Saint Seiya High School escrita por Myu Kamimura, Madame Chanel


Capítulo 17
XVII: Reste avec moi ce soir*




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Após conversar com Saori, Kammy rumou para a Casa de Escorpião, como prometera a Milo. Ao chegar lá, o Cavaleiro já estava despido de sua armadura, usando apenas o uniforme do Santuário. Ela retirou a máscara, deu-lhe um beijo e ficou olhando-o. Particularmente o adorava naqueles trajes, que desenhava bem seu corpo musculoso, mas nunca comentava isso com ele, tinha uma certa vergonha:

—Te incomodo ficando assim? – Milo perguntou.

Non, Mon amour... Por que a pergunta?

—Você está me olhando...

—Ah... J'ai été... Eu estava só te admirando...

—Gosta do que vê?

Oui...

—Já disse que adoro quando você fica tímida?

Je? Timide? Pourquoi dites-vous cela? Je ne suis pas timide, ni d'un-... (Eu? Tímida? Por que você disse isso? Eu não sou tímida, nem um-...).

—Quando você fica envergonhada, seu sotaque vai ficando cada vez mais forte, até você começar a falar tudo em francês... Eu já percebi isso há um tempinho...

—Ah... Bobo!

—Minha princesa... Você já não precisa de autorização para ficar fora da Casa das Amazonas, não é?

—Contanto que eu permaneça nos limites do Santuário... Não... Por que da pergunta?

—Eu estava pensando em pedir a minhas servas que preparem um delicioso jantar, com vinho e a luz de velas para nós...

Uh la la... Merveilleuse idée... Uma ideia maravilhosa. Mas eu não irei beber vinho... Ainda sou menor de idade, lembra?

—Claro que lembro, mas não se esqueça que eu sigo aquela antiga tradição grega de misturar água no vinho...

—Hm... Sendo assim...

—Continuando... Nós jantamos, conversamos e podemos ver um filme...

—Qual filme?

—Comprei um VHS a última vez que fui a Atenas... Can't Buy Me Love*. É uma comédia romântica... Você gosta? Qualquer coisa, tenho outros...

Mon amour... Defensora de Athena ou não, eu ainda sou uma garota. – a amazona sorriu e deu um beijo no rapaz – Vou tirar essa armadura...

—Deixe-a no meu quarto. Enquanto isso, eu vou ordenar as servas o que fazer...

—Nada muito exagerado, ma cherie...

—Pode deixar...

Kammy foi até o quarto do cavaleiro, retirou sua armadura e deixou-a na forma de estátua no canto do aposento. Ela suspirou e, antes de sair, reparou em uma foto do rapaz em cima do criado-mudo. Ele estava de terno, com os cabelos presos e sorrindo:

Deve ter sido tirada em alguma viagem... — ela pensou, pegando o porta-retrato nas mãos.

—Meu amor? – Milo perguntou, batendo na porta – Posso entrar?

Oui... – ela respondeu, colocando o porta-retrato rapidamente de volta no lugar.

—Você fica tão linda com esse uniforme... Mas... Porque a máscara?

—Ah, pardon... – ela falou, retirando-a – É costume... Vamos assistir ao filme aqui?

—Sim. A TV da sala não tem entrada pra videocassete.

—Entendi...

—Algum problema nisso?

Non... Bien sûr... É claro... Que não...

—Heh...

Milo percebia a extrema timidez de sua namorada. Foi justamente essa inocência e doçura que o fez se apaixonar por ela. O Cavaleiro abriu o compartimento aonde guardava suas fitas VHS, pegou o filme e colocou-o dentro do videocassete. Virou-se para Kammy e ela ainda estava lá, de pé, o esperando:

—Linda... – ele fez um sinal, apontando para a cama – vai assistir de pé?

—Ah... Je viens... Eu só estava esperando você... Não sabia como iríamos fazer para assistir...

—Deitados na cama, é obvio.

AU LIT? (NA CAMA?)

A resposta do escorpiano causou um rubor intenso e instantâneo no rosto da moça. Milo foi caminhando lentamente em direção a ela e, a cada passo, o coração da moça acelerava cada vez mais, temendo o que iria acontecer. O Defensor da oitava casa tocou-lhe o rosto ruborizado e sussurrou:

—Calma... Nada irá acontecer... Nada que você não queira...

