Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 14
Coração endurecido.


Notas iniciais do capítulo

(Vocês já viram uma pessoinha pulando de alegria e saindo coraçoezinhos da cabeça? Sou eu o/ Motivo da minha alegria hj? Uma leitora suuuuper fofa fez uma one para mim *-* aaaa estou nas nuvens! Não mereço tanto! S2)



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Este tempo todo ele estava aqui.

Ele contou, do jeito que pode...que enquanto todos nós fomos embora, ele não. Ele foi o único que não escreveu o nome na parede do clube, pois nunca tinha ido.

=~^~ ºº~^~=

Deixei o careca lá no barracão com a Monica e sai.

O céu estava ficando negro, e todos estavam ocupados de mais para ver. Ver pequenos raios de luz que lutavam contra algo muito maior; não eram nuvens negras de chuva no céu aquele dia. Era ele!

Todos nós estávamos com medo, e queríamos nos esconder e fugimos para nossas casas. Menos ele...

Eu vi quando ele saiu de casa e foi em direção a onde fugimos; Ninbus ate tentou segura-lo, mas ele saiu correndo.


Depois disso, minha mãe me pego pelo braço e me pois dentro do carro. Chovinista foi o caminho todo do meu lado, fazendo bagunça o tempo todo.

Não tínhamos para onde ir, e nem dinheiro para ficar em algum lugar descente. Meus pais estavam desesperados, mas não queria demonstrar. Não queriam me assustar... ainda mais.

Minha mãe ficou comigo no colo enquanto meu pai fazia um empréstimo no banco. O único lugar que conseguimos comprar foi um apartamento em um bairro horrível.

Tinha mais três outros apartamentos no mesmo andar que o nosso; uma velha paranoica que odiava crianças, uns jovens adolescentes que faziam festas ate tarde e dormiam durante o dia e por ultimo um homem assustador que intimidava meu pai e assustava minha mãe. Ele me olhava de um modo estranho toda vês que surgia na porta.

Os dias ali foram de mal a pior, o bairro era péssimo e as pessoas muito ruins. Minha mãe teve que começar a trabalhar em período integral assim como o meu pai, e eu passava os dias sozinho. Eu tinha de ir para casa sozinho.

No começo meus pais pagavam um tipo de van para me levar e buscar; mas isso só chamava a atenção dos garotos do bairro e me metia em ainda mais problemas do que eu já tinha. Então passei a voltar a pé como todos; fazia de conta que pagava o moço para me levar e juntava o dinheiro. Guardava tudinho para um dia poder compara uma casa melhor.

E eu conversava sobre tudo isso com o Cebolinha pelo telefone. Ate o dia que ele parou de me atender...

~~ºº~~

Ok! Chega de lembranças. O que você quer saber é o que o Do Contra falou.

Mas como o Cebolinha já narrou, a comunicação era muito difícil. Alem de todos estarem querendo falar com ele o tempo inteiro, e não deixar um segundo para o cara respirar ou responder.

–--- Tah espera ai gente. Acho melhor cada um fazer uma pergunta de cada vez e sair um pouco de cima do cara né? ---- a Denise se intromete pondo ordem na baderna. E ele chega a suspirar como se dissesse ufa. ---- Vamos fazer assim que tal? Perguntamos e você responde. Ai perguntamos de novo...

–--- Se conseguirem explicar... ---- ele responde olhando em volta como se estivesse entediado. Ele me lembrava os caras assustadores do bairro que morei, os homens que me batiam. Não era nada agradável ter ele ali.

–--- Nós não somos tão burros. Podemos entender sim, é só tirar o oposto ou ir pela lógica da sentença. ---- o Frank se pronuncia chamando a sua atenção.

Eu não conseguia entender. Como todos podiam estar o tratando tao bem? Ele tinha acabado de quase nos matar! Tinha mandando atirar em nós, nos caçado!

–--- Certo. Acho que a primeira pergunta é...

–--- Que merda é esta? ---- cortei a frase da Monica e me pus a falar minhas indignações. Todos estavam loucos? ---- Como vocês podem estar assim tão à-vontade perto dele? Vocês por acaso já se esqueceram que ele é o líder daquele bando de psicopatas? Já se esqueceram que eles mataram todo mundo? Que tentaram nos matar também? E a mando dele!! Gente isso foi ainda "esta semana".

Depois disso todos se calam. O clima fica tenso, bem tenso. Mas era isso que eu queria. Fala serio que idiotice toda foi esta? Tratar o cara normalmente? Idai que o conhecemos quando criança. Idai que o demos um apelidinho tosco? Idai que ele é irmão do Nimbos. O cara mudou.

