Summer Song escrita por Isamu H Ikeda


Capítulo 2
Canção de verão - parte 2


Notas iniciais do capítulo

* Olá! Demorei, mas terminei! HASAUSHUH aconteceram muitas e muitas coisas, e eu tenho o severo costume de me distrair com facilidade.. Por isso as coisas demoram a andar, tirando meu serviço e outras coisas.

*Ah, eu tive que dar uma corrigida no capitulo anterior. Agosto é o final do verão, mas é quando as férias de verão começam e vão até comecinho de setembro. - Eu acho. ENFIM. AUSHASUSUAAHU

* Eu acabei colocando a letra da música aqui, então deixarei o link de um cover, do instrumental e da música original da Yui e da letra e tradução nas notas finais.



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Foram de shinkansen para Chiba, onde as praias eram mais bonitas e mais agradáveis do que aquelas que haviam no porto de Tokyo. Não demoraria muito para chegarem lá, visto que não dava nem uma hora de viagem entre as duas províncias. Esses trens eram mais confortáveis e seu interior lembrava muito o de um avião. Até lanches eram servidos durante o percurso.

Sentados nas poltronas macias do vagão, Saori e Shun se entretinham em uma conversa enquanto esperavam a parada deles ser anunciada.

— Saori, você avisou ao Tatsumi que iríamos sair? Não quero que ele fique preocupado ou chateado conosco. – Andrômeda perguntou pensativo, se arrependendo um pouco do que fizera.

— Avisei sim... Mas começou a falar que deveríamos levar algum segurança e aí eu saí de fininho quando ele virou de costas... Err... – Ela respondeu envergonhada, como uma menina sapeca que enganava os pais para fugir de alguma obrigação chata.

— Espero que ele não fique dizendo que sou uma má influência para você. – Disse após um suspiro com um leve toque dramático finalizando com as famosas bochechas infladas que só ele sabia fazer, como um menininho indignado.

Ambos eram eternas crianças.

— Você é tão fofinho! – Saori o puxou beliscando a face estufada do lado direito dele. Shun parecia mesmo um filhote e dava muita, muita vontade de apertá-lo.

E era somente com ele que a jovem deusa tinha total liberdade para fazer essas coisas comuns que amigos faziam. Uma relação mais que especial, podiam contar um com o outro sempre. Não havia vergonha, pois possuíam laços tão fortes quanto os de sangue.

Saori começou a refletir desse modo quando se deu conta de que tecnicamente, como Shun, Seiya e os demais foram adotados por Mitsumasa Kido com papéis assinados e tudo, segundo as leis eles estavam registrados como tios dela. O que era uma coisa bastante engraçada de pensar e dizer. Mas “irmãos” definitivamente se encaixava melhor. E o Cavaleiro de Andrômeda era o mais próximo dela, desde que se conheceram. Ele inspirava um sentimento de proteção nela, que era difícil de elucidar. Uma necessidade de cuidar dele, por que afinal de contas era um menino ingênuo e as pessoas podiam se aproveitar disso, e qualquer um que o ousasse seria alguém extremamente cruel.

Nem que fosse preciso Saori entrar em uma briga, ela o defenderia. Pelo menos se lembrava de já tê-lo feito antes.

Quando enfim chegaram a Chiba, correram empolgados rumo a saída da estação, mas de lá teriam que pegar metrô e possivelmente um ônibus que saísse da estação e parasse bem próximo a praia. Metrô era sempre mais empolgante e torcer para entrarem antes que a porta se fechasse parecia até um jogo de tão divertido que era para os dois. Estava sendo assim desde que deixaram a mansão.

A praia era logo ali e incrivelmente não estava lotada! Isso era um verdadeiro milagre, ou as pessoas realmente prefeririam ver filmes de terror durante o verão. Tinha pouquíssimas pessoas, e todas estavam bem afastadas.

— Nossa, está praticamente vazia! – Disse Saori, completamente encantada e louca para sentir a água fresca correr sob seus pés.

