Na madrugada, uma visita escrita por Miss Chibi


Capítulo 1
Capítulo 1




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(Narração: Shun)

Nunca havia dormido tão bem quanto dormi hoje e ainda tive um sonho em que o Saga dizia que me amava e esperava que eu retribuísse.

Levantei e fui tomar banho, coloquei um pijama bem confortável para ficar o dia inteiro em casa, (eu sou daqueles que, se estiver em casa, anda só de pijama. Isso quando não coloca uma roupa mais velha que eu...) e fui para a cozinha para tomar café da manhã onde encontro um Hyoga sorridente.

— Nossa! Que sorriso é esse? Viu um passarinho ruivo, é? — disse fazendo graça da sua paixão secreta pelo Camus.

— Quase isso, ele me ligou ontem e vai vir hoje para o Japão para me visitar — respondeu ele com um sorriso enorme.

— Então ontem foi o dia do povo do Santuário ligar para a gente. O Saga ligou para me desejar feliz aniversário.

— Hmm… Então o Saga, o ser mais fofo e perfeito, na sua opinião, ligou, e o senhor ficou igual a Saori quando olha para o Seiya — me disse com um tom malicioso.

— Fica quieto aí, Hyoga! E que horas é para eu te dar carona até o aeroporto?

— Como assim carona? Eu sei dirigir tá.

— Você já bateu o carro cinco vezes só no mês passado, sem contar as outras vezes, então, a não ser que queira matar você e o Camus, vou te dar uma carona. Claro, se você não quiser buscar o Camus de ônibus, já que o ponto mais perto da nossa casa fica a cinco quadras. Seria maravilhoso para ele chegar cansado de viagem e ter que andar — ele suspirou vencido já que eu estava certo. — Hahahaha, não se preocupe, Hyoga, um dia você aprende a dirigir.

— Ele chega às 10:00.

Terminamos o café e nos arrumamos para ir ao aeroporto. Embora os 12 conseguissem viajar na velocidade da luz, a Saori preferia que tivéssemos a vida mais normal possível fora do Santuário.

(Narração: Hyoga)

Chegando lá, ficamos esperando a chegada do Mestre Camus, eu nutria essa paixão desde a luta contra o Santuário quando duvidavam que a Saori fosse Atena. O único que sabia sobre esse sentimento até agora era o Shun.

Quando ele finalmente saiu da alfândega, veio diretamente para nós. Camus chamava a atenção aeroporto inteiro pela sua postura imponente e pela sua beleza, ele parecia um predador andando, vestia uma calça jeans escura que delineava muito bem as pernas musculosas e uma camisa social branca que destacava os cabelos vermelhos presos em um rabo de cavalo baixo.

— Bonjour, comment sont chevaliers?

Shun me olhou tentando entender o que o Mestre havia dito, já que ele tinha mania de falar bastante em francês para não perder a fluência.

— Estamos bem, Mestre. Peço para que, perto do Shun, não fale em francês porque ele não entende nada.

— Oh! Me desculpe pela falta de educação.

— Sem problemas, senhor Camus, e vai ser uma honra hospedar o senhor no nosso apartamento, mas infelizmente hoje vou ter que passar a noite fora para terminar um trabalho da faculdade, então o apartamento é todo de vocês — disse Shun.

Eu vou matar aquela praga verde, ele sabia que eu piraria em ficar sozinho com o Mestre Camus.

— Que pena, Shun, mas vamos que eu já fiquei três horas preso naquela maldita embaixada.

— Mas o senhor não disse que ia chegar às 10:00? — perguntou Shun.

— Eu falei esse horário caso acontecesse algum imprevisto.

— Então vamos que o senhor precisa descansar — eu disse pegando a mala.

Fomos andando até o carro, colocamos a bagagem no porta-malas e fomos para o apartamento. O Shun, aquele irmão do satanás, nem entrou, só nos deixou na frente do prédio e sumiu das nossas vistas.

Pegamos o elevador até o meu andar, peguei a chave e abri, deixando Camus entrar no apartamento. A decoração era bem simples, o que mais chamava a atenção na sala era um quadro que eu e o Shun compramos num surto de humor negro, era um cisne tentando matar a princesa Andrômeda. Quando nós o vimos pela primeira vez choramos de rir.

— Que quadro interessante — disse Camus com um leve sorriso no rosto.

— Foi uma boa compra para esse apartamento, não acha?

— Combina com os donos.

Depois desta pequena conversa, levei-o até o quarto de hóspedes.

Fui para a cozinha para ver o que tinha para fazer almoço, quando o vejo chegar na cozinha e se sentar em uma das cadeiras.

— Hyoga, por favor, sente-se aqui na minha frente, preciso conversar com você — ele falou sério.

— É algo grave? — estranhei, já que comigo o metre geralmente era mais solto, soltava até umas piadas ruins.

