Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 39
Irrelevante.


Notas iniciais do capítulo

(Tenho n motivos pela demora. Mas não vou encher vocês com isso... apenas me focar em escrever o melhor cap possível ^_^ bjs)



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Você deve estar muito confuso sobre tudo o que rolou na fazenda do primo da Mônica, mas eu estou aqui para esclarecer; como um gênio brilhante que sou.


O que ocorreu é muito simples.

Como você já deve saber o tal de Francisco tirou algum tipo de lacre ou barreira que impedia que os seres viessem e atacassem a todos nós e assim começou o tal treinamento.
Mas como ia ser o treino mesmo... ninguém disse.

De repente um vento cortante invadiu o lugar, um risada histérica preencheu o ambiente e em seguida pude ouvir um belo canto.

...
...
...

Só sei que despertei todo encharcado e com um Dcontra parado a alguns metros da margem a olhar o rio que parecia conter algo vivo e gigantesco dentro de suas aguas.

—--- Onde estamos? O que aconteceu? ---- Frank questiona ao se erguer ainda atordoado escorregando no lamaçal.

—--- Nada... Só que as vezes é vantagem ser oposto a tudo no mundo. ---- Dcontra responde nos olhando por sobre ombro com aquele sorriso besta nos lábios. ---- Sereias... vocês foram pegos por uma sereia, quase morreram afogados.

—--- Interessante. Então ao invés de você ser enfeitiçado por ela por ser homem ela quem foi enfeitiçada por você? Fascinante. ---- o cara não esconde nem um pouco o entusiasmo e curiosidade de como Dcontra funcionava, ele então se ergue indo ate lá enquanto eu ainda estava bambo no chão; . ---- Fico abismado em tentar compreender como suas habilidades funcionam. ---- ficando a circular em volta do Dcontra como um cão que fareja um poste. ---- Se você confiar em mim a ponto de me deixar testar...

—--- Se conseguir me curar, pra mim já esta ótimo. ---- logo ele da de ombros seguindo em minha direção, coisa que deixa Frank ainda mais alegre. ---- Vocês estão bem?

—--- Então você me deixa te estudar? Incrível! Não vou decepcionar eu...

A animação do cara era evidente mas o Dcontra nunca foi muito normal, logo tapando sua boca como se esse fosse uma criança mimada.

—--- Calma... chega de gritaria. Credo. Não me faça arrepender... ---- completa indo ate Xaveco que permanecia desacordado. ---- Este daqui não acorda? Negi... não achei o Cassio. ---- ele pontua por fim, ao se agachar e mexer em Xaveco que mal reagia.

Mas eu entrei em pânico e logo olhei para o lago imaginando o pior.

Se apenas se molhar o feria daquela forma não consigo imaginar o que um pulo no lago poderia fazer com ele.

Os outros conversavam sobre algo completamente desinteressante enquanto eu analisada o lago; ele não parecia conter um corpo ou algo do gênero. Então era pouco provável que o meu amigo estivesse ali.                               Mas se estivesse...

Na beira do lago consigo ver uma moça loura esbelta e de cachos fartos com um flor presa aos mesmos, de um tom mais escuro que o de Carmen e muito mais volumoso e exuberante com olhos azuis perolados de encantar ate um cara homossexual; possuía um rosto e um corpo perfeito, se não fosse por uma pequena peculiaridade...

A calda.

—--- Ela é a tal seleia do lio? ---- questiono e logo Dcontra vem ate mim ignorando os demais.

—--- Sim. Ela meio que gamou em mim... Provou do próprio remédio e saiu da água para me encontrar. ---- ele fala com um tom frio, imaginei que fosse mata-la mas só não o fez por algum motivo que eu desconhecia. ---- Vamos mante-la cativa ate descobrir o que “fazer”. ---- seu tom não era nada amigável, e mesmo que ela tenha tentado me matar começo a temer por seu futuro.

—--- Tudo bem. ---- consenti, eu que não era louco de peitar o cara; claro que não era uma medroso, mas agir sabiamente era o mínimo. ---- Vamos voltal pala a casa?

—--- É uma ótima idéia. Mas como? A onde estamos? ---- logo Jere se faz ouvir e todos olham em volta se vendo no meio da floresta.

—--- O riu era perto da casa não era? ---- conclui Timot ao coçar a cabeça.

—--- Mas o riu pode ser longo. É um rio não uma piscina. ---- pontua Xaveco levando um “pedala” do maior. ---- O que foi?

—--- Alguém tão fraco não devia...

—--- A força não é uma propriedade dos musculosos Timotio. ---- desta vez é o Dcontra que se faz ouvir, calando a todos. Mas eu não entendi de imediato; ate hoje tento descobrir como ele já sabia das habilidades de Xaveco. ---- Vamos por ali. ---- ele aponta para uma estrada simples. ---- Vou ficar com os poderes ativados, se eu andar desorientado o normal é se perder, isso quer dizer que vamos achar o caminho. ---- explica com um ar didático partindo sem esperar por mais ninguém.

É contraditório dizer que o Dcontra possuía uma boa lógica; mas era verdade.

