Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 66
Reset!


Notas iniciais do capítulo

Acho que todos conseguiram saber quem era a Dori kkk Pra quem não sabem Noel é o Manezinho. Pq Noel? Noel vem de Manoel kkkk e os poderes foi uma zueira pq de todos os 4 da turma do bermudão ele foi o único a sumir. Kkkkkk ta bom ou qr mais?
Este cap é complicadinho de entender e principalmente de montar, espero ter conseguido me expressar corretametne))



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Eu tremia dos pés a cabeça.

Estava parado em frente ao pior lugar que eu poderia me enfiar.                             O sanatório.

E pior do que isso ia ter que enfrentar o demônio dourado sozinho. Não podia esperar pela Monica ela ia ficar presa no tal do torneio uma semana inteira e as coisas estavam piorando muito para o nosso lado; C.F. andava louco da vida com tudo oque tinamos feito. Tínhamos derrubado mais de uma de suas gangues e mexido em todo resto.

Franjinha conseguiu desviar os esgotos dos córregos locais e mesmo que a cidade não estivesse linda as coisas estavam melhorando muito. As escolas estavam fechadas por que toda população estava com medo da fúria de C.F. depois que outra base foi destruída, desta vez pelo Nico Demo.

Eu ainda não tinha entendido o que tinha ocorrido ali aquele dia, mas estava disposto a descobrir e continuar.

Xaveco estava ao meu lado.

Tremia mais do que eu. Mas entrou.

Aquela construção velha e toda abandonada se mostrou assim que abrimos as portas que nunca possuíam um guarda sequer ou trancas, minha atenção foi a uma escultura gigante de um 7 que parecia pintado de varias cores diferentes assim como a placa. Ele não estava ali da primeira vez...

Entramos em silencio e fomos ate [....]

—--- Cenourinha! ---- meu coração saiu pela boca.

Este homem infernal estava bem ali na minha frente. Pelo menos desta vez ele não alterou nada no senário ou fez nada anormal. Só ficou parado do meu lado sorrindo como um bobo e esperando que eu fizesse meu próximo movimento para que ele pudesse agir.              Era sempre assim, ele agia de acordo com os meus movimentos.

—--- L-Louco... a coisa é selia. Você pode ajudal? O Nico demo esta aqui celto?

Eu estava claramente nervoso.

Ele leva a mão ao queixo pensativo e algumas engrenagens se formam ao lado de sua cabeça e assim que ele para e sorri logo uma lambada acende.

—--- Esta sim. Olha! ---- ele fala alegre tirando um punhado de folhas de sei la onde. Parecia mesmo que ele só mexeu as mãos e apareceram como magica em pleno ar. ---- É a ficha dele.

Peguei as folhas em silencio e a olhei junto de Xaveco. Não queria falar nada que o desse base para alguma gracinha, tinha que pisar em ovos quando se tratava dele.

Era uma ficha clinica seria com: data de nascimento, tipo sanguíneo e laudo medico; ate mesmo as possíveis causas do problema, medicamentos que o paciente estava tomando entre outras coisas. Aquilo parecia muito útil mas logo uma duvida me surgiu e eu deixei as folhas com Xaveco e engoli seco para perguntar a criatura.

—--- Olha... Obligado mas... Antes você disse que o Dcontla tinha vindo pla cá. É veldade? Você tem uma destas dele?

Novamente ele para pra pensar e as engrenagens se formam, de repente ele corre ate o balcão e começa a mexer em uma pequena gaveta etiquetado como “arquivos encerrados” tirando varias coisas dali que pareciam completamente alheatórias e insanamente maiores que a própria gavetinha.

—--- Aqui esta. ---- ele me entrega um volume de papeis definidamente maior e eu o pego agradecendo em silencio.

O nome David Cleber Hiromashi Fagundes Takeda intitulava as folhas amassadas.

Achei que seria útil mostrar isso a Monica e o guardei e ele não pareceu se importar nem um pouco com o meu ato e então seguimos andando pelos corredores que pareciam capazes de se mover ao nosso redor.

—--- Por que vocês leem tão sérios? ---- ele perguntou curioso nos guiando pelo corredor a dentro.