— Não, não é nada grave, mas é algo sério… Bom, como sabe, o Milo é meu melhor amigo e recentemente ele me fez abrir os olhos para um sentimento que eu pensava que não existisse em mim — pronto, agora ele iria falar que gostava do Milo, como isso doí, mas permaneci quieto — Como você sabe não sou de ficar enrolando, Hyoga, eu estou apaixonado por você. O que você acha sobre isso?

Foi ai que meu cérebro virou purê, ele era apaixonado por mim? Simplesmente senti lágrimas molhando meu rosto.

— Hyoga? Por que você está chorando? — disse Camus meio desesperado, ele não era muito bom em se relacionar com pessoas chorando.

— Porque eu também estou apaixonado por você, Mestre Camus.

— Só Camus, meu namorado me chama só de Camus — disse ele vindo em minha direção e me dando um beijo que me fez esquecer meu próprio nome.

Ele me puxou pela cintura, me fez colar nele e foi me direcionando até o quarto de hóspedes enquanto beijava meu pescoço. É, esse iria ser um longo e divertido dia.

(Narração: Shun)

Cheguei na manhã seguinte e encontrei o Hyoga e o Camus se beijando na cozinha.

— Bom dia. Como foi a noite?

— Foi maravilhosa! — disse Hyoga com um sorriso de orelha a orelha. Isso era bom, já que eu não aguentava mais ver ele sofrendo de amor.

— Só uma coisa que desde sempre tive curiosidade de perguntar, o que aconteceu na casa de Libra? — disse Camus

— Mais um — eu ri — O que aconteceu foi que eu coloquei a cabeça do Hyoga no meu colo e então acendi meu cosmo aumentando o calor do corpo dele, nada mais que isso, mas então essa besta loira falou coisas de duplo sentido perto do Seiya, e então começou boatos de que eu e ele tínhamos nos pegado na casa de Libra.

— Ei, eu não sou uma besta loira!

— É sim, ninguém mandou falar que eu aqueci seu corpo com meu cosmo ardente, olha que merda você falou, isso nos persegue faz cinco anos.

— Nisto eu concordo com o Shun, tirando o fato que você é uma besta loira — disse Camus rindo das minhas observações.

E Hyoga sentou na mesa emburrado, nós rimos dele.

Havia se passado dois meses desde o começo do namoro do Hyoga e do Camus.

E, desde aquele sonho, eu não conseguia parar de pensar em Saga, de como ele era gentil, carinhoso, sua timidez, seu lindo sorriso, seus cabelos que pareciam fios de raios do sol, enfim, tudo nele.

Então, para tirar minhas dúvidas, eu decidi perguntar para o Hyoga:

— Hyoga, como é estar apaixonado? — Hyoga deu um pulo de susto, já que ele estava concentrado no livro em que estava lendo.

— E por que você quer saber?

— É que eu acho que estou apaixonado por uma pessoa e gostaria de ter certeza.

— Ah! Sim, bem, é inconstante, você pensa a maioria do tempo na pessoa, em horas importantes ou não, ao seu ver essa pessoa é perfeita embora você saiba dos defeitos. Tem medo de se expressar perto para não falar besteira, o simples mencionar do nome já traz borboletas no estômago. Isso é basicamente estar apaixonado. E então, está mesmo?

— É, Hyoga, eu estou apaixonado pelo Saga.

— E só agora você percebeu? Sua besta verde.

— Eu nunca tinha gostado de ninguém, então, como eu ia saber? Agora preciso ir estudar. Tchau.

Havia se passado um mês desde que eu tinha descoberto que estava apaixonado pelo Saga, e havia uma semana que eu passara na faculdade.

Quando eu estava me preparando para sair para ir comprar alguns materiais para a faculdade, o meu celular tocou:

— Alô?

Alô, Shun, aqui é a Saori. Tenho uma notícia, não sei se vai ser boa ou ruim, mas você vai ter que se mudar para a Grécia para fazer o treinamento para ser o próximo guardião de Virgem, e sobre a faculdade, não se preocupe, é só pedir transferência para cá.

— Se não vai dar problema na faculdade, tudo bem, estou me sentindo sozinho desde que o Hyoga se mudou para o Santuário para morar com o Camus.

Que bom que foi uma boa notícia, em uma semana vai chegar sua passagem.

— Ok. Tchau, Saori.

Tchau, Shun.

Finalmente vou poder vê-lo, após dois anos. Essa, com certeza, iria ser a semana mais longa da minha vida de tão ansioso que estava para ver o Saga.



Já era de madrugada quando cheguei ao Santuário, o céu estava tão estrelado que chegava a criar uma pequena luminosidade, ainda mais com a lua cheia no seu auge no céu.

Quando cheguei à casa de Gêmeos, vi Saga olhando para a lua, ele estava tão lindo com seus cabelos loiros caindo pelos ombros, a roupa simples mas que destacava o corpo modificado pelos treinos, a camiseta deixava à mostra os braços fortes marcados pelas cicatrizes deixadas pelas batalhas e, o que mais doeu, é que eu sabia que tinha cicatrizes deixadas por mim.

