Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 100
Primeiras impressões --- Cascão.


Notas iniciais do capítulo

(Sendo justa. Eu tava postando praticamente 2 caps tipo um de casa fic.. so q agora fundindo pra mim eu tenho o trab de fazer só um entao vou tentar uma coisa que é continuar umas ficks q estao paradas e tbm postar 2 caps na semana das de TMJ ok? Pq to mais no pique de tmj q das demais, mas n qro abandona -las entende?)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/592970/chapter/100

Eu começava a entender a paura que o Careca tinha desse loiro.
Será que todo louro era poderoso?

—--- Todos pegaram suas malinhas? ---- ele fala tranqüilo abrindo uma porta literalmente no meio do nada e já posso ver uma grama verdinha do outro lado e não resisto a temer que... realmente a grama do vizinho era mais verde.

E assim, fácil assim chegamos do outro lado, mas tudo que eu via só me deixava ainda mais puto e louco. Tudo me irritava por que lá tudo era perfeito e feliz. Ate eu parecia muito melhor e eu estava morrendo de inveja do outro eu com suas vidinha perfeita.

E pra piorar todo mundo de repente ficou mega feliz, e eu me sentia tão destoado e desconfortável, que mal conseguia me mover. Sentia que aquilo ali não era o meu lugar.

Me senti mal assim que o primeiro olhou para mim.

                                                                                    Todos me olhavam da mesma forma.

Como se eu fosse algum tipo de monstro, ate mesmo eu me olhei assim.
Eu não aguentei aquilo e sai fora.

Deixei a poha da Monica fazendo as merdas dela já que não queria me ouvir e sai fora de lá. Eu não ia ficar no mesmo canto que aquela coisa que matou os meus amigos e ainda bater um papo cabeça. Não mesmo.

Sai fora e acabei ouvindo uma gritaria. E a outra Magali estava chorando, e chorando muito mesmo; mas achei melhor sair fora, por que o assunto não era meu, mas aquilo ficou na minha cabeça. E poxa... Ate que a Cascuda ficou bem gotosa quando cresceu. Podia fazer a festa com aquele corpão todo. Mas isso não era o suficiente para me fazer perdoar ela por ter me abandonado a esmo. Eu implorei pra ela me salvar e ela praticamente cuspiu na minha cara...
Vagabunda...

Segui então caminhando um pouco para me desestressar e não importa onde eu fosse a resposta era a mesma, as pessoas me olhavam feio e ate de esquivavam de mim. Dava vontade de... ---- Calma. Calma. Não faça uma loucura que não tem volta. Só respira e se acalma.

E foi em meio a esse mantra tosco ai que consegue ouvir um choro sentido, de uma voz que eu conhecia muito bem.
Hoje é o dia da Magali abrir o berreiro?

Caminhei ate uma praça meio vazia apesar de ter varias pessoas andando de bicicleta e uns vendedores de porcarias que faz mais mal a saúde que tocar em mim; e logo a vi sentada sobre um banco completamente em prantos.

Parei em frente a ela e logo a sombra que meu corpo fazia nela faz com que ela ergua o rosto curiosa me vendo ali.

—--- Cássio? ---- ela se espanta e da um pulinho gracioso no lugar que ate me espanta o meu mal humor.

—--- Oi? ---- falo sarcástico e ele vira o rosto envergonhada e logo me sento a seu lado naquele banco de pedra cercado de flores.

—--- Não é nada. --- ela responde rápido ao tentar encobrir o rosto com o cabelo, e isso só me faz sorri ainda mais.

—--- Claro. Mega normal abrir o berreiro por nada. ---- zombo e ela me da um soquinho no braço. ---- Anda. O que ouve? ---- questiono e ela vira a cara, mas logo bufa, respira fundo e me conta tudo. Como estava se sentindo ali e quando vejo estou fazendo o mesmo.

Só sei que ficamos poucos minutos para terminar o desabafo, já que nos sentíamos muito parecido e logo uma sombra nos encobriu, junto de um som de pigarro para chamar a atenção. Erguemos os nossos rostos quase ao mesmo tempo vendo um desses guardinhas de bairro que nem arma tem. ---- Posso ajudar senhorita? Esse homem esta te incomodado? ---- ele fala olhando para ela que possuía os olhos vermelhos de chorar e marcas de lagrimas no rosto, e volta a me encarar.

—--- Oi? Estamos conversando não esta vendo não? ---- cara... esse gordo de bigodes me irritou pra caralho. Minha vontade era virar os dentes dele pra dentro com uma bicuda.