— O mar é bem bonito.

— Ah, é mesmo! Shun, você nunca esteve em uma praia, não é?

— Não. Pelo menos não tão perto. Às vezes olhava as praias gregas ao longe... Acho-as muito bonitas e tranquilas, tanto de dia quanto de noite. – Shun estava com um olhar tranquilo no rosto, resplandecendo paz.

Pararam exatamente no meio da praia. A areia encontrava seus pés, causando aquela sensação engraçada e ao mesmo tempo tão gostosa. A brisa marítima soprou forte e bateu nos dois adolescentes, como se renovasse suas energias. Uma experiência única e agradável. De repente, o jovem Cavaleiro teve uma idéia.

— Saori! – Ele disse jogando a mochila na areia e levando a menina pela mão, correndo até a água. – Vamos brincar!

— Brincar?! – Ela perguntou rindo.

— Sim! Nunca brincamos quando crianças, por que não agora?

E assim ficaram. Se divertindo e jogando água um no outro. Não havia problema em suas roupas ficarem molhadas, logo secariam. Chutavam a água quando o vento formou pequenas ondas para pularem ou se esquivarem, sendo derrubados em algumas. Apostaram quem encontrava mais conchinhas, tentaram fazer um castelo de areia, mas nenhum deles era bom escultor.

Por fim, anoitecia e eles sequer ligaram para isso. Queriam permanecer ali mais um tempo. Os adolescentes sentaram-se na areia por cima das toalhas que trouxeram, lembrando-se dos doces.

— Quer um marshmallow recheado? – Shun perguntou oferecendo um pacote dos vários que enfiara na mochila, e já com a boca cheia.

— Quero! – Saori ria da carinha do Cavaleiro pegando um dos doces recheados com uma espécie de geleia de morango.

Os dois gostavam muito de morangos, tudo o que comiam eram com ou de morangos. Um dia fizeram uma competição para ver quem conseguia comer mais dessas frutas em um minuto e houve um empate surpreendente.

— Ah! Nem parece que eu estava estressada há poucas horas... Obrigada, Shun! Você é mesmo “a melhor dama de companhia” que uma senhorita pode ter! – Disse brincando se referindo ao apelido que dera a ele.

— Então eu já posso ficar no lugar do Tatsumi?

— Hm... Até que você daria um mordomo bem bonito! Poderia até trabalhar naqueles Butlers cafe de Shibuya.

Shun coçou a cabeça com o marshmallow na boca. Engoliu-o, tomando cuidado para não se engasgar e respondeu a menina.

— Hmm... Seria... Mas todos em que fui não estavam precisando de nenhum empregado, e, até que no que eu trabalho são flexíveis com o horário. E como consigo mais clientes do que os outros, posso tirar férias quando eu quiser.

— Oh, Shun é popular entre as garotas!

Ele sorriu, mostrando-se um pouco satisfeito com o comentário e deitou-se com os braços cruzados atrás da cabeça, observando o céu que mudava de cor.

— Espero que de noite esfrie um pouco.

— Eu também. – Ela deitou-se igualmente, mas não tardou a ficar de lado. Queria conversar com seu Cavaleiro. – Shun, posso te perguntar uma coisa?

— Claro.

— Como é a Áustria? Eu nunca fui lá...

Shun a olhou com surpresa. Esperava qualquer outro tipo de pergunta, menos essa. Tão simples e tão acanhada.

— É bonita. A arquitetura é incrível e as pessoas são muito bem educadas. Ah! E tem uma estátua sua lá.

— Uma estátua minha? – Indagou confusa.

— Sim. Há uma estátua da deusa Athena em frente ao Parlamento Austríaco. – Sorriu.

— Ah! – Um outro sorriso abriu o rosto de Saori em um rápido piscar de olhos. – Mesmo? Gostaria de ir lá algum dia. Iria comigo?

— Claro.

— Hmm... Diz isso por querer ir comigo ou por que quer ir vê-lo?