De repente, ele percebeu minha presença:

— Olá, Shun, como vai? Aconteceu algo para vir ao Santuário à essa hora? — ele me perguntou preocupado.

— Olá, Saga, estou bem. Não aconteceu nada, é que vou começar a treinar com o Shaka e acabei fazendo a conta de fuzo horário errado.

— Ah! Que bom. Bom, já que está tarde, e você não pode passar pela casa de Câncer como fez na de Áries e Touro, já que o Máscara está dormindo ao contrário do Aldebaran e do Mú que estão fora do Santuário, que tal passar a noite na minha casa?

— Não, obrigado, não quero incomodar de maneira nenhuma.

— Você nunca iria me incomodar, Shun — disse o loiro.

— Sendo assim, eu aceito.

Então nós fomos para dentro da casa de Gêmeos até o quarto de hóspedes que havia lá. Porém quando chegaram ao local, estava uma zona, era lixo para todo lado, desde embalagens de bala até móveis quebrados, tudo empilhado.

— Mas que zona é essa?! Eu vou matar o Kanon! — disse Saga com raiva.

Dei um sorriso descrente.

— O Kanon é único ser capaz de te tirar do sério né, Saga?

— Não o Seiya também consegue às vezes — disse Saga com um discreto sorriso — Mas, e agora, onde você vai dormir? O Milo está aqui, então o quarto do Kanon está ocupado, o único quarto disponível é…. — de repente ele começou a ficar vermelho.

— É?

— O meu — agora foi a minha vez de corar.

— Se você quiser, posso dormir no sofá da sala.

— Não dá, ontem tivemos que jogar fora porque sem querer quebramos ele ao meio — disse Saga envergonhado. — Mas não tem problema você dormir comigo, afinal, somos homens, o que você tem que eu não tenho?

— Mas…

— Nada de mas, você não vai dormir no chão, vamos que amanhã temos um dia cheio — disse Saga docemente.

— Então tá — disse entrando em desespero, mas sem deixar aparentar.

Então agora vou ter que passar a noite inteirinha ao lado do Saga sem poder encostar um dedo nele.

Decidimos que eu me arrumaria no banheiro, e ele no quarto. Após colocar meu pijama, fui para o quarto, e vejo que ele já estava dormindo, deitei e tentei me controlar para não virar e mexer naqueles lindos cabelos.

Por fim, o cansaço venceu e eu dormi.

De repente, senti algo nos meus lábios e, quando abri os olhos, vi que era Saga me beijando. O que estava acontecendo?! Antes que eu pudesse ter alguma reação, ele me pediu passagem com a língua, e eu não resisti e abri meus lábios. O beijo era algo calmo e intenso ao mesmo tempo, mostrava os sentimentos que pelo jeito nós dois nutríamos, e pela falta de ar, o beijo acabou.

— Eu te amo — disse Saga.

Ele me ama? Não acredito nisso, esse é o dia mais feliz do mundo. Senti meus olhos marejando.

— Eu também te amo — respondi com o maior sorriso que já dei na vida.

— Quer namorar comigo Shun?

— É o que eu mais quero desde aquele sonho.

— E que sonho foi esse? — ele perguntou enquanto me abraçava.

— Foi no dia do meu aniversário, depois que eu falei com você pelo telefone. No sonho, você me disse que me amava e que esperava que, quando eu amasse, amasse você.

— Shun, aquilo não foi um sonho, eu realmente disse aquilo, porque pensei que você estava dormindo.

— Que bom que eu ouvi — eu disse beijando Saga de novo e sorri ao constatar que tudo havia começado graças a uma ligação na madrugada.

(Parte Extra)

Ficamos mais alguns minutos na cama beijando e trocando carícias, nos levantamos e fomos tomar café da manhã.

Chegando na cozinha, nos deparamos com Ikki esperando Kanon terminar de tomar café para irem treinar.

— Bom dia — eu e Saga dissemos.

— Bom… O que o Shun estava fazendo no seu quarto, Saga? — Ikki perguntou possesso.

— Não vejo problema em dormir no mesmo quarto que meu namorado, Ikki — respondi calmamente colocando café em uma xícara.

— Como assim namorado?! Seu irmão está pervertendo o meu! — desta vez quem falou foi Kanon.

— O meu irmão é puro, ao contrário do seu que tentou dominar o mundo e perdeu PARA O SEIYA!

— Você sabe muito bem que ele perdeu porque ele quis. Seu irmão, puro?! E aquela história da casa de Libra, ahn?

— Você acha que meu irmão iria pegar o pato do Hyoga? Pelo amor de Atena, ele tem um gosto melhor que esse.

— Você sabe que essa briga vai durar uns bons minutos, né? Que tal irmos falar com Shaka para ver se ele deixa você dormir aqui enquanto recebe o treinamento de Virgem?

— Sério que você quer que eu durma aqui?

— Se você quiser, pode dormir ao meu lado para o resto da sua vida.

De felicidade dei um beijo em Saga, e ele me abraçou.

— Larga meu irmão, seu pervertido! — disseram Kanon e Ikki.


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