—--- Estou falando com a moça. ---- ele responde petulante e eu já aperto o guarda-chuva me segurando pra não arrebentar o tiozinho sem noção.

—--- Cássio é meu amigo. ---- ela responde seria olhando o cara como se o julgasse. ---- É crime conversarmos na praça senhor? ---- acho que ele não tinha onde enfiar a cara, e eu queria muito arrancar um beijo dela.

O cara ficou olhando em volta sem saber o que responder, ajeitou a calça e deu uma tossida novamente todo sem graça. ---- Não, não é crime. Mas tenho que pedir que ele saia. Esta incomodando as pessoas.

—--- Mas eu não vou a lugar algum mesmo. Não to fazendo nada de mais. To aqui sentado quieto; não to falando com ninguém alem dela. ---- eu não gritei nem vociferei, mas o cara ficou branco e gelou com o jeito bruto e duro que falei.

Acho que ele nunca viu um homem macho de verdade na frente dele.

—--- Se você não sair eu serei obrigado a tomar medidas.

—--- Jura? Eu conheço os meus direitos e sei que não to comentando crime algum ficando aqui. Vem pra cima que te me to um processo daqueles; cara.

—--- Verdade. Isso é abuso de autoridade. ---- ela diz ao sacar o celular e tirar uma bela foto do homem e mostrar o gravador. ---- Eu estou triste; claramente chorando e meu amigo veio me consolar e você esta expulsando ele sem motivos.

O gordo filho de uma rapariga, ficou sem o que dizer.

A boca dele abriu, mas não saiu voz alguma. Ele olhou em volta como se pedisse apoio dos donos das lojinhas que deviam ter pedido para ele vir; mas todos pareciam tão perplexos quanto ele.
Aquilo foi um deleite.

—--- Mas eu preciso... de todo jeito pedir que saia. Esse é um local de família e...

—--- Por que não começa dizendo que infração eu cometi sentando aqui? ---- peito mesmo. Ta achando o que? Que sou um mérdinha de um almofadinha que viveu a vida em um sistema classe A como o outro eu? Não... eu não sou.

—--- Bem começa que é uma praça local e você claramente não mora por aqui. ---- ele claramente estava cagando regra... Desde quanto tem praça privada pra morador local?

—--- Caramba. Da pra ver o meu Cep? Ta tatuado a aonde? ---- zombo ao olhar meu corpo e ela ri e o tio velho bufa puto nas cuecas.

—--- Olha! Isso é uma afronta.

—--- O senhor quem começou. Não é só por que é um guardinha que pode fazer o que você quiser.

—--- XEGA! Esta preso por desacato a uma autoridade. ---- ele grita puto e isso só me faz rir. Levanto e vou com ele dando uma piscadinha para o sorveteiro que nos encarava feio e a uma dona que parecia ler mãos também.

Ele me leva ate uma delegacia mesmo e isso me impressiona.

La ele fala que eu fui deselegante e etc, mas a Magali mostra as gravações que fez e os caras ficam miudos por que realmente não fizemos nada e puxando meu CEP deu que eu morava por lá mesmo e podia frequantar a praça (isso se essa regra fosse mesmo real).

Resultado quem teve de desembolsar um belo cheque pra não ser processado foi o gordo bola e eu e ela saímos de lá rindo alto.

—--- Quem diria? ---- comento olhando o gordo cheque e lembrando da cara de cu sujo que o cara fez ao ter que o preencher.

—--- Esse mundo é fofo. Não esta preparado para a nossa malicia. ---- ela da de ombros pegando o cheque da minha mão e olhando. ---- Quer sacar?

—--- Ele pediu pra tirar só mês que vem. Mas vamos, o filho da puta mereceu, por ser preconceituoso. Eu não tava fazendo nada.

—--- Em partes né. Eu tava chorando e você é uma figura suspeita. Ele tava fazendo o trabalho em conferir... só não tinha que ser tão... aff.

—--- Olha. Eu amei você me defender assim. ---- falo e ela cora de orelha a orelha. ---- Ei o que foi? ---- zombo e ela se encolhe toda.

—--- Que estilozo. ---- antes que eu pudesse concretizar a idéia que tava me consumindo de roubar um beijo dela, (de novo) uma vozinha ranheta, daquela que ainda ta mudando me, cobra atenção e me viro olhando um pivete ruivo segurando um skate nas mãos.

