Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 59
Medo da infância.


Notas iniciais do capítulo

(A próxima vai se chamar Pitangueiras só pra ser uma homenagem a esta mesmo. Vou focar no ANGELO só na sei como fica melhor trabalhar os narradores. Goste muito desta coisa dos 4, mas como vcs gostam de narradores convidados penso em fazer com mais frequência lá.)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/592970/chapter/59

Claro que eu estava irritadíssima e muito abalada com mais uma morte mas era a hora de provar que não viemos aqui para perder.

Já tínhamos tirado do caminho muitos inimigos e isso devia contar.

Jeremias e Luca nunca seriam esquecidos e seriam muito bem lembrados!

Deixei que os mais frágeis fossem para a base do Do Contra e ele junto desses cuidassem desta coisa de união falsa e a historia do desafio do CF enquanto com poucos nos dirigimos ao local onde estava Aninha.

—--- E-seu vou. ---- a voz dele saiu tão fraca chorosa que eu quase não ouvi. Me virei e vi Xaveco parado do meu lado com os olhinhos cheios de lagrimas e não evitei lhe dar um grande abraço.

—--- Claro! Claro que vai meu amigo! Não seria a mesma coisa sem os mais fortes e uteis da equipe! Vamos salvar nossa amiga que esta nos esperando!

Só de ver o sorriso bobo dele já fez meu dia ter valido a pena.

Ele apenas move as mãos e um portal se abre na nossa frente e podemos ver nosso destino bem ali. . Era o sanatório da cidade a onde todos que não estavam bem iam; estremeci tentando imaginar como nossa amiga poderia estar, e não pude evitar olhar para Titi que tentava parecer forte. Ele era o único que havia vindo que não tinha grandes poderes, e pior que isso o único que havia vindo que não tinha habilidade alguma na verdade. Era apenas um ser humano.

Parei em frente a porta e pude ver uma enorme placa que parecia escrita com tinta infantil lavável ou coisa assim de um modo colorido que me passava insanidade e não alegria a palavra Tratamento e logo notei que o Cebolinha começava a segurar a respiração como se tivesse medo.

Eu nunca vi este cara temer nada. Nem perante a morte que enfrentamos varias vezes... Isso só poderia significar uma coisa... Esta era a base “dele”.

Empurrei os portões que estavam abertos e estremeci.

Podíamos ouvir gritos ecoarem de todos os corredores do prédio que sem nenhum tipo de segurança se mostrava na nossa frente.

Branco e com a pintura toda descascada aparentando abandono se não fosse pelas pessoas nas janelas se debatendo ou gritando querendo sair, trepadeiras subindo pelas beiradas assim como a grama que já invadia o saguão principal.

Caminhei adentrando o lugar tomando a dianteira com o Cascão logo a meu lado, e já na entrada do lugar me deparo com uma pessoa a bater a cabeça na parede com força tanto que podia ver uma marca de sangue ali, embrulhei o estomago mas logo uma outra pessoa tratou de agarrar aquela e lhe dar uma injeção a pondo em uma cadeira de rodas. Esta nos olhou de cima a baixo e sorriu. Seus lábios estavam cortados, seus cabelos desgrenhados e mostrando muita queda. Era nova como nós mas estava tão judiada que parecia uma pessoa de idade.

—--- Vão se internar? ---- ela sorri novamente. Posso ver que seus dentes estão quebrados e as vestes pareciam de paciente e não de medica, em seu pulso posso ver uma fita que comprovava isso. ---- Aqui é muito bom. Não vão mais ter que pensar nos seus problemas.

A voz dela me trazia arrepios.

Parecia estranhamente feliz mas chorosa ao mesmo tempo.        Como um grito silencioso de socorro.

—--- Estamos procurando uma pessoa. Aninha... Ana Lúcia de Jesus Fonseca. ---- Titi se põe olhando para a moça como se não conseguisse perceber seu estado e assim ela se vira e sai gritando um outro nome e afirmando terem visitantes. Sumindo corredor a dentro com o paciente desacordado na cadeira de rodas.