—--- Por que é uma fixa seria. ---- ele responde terminando de ler e o devolveu.

—--- Eu falei para você fazer uma piadinha! ---- o homem louro pega a ficha olhando para ela e dando uma bronca enquanto nós ficamos parados apenas observando.

—--- Desculpa. ---- em meio aos papeis criam uma boca que responde meio envergonhada e o Xaveco se espanta sem entender.

O faço não demonstrar uma reação maior que isso e o seguimos ate a porta.

—--- Tem certeza? Posso conte-lo aqui mais um pouco. ----- desta vez ele soa serio de verdade. Pela primeira vez na vida acho que consigo respirar mais normal perto dele e ate cogitar ter uma conversa racional.

Ele estava parado a nossa frete escorado sobre a porta que continha na placa o nome de Nico Demo com um aréola de anjo sobre o "L" e um par de chofres no ultimo "O".

—--- Você devia estar ajudando os seus amigos no torneio e não aqui. ---- ele fala serio e me encara. ---- Sua amiga me prometeu uma coisa e eu espero que cumpram.

—--- O que ela te plometeu? ---- tremi.

—--- Me ajudar a salvar uma pessoa. ---- ele gira o trinco e abre a porta. Posso ver em sua jaqueta de medico um crachá com o nome Licurgo. Seria este o nome da criatura?

—--- Que pessoa? Como falemos isso?

—--- Salvando esta cidade. Eu não posso levar ela comigo mesmo que a ame. ---- a porta se abre e uma luz forte me força a fechar os olhos. ---- E a pessoa? Bem... É minha filha.



Assim que abro meus olhos estou no parquinho.

O sol brilhava forte.

—--- C-Cebolinha? ---- olho para Xaveco e o encontro criança novamente. ---- O que é isso?

—--- Ele é bem poderoso.... deve ter nos mandado a onde prendeu o Nico Demo. Em outra dimensão. ---- estávamos tão nervosos que nem reparamos que eu falava normalmente sem trocar as letras.

Olho em volta e posso ver todos brincarem no campinho.

Cascão jogava futebol, Monica brincava de casinha junto das meninas e Magali deixava o vendedor de picolé rico.

Eu não entendi o porque ali.

Era exatamente o mesmo dia que tudo aconteceu, era para que eu neste segundo, neste exato momento com o plano nas mãos chamasse o cascão para vir me ajudar. Olhei para minhas mãos e encontrei enrolado o meu plano infalível.                      Meu ultimo plano infalível...

Quis o rasgar inteiro de raiva, mas o abri.

Para minha surpresa dentro não tinha a minha letra. As letras dançavam no papel montando palavras e fazendo animações com o mesmo traço feio que eu tinha nesta época. Era os poderes “dele” me dizendo o que deveria fazer ali.

 

“““““ Neste mundo a fabrica fez BUM e todo mundo morreu. Triste né? ””””””.

“““““ Como não da pra tirar todos os poderes dele deixei você e seu amigo com o de vocês. Acho que isso igualara o placar. ””””””

“““ Mas não se engane ele ainda é ele. Tem certeza que não quer vir aqui junto dos seus amigos? Ainda posso segurar ele aqui. ””””

“““““ Não fique triste mas todos ai estão marcados pra morrer. Então pode pedir a ajuda deles. ””””””

“““““ Você tem ate o fim do dia, ou horário que a “coisa acontece” depois disso FIM. Ai da reset no mundo e tudo volta para a manha do mesmo dia. ””””””

“““““ Tente não ficar maluco! S2 ””””””

Tentei não rir com as imagens que se formavam a cada frase por que era um assunto muito serio.

Como assim naquela versão todos estavam fadados a morrer? Não pode ser! Tinha que ter um jeito de salvar todos!

—--- Monicaaa! ---- sai correndo sem logica mesmo, ela me olhou desconfiada já esperando um plano. ---- Vem comigo agora. ---- nem esperei ela abrir a boca e a arrastei comigo.

—--- Cebolinha ficou maluco? Pirou de vez? ---- ela me segura no lugar e eu não consigo dar um passo a mai nem mesmo a arrastar comigo. Era mesmo muito forte. ---- O que você quer hoje em? ---- ela simplesmente cruza os braços e me derruba.