O rosto de Shun ruborizou de leve. O rapaz ficou alguns segundos sem reação, pensando em alguma resposta.

— ... Os dois, senhorita. Os dois. - Estava sem jeito, mas tentou disfarçar.

Melhor amiga, irmã ou deusa, não importava para Shun. A forma que via Saori era inexplicável.

— Eu gosto quando me chamas de senhorita. É delicado. – Ela disse.

— Ah, é? E quanto ao Jabu?

— Ciúmes, Shun?

— Ciúmes de irmão mais velho, eu diria.

— Mas eu nasci primeiro!

— Mas eu sou mais alto!

— Ah, não vale! – Como castigo, a grega beliscou a bochecha do menino, ouvindo um resmungo baixo. – Mas respondendo a sua pergunta... Eu prefiro ouvir você me chamando de Senhorita do que o Jabu por que... Ele me chama assim desde que éramos todos crianças e ainda tenho a impressão de que o faz como se fosse para... No mais puro sentido, puxar o saco, mesmo que não seja de fato. É por respeito, contudo... Bom, como deusa eu não me importo. Mas há um lado meu que se incomoda e gostaria que ele me chamasse só de Saori. Assim não soaria tão...

— Falso?

— É. Como se houvesse uma barreira. Me sinto mal por que convivemos na mesma casa, e em outras situações. E vocês são todos como irmãos para mim.

— Entendo, mas, o Jabu gosta de você já faz muito tempo.

— Esse é o problema... Não posso correspondê-lo... Mas ainda não descobri um meio de “dispensá-lo” sem magoá-lo profundamente.

— Complicado. Ele é muito cabeça dura e mais teimoso que o Seiya. Mas creio que ele irá entender.

Jabu sempre fora apaixonado por Saori desde pequeno, e fazia questão de demonstrar isso. Às vezes chegava a ter atitudes ridículas, era chato com os demais, e ultimamente começou a agir infantilmente por simples ciúmes. Houve até um desentendimento e ele resolvera acertar as contas com Shun, não só pela antiga luta na Guerra Galáctica, mas por outros assuntos. Claro, dentro do Santuário Unicórnio agia conforme as regras, porém no Japão não importava seu dever como Cavaleiro para com a deusa da Guerra, ele via apenas o lado humano dela. Talvez Jabu sentisse que precisasse provar algo a si mesmo ou para os outros, provar que era forte e que também conseguia.

O problema mesmo era que ele não controlava mais a sua raiva.

— Isso me faz pensar se, na posição em que estou, posso realmente gostar de alguém. – Ela continuou. – Na mitologia, Athena é uma deusa virgem, porém... Também assume muitos papéis masculinos. Eu cresci de um jeito diferente, fui criada de um jeito diferente. Tenho medo de sucumbir a esses sentimentos e falhar como deusa.

— Saori... – Andrômeda, que a olhava com toda atenção, deu sua mão a ela e entrelaçaram os dedos como um voto de confiança. A jovem estava mesmo aflita sobre isso. Antes, ela pensava se seria capaz de lidar com a Fundação do avô adotivo, depois era se conseguiria assumir seu papel como deusa e protetora da terra. Tendo sucesso em ambos, agora ela refletia se falharia caso se deixasse viver um pouco como uma adolescente normal. – Você gosta de alguém? – Perguntou. Sabia que Saori não ficaria assim por nada.

— Eu não sei... Ando evitando qualquer coisa relacionada. Se você soubesse o quanto de propostas de casamentos que já recebi de líderes de empresas-irmãs que queriam que eu fosse noiva de seus filhos! – Ela suspirou – Não gosto de coisas forçadas... Sei que é uma prática comum aqui, mas há muitos motivos para que eu não aceite. Acho que o único que foi direto assim... Foi Julian.

— Daquela vez, você recusou também. Depois descobrimos que ele era reencarnação de Poseidon... Houve a batalha... – O japonês ia se lembrando de tudo que já aconteceu. Poseidon e Athena eram rivais desde que o mundo era mundo. Mas talvez nem o próprio deus dos mares houvesse de adivinhar que seu hospedeiro se apaixonaria pela deusa guerreira, ou mais especificamente, pelo seu lado humano. – E então, ele nos ajudou na Guerra Santa e agora é nosso aliado.