Ela consentiu com a cabeça e ambos deitaram na cama, abraçados. Ficaram assistindo ao filme, ou melhor, tentando, já que acabavam mergulhados em beijos ardentes e apaixonados, algo normal. Quando o filme estava quase chegando ao fim, uma serva bateu na porta, informando que o jantar estava pronto:

—Vamos? – Kammy perguntou, se levantando.

—Ainda não... Há algo que quero fazer antes...

Milo tirou uma faixa de tecido de dentro da gaveta do criado mudo e a fez de venda improvisada, amarrando-a nos olhos da loira. Ela apenas deixou-se ser guiada pelo escorpiano. Percebeu que estava deixando o aposento, embora não soubesse para onde. Caminharam por um tempo até pararem:

—Preparada? – Milo sussurrou, abraçando-a por trás com a mão esquerda sob a cintura da namorada e a direita sob a faixa.

Oui, mon amour...

O defensor da Oitava Casa retirou a faixa, revelando a mesa redonda, estrategicamente preparada para um jantar a dois, na varanda da casa. Não precisava de luz de velas, já que tinham as estrelas e a bela lua cheia no céu. Ele puxou a cadeira para que ela se sentasse, deu a volta na mesa e também se sentou. Kammy sorria daquela forma tímida que ele tanto adorava, olhando para ele com um lindo brilho no olhar. Logo, uma serva veio informar o cardápio:

—Mestre, nós preparamos Skordalia, acompanhado de Marides Tiganites e Uzo. Também preparamos Moussaka, Tzakziki, Pita e, para a sobremesa, Baklava.

—Ah! Que delícia!!! – exclamou o cavaleiro, virando o olhar para a moça em seguida – você gosta, meu amor?

—Hm... Non comemos todas essas coisas na Casa das Amazonas. Geralmente, comemos um peixe assado, legumes e, vez ou outra, carne de coelho...

—Então você nunca comeu nada do que está aqui?

Oui, já comi... Mas apenas em festas...

—Então... Irei considerar esse jantar uma festa.

Mais ... Une partie? Célébration de quoi? (Mas... Uma festa? Celebrando o quê?)

—O nosso amor...

—Ah Milo...

A jovem amazona sorriu com um leve rubor no rosto. Iluminada pelo luar, parecia ficar mais bela. O momento de ternura fora interrompido pelas servas, que vieram servir o jantar. Trouxeram primeiro o Skordalia, o Marides Tiganites e o Uzo, que geralmente são servidos antes da refeição principal. Kammy saboreou os dois pratos, porém na hora de beber o Uzo...:

—Milo... Eu não posso beber álcool e você sabe disso...

—Ah, essas minhas servas... Esqueceram de colocar a água...

Calmamente, Milo levantou e adentrou em sua morada, retornando pouco tempo depois com um jarro de água. Sorrindo, colocou um pouco do líquido na bebida da namorada:

—Agora está mais fraco, eu suponho...

Oui... Mas... Mesmo assim, não posso beber tudo isso...

—Que seja... Mas não quero que você fique sem beber nada...

A jovem consentiu com a cabeça e deu um curto gole no copo de licor, que desceu amargando sua garganta, porém causando um certo prazer depois. Um tempo depois as servas trouxeram o prato principal e o vinho. Dessa vez, após uma bronca de seu Mestre, não esqueceram de misturar água à bebida alcoólica. O pequeno jantar estava se tornando inesquecível para os dois:

—O que achou da comida, minha princesa?

Magnifique, mon amour... (Magnífica, meu amor). Só que...Graças ao vinho... Je suis un peu étourdie (Estou meio zonza)...

—Hã?

—Estou... Um pouco zonza...

—Minha princesa... Não precisa ter vergonha disso. É normal, ainda mais para você que não está acostumada a beber...

Ah... Vous parlez comme ça jusqu'à ce qu'il me semble que je ne suis qu'un enfant... (Você falando assim, até parece que sou uma criança). – murmurou Kammy, fazendo bico.

—Eu não sei ao certo o que você falou... Mas saiba que ficou linda com esse biquinho. – o cavaleiro sorriu, levantando da cadeira e dando um selinho na moça. – Relaxe... Essa tontura passará quando você comer o Baklava. Doce sempre é bom para essas coisas...

—Hm... Tudo bem, amour... Je crois en toi. (Eu acredito em você).

Realmente, a torta doce ajudou a aliviar as tonturas que a amiga de Sammyrah sentia, mas não foi o suficiente. Porém ela preferiu não alertar Milo, por mera vergonha. Quando já haviam devorado quase toda a sobremesa, o escorpiano surgiu com nova ideia para tornar a noite ainda mais perfeita:

—Que tal descansarmos do jantar assistindo outro filme? – ele perguntou a namorada, sorrindo e segurando nas mãos dela.