O pivete em olhava de cima a baixo e eu não fazia idéia de quem ele era, mas ele me conhecia. E nessa hora eu pensei: fodeu.

Eu não devia ter saído de lá assim.

Era lógico que alguém iria me reconhecer.

Aff.

Seu cabeça de merda.              Por que foi fazer isso?

                                                                   É sempre assim se irrita e desliga o cérebro.

—--- O que estão fazendo aqui? ---- ele vem e fala conosco e eu fico sem reação e a Magali tenta tomar a frente. ---- Que estilo todo é esse? ---- ele volta a me encarar, mas pela primeira vez não era um olhar de repulsa. Ele realmente parecia ter gostado muito dos meus trajes.

—--- Só vim descontar um cheque que minha mãe pediu e o Cascão veio junto. Quer ir? ---- ela convida sabendo que o muleke não ia querer ir ao banco e logo ele mete o pé.

—--- Sai fora. ---- ele diz ao saltar sobre a prancha e sair remando pra longe.

Fiquei olhando não para lembrar dele, mas pela saudade de andar em um daqueles.

—--- Quem será ele? --- ela diz ao olhar ele partir e dou de ombros.

Em seguida fomos ao banco e sacamos a grana como tínhamos combinado. E se você imagina que eu vou dizer que não sabia o que fazer com tanta grana eu vou te negar. Por que todo mundo sabe como gastar.

Não gastamos com roupas ou idiotices que não servia agora. Mas sim com um pouco de comida boa. Coisa que eu não tinha anos e que agradava ela muito mesmo.

Resumindo tivemos nosso primeiro encontro oficialmente e foi muito bom mesmo.

Rimos comemos e zoamos muito, nem parecia que viemos de um inferno. Mas no fim claro que eu quis me “divertir um pouco mais”, se é que você me entende.

Eu sabia que a Magali era toda doce e comportada, então sabia que não podia perguntar na cara lavada; tinha de jogar um verde ou convencer ela. Mas me surpreendi muito quando depois de umas indiretas meio tortas ela própria bufou e caminhou ate uma farmácia e comprou ela mesma.

—--- Wou. ---- a voz me traiu e ela sorriu.

 Primeiro um riso de zombaria, claramente tirando uma onda da minha cara, mas logo ele se tornou mais malicioso e ai sim eu tratai de roubar aquele beijo dela de novo e mais tarde outras coisas que não posso narrar no cap cross over só nos que fica apenar na Pitangueiras kkkk sim, nos quebra a 4 parede em turma da Monica; nunca leu?

Em fim. (depois alguém narra isso seu taradinho/a... não tenho como saber o seu sexo ok)

Quando saímos de lá...
Bem... foi um mega susto e constrangimento.

Olha uma dica pra você: Nunca, mas nunca mesmo vá nestes “lugares” apé. Por que você pode ser flagrado entrando ou saindo...

E você não vai acreditar quem nos pegou saindo de lá assim...

oOoOoOoOoOoOo         Separaçao de Ficks             oOoOoOoOoOoOo
Todos estavam com os olhos presos em si mesmos, e quem não “veio” estava olhando para a Monica que era a que mais falava ali. Na verdade era a única ali que parecia discursar. Mas assim como o Careca e a Magali eu não conseguia não olhar para mim mesmo.

                                                                                               Ele tinha uma cara de bandido.

Uma cara ruim mesmo, de alguém violento e criminoso. Só faltou aquelas tatuagens de cadeia pra fechar... Ele me dava mais medo que a versão do Careca e sei que o meu amigo pensava o mesmo, por que analisava a figura da cabeça aos pés ignorando a si mesmo, que também analisava a mim. Parecia ate uma troca onde cada Cebolinha olhava o Cascão do outro.             Bizarro... E essa minha frase pegou mal.            Só notei agora.

Eu estava tão focado nele que nem ouvi direito o papo e também não me importei para onde íamos. Mas quando ele abriu a boca e falou eu tive certeza que o cara não era coisa boa, e talvez nenhum deles fosse.

E se eles estavam nos enganando este tempo todo? Se foi um plano? Vir pra cá fugir de lá e tomar nossos lugares?

Eu estava com medo... Eu realmente estava com muito medo! E a coisa só parecia piorar, pois eles se alteraram muito mesmo quando a Monica pediu para conhecer um tal de Nico. Mas serio... quem tem apelido de Demo e por que?

Mas de toda forma meu foco nisso foi para o quinto dos infernos quando a Magali me chamou para conversar de canto. E pior... Convocou a Gabriela junto e eu fiquei sem saber como agir.