—--- Monica eu preciso da sua ajuda. Não é mesmo Xaveco?

—--- Não sei não Cebolinha. Quer mesmo envolver ela? Sei que é a Monica mas... ela é só uma criança.

—--- Muito bem ensaiado em... Admito que foi inteligente deixar o Cascão de lado e pedir para o Xaveco fazer isso.

Cara... tinha mesmo cara de plano infalível!

—---- Monica eu não to brincando de plano infalível. ---- falo serio sem saber como explicar sem parecer loucura ou alguma tramoia. ---- Se for você pode... você pode destruir o meu clubinho! Mas por favor me ajuda to implorando.

—--- Tah calma. O que foi? ---- ela logo desfaz a cara azeda e poe a mão no meu ombro preocupada; era mesmo um doce de pessoa por isso sempre conseguia engana-la, mas agora não era isso.

—--- Tem um garoto aqui. Que nós temos que... ---- que o que? Mata-lo? Eu não podia pedir para a que a Monica matasse ninguém. ---- Acredita em mim? Confia em mim Monica?

—--- C_Cebolinha você esta... estranho hoje. ---- ela gagueja e fica corada da cor do vestido quando seguro suas mãos. Esqueci o quanto ela era fofa assim corada. ---- Confio mas... O que é?

Não falo apenas saio e chamo o Cascão que parecia entretido jogando.

—--- Agora não carecaaa! ---- o puxo contra a vontade. ---- Poxa cara. Mó jogaço hoje! Qualé? Vai falar que é outro plano e este vai dar super certo que...

—--- Não é nenhum plano olha a Monica aqui! Eu... só quero o meu melhor amigo comigo nisso. ---- falei honesto.

Mesmo que ele não tivesse poderes.

Mesmo que não soubesse de nada.

Mesmo que estivessem fadados a morrer nesse mundo.

Eu queria os meus amigos comigo!

—--- Prestem bem atenção. ---- falei assim que a Magali chegou. ---- Tem um garoto aqui que não é o que parece. Ele é um demônio. Sabem o anjinho que é um anjo de verdade...?

—--- Que horror! O que ele faz aqui? Por que não chama o anjinho? ---- a Magali praticamente cai pra traz e ate deixa o lanche cair da mão.

—--- O Xaveco foi chamar mas... Preciso de vocês.

—--- Pode contar conosco. ---- ela sorri ajeitando as orelhas do coelhinho mais resistente do mundo nas mãos.



Mas logo um arrepio passa pela minha espinha.

Olho para traz e posso ver ao lado da arvore mais famosa que você pode conhecer, um louro com cabelos de chifres me olhando. Infelizmente desta vez ele não fica lá parado, ele vem andando ate mim com ambas as mãos para traz em uma perfeita postura como um mordomo faria.

O terninho bem arrumado no corpo e um sorriso nefasto nos lábios.

—--- Ola. Muita coragem vir aqui atrás de mim. ---- ele fala parando bem na frente de nós. ---- Pena não ter terminado o que começou. Né? Ou foi isso que você veio fazer aqui...?

—--- Como sabe que sou eu? ---- questiono me pondo na frente de todos e me pergunto onde estava Xaveco com o anjo.

—--- Todas as vezes é igual. ---- ele abaixa a cabeça e sorri. ---- Vocês acordam e fazem exatamente as mesmas coisas... ---- olha para todos eles. ---- .... e depois morrem. Você fez diferente.

Obvio.

—--- E-esse é o demônio? Parece um menininho. Cadê os chifres? Ele não devia ter uma calda ou coisa assim, igual o anjinho?

—--- Diabinho? ---- ele para e olha para o Cascão. ---- Foi isso que disse a eles? ---- volta sua atenção a mim soltando um riso estranho, pra dentro meio abafado. ---- Não... eu não sou um demônio. Sou coisa pior. ---- sua vos soa firme mesmo entre sisos. ---- Sou um ser humano.

—--- Você é maluco! O que fez pra assustar o Cebolinha? Fala logo se não... ---- ela começa a girar o coelhinho de pelúcia, não podia mexer com um amigo desta menina.