—Hmm... Como resistir a esses olhos azuis? – ela respondeu sorrindo – Claro que aceito, mon amour...

Milo estranhou. Apesar de estar claro a timidez da moça, ela havia respondido em seu idioma, sem misturar francês em nenhum momento, exceto pela forma carinhosa que o chamava normalmente:

—Que filmes mais você tem? – a loira lhe perguntou, com os olhos cintilantes.

—Bem... Tenho Rain Man, Salsa, Dirty Dancing, True Love, Grease, Besame Mucho

—AAAAH! Grease! Grease! – exclamou a jovem, pulando como se fosse uma criança que acabara de receber um doce.

—Já entendi... Vamos – ele falou, tomando-a nos braços e carregando-a até o quarto.

Milo a jogou na cama e deitou sobre ela, dando um beijo carinhoso. Apesar de toda à vontade de possuir a namorada por completo, sabia que tinha que se controlar, afinal, Amazona sagrada ou mera aspirante, ela ainda era uma jovem garota de 17 anos. Pensando nisso, ele se levantou e colocou o filme no videocassete, deitando ao lado dela depois.

As horas foram passando depressa. Quando a Amazona olhou no relógio cuco na parede do quarto do namorado, se espantou com o que viu:

PAR ATHENA! DÉJÀ DÉPASSÉ LE MINUIT! (Por Athena! Já passou da meia noite!)

Milo não entendia francês, mas ao ver a namorada desesperada olhando para o relógio, sabia muito bem o que ela tinha falado:

—Meia noite e vinte e oito... – ele murmurou.

—Eu tenho que... Voltar pra casa... – Kammy se lamentou, levantando lentamente da cama.

—ESPERA! – Milo gritou, a segurando pelo punho.

Oui?

—Você não tem nenhuma missão e nem nenhuma obrigação a cumprir na Casa das Amazonas, não é?

Non... Nenhuma, mas porque você me perguntou isso de novo?

—Eu sei que... Isso que te pedirei agora é será um grande atrevimento e que você poderá me odiar para sempre depois de tal pedido, mas eu te amo e não posso me segurar, tenho que pedir isso à mulher que amo. Desculpe-me, sério, mas não posso evitar... O que sinto é muito maior e-...

ASSEZ! (Chega) Já chega de rodeios, Milo! Fale de uma vez...

—Desculpe... Eu fiquei meio nervoso...

—Eu que peço desculpas por gritar e... Eu também te amo, entenderei qualquer coisa que você me pedir...

—Fica comigo essa noite?

—Hã?! Je? Ici? Avec vous? Ce soir? (Eu? Aqui? Com você? Essa noite?) – ela se perguntou, com o rosto extremamente vermelho – Vous... Você me pegou de surpresa...

—Já entendi... Desculpe-me por se-...

—Milo, quer me deixar responder?! – ela falou séria.

—Ah, Desculpe...

—Chega de desculpas... Escute-me... – ainda com o rosto vermelho, ela se sentou a beira da cama do cavaleiro e, após um longo suspiro, se esforçou para responder –... Eu te amo... Demais... E... Aceito... Ficar aqui... Essa noite.

Os dois se beijaram apaixonadamente. As luzes se apagaram e uma musica suave ficou rolando ao fundo. Sem duvidas, o amor reinaria na Oitava Casa Zodiacal aquela noite.

Enquanto isso, em Moscou, Sammyrah retornava as suas raízes russas: havia pedido a seu motorista que comprasse 3 litros da melhor vodka que encontrasse. Ao sair do banho, de calça preta e camiseta branca, Saga a viu, sentada na cama com um copo na mão direta e uma garrafa na esquerda já pela metade:

—Por Athena! SAMMYRAH ROMANOV, QUE DIABOS É ISSO?

—Vodka, Saguinha... – ela respondeu tranquilamente, servindo-se de mais uma dose e bebendo – Quer?

—Você não deveria estar bebendo isso! Você é menor de idade!!! – ele disse, se sentando na cama e se servindo de um copo.

—Saguinha, na Rússia, beber vodka pura é uma tradição. E como faço parte da realeza, eu devo seguir essas tradições minuciosamente. – ela respondeu, servindo-se de mais um copo.