— Inesperado, não?

— Sim. Mas você acha que isso é ruim?

Saori ficou pensativa e calada. Mordia o lábio inferior, nervosa. Pensou mais um pouco e respondeu.

— Não. Ele amadureceu, já age como um adulto e percebi que quer me mostrar isso. Que eu posso confiar nele. Estou falando de Julian Solo e não Poseidon... E sei que no fundo, ele gosta de mim e quer ser... Um pouco mais próximo, mesmo que não tenhamos nada um com o outro. Sinto um pouco de pena dele agora... E, às vezes, tenho vontade de dar uma chance a ele.

Shun sorriu. Um sorriso cálido e meigo. Agradou-a na cabeça, com um afago e depositou um beijo em meio aos fios violetas.

— Você tem noção de suas responsabilidades. Acredito que se apaixonar por alguém não vá impedir ou mudar isso. Você faz o que é certo, mas não precisa se privar de algumas coisas comuns da vida. – Ele riu de leve. – Sabe, eu tenho um imenso orgulho de você, Saori. Te vi amadurecer, crescer... Você me surpreende todos os dias. Meu dever é te proteger, mas também te acompanhar. Nesta e em outras vidas... Sempre vou te ouvir, te mimar... O que eu sou para você e o que você é para mim, nós sempre o seremos. Não importa quando, nem como. Sempre estaremos juntos, tenho certeza. – As palavras sinceras conseguiram arrancar algumas lágrimas tanto de Saori, quanto do próprio Shun. Para findar, ele a puxou para um abraço bem apertado e para mais um beijo, desta vez em sua bochecha. – Que irmão eu seria, se não fosse capaz de cuidar tão bem de você, huh?

Ela nada mais disse, apenas chorou aliviada junto dele. Continuava sendo difícil explicar ou mesmo entender, eles só tinham essa certeza absurda de que se reencontraram e que, finalmente, não haveria mais guerra alguma que os desunisse.

Na volta para casa, eles foram cantando uma música divertida que falava sobre o verão.

“Dias desanimadores tornam-se revitalizantes quando encontro você e rimos juntos.
As férias de verão estão começando lan la lan la~”

Compraram mais alguns doces para repor aqueles que foram devorados com vontade em meio às risadas.

“Sentados na costa de areia, ambos observando bem o tempo.
Ouvindo o barulho das ondas e incapazes de prometer algo.

Andavam de mãos dadas, apenas por que sentiram vontade de fazer isso. Sem mais, nem menos.

“Definitivamente, nos sentiremos nostálgicos algum dia
Não se pode depender do futuro escrito na areia.”

Chegando a Tokyo, Saori sentiu-se animada e disposta a terminar seus deveres. Shun disse que a ajudaria a completar tudo a tempo, e assim ela poderia aproveitar o resto do verão e ter boas lembranças de sua adolescência.

“Dias desanimadores tornam-se revitalizantes quando encontro você e rimos juntos.
"É um brilho vermelho-azulado"

Porque o verão chegou e fomos para o mar
Desejo não esquecer daquele céu onde se formou o arco-íris

Dias desanimadores tornam-se revitalizantes quando encontro você e rimos juntos.
As férias de verão estão começando lan la lan la~”


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Notas finais do capítulo

* Bom, aqui tem videos das praias de Chiba https://www.youtube.com/results?search_query=praia+de+chiba

*http://letras.mus.br/yui/1280752/traducao.html

*https://www.youtube.com/watch?v=j2Fmnr9uLLw

*https://www.youtube.com/watch?v=uNHzJG-30Zs

*https://www.youtube.com/watch?v=huWbPjHL8w0

* Eu ainda tenho que arrumar minha cama e outras coisas, então eu vou corrigir - de novo - isso aqui depois. q



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