do rosto do David.

 

Ass: Magali Fernandes de Lima Moraesღ(≧▽≦ ღ)


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Notas finais do capítulo

(E o Elio vocês sabem quem é? Este é muito difícil... praticamente impossível. Seria o Zélio um garoto que apareceu em um especial de contra as drogas. A fantasminha citada foi uma haventura que a turma do Cemiterio teve medo, e como ela da medo ate em fantasma fiz ela ter esta grande habilidade de meter medo mesmo sem fazer nada. agora a narrativa do Penadinho veio de uma historinha especial que mostra que o carinha seria alto mas foi morto por uma prensa e esmagado ate ficar baixinho assim.)



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