Unforeseen escrita por UmaEscritoraAnônima


Capítulo 53
Pensamentos


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoas, estou viva sim! heuheu.
Estava pensando em um final daqueles bem épico para essa fic, e reuni todas as idéias que uma autora poderia reunir. Demorei? Sim, eu sei. Mas tive bastante tempo para refletir e colocar as idéias no lugar. Tive tantas idéias.
Pensei em matar nossa protagonista, mas não! Amy linda não pode morrer. Pensei nos zumbis invadir tudo e destruir geral, mas não. Pensei neles dominando a cidade, quem sabe. Pensei em abdução, mas não. Então em que raios de conclusão você chegou? Devem estar se perguntando. Bem, cheguei na conclusão que vocês terão de ler pra descobrir, u.u
Um mês organizando esses últimos momentos. Espero que não tenham se esquecido de mim :c Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/592699/chapter/53

Passo a caneta entre os dedos, observo o relógio na parede. Aquele barulho irritante de ponteiro avançando, é meio sinistro.

Durante uma viagem que deveria ser repleta de diversão e alegria — ou pelo menos quase — perdemos mais uma pessoa, ou duas, sei lá. Pouco me importa aquele cara lá, estou abismada com a morte do nosso membro de grupo. Não me vejo em certos momentos sem sua presença, Noah ria das minhas piadas, isso era tão incrível. Ele merece um enterro, palavras carinhosas e uma flor no meio da terra. E ainda tem a Tera que está na mesma, mas ela deve ficar bem.

Voce se apega e se ferra, essa é a lei da vida. Acredito que sempre foi assim.

Mas é perturbador a maneira como morremos hoje em dia. O que eu daria para morrer de velhice ou um.. ataque cardícaco, por exemplo. Parece coisa de outra vida morrer de uma maneira mais comum.

Ficar sentada olhando o ponteiro de relógio fazer seu curso não vai mudar muita coisa. Preciso conversar com o Rick, com certeza teremos algo maior para enfrentar.

Caminho em passos lentos de volta a minha casa, vejo o Sr. Mack passando por mim sem me encarar, um dia eu e a Maggie fomos em sua casa ajudá-lo a embalar o pouco de feno que ele dizia ser importante. A partir de então a gente se encontra compartilhando um café — ou, para mim, um chá superquente que me faz cair em total estado de sono.

Nossas conversas sobre crianças e como seus filhos mudaram sua vida não me deixava nem um pouco animada, acho até que pelo contrário. Francamente, acho que enquanto mais tempo nos misturamos com eles, mais me sinto normal. Não sei dizer se isso é uma fraqueza, gosto de pensar que posso ter uma vida normal aqui. Afinal, eu vou ser mamãe.

Mal sei cuidar de um peixe, socorro.

Mas o homem nem levantou o rosto para me cumprimentar ou ao menos um aceno de cabeça. Para ser sincera, todos parecem estar em um certo estado de luto.

Me lembra muito a expressão que Daryl sempre faz quando pergunto sobre seus pais, me sinto culpada quando alguma conversa nossa me leva a algum caso que passei com a minha família. Claro que eu já vivi bons momentos na minha infância, claro que não um parque de diversões ou um passeio de mãos dadas, mas quase isso.

Daryl nunca fala muito sobre o pai, mas quando o menciona a emoção abandona seu rosto, como se seus olhos ficassem sombrios e sem vida. Ele não fala muito de seu passado, e eu o respeito por isso, o bom de toda essa loucura é que tivemos uma segunda chance. Recomeçamos nossa vida afinal.

Mal começar a pensar nele e já o vejo de relance totalmente distraído com sua besta em mãos e olhando para algum ponto entre a grama e o muro. Sorrio internamente.

— Oi, amor da minha vida — cantarolo ficando na sua frente

Ele me olha pasmo.

— A grama parece interessante para você?

Ele se ergue e olha por cima do meu ombro. Eu viro o rosto e tento acompanhar sua visão.

— É uma falha no muro — ele finalmente diz me olhando nos olhos

Curvo as sobrancelhas e me viro.

— Onde? — pergunto completamente confusa

— Ali — ele aponta em alguma direção

Viro o rosto como uma estátua, encarando como se ele fosse doido. Ele bufa e gira meu rosto delicadamente com as pontas dos dedos, guiando-me a alguma direção. Cerro os olhos e vejo uma pequena imperfeição como uma rachadura no muro, bem próxima ao chão.