A verdade é que a todo momento ele dava uma desculpa esfarrapada para usar suas habilidades especiais; coisa lógica já que não queria descansar... Mas aquele ar de imponência pra cima de mim já estava me dando nos nervos.

E assim como “ele” planejou logo chegamos a casa.

—--- Meninos! A onde vocês estavam! Ficamos louca atrás de vocês! ---- ela é a primeira a vir correndo em nossa direção, nunca vi a dentuça tão afobada. ---- Eu não consegui puxar vocês e... jurei que tinham morrido! Me desculpa por não protege-los.

—--- Relaxa, você não esta sozinha tendo de proteger um bando de inúteis. ---- ele vai ate ela e põe a mão em seu ombro. Quem foi que deu toda esta liberdade pra ele? ---- Estou aqui pra te ajudar esqueceu?

—--- Falou o glande helói. ---- sem querer minha voz sai e todos me encaram já fazendo aquela cara "que me ferve o sangue". Aquela cara que amigos fazem. você sabe bem qual é. ---- O que foi? Ajudou um pouquinho e já esta se achando o lei da cocada pleta? Tudo bem você é folte e bem podeloso, mas não se esqueça que foi esclavo a vida toda. Você não é o helói é uma vitima.

Nem um grilo chiava.

Mas logo uma tímida risada começa a surgir.

—--- D-desculpa Negi mas... Não ouvi nada depois que você disse glande... herói. Só pensei merda aqui. ---- e logo o cabaço começa a rir. ---- Sei o que quis dizer, mas já falei que não consigo te levar a serio falando tudo errado assim. ---- e tão rápido como começou a rir ele para. ---- Quer briga coisinha? É isso? Não me lembro de ter feito nada pra você vir me atacando assim. Mas se quiser eu ataco de volta e quero ver se você agüenta.

—--- Chega meninos! ---- ela esbraveja e ate o chão estremece. ---- Nada de brigas! O que deu em você Cebolinha? O Do Contra esta nos ajudando é nosso amigo. Por que disse coisas tão horríveis pra ele?

Ela não havia mudado uma virgula, continuava a mesma esquentadinha mandona e eu não ouço uma única palavra; ainda estava preocupado com Cascão e assim que o vejo sair da casa a abandono falando sozinha e parto.

—--- Ei! ---- ela reclama mas eu já estava longe.

—--- Como você esta? A onde estava?

—--- Eu que devia perguntar. ---- ele corresponde quase entre dentes, ainda ajeitava as luvas e eu podia ver que estava muito ferido. Mas ele iria comentar isso? Claro que não. ---- Vocês todos sumiram, fomos atacados por um lobsomem acredita? A Mônica botou ele para correr foi hilário. ---- ele pontua rindo fraco por causa dos ferimentos. ---- Acho que o que o tal do Francisco quer é que sobrevivemos aqui por um determinado período e... O que é aquilo? Uma sereia? ---- e como sempre o seu foco é zero e ele sai andando em direção ao Jere que trazia a moça nos braços. ---- Que legal! Ela fala?

—--- Eu não sei. Esta sobre o próprio encanto. ---- Jere responde ao apontar para o Dcontra indo para dentro da casa onde planejava deixar a garota. ---- Estou ensopado e morto de fome. Vamos relaxar um pouco.

—--- Verdade estou faminto! ---- a voz forte de trovão passa por mim e logo vejo Quin sumir porta a dentro e as luzes da casa acenderem.

Desta forma o local não pareciam mais tão assustador ou perigoso, e logo parecia que não tínhamos passado por nada, por que todos estavam comendo e comentando sobre suas experiências ate o presente momento.

—--- Para de reclamar, seu cabelo ficou ótimo assim. ---- ele comenta entre risos enquanto ouvia as reclamações de Carmen. ---- Tudo bem deixa que eu arrumo depois tudo bem? Deixa eu recuperar as minhas forças... Puxa como você é chata.

E assim todos riem como se o mundo fosse cor de rosa.

Vou ate a janela, ainda estávamos em terreno hostil e nada ali dizia que os ataques tinham acabado. Eu podia sentir que havia mais de uma coisa nos olhando entre as arvores e a relva. A onde o tal do Francisco tinha ido parar? Será que estava na casa dele?

Ela não ficava longe, na verdade era bem ao lado mas eu não iria ate lá na calada da noite reclamar que ele não estava “cuidando de nós” mas não mesmo.

—--- Você esta bem? ---- sentei ao lado dele na varanda o entregando um dos lanches que Quin montava tão alegremente para todos. ---- Esta mancando... e muito.

—--- Cassete careca! Você ainda me conhece depois de tantos anos... ---- ele pega o lanche e fica a olhar as arvores que se mexiam mesmo sem haver uma única brisa. ---- Eu quase morri... ---- confessa ao dar uma mordida. ---- Meu corpo ta todo queimado, acho que afetou algo por dentro... Mas ta foda. Isso é uma daquelas coisas de filme de terror a onde um dos caras se fere ai o resto tenta ajudar e se fode...