—Não quero nem saber! Você é menor! Seu pai por acaso sabe que você bebe, Sammyrah? – Saga insistia, servido-se de mais um copo da bebida – Não quero Dimitri Romanov me empurrando palácio abaixo por te embebedado!

—Quem está se bebendo sou eu! Não estou sendo forçada a nada e, além do mais, papai está ocupado com assuntos familiares de suma importância! – respondeu a grã-duquesa, curta e grossa, servindo-se do ultimo copo daquela garrafa e pegando outra nas mãos.

—Quais? Não me diga que seu pai deve estar brigando com sua mãe! – questionou o geminiano, puxando a garrafa da mão da namorada e enchendo novamente seu copo.

—Não, ele deve estar bem encaixado... Somewhere... Bem no meio das coxas dela! – a ruiva faz careta, toma a garrafa da mão de Saga e a vira de uma só vez na boca.

—O QUE VOCÊ TEM MENINA? FÍGADO DE AVESTRUZ? – Espanta-se o Cavaleiro, pegando a terceira garrafa.

—Não! Eu sou russa, lembra? E eu preciso de mais, agora! – ela se ajoelha com uma das pernas de Saga no meio das próprias pernas, toma a garrafa e dá outro gole imenso do gargalo.

—Tá querendo beber mais? – ele diz, já meio zonzo, tomando a garrafa das mãos dela e dando um gole maior que o da moça.

—Aceite: eu tenho 17 anos, bebo mais que você e sou mais corajosa que você, gêmeos! – Toma a garrafa dele enquanto ele ainda bebia, o molhando um pouco. Ela riu e, depois deu outro gole.

—Mais corajosa? Ao que você se refere? – ele pergunta, puxando a garrafa – e pare de beber assim!

—Primeiro: nosso casinho de amor, se descobrirem a minha cabeça é que rola, não a sua! E outra, 3 meses e nada, Saguita ? Esperava mais de você!  - A ruiva tinha uma cara insana – E me dá isso! Eu preciso mais dela do que você!

Sammyrah já estava pra lá de Bagdá, ria insanamente, e estava com a cara mais devassa do mundo. Saga, dessa vez, havia ficado irritado com o comentário da moça e, tirando novamente a garrafa das mãos da moça, responde:

—Como assim nada? Toda vez que eu tento chegar perto de você, sua alteza me vêm com uma desculpa e foge! Dá um tempo! – dessa vez ele vira todo o conteúdo da garrafa – E fique ciente de uma coisa: a cabeça de ninguém vai rolar porque eu sou a autoridade daquela porra de Santuário, entendeu!

—UI!!! Desculpa delicinha... Mas, mesmo assim, você tá tomando o maior “olé” de uma garotinha de 17 anos! Será que eu preciso pendurar uma plaquinha de “me coma” no meu pescoço, hm? Então é isso que vou fazer! – Sammy se levanta para pegar outra garrafa, e reparou no que havia acontecido – Ué? Já acabou???! Que droga! EU QUERO MAIS!

—Pois é... Acabamos com os três litros... Será que você não pode pedir para um dos seus milhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaares de empregados comprar mais? – ele perguntou, enquanto tirava a camiseta – Esse negócio dá calor...

—Ah! Não sei, Acho que simplesmente pedirei para que peguem alguma garrafa do papai, mas ai pode ser que eu... – A ruiva nem terminou de falar, só parou "bêbadamente" para observar o namorado se despir – Hm... Tá ficando gordinho, heiin?

—AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!! Também, fico o dia todo trancado nesse quarto!!! Preciso me exercitar!

—Eu tenho uma ótima idéia meu amor...

A ruiva riu insanamente, e com a cara travessa de uma criança de 5 anos, afundou a mão nos cabelos dele e o beijou. Um beijo repleto de paixão e desejo. A vodka havia deixado-a mais solta para criar coragem de finalmente se entregar de corpo e alma a aquela paixão na romântica Moscou.

De volta ao Santuário. A madrugada quente enluarada havia tirado o sono de um certo Cavaleiro de Bronze. Seiya já se debatia a um bom tempo na cama. Queria ligar a televisão, mas aí acordaria seu colega de quarto, Louise, e não queria fazer isso com o jovem aspirante. Decidiu então se levantar sorrateiramente. Vestiu uma calça, calçou um chinelo de dedo nos pés, pegou seu violão e saiu, sem fazer o menor ruído, da pequena cabana. Caminhou algum tempo pelo Santuário, em busca de alguém que pudesse conversar, mas não encontrou ninguém. Solitário durante a madrugada, decidiu aceitar a única companhia que lhe fora oferecida: a da lua cheia. Foi até o riacho, sentou-se a sua beira e lá começou a dedilhar uma lenta e agradável melodia. Conforme as notas iam surgindo, o cavaleiro fechou os olhos e, como um seresteiro, começou a cantar...