—--- Ah Monica... tão bravinha. Me diga... Quais são as probabilidades deste seu ursinho não aguentar e rasgar? E de você perder ele quando jogar?

Nesta hora o ursinho não aguenta e se parte em fragmentos no ar.

A expressão dela foi algo que nem o melhor romancista do mundo poderia descrever. Seu amado ursinho azul estava em farelos.

—--- Desgraçado! Eu te mato! ---- o segurei pelo colarinho e o pus contra o chão. Como ele ousa fazer ela chorar assim.

—--- Quais são as probabilidades de tudo explodir antes?



O vazio.


E novamente estava no campinho.

As meninas brincado em um canto e os meninos em outro, o sol radiando e risos por toda parte.

O mundo tinha dado um reset como o Licurgo tinha avisado.

Mas eu não ia desistir assim tão fácil.

 

—--- Ah Monica... tão bravinha. Me diga... Quais são as probabilidades deste seu ursinho não aguentar e rasgar? E de você perder ele quando jogar?

—--- Monica para de girar isso. ---- seguro a mão dela e pego a pelúcia que já parecia conter um belo rasgo e uma orelha quase soltando. ---- Você pode bater nele com seus punhos? Igual o Tonhão faz? ---- entrego a ela o ursinho e ela para olhando o rasgo assustada.

—--- Eu vou sair daqui. É questão de tempo... E vou atrás de vocês. ---- ele vocifera e estremeço sabendo que era verdade. Mesmo ali ele tinha poderes.            O que era aquilo? Ele não era um demônio de verdade como narrei era?



—--- O que esta havendo? Não podem me chamar agora estou ocupado! Muito ocupado! —--- aquela voz cálida e doce vem dos seus e posso ver a preocupação nítida nos olhos azuis da criatura. ---- To muito ocupado mesmo Cebolinha!

Ele estava P da vida e me dando a maior bronca, imaginava porque mas não tinha tempo.

—--- Anjinho a fabrica vai explodir você tem que dar um jeito diferente; como você fez não vai funcionar. ---- grito quase esquecendo a existência do louro. ---- Acredita em mim eu não sou eu; eu vim de outro lugar anos no futuro depois que essa coisa explode! Tudo ta uma merda mas aqui vai ser pior todos vão morrer!

Neste segundo ele desfaz a cara de bronca descruza os braços e pousa pisando os pés na grama como em anos eu não o via fazer.

—--- Me mandaram aqui para deter ele. Mas eu não posso deixar que todos vocês morram! ---- aquilo era mais importante. Eu queria deter Nico para salvar meus amigos, sempre foi este meu objetivo. E se tem um mundo em que todos eles morrem eu não podia deixar. ---- Por favor anjinho só me escuta. Seu nome é Ângelo Angelical Ceolino você me contou isso depois que nos reencontramos e te libertamos, você morreu a mais de 500 anos e não foi nomeado antes disso então os anjos te deram este nome.

Ele para e fica me olhando assustado.

Realmente ele só tinha me contado estas coisas depois do resgate. Estava fraco irritado e acabou desabafando comigo seu primeiro amigo na terra; literalmente.

—--- Faça o que tem que fazer na sua missão Cebolinha. Eu vou ver esta fabrica. ---- ele olha serio para a fabrica ao lado voltando a levantar voo. ---- Sabe o que fiz de errado na ultima vez?

—--- Nada. Só não teve força o suficiente.

—--- Força? Só isso? ---- ele sorri e desaparece no ar.




—--- Você é idiota? Podia ter usado o anjo pra tentar acabar comigo, mas o mandou se distrair com outra coisa? Uma coisa inútil! ---- o loiro grita me trazendo novamente a atenção sobre ele.

—--- Não é inútil! ---- volto à segura-lo pelo colarinho. ---- Mesmo que eu tenha que ter este papo com ele dez mil vezes eu vou ter! ---- ele era franzino e fraquinho, mas além de tudo não parecia querer revidar. ---- Eu vou salvar todos! ---- sua expressão era nojenta de deboche como se nada que eu fizesse pudesse atingi-lo ou mata-lo. ---- Ninguém aqui tem que morrer! ---- sentia que meus amigos dependiam de mim. Não só os que lutava lado a lado mas estes também. ---- Ninguém aqui tem que sofrer o que sofremos! Este mundo esta perfeito. Podemos crescer juntos como deveria ter sido!