Depois disso as discussões ficaram em rodinhas fechadas e os dois irmãos foram conversar em um canto privado. Não quis incomoda-los, se alguém tinha o direito de tratar ele normalmente este alguém era o Nimbus. Depois foi o Cebolinha quem tentou um dialogo. Não acredito que ate ele estava sendo tão mole e ridículo.

=~^~ ºº~^~=

Eu aprendi muito nestes anos.

Aprendi bem a maldade humana.

Eu fiquei dentro do carro, todas as vezes que meus pais paravam em uma casa e debatiam as negociações.

–--- Olha moça... ---- o senhor idoso passa a mão sobre os cabelos e olha para seu filho, que o encarava com vigor; quase como se dissesse “não”. ---- Nós não podemos abrir uma exceção. Não alugamos para casais com criança, muito menos animais.

–--- Mas nós não iremos ficar com o Xovinista. ---- meu pai suplica afoito. Já era a décima quinta casa que nos dispensava por não aceitar crianças. Será que o mundo resolveu repudiar crianças?

–--- Venha querido. Não adianta... ---- minha mãe põe a mão sobre os ombros do meu pai e os dois voltam ao carro, derrotados.

Me debruço para traz vendo o velho voltar a casa, sentido e arrependido. Mas o jovem o pontua, por sua demora a negar; afiram varias coisas sobre o filho dos antigos inquilinos... ter estragado muita coisa.

Me viro para me sentar e logo me lembro da Estela, uma dona gordona e emburrada que usa um coque horrível no alto da cabeça e morava no casarão da esquina.

Ela não precisa trabalhar porque era dona de metade das casas do Bairro do Limoeiro e odiava crianças! E principalmente a nossa turminha.

–--- Eu posso... deixar o Xovinista na casa do Cebolinha... ---- balbucieio algumas palavras. Claro que eu não queria me separar do meu porquinho amado, mas queria aliviar de alguma forma o peso dos meus pais.

–--- Não vai precisar, meu anjo... ---- minha mãe afirma descrente nas próprias palavras, seus olhos perdidos no horizonte me traziam grande desespero. Eles não sabiam o que fazer. Como iriam me proteger?

~~ºº~~

Claro que ele explica seus motivos.

Disse ate que estava com os mesmos objetivos que nós, que só queria limpar a área e não nos reconheceu. Que tudo não passou de um mal entendido por que seus gestos também eram opostos e quando ele mandou parar na verdade estava mandando atacar, já quando mandou atacar foi quando nos reconheceu e mandou parar.

Explicou e relatou, do jeito que pode, que esta na cidade há anos e sabia como as coisas funcionavam. Diz que ficaria feliz de nos ajudar, e que também nos protegeria.

Mas nada disso me convence e depois que ele se vai, eu o sigo.

=~^~ ºº~^~=

A verdade é que eu tinha pego o tele fone de todos.

Mas com a mudança as pressas acabei perdendo tudo e fiquei apenas com o telefone de alguns, os mais íntimos. O Cebolinha não me atendia, e o Nimbus tinha ido morar no japão! Não podíamos pagar uma casa descente imagina ligar para lá?

A Mônica só dava fora de área e o da Magali estragou. Por fim a Gabriela Silva, minha pobre namoradinha que acabou rescebendo a cina de Cascuda, me mandou para de ligar para ela e cortou nossa relação a distancia. Me disse por telefone que estava saindo com outro...

~~ºº~~

Ele sede as suplicas do irmão para que fosse ate sua casa e vise seus pais, mas como eu já esperava o encontro não é dos melhores. E ele sai de lá antes que Nimbus pudesse defende-lo e se explicar.

Ele segue ate a cidade. O bom de seu veiculo ser um ônibus era que eu podia subir na traseira sem ser notado.

E logo me vejo em seu covil... A imagem daquele local me perturbou por semanas.



Ass: Cássio Marques de Araújo


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Notas finais do capítulo

(Bem… os narradores acabam se dividindo bem; creio que cada um tem um modo de falar e a cada cap vou piorando esta diferença, isto é, me aperfeiçoando. Como o modo de cada um retratar ambientes e chamar os demais personagens. Um usa o antigo apelido outro já prefere chamar pelo nome correto ou ate um novo codinome.)
Estela é outro nome da Carmem da esquina e este é sim o verdadeiro nome da Cascuda *-*