 

Toman de pronto mis besos (receba meus beijos)

Un nuevo y perfecto sonido (Um novo e perfeito som)

Se me revelan los sueños (Se me revelam os sonhos)

Y vuelan contigo (E voam com você)

 

Entre mis labios tan solo (Entre meus lábios apenas)

Hay lugar para ti (há lugar pra você)

Tiemblo, cuando pienso en ti tiemblo (Tremo, quando penso em você, tremo)

Siento, tu imagen tocando mi cuerpo  (Sinto você tocando meu corpo)

Y despierto (e desperto)

 

Niña Luna, Ninã Luz, Ninã Luna (menina lua, menina luz, menina lua)...

Cristalina, Ninã Luz, Niña Luna (Cristalina, menina luz, menina lua)...

Nada brilla como tu (Nada brilha como você)

Ninã Luna, Niña Luna (menina lua, menina lua)...

 

De repente, os arbustos se agitaram. A figura de uma jovem trajando o uniforme de Amazona surgiu dentre eles e se dirigiu a macieira que havia no local. Apesar de ser noite, graças à luz da lua, Seiya percebeu que ela estava segurando a máscara nas mãos. Por isso, virou-se para o lago e, apoiado em seu violão, disse:

—Isso não é hora para uma aspirante estar sozinha pelos campos do Santuário. Sua Mestra sabe que está fora de casa?

—Seiya? O que você faz aqui?

Aquela voz era conhecida. Ela se virou e percebeu que era ninguém menos que Saori:

—Perdi o sono, mas... E vossa alteza? O que faz aqui a essa hora da noite e, ainda por cima, nesses trajes?

—Ah, eu peguei esse uniforme lá no Templo. Uso quando quero escapar da vigilância do Shô e dos demais... Eu estava escutando alguém cantando Niña Luna... Por acaso era você?

—Quem mais nesse Santuário conhece o repertório de Menudo?

—Sabe... Eu adoro essa musica... Seria demais pedir que você a continuasse cantando?

—O desejo de Athena é sempre uma ordem para mim...

—Não estou pedindo como Athena... Estou pedindo como Saori Kido. – ela falou, sentando-se ao lado do rapaz. – Cante para mim Seiya, por favor...

Como ele poderia resistir a aqueles olhos cintilantes e aquela doce voz? Seiya fez um sinal positivo com a cabeça, empunhou seu violão e começou a tocar:

 

Has convertido mis horas (Você converteu minhas horas)

Es tedio si no estas conmigo (É tedioso se não está comigo)

Yo solo tengo un deseo (Eu só tenho um desejo)

Perderme contigo (Me perder com você)

 

Entre mis labios tan solo (Entre meus lábios apenas)

Hay lugar para ti (há lugar pra você)

Tiemblo, cuando pienso en ti tiemblo (Tremo, quando penso em você, tremo)

Siento, tu imagen tocando mi cuerpo  (Sinto você tocando meu corpo)

Y despierto (e desperto)

 

Conforme ele cantava, Saori chegava cada vez mais perto. O coração do rapaz já disparava ao sentir o calor da moça, seu perfume... Mas ele continuava a cantar, apesar de tudo que sentia. Foi então que a jovem deusa segurou a mão do rapaz, interrompendo o toque do violão:

—Seiya... Eu quero que...Você saiba que... Eu não aguento mais ficar longe de você!

O Cavaleiro de Pégasus nada disse. Apenas colocou o violão tranquilamente do seu lado direito, abaixou a cabeça, suspirou e mergulhou nos lábios da moça:

Como senti falta desses lábios... Desse beijo, desse perfume— ele pensava, enquanto beijava a moça – Ah, como te amo, Saori-chan.

Ai, como é bom estar em seus braços novamente...— pensava, da mesma forma, Saori – Eu te amo, Seiya...

O beijo foi interrompido com três selinhos. Os dois deitaram na grama, de mãos dadas e ficaram olhando as estrelas:

—Olhe... – a deusa disse, apontando para cima – Pegasus está brilhando... Por quê?