 

Ass: Negi Menezes da Silva _I_



Aquele desgraçado já tinha vencido umas três vezes e o mundo sempre voltava ao inicio.

Meus amigos sempre morriam e voltavam.                                               Aquilo era a pior coisa.

Falar com eles novamente toda vez e pedir ajuda.

 

—--- Você é idiota? ---- o loiro grita me trazendo novamente a atenção sobre ele.---- Podia ter usado o anjo pra tentar acabar comigo, mas o mandou se distrair com outra coisa? ---- ele parecia fora de si. Realmente revoltado. ---- Uma coisa inútil!

—--- Não é inútil! ---- volto à segura-lo pelo colarinho. ---- Mesmo que eu tenha que ter este papo com ele dez mil vezes eu vou ter! ---- ele era franzino e fraquinho, mas além de tudo não parecia querer revidar. ---- Eu vou salvar todos! ---- sua expressão era nojenta de deboche como se nada que eu fizesse pudesse atingi-lo ou mata-lo. ---- Ninguém aqui tem que morrer! ---- sentia que meus amigos dependiam de mim. Não só os que lutava lado a lado mas estes também. ---- Ninguém aqui tem que sofrer o que sofremos! Este mundo esta perfeito. Podemos crescer juntos como deveria ter sido!

Eu não sei o que foi aquilo.

Mas o loiro demoníaco para de sorrir e olha para o lado pensativo.
Ele observa o campinho.

Parecia pensativo e perigosamente analítico ao ver meus amigos, que desta vez não pus no meio da briga.

—--- Não importa quantas vezes lutemos! Aqui fica voltando e uma hora descubro como vencer você!

—--- Mesmo que morra em todas elas?

—--- Isso é o que menos me importa criatura desalmada!

—--- Por que?

—--- O que?

—--- Por que se importa tanto? Pra que todo este sacrifício? Este sofrimento...

—--- Por que a vida das pessoas que eu amo é a coisa mais importante pra mim! ---- gritei com todas as minhas forças e logo vi aquele par de olhos azuis que de tão claros pareciam um farou, vir de encontro ao meu.

Ele me encara de um jeito que parecia que era ele capaz a me controlar e ler minha mente.

—--- Todo esse sacrifício por seus amigos? ---- ele me encara incrédulo. ---- Sabe quantas vezes já morreu aqui?

—--- Não! Por que eu não me importo.

Nesta hora a explosão vem novamente.

As arvores sobem desaparecendo em uma nuvem de fumaça densa negra e pesada. Posso ver a terra apodrecer sob nossos pés e o céu ficar negro.

A nuvem densa invade nossos pulmões como fogo e eu caio não conseguindo mais segura-lo no lugar; ele tosse e se contorce no chão em completa dor e agonia sentindo o corpo ser estraçalhado pelo efeito horrendo do contagio que estava por toda parte.

Sinto minha visão embaçar e o líquido preto escorre pelos meus olhos como se fosse lagrimas que queimavam minha vista de dentro para fora. Tusso pedaços de mesma cor e tento olhar em volta não conseguindo mais ver o parquinho ou nenhum dos meus amigos.

Todos estavam no chão morrendo em agonia naquele fim de tarde.

Olho para cima e vejo um brilho azul de dispersar e criar um tipo de barreira que impede o toxico de se espalhar além, e logo algo despenca do céu criando uma cratera no chão.

Me levanto com dificuldade para olhar e posso reconhecer o rostinho angelical desacordado e sem vida dele; havia se esvaído para criar o bloqueio e impedir que o contagiante da fabrica se espalhasse pelo mundo a fora. Um sacrifício louvável.

Seu corpo se desfaz em pó.

Posso ouvir os gritos das pessoas morrendo dentro da redoma, os carros baterem e todo o desespero. Sentia como se alguém raspasse toda a carne dos meus ossos, era como estar em brasa; não conseguia mais ver, nem respirar.             O ar sufocava.