—--- Visitantes? Que estranho. ---- um homem de óculos vem correndo pela mesma porta e nos analisa da cabeça aos pés. Este parecia muito mais são. ---- Jura que não querem se internar?

—--- Caro que não! Onde ela esta! Se isso é mesmo um hospital nós podemos levar ela em bora sem briga?

—--- Ow... Nunca tentaram antes... Eu -não -sei. ---- o homem se assusta e fala cantarolando. ---- Antes de mais nada o que são da paciente? Amigos? Sim amigos esta na cara pelas armas. Venham venham. Sejam bem vindos.

Saltitante e muito estranho o homem nos guia pelos corredores.

Posso ver as pessoas dentro dos quartos se debaterem amarradas as camas, outras pularem e morderem umas as outras logo sendo afastadas, também haviam as que tentavam desesperadamente abrir a porta e outras que simplesmente gritavam sem parar.

—--- Que tipo de lugar é este? ---- finalmente minha voz sai e questiona meus pensamentos. ---- Não é uma base de gangue é?

—--- Sim ela é. Os pacientes mais insanos e violentos ficam na formação de ataque se necessário. Também temos alguns com sintomas suicidas que são muito uteis.

—--- Mas... Vocês tratam as pessoas aqui?

—--- Tratar? --- ele para e volta a me olhar. ---- Estas pessoas estão completamente lucidas minha jovem. Só escolheram sua própria foram de lidar com esta realidade. ---- sua voz soa seria desta vez. ---- Acredite ninguém aqui é prisioneiro. Todos amam este lugar. Ele é incrível podemos fazer o que quisermos sermos quem quisermos sermos nós mesmos!

Definitivamente aquele lugar só tinha maluco.



—--- Aninha! ---- a voz de Titi se fez ouvir e ele logo desaparece entrando em uma sala e o seguimos assustados e preocupados. ---- Meu deus você esta viva! Se eu soubesse que estava aqui... Deus... Aninha!

Não consegui entrar no quarto.

Do jeito que ele invadiu e pegou ela nos braços começando a chora de novo foi incrível. Senti que tinha valido tudo a pena. Ela estava mesmo viva... O Do Contra mesmo com seus métodos tinha conseguido achar ela.

—--- Quem...? ---- ela virou o rosto meio confusa, com os lábios machucados e alguns hematomas no corpo.

—--- Sou eu Aninha, Titi. Lembra de mim? Era seu namoradinho quando crianças.

—--- Titi? Sim... o Titi vai me buscar. Ele vai vir me salvar vocês vão ver... ---- seus olhos pareciam não ver nada, ela estava olhando a tudo e voltava a fitar a janela falando do Titi como se ele não estivesse bem ali como se não o visse ou o reconhecesse. Era um eco. Um eco triste e assustador do que provavelmente ela esperou por todos estes anos.

—--- Aninha sou eu; eu to bem aqui. ---- ele segura seu rosto e a faz o olhar mas seus olhinhos estavam distantes e sonhadores. ---- O que fizeram com você...? O que fizeram com você?

Não aguentei ficar olhando.

Sai e olhei o corredor novamente.

Todas aquelas pessoas...

—--- É uma loucura não é mesmo? ---- um voz me desperta de súbito e me viro percebendo um homem alto a meu lado. ---- O que é mais louco? As vitimas ou quem causa? ---- ele me olha e sinto um arrepio percorrer minha espinha. ---- A psique humana na verdade é a coisa mais louca do mundo sabia? O que é certo? O que é errado? Oque pode e o que não pode? ---- me afasto da porta como se meu instinto me mandasse correr dali, mesmo que isso me obrigasse a abandonar meus amigos. ---- Você sabia que toda esta porcaria varia de lugar para lugar? O certo e errado... Ele não existe sabia? O que é errado aqui pode ser lei lá. Não é louco?