—--- Tudo bem. ---- ela responde raivosa ao pedido da Magali e sai andando na frente, parado no meio e me olhando por sobre ombros já que tinha ficado completamente estático no lugar. ---- O que foi? Você vem ou não?

Eu fui.

Ia fazer o que?

Mas fui gelado como um defunto.

—--- Já estamos longe o suficiente. O que você quer dizer? Fale de uma vez! ---- ela fala bem ríspida, e eu não me sinto nada bem ali.

Eu preferia realmente voltar pra onde todos estavam e me focar no caso da destruição dos nossos mundos... Eu não estava com o mínimo de coragem para conversar ali, e pior; e não fazia a mínima ideia do que dizer.

—--- Eu... Eu sei que não mereço o perdão de vocês porque o que eu fiz foi imperdoável. ---- a garota fala ao abaixar a cabeça como se fazia a reis. ---- Mas também não acho justo com vocês, simplesmente não dizer nada e ignorar o fato.

Na verdade eu iria preferir imensamente que todos ignorassem o ocorrido e fizessem de conta que nada aconteceu.

—--- E o que você pretende fazer com relação a isso? ---- ela mal me deixa raciocinar e já volta a bronquear com a Magali que ouvia de cabeça baixa. ---- Não da pra fazer de conta que nada aconteceu.

Por que não?

Poha! É tudo que eu to querendo nesse momento!

—--- Eu sei disso. E concordo, mas não sei como resolver isso. Ou o que fazer. ---- posso ouvir aquela vozinha melosa e manhosa da Magali já soar toda chorosa e isso me aperta o coração, mas eu não podia nem sonhar em demonstrar algum tipo de amizade pela garota naquele momento.

Me senti realmente muito acuado ali, como se eu não pudesse respirar; por que se o fizesse...

Acho que realmente não tem como você entender o meu sentimento neste momento.

 Pode achar que eu devia estar querendo distancia da minha amiga de infância que conheci por toda vida por causa da minha namorada que também me acompanha toda a vida. Mas não é uma questão de lado. Não era nada disso que eu estava pensando.
Eu só não sei como te explicar isso.

Mas enquanto eu tinha milhares de surtos ali parado e as duas se encaravam em silencio, com a Gabriela encarando a Magali que ficava ali submissa a qualquer bronca que a garota queira a dar, não percebemos a aproximação de outra pessoa que ficou ali ouvindo a tudo em completo silencio.

—--- Jura? Você não consegue pensar em nada? ---- ela fala como se exigisse que a outra olhasse para ela, e parasse de fugir de seus atos. ---- Você realmente quer ficar com essa cara de vitima? Você engana o meu namorado pra dormir com ele e fica ai se fazendo de boa dama. É muito cinismo.

—--- Eu já disse que quero me redimir e não sei o que fazer! Então por que não me diz o que quer que eu faça! ---- acho que vi a Magali gritar assim poucas vezes na vida. Ela não era de erguer a voz, mas esse não foi um grito de tristeza. Não... ela estava se desmanchando em lagrimas e isso desarmou a Gabriela totalmente. Ela não soube o que fazer ou dizer.

Todos ficamos sem palavras ate que aquela figura que antes apenas observava se aproxima a palmas lentas e todos damos de cara com a minha versão maligna olhando para nos.

Gelou ate a nuca.

E eu não sentia que ele era coisa boa.

—--- Que lindo. Esse showzinho de merda de vocês. Mas que bosta toda é essa afinal? ---- ele fala ao por as mãos na cintura e percebo uma jaqueta xadrez amarrada ali, que segurava um guarda-chuva; e não consigo me lembrar da ultima vez que me vesti assim.

—--- Isso não é da sua conta. Você nem é deste mundo e isso é um assunto particular. Por favor saia daqui agora mesmo. ---- a Gabriela estava furiosa mas não perdia a boa educação que tinha, era uma garota incrível; mas ele a olha de cima a baixo com desdém e uma mescla de repulsa a e nojo.

—--- E você quem seria? ---- questiona por fim, se dando por vencido. ---- Estava encarando a Magali mais cedo. Provavelmente por que tem uma treta com essa dai. Mas por que ficou encarando a Magali que nem sabe quem você é?

—--- Você não sabe quem eu sou? ---- o tom da voz dela saiu completamente indignado e transtornado. ---- Como pode não saber quem eu sou?