— Mas que.. — digo vendo que ele estava certo — pelo amor dos zumbis, como você viu aquilo?

Ele balança os ombros de qualquer jeito.

Não passa de uma pequena imperfeição, não deve passar de uma rachadura.

— Tá, a gente olha isso depois, soube que o houve?

— É, fiquei sabendo — ele diz calmamente

— E.. daí? É isso?

— O filho da Deanna também morreu — ele responde, leio seus olhos, ele pensou exatamente como eu, sabemos que as coisas vão ficar super ferradas agora

— Acha que vão chutar a gente daqui?

— Lembra o que conversamos meses atrás? — ele diz totalmente sério

Aceno um sim com a cabeça, ele continua me encarando, repenso, nego. Ele revira os olhos.

— Tá falando sobre tomar o lugar? — eu pergunto mais alto do que deveria

— É, obrigado por ser discreta, vem — ele diz me puxando para dentro

Entro na casa, sinto aquele cheiro incrível de sidra e aquele calor indescritível do ambiente.

— Tá, o que está rolando? — pergunto, me virando

— Ainda tem aquela arma?

Ele parece tão sério.

— Amiguinho, é lógico, é minha arma favorita — digo óbvia

Ele me ignorou e prosseguiu.

— Esse pessoal todo está em luto, depois do luto vem a raiva, a vontade de vingança. Não vamos sair, o Rick já deixou bem claro, não vamos desistir do lugar e..

— Tá me pedindo pra que? Lutar? Isso não é troia, é só fazer um enterro e engolirem o que aconteceu como estamos tentando fazer!

— Nós somos os forasteiros, não vai ser fácil enrolar essa gente — ele diz olhando pela janela, onde uma mulher passou levando consigo uma cesta coberta

Me aproximei dele, o abraçando por trás e colocando meu queixo em seu ombro.

— Se as coisas começarem a ferrar, acredite elas vão — digo ele solta um leve riso — só temos que nos organizar e nos impôr na frente de líderes como a Deanna e esses babacas de cinto — ele vira o rosto para me encarar — pra ser sincera sempre quis causar uma revolução

Ele sorri com minha maneira única de pensar.

— E o bebê? — ele diz totalmente leve, como se o assunto anterior nem tivesse importância

— Ele também quer causar uma revolução, vamos pôr o nome da cidade com o nome dele, ai meu Deus nem pensamos em nomes! 5 meses passa muito rápido, viu? Jesus, eu nem tinha pensado nisso! 5 meses! — começo a me desesperar, pelo seu rosto ele parace se divertir com a situação — Já imaginou como vai ser? Já te disseram de onde os bebês saem?

Seu rosto muda e ele fica sério.

Dou uma gargalhada, apesar de divertido, o momento requer certa importância.

— Vai dar tudo certo — ele diz calmamente, não sei se é a ilusão do momento mas não acredito tanto nisso, acho que esse mundo faz isso com a gente, sempre esperamos o pior

— Promete?

— Prometi no momento que você acordou — ele diz me encarando

— Awn — digo me aproximando — temos que falar com o Rick — digo me afastando

Ele revira os olhos.

— Não posso te convencer a ficar e eu resolvo isso? — ele diz sério

— Tá vendo? Eu mal posso respirar lá fora que você pergunta se pode guardar o ar em um vidro e me pôr pra dentro — ele sorri — que pena que eu tenho de você, amor — digo olhando para baixo, ele acompanha meu olhar, acho tão profundo esses momentos que temos, só nós três, é como se o mundo de certa forma parasse para nos observar

Dou um longo suspiro.

— Vamos? — digo saindo desse transe

Ele assenti e me puxa para um beijo. Amo esse imbecil insensível, com todas as minhas forças. Nem quero mais ir ao encontro do Rick, para ser sincera queria que nosso dias fossem resumidos assim. Só nos três.

Três. Ainda preciso me acostumar com isso.

Saímos da casa, caminhamos calmamente em direção a casa do Rick.

Planejar uma revolução, talvez? Não sei, mas parece bom. Imagina?! Começar uma corrida para posse de poder. É, espero que seja só uma piada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Unforeseen" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.