Morri mais uma vez.







E logo o sol raiava forte com o riso das crianças.

Respirei fundo tentando imaginar um novo plano.

Não adiantava pedir ajuda a meus amigos.

Nem aos adultos ou as autoridades.

Muito menos lutar no mano a mano.

O anjinho tinha que proteger a cidade, ou melhor o mundo de sofrer com o que ia acontecer aqui. Ele tinha que... tinha que morrer fazendo aquela barreia de novo e de novo e mais uma vez.

Minhas pernas bambeiam e eu caio de joelhos no chão, tinha apenas sete anos de novo e todos os medos de alguém desta idade; não aguentava mais morrer...

A grama verde sob minhas mãos eram macias e cheiravam bem.

Podia ouvir todos rirem e brincarem.


Não eu não podia desistir.

Este lugar tinha que ser salvo!

Mas algo estranho aconteceu desta vez.

Quando levantei meu rosto o louro estava parado a minha frente estendendo a mão para mim. Ele não estava longe ou pronto para jogar algo contra mim e ferrar com tudo.

—--- Isso foi uma carnificina. ---- ele completa ao ver minha expressão de duvida enquanto eu me retinha em aceitar seu ato. ---- Já te mutilei. Já perfurei, queimei e fiz tudo o que minha imaginação pode criar; mas você ainda esta aqui. Não desiste.

—--- Eu já disse! Eu já te disse umas mil vezes! Eu nunca vou desistir de salvar os meus amigos! Seja aqui desta explosão ou lá de você!

Me levanto pronto para outro raud mas ele fica só parado sentindo a brisa calma que soprava naquela manha.

Olha para as nuvens, para o campinho, a rua da pararia e o clubinho.

E então volta a me esticar a mão.

—--- Promete que vai me deixar brincar com vocês? ---- ordena com uma expressão que não parecia agressiva e nem assustadora, ele só olha para mim. ---- Você parece diferente do garoto arrogante e egoísta que sempre vi. Todos vocês estão se sacrificando assim pelo que acreditam? Querem salvar o bairro? Seus amigos...

Fiquei parado sem entender o por que daquela atitude repentina.

Depois de me dilacerar varias vezes de todos os modos possíveis ele simplesmente desistiu por canseira?

—--- Vocês parecem... Arrependidos do que fizeram. ---- ele abaixa a cabeça pensativo. ---- Tah bem... Vou deixar vocês viverem. Mas os outros... Todos os outros vão pagar.

Seus olhos voltam a tomar um tom assustador de azul e logo vejo uma porta se abrir atrás de mim em pleno ar.

—--- Você já pagou pela culpa dos seus amigos. ---- ele afirma ao passar pela porta e aos poucos crescer deixando a forma de um garotinho de sete anos. ---- Estão livre da minha fúria. Só não entrem no meu caminho...

E assim aporta se fecha e desaparece.

Fiquei catatônico. Não soube o que fazer.

—--- Anjinhooooooo!

Mais uma vez o chamei e o expliquei que o conhecia e o que ia ocorrer, mas desta vez o ajudaria ao invés de focar meus esforços no demônio.

—--- Não! Você não vai fazer barreira nenhuma. ---- ordeno o segurando e quase voo junto.

—--- Cebolinha. ---- ele logo me nota voltando a pousar e me deixando no chão. ---- É fácil é só eu...

—--- Não! Você não vai e pronto! Eu sei o que acontece! Você acha que da conta mais não da. Não tem força o suficiente nem vem se sacrificar por que este lugar vive com problemas e eu quero você inteirinho!

Grito.

Não aguentava mais ver ele morrer e despencar do céu.

Era nove da manha e tínhamos ate as seis da tarde pra resolver isso, e agora sem o Nico Demo podia ter uma chance. Mesmo que precisasse de mais dez mil tentativas.

 ---- Turmaaaa! ---- juntei todos, precisava dos meus amigos. ---- A coisa é seria! ---- mesmo que eu vivesse aprontando todos sabiam quando eu falava serio e me ouviam.