—--- Não sabendo caralho. Por que eu sou obrigado a saber? ---- ele questiona como se falasse com algum santo e volta a chutar uma latinha no chão que se desfaz e pó. ---- Que mina loka. ---- completa falando com o ar. ---- Ei Magali deste mundo. Por que essa garota ta te enchendo? Quem é ela. Fala ai você já que esses dois são uma amebas. ---- ele fala serio e meio irritado olhando para a Magali em pânico.

Mas ao notar as lagrimas nos olhos da garota suas feições se modificam drasticamente. De uma carranca azeda vejo preocupação e ternura e o mesmo se aproxima dela enxugando as lagrimas da garota com a luva. ---- O que ouve?

Por um momento ouve o silêncio completo e então a Gabriela se pois a explicar com ele ainda de costas. E eu morro de vergonha de ouvir isso assim dito em palavras. ---- Ela enganou e dormiu com o meu namorado.

Nesse momento o rosto dele voltou a se modificar e ele olhou para ela por sobre os ombros. ---- Então é você? ---- ele se virou e se levantou olhando ela de cima a baixo como se tentasse ver a garotinha que ela era quando se separam, como se tentasse a reconhecer. ---- Nesse mundo vocês continuaram juntos? Interessante.

Eu não soube entender a expressão dele mas acho que não foi o único ali que ficou confuso, pois as duas também ficaram olhando e tentando o compreender.

—--- O que ouve com ela no seu mundo? ---- perguntei. Finalmente minha voz conseguia sair e eu acho que estava pronto para falar ate mesmo desse assunto.

—--- Eu não sei. ---- ele deu de ombros se virando e saindo como se não se importasse. ---- Não a vejo ou sei dela a anos. Na verdade teve uma época que cheguei a odiar ela, mas agora nem sequer me importo para poder sentir ódio por ela.

—--- Odiar? Por que me odiaria? ---- ela se impôs e ele olhou para mim e não para ela.

—--- Por que nossa relação nunca foi boa. E depois que me mudei você me bloqueou da sua vida. Disse que não podia se envolver com alguém que morava onde eu estava e que era para eu nunca mais te procurar. Foi isso. ---- ele falou calmo saindo e voltou a olhar para mim. ---- Pense bem se esta com essa garota por comodismo ou por que ela te ama mesmo. Ela nunca tentou te fazer mudar? Ao ponto de não ser mais você mesmo? Demonstrou odiar o que faz você ser você?

E assim ele parte deixando essa coisa na minha cabeça.

Como se eu já não estivesse pensando nisso a meses.

As duas se entre olharam e Gabriela bufou, resmungou algo sobre a outra não ser como ela igual eu não era como aquele cara; e logo a Magali voltou a chamar a atenção.

—--- Tudo bem... isso foi estranho e.... Desconfortável mas não teve nada haver conosco. E nos? Como ficamos?

—--- Eu também não sei. ---- a Gabriela afirma respirando fundo no fim. ---- Eu... Olha eu nunca imaginaria isso de você Magali. Vocês sempre foram amigos, mas de um tempo pra cá comecei a notar que estava estranho e me senti ameaçada por que as coisas com o Cascão não estavam boas. ---- ela desabafou e se sentou em um canto, e eu não soube como reagir. ---- Eu não sei como esta o seu relacionamento só sei que a sua relação com o Cascão é bem melhor que a minha e eu não consigo negar isso.

Tah. Eu não tinha como negar amis que a minha relação estava em crise.

Eu só não queria debater isso com a Magali junto, na verdade eu não queria debater isso nunca.

—--- É que eu não sou a namorada dele. Ser asó amigo é bem mais fácil. ---- ela responde tentando fazer um sorriso e acalmar a Gabriela.

—--- Pode ate ser... Mas não é só isso. ---- ela fala ao olhar para a Garota, mas dessa vez sem raiva no olhar. ---- Ele não me conta nada! Eu nunca saberia disso tudo se não fosse envolvida por magia. Ele não conversa comigo e eu me sinto mal... Me sinto mal por ele não me contar e mal por cobrar... Eu não tinha que cobrar!
.....

Unff..

Tava foda...
E... O pior é que todos ali estavam já estavam mal. O carrinha deu uma quebrada no mega climão e pareceu amenizar. Será que foi de propósito? Mas isso não importava. Eu tava com a cabeça cheia por tudo o que ouve, e mesmo tendo sido enganado pela Magali não tinha raiva dela ou me sentia uma vitima; apenas me assustei por ela ter... desejado isso comigo; e agora a Gabriela se desmanchava na minha frente com a garota que... era minha amante? Não. Não era isso mas era bem complicado de explicar.