—--- Monica!—--- sinto a mão pesada de alguém me puxar e logo estou descendo as escadas correndo como uma louca desvairada. ---- Ela ele dloga! ---- olho para os lados e vejo que quem me puxava era Cebolinha e que Titi estava carregando Aninha e os outros também corriam.

—--- Ele quem? ---- o Cascão questiona tão afobado quento eu. Parecia que todos sentimos a mesma coisa nem raciocinar.

—--- Você lembla de um cala que eu disse que me seguia e...

—--- Cenourinha! Como você cresceu!

Acho que senti o coração do Cebolinha parar quando vimos que o homem estava bem a nossa frente.

Mas como?

Tínhamos corrido tanto...

—--- Estes são seus amiguinhos? Que loucura não? Nos encontrarmos assim depois de tantos anos. ---- ele comenta de longe sem se aproximar mas quando dou por mim ele esta parado ao meu lado. ---- Que moça bonita. É sua namoradinha Cenourinha?

O cebolinha apertou forte a minha mão e me puxou para longe dele.

Eu nunca tinha visto este homem na minha vida e não sabia por que o Cebolinha agia assim mas ele parecia o conhecer.

De cabelos louros dourados como o sol eram lisos e espetados, longos e muito descabelado como se tivesse levantado da cama e assim ficou; mas apesar disso era o nariz que eu não conseguia desviar o olhar. Enorme fino e longo.

—--- Nós vamos leval ela. Se voc...

—--- Tsc tsc. Tão grande e bonito e ainda falando errado assim? Que coisa feia... Criancinha ate é fofinho mas um marmanjo destes fica feio não é mesmo Cenourinha.

Eu juro que não vi quando o Cebolinha largou da minha mão por que agora ele estava do lado do louro que punhas as duas mãos na sua cabeça.

—--- Fica longe de mim seu maluco! ---- ele o empurra e logo continuamos a correr.

—--- Quem é ele? Por que você esta com medo dele?

—--- Não seja idiota Xaveco. Eu não tenho medo dele, mas ele nunca fez nada quando eu era criança. Só imagino oque aquela coisa selia capais de fazel agola.

O sanatorio era enorme e corriamos como loucos. Mas...

—--- Coisa? Que falta de educação Cenourinha. ---- novamente ele estava na nossa frente. ---- E cuidei tão bem da sua amiguinha. 

Tínhamos descido as escadas e... Espera por que descemos se nunca tínhamos subido?

Olhei pela janela e estávamos no ultimo andar.

Como era possível?                                                                        Era este homem que estava fazendo aquilo?

—--- Cebolinha... quem é ele? ---- volto a perguntar mas quando me viro percebo que Cebolinha não estava mais ali comigo. Na verdade todos tinham sumido e eu estava em meu quarto de pijamas acordando assustada no meio da noite.

—--- Meu anjo você esta bem? ---- meu pai vem ate o meu quarto meio sonolento por causa do meu grito e eu apenas aceno que sim.

Espero ele sair e levanto ainda atordoada.

Olho meu quarto e vejo o sansão sobre a cômoda estranhando o ver ali. Eu não tinha este coelhinho desde que...

Pequei meu celular e disquei o primeiro numero que me veio em mente.

—--- Alo? Monica...? O que foi? ---- percebendo a hora desliguei.

Fui ate minha cozinha e lá achei varias fotos minhas de famílias e muitas delas com meus amigos como se tivéssemos crescido juntos no bairro do Limoeiro como deveria ter sido.

Peguei um álbum de fiquei o folheando.

Era uma ilusão.

Estava presa em uma ilusão e aquele cara louro estava fazendo algo com os meus amigos!

Eu tinha que encontrar um jeito de sair dali!
Ass:Mônica Sousa


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

(Curiosos? É uma primícia para uma próxima fick espero que gostem. Quero manter algumas coisa, e surpreender muito vcs)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Limoeiro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.