Contei o que estava acontecendo e ate mostrei minhas habilidades, mas mesmo que eu tentasse o meu máximo e todos trabalhássemos juntos no fim do dia a fabrica explodia e todos morríamos sufocados e agoniando.

—--- C-Cebolinha. ---- ela me abraça antes de desacordar ainda segurando o coelhinho. ---- O-o anjinho tem que ter mais força.... De pra ele a minha...

Eu não entendi.

Mas na próxima perguntei a ela como poderia dar sua força ao pequeno anjo e ela se fez de desentendida, mas no final quando inevitavelmente a fabrica voltou a explodir abriu o jogo.

O chão se abria sobre nossos pés.

—--- Cebolinha. Você lembra não é? Nós estamos repetindo o mesmo dia a quanto tempo? Você sempre lembra... fala pra eu entregar o Hercoelho pro Anjinho!

O céu pega fogo. E todos ardemos.


—--- T-toma. ---- ela vem andando apressada me encarando, assustada por eu saber o nome Hercoelho. ---- Cuida bem disso anjinho. Se não minha mãe me mata.

—--- Tudo bem.—--- o alado pega a pelúcia velha dura e esturricada de tanto pó e fica encarando assustado. ---- O que é isso Monica? E-eu me lembro disso...

—--- Ela falou que isso pode te fortalescer. Então anda. ---- ordeno, ele me encara não gostando nada de receber ordens e voa pra longe em direção a fabrica.

Todos nós podemos ver quando a pelúcia de um coelho amarelo se desfaz nas mãos do anjo e a Monica solta um gritinho abafado de medo, o pó dourado recobre o corpo do nosso amiguinho e mal podemos ver ele voar, mas logo um faixo azul forte sai por entre o pó atingindo a fabrica, o raio parecia formar uma flecha de energia e dissipa o pó mostrando um garotinho serio e bastante irritado.

Suas assas crescem demasiadamente e logo se dividem em quatro e depois seis. Posso ver ele puxar uma espada que parecia ser feita de fogo e uma armadura montar em seu corpo.

Em segundos o anjo esta com a aparência de mais velho e um ar bem intimidador. Ele brande a espada que fatia a fabrica. O gaz que escapa não consegue passar pelas chamas e tudo desaparece em uma enorme implosão que ele bloqueia com a mesma barreira.

Despencando do céu novamente.

—--- Anjinhoooo. ---- ela corre e o pega antes que colidisse com o solo, deixando uma pequena cratera. ---- Anjinho?

Me aproximei assustado junto dos outros vendo que ele voltava a ficar pequenino, do nosso tamanho.

—--- Anjinho? M-monica ele esta bem? ---- questiono tremulo. Todas as pessoas estavam na rua ninguém acreditava no que via, a construção abandonada perto do bairro tinha explodido e felizmente ninguém tinha se ferido, não podiam ver o que o Anjinho fez ele era invisível. ---- Monica? Responde! ---- gritei e ela me olhou sorrindo.

—--- Deu certo. Salvou o bairro. ---- sorrio alegremente vendo os olhinhos azuis se abrirem vagarosos. ---- Eu só to encrencada. Vou ficar de castigo pra sempre. ---- ela brinca lembrando que o coelho amarelo tinha sido destruído.

—--- Obrigado pela ajuda.—--- ele se levanta dos braços da Monica olhando em volta e se assustando ao ver todos olhando para ele. ---- P-podem me ver?

—--- É um anjo? ---- Luca se aproxima quase o cutucando com certo receio.

—--- Meu deus é um anjo! ---- a Denise aponta para as asas dele assustada.

—--- Relaxa amiguinho. ---- ponho minha mão sobre seu ombro para que ele se acalmasse. ---- Eles são todos boas pessoas. São meus amigos. Você pode confiar neles.                                       Definitivamente eu morreria por esta turma.

Ass: Negi Menezes da Silva _I_


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Notas finais do capítulo

(A placa do quarto do Nico demo foi um vide ao livro que o Mauricio fez em homenagem a este personagem.)
Espero que tenha dado para entender tudo. Ficou longo pq fundi dois caps ja que queria mostrar todo o combate, e mesmo nao mostrando as partes "fortes" pq esta trama n é +18 espero que tenha dado para entender. Beijooos!



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