Mas o que importa era que eu não sabia o que dizer a ela. As duas, mas principalmente pra minha namorada.

—--- Eu não te falo as coisas? ---- balbuciei sem saber o que dizer. ---- Eu te conto tudo Gabi. Mas... As vezes sinto que você não quer saber. Pior... você menospreza tudo que eu gosto, ou acha irrelevante e menos importante. Tenho plena certeza que se te contasse isso sem provas ia me achar louco. Por que o Careca tava surtando e você querendo sair comigo pra ver filme no shopping.

Finalmente consegui dizer o que eu realmente sentia na cara dela e ela me olhou.

Eu sabia que na semana que trocamos ela já tinha me escutado confessar todas essas coisas, sem saber que era para ela.

—--- Eu nunca sei o que eu posso falar com você. Tudo sempre vira uma D.R. ---- eu falo e vejo a Magali sair de canto como se quisesse nos deixar asós para resolver isso antes de resolver o caso dela. E eu ate que achei bom, por que minha cabeça parecia que ia explodir.

—--- Serio? É isso mesmo que pensa de mim? Que eu sou uma briguenta que não consegue conversar. ---- ela fala em um tom que sei que a minha resposta ficou estampada na minha cara por que não deu pra evitar. ---- Esta bem... Então vamos conversar. Vamos falar sobre tudo. O que você quer e o que não quer. Por que não começa dizendo o que eu fiz de errado para você não querer mais me contar nada e achar que eu não vou entender.

—--- Quer mesmo saber? ---- respirei fundo olhei em volta vendo que não tinha mais ninguém. ---- Eu sei que você torce pra mim em todos os jogos. Desde sempre. Mas me fez largar minhas invenções por que eram “perda de tempo”.

—--- Fala serio. Você ainda lembra disso? Foi a séculos! Quantos anos nós tínhamos?

—--- Dose. E eu “amava” criar coisas. Eu amava inventar brinquedos e outras coisas uteis.

—--- Com lixo.

—--- Eu fazia reciclagem.

—--- Mas ficava o dia no lixão.

—--- Sim. E isso não “pegava bem pra você”. Segundo você mesma, como me lembro bem: com que cara você ia ficar quando as suas amigas descobrissem que seu namorado vivia mexendo no lixo como um mendigo ou um porco. Poxa a te com o Chovinista você implicou. Você queria que eu me livrasse do meu porquinho de estimação por que era ridículo ter um porco e queria que eu arrumasse um cachorro “legal”. ---- falei puto ao esbravejar meus sentimentos guardados e as palavras do outro eu voltaram a minha mente. Quantas vezes ela me fez largar de ser eu...? quantas?

Eu estava ate tremendo a o retomar e lembrar dessas coisas.

Eu tinha me forçado a esquecer.

Com uma coisa de cada vez eu pensava: acho que só isso esta tudo bem, namoro é assim mesmo, cada um tem que ceder um pouco. Mas pensado melhor eu nunca vi ela ceder tanto quanto eu cedi.

—--- Olha. Eu só tentei te ajudar. Você quer ser uma figurinha premiada e fazer o que quiser, mas eu só tentei te ajudar. Acha que alguém te aceitaria como você era? Eu só dei uma polida uma lapidada. Antes de mim você literalmente corria no lixo e amava sujeira e podridão. Eu te fiz ver como isso era errado, e ate gostar de reciclagem. Antes de mim...

—--- Nem todos curtem uma censura politicamente correta! Muita gente gosta do original sabia! Eu era feliz era uma criança. Fala serio. Você quis mudar tudo em mim. Tudo que me faz ser eu. Ate parece que não quer que eu seja o Cascão.

—--- Eu não quero! ---- ela grita e depois tapa os lábios; e começa a chorar. ---- A verdade é que eu não quero... namorar o Cascão. Por que você não pode ser o Cassio?

—--- Por que eu... Eu sou o Cascão. E se você não gosta...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

(OIe. No cap do cascão da pitangueiras eu fiz uma gracinha pq o namoro deles começou um pouco antes do politicamente correto já que ele se apaixonou por ela por que achou que ela fosse tão sujinha quanto ele, mas depois decobriu que a garota tomava banho desencantou. É uma historia antiga e tomei como graça pelas coisas que ocorreram no clássico e um pouco do que mostra em TMJ ok, mas eu fui mais pelo clássico mesmo.)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Limoeiro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.