—--- Isso não é verdade. Eu não vou deixar você ficar ai sofrendo...

—--- Viu o que estou falando. ---- ele me interrompe. ---- Não se desespere Careca, da pra agüentar. ---- eu podia ver suas mãos tremendo, não conseguia imaginar quanta dor ele estava sentindo naquele momento. ---- Isso é um treino pra lá de difícil, e se a Mônica agüentou o que aquele lobisomem fez eu também agüento.

—--- O que ele fez?

—--- Bateu muito nela antes de ela conseguir uma estratégia pra revidar. A garota é osso duro...

—--- Disso eu sei. ---- murmuro ao olhar pela porta a vendo sentada a mesa junto de todos agindo como se nada tivesse acontecido com ela; posso notar bandagens sem seu corpo e varias ataduras; provavelmente estava com o braço quebrado por conta da tala posta ali, e tinha algo errado com sua perna. Mas mesmo assim estava lá rindo junto de todos, mostrando aqueles dentes enormes.

—--- Se não assumir logo que gosta dela, vai perder. ---- ele me tira dos pensamentos com uma simples frase. ---- Ela ta uma gata, uma hora aparece um cara esperto e "crau". Já era pra você. Notou que o DC esta de olho né?

—--- Cala a boca.

—--- Cala a boca você! Para de ser infantil uma vez nesta vida. ---- ele se altera e logo se vira pra mim. ---- Gosta dela desde sempre e não assume. Quando criança tudo bem mas agora... Já ta crescidinho né. ---- ele saca um maço de cigarros do bolso e ascende um. ---- Depois só não reclama.

Tiro o cigarro de sua boca arranco o maço de sua mão e piso em ambos.

—--- Tem coisa mais importante do que paquerar a Mônica. E sim o Dcontra já me falou que gosta dela e que não se intimida comigo aqui.

—--- Noss... a treta vai ser fogo. ---- ele ri, um riso fraco e debochado mas logo se vira me encarando nos olhos. ---- Careca. Conta ae... tu não é virg é? ---- a pergunta me pegou de surpresa e o palavreado me assustou; então ele abaixa o rosto e começa a rir baixinho. ---- Não acredito nisso. Jura? Nunca...? Nem uma vezinha? ---- sua risada começa a tomar um tom de deboche a aumentar. ---- Ai! Não me faz rir merda! Isso dói! Mas é engraçado pra poha!

Ele se contorce de dor por ir mas continuava rindo mesmo assim. Era um idiota! Mas... mesmo que este idiota estivesse tirando o maior barato da minha cara por algo que ele nem sabe, eu não conseguia ficar bravo com ele.

Mas logo um profundo relinchar cobra a atenção de todos.

“Ela” fica tensa e se ergue, posso ver quando serra os punhos pronta para uma briga.

—--- Mônica o que foi? ---- vou ate ela e esta faz um sinal de silencio.

Ninguém ainda estava bem, mas eu me preocupava apenas com o Cas que com toda certeza era o pior de todos ali. ---- Vem pra cá cara! ---- ordeno ao arrasta-lo para dentro, e logo avisto um clarão passar pela relva alta. Não podia ser verdade.

Um cavalo gigantesco que quase acertava a copa das arvores com a labareda que saia de onde deveria estar seu pescoço.

—--- Você só pode estar de gozação. ---- Denise exclama o que todos pensávamos ao ver o imenso eqüino desaparecer noite a dentro. ---- Folclores? Lendas? É contra isso que estamos lutando? Isso só pode ser zueira!

—--- Aquele cretino do seu primo esta curtindo com a nossa cara! ---- Carmem esbraveja irritada já saindo da casa mas a própria Mônica a detêm. ---- O que foi? Este “treino” é uma piada! Uma de péssimo gosto por sinal! Que coisa mais cafona!

—--- Já passou pela sua cabecinha oca que talvez não seja uma armação? Que as “lendas” sejam baseadas em algo real? ---- a dent... Mônica corresponde nervosa a atirando sobre um dos sofás e trancando a porta. ---- Já imaginou que as coisas que aprendemos na escola estão... “disneyzadas?”

—--- Disneyzadas? ---- o Xaveco comenta de modo zombeiro sem entender a referencia, mas percebendo que ela falava serio.

—--- Ai! É um termo que eu e a Isabela usávamos... Sabe como a Disney pega os clássicos e romantiza? Hercules na historia certa não era bonzinho ele era um ser egocêntrico egoísta e violento de mais, todos os contos de fadas são lições de morais perturbadoras e mais para contos de horror do que contos de fada. ---- ela se explica sem respirar. ---- O que fizeram com os folclores não foi diferente disso.

As palavras dela caem pesadas.

Não sabia como explicar isso. Se todos aqueles personagens eram reais...

Ass: Negi Menezes da Silva _I_


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Notas finais do capítulo

(pra quem não sabe tem um ep que se chama a “sereinha do riu” é muito antigo e o Cebolinha canta uma musiquinha, ai peguei esta Yara de lá.
Tbm o cebolinha foi o único a notar que o Cassio esta ruim pq ele é uma pessoa muito observadora.