—Deve ser porque eu estou extremamente feliz... O que te fez mudar de ideia?

—O encontro de hoje à tarde... O Shô sempre me deu tudo que eu mais adoro... Porém, teoricamente, EU que pago todos aqueles presentes. Ele não é um riquinho... É apenas um aprendiz de cientista que trabalha na Fundação GRAAD... Fora que, nenhuma daquelas futilidades me fazia feliz... Tudo que eu precisava era um pouco de atenção.

—Desculpe por eu não ter sido atencioso o suficiente com você... Prometo melhorar...

—Eu sei que vai...

Ela aninhou a cabeça no ombro do Cavaleiro e o silencio novamente ficou no ar. Depois de alguns instantes, ela se pronunciou:

—Seiya... Você acha que já devemos nos assumir?

—Não... Ainda não... Tenho algo a fazer com o Shô ainda... Mas relaxe que terminarei com a Shina...

—Eu tratarei o Shô com indiferença... O mandarei ao Japão e pedirei que ele volte daqui a três meses... Mas, o que você ainda tem a fazer com o Shô?

—Segredo... Você verá daqui a três meses...

—Hm... Está bem, eu esperarei.

Novamente, os dois se beijaram apaixonadamente. A felicidade e paixão dos dois era bem visível e foi praticamente impossível resistir a tentação:

—Seiya... Eu... – falou timidamente a moça...

—Você...

Ela virou o corpo, ficando por cima dele. Seiya podia sentir o corpo trêmulo da moça, além de ver claramente o rubor em seu rosto:

—Eu quero... – Saori sussurrava, aproximando-se cada vez mais do ouvido do rapaz – que você me faça mulher essa noite...

O Cavaleiro de Bronze não acreditou no que ouvira, mas amava a garota e, o que mais queria, era que ela fosse sua de todas as formas. E foi ali, na beira daquele lago e tendo a lua como testemunha que tudo aconteceu.

O sol começou a surgir no Santuário. Os dois amantes se despediram e voltaram, cada qual, para suas moradas. Na Casa de Escorpião, Kammy também despertou com os primeiros raios de sol adentrando pela janela, mas, como não tinha pressa, levantou, fechou as cortinas e se deitou novamente, aninhando a cabeça no ombro de Milo.

Em Moscou aconteceu praticamente o mesmo, porém:

—AH DEUSES! DEUSES! – desesperava-se Saga ao acordar nu na cama com Sammyrah – O QUE EU FIZ?!

—Ai... Para de gritar Saga... – resmungou a ruiva, meio sonolenta.

—AH, ABRE OS OLHOS E VÊ O QUE ACONTECEU ENTÃO!

—Hã? O que foi que-... AH! MINHA DEUSA! Acho que bebemos vodka demais...

—Nem fala... Parece que tem uma bigorna em cima da minha cabeça...

—Eu não acredito! Perdi minha virgindade e nem lembro como... – a grã-duquesa ficou um tempo se lamentando, até que... – Saguinha... Já que já aconteceu mesmo... Vem cá fazer algo que eu possa me recordar?

—Ai Ai Sammyrah...

—Vai me resistir mesmo?

—AAAH SAMMY!!!

E assim... Os meses foram passando...


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Notas finais do capítulo

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NOTAS EXPLICATIVAS:
*Reste avec moi ce soir: fica comigo essa noite, em francês
*Can't Buy Me Love: Filme de 1988 conhecido no Brasil como "Namorada de Aluguel".
*Skordalia: purê grosso de alho e batatas, costumeiramente acompanhado com algum peixe frito.
*Marides tiganites: pequenos peixes fritos, servidos com gomos de limão.
*Uzo: é uma bebida espirituosa grega feita com sabor a anis que fica com aspeto leitoso quando se lhe adiciona água.
*Moussaka: Beringela, Batatas e Carne de carneiro Assadas no forno sempre condimentado com azeite, cebola e ervas e fortemente temperado com pimenta.
*Tzakziki: Iogurte fresco
*Pita: Pão
*Baklava: torta elaborada com uma pasta de nozes trituradas, envolvida num folheado e banhada em xarope ou mel, existindo variedades que incorporam pistachios, avelãs e/ou sementes de sésamo, papoila ou outros grãos.
*A musica que Seiya canta é Niña Luna, do grupo porto-riquenho Menudo. Gravada em 1988, no album Sombras y Figuras

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Espero que gostem desse capitulo exageradamente grande...
Sem reviews, nada de próximo

Beijos



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