The Curse - Romania Selection Interativa escrita por Mrs Trent, Angie, Alice Zahyr


Capítulo 5
Capítulo 04 -Poverty


Notas iniciais do capítulo

HELLO SELECIONADAS! Primeiramente demos aleluia pelo capítulo ter saído, não foi fácil viu! Eu e dona ACE sofremos horrores KKK' Peço desculpas pela demora, mas acontece que nós recebemos pouquíssimas fichas Foi meio difícil, pois havíamos tudo combinado confiantes de que receberíamos certo número de fichas, mas recebemos bem menos e isso bagunçou o nosso esquema, além de que todas nós estamos realmente ocupadas com a escola, então espero a compreensão de vocês quanto a isso. Estamos esperando para ver se mais alguma ficha aparece, então pode ser que o próximo capítulo demore ou pouco, enfim, sem mais falação!

Boa leitura!

XOXO >> Angie *--*

P.S: A Adhira é representada pela moça da esquerda no banner, a Antonia pela Nina Dobrev e a Elisa pela Shay Mitchell ^^



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O vento quente se misturava à poeira, formando uma brisa áspera, que encrostava a pele praticamente descoberta das pessoas que por ali passavam. No céu, os trovões e as nuvens negras anunciavam o temporal que estava por vir. Fazendo, então, com que o amontoado de indianos se locomovesse, apressado, até a pequena estação vermelha de trem no final da traça.

Os lenços e saias das mulheres formavam um arco-íris de cores. Azul, vermelho, roxo, rosa, verde, amarelo e laranja. Os homens, vestidos com cores neutras, mesmo sendo minoria, faziam o contraste. Olhando para eles, uma cratera opaca se formava entre os brilhos femininos.

Entre o arco-íris e as crateras estavam cinco figuras. Um homem esguio, uma mulher grávida, dois meninos e uma pequena menina. Seus pés descalços queimavam ao tocarem, apressados, no chão escaldante. O suor de suas mãos escorria em quantidade até chegar à alça da pequena mala de madeira, que cada um carregava com firmeza. Isso porque aqueles pequenos compartimentos carregavam todos seus pertences, tudo que tinham conseguido durante sua vida na Índia.

Um fiscal inteiramente vestido de azul analisava com cuidado as passagens, fazendo um pequeno furinho nas válidas. Alguns, porém, eram rejeitados e não tinham a permissão de subir os três degraus de metal do vagão. E esta era a preocupação da família Padki: continuar com as passagens intactas.

Felizmente, um sorriso branco apareceu na face escura do fiscal. Logo o gelado metal da escada pôde ser sentido. Depois disso, o áspero tapete já estava sob seus pés. Rapidamente, os cinco Padki já estavam instalados na madeira do único banco que dividiam.

— Mamãe, nós temos mesmo de sair daqui? — questionou a garotinha de seis anos, que se espremia no pequeno espaço entre a mãe e o irmão mais velho. — Vou sentir tanta saudade…

— Querida, a Romênia é um ótimo país. Será muito divertido — disse a mãe, passando as mãos delicadas pelo cabelos lisos da filha. — Você não pode entender ainda, mas lá teremos uma vida muito melhor e logo você aprenderá a amar o lugar.

— Mas, mamãe, Nehru disse que há monstros que matam crianças lá — afirmou, com um olhar triste. — Nunca vou gostar desse país, a Índia é minha casa!

— A Romênia será o país de seu irmãozinho ou irmãzinha, pense por esse lado — alegou a mulher, colocando a mão da pequena em sua barriga de cinco meses e meio de gestação. — Os monstros nunca farão mal à família de um romeno.

— Isso quer dizer que o bebê não será um de nós? — perguntou a criança, encarando a mãe com seus grandes olhos castanhos.

— É claro que não, meu amor — falou a mulher, suspirando. — É claro que não.

No lado de fora, as paisagens já se moviam. Aos poucos, a pobreza da índia ficava para trás e a nova vida da pequena Adhira e de sua família ficava cada vez mais próxima.

— Muito obrigada, senhor Aadarsh.

A jovem de dezenove anos sorriu para o comerciante, destacando os dentes extremamente brancos da pele morena. Ele, por sua vez, apenas estendeu a mão para pegar a pequena quantidade de moedas, com a expressão rígida de todos os romenos. E, assim, Adhira deixava a feira.

Para quem observava de longe, ela parecia um burro de carga. Em um de seus braços estavam várias sacolas e no outro ela segurava o sobrinho, Damian, cuidadosamente. Várias barracas a cercavam, de todos os lados. Vendedores gritavam, oferecendo seus produtos com fervor, formando um coro de preços irritante. Os consumidores cruzavam o corredor da feira em prassos apressados, por vezes batendo na garota. Ela, porém, se equilibrava com facilidade enquanto andava rapidamente entre tudo, afinal, crescera acostumada com multidões.

Damian segurava firme nas roupas da tia, brincando com os detalhes coloridos completamente distraído. Seus cabelos castanhos ralos e espessos roçavam no queixo da garota, fazendo cócegas. Adhira, entretanto, ignorava isso e olhava em volta atentamente se perguntando se precisava de mais alguma coisa antes de voltar para o Bazar indiano no sul de Bucareste, local onde a família possuía uma pequena loja de artesanato.

Pão, leite, pimenta, farinha, cebola, sal, batata, lentilha, frango, ovos e arroz. Tudo que a lista da mãe, anotada mentalmente, pedia. Seis sacolas que deveriam durar por um mês para uma família de 8 pessoas. Seis sacolas que seriam recebidas com gosto na pequena mesa da cozinha. Adhira já conseguia imaginar o cheiro de arroz fresco sendo cozinhado, do pacote de pimenta sendo aberto, da cebola sendo cortada… Era de dar água na boca.

Sem perceber, ela parou, encarando a entrada da comunidade indiana. Seus pensamentos voaram longe, até a época em que o governo romeno ainda tinha condições de lhes dar mantimentos. Lembrou-se de como a irmã mais nova, Aaliya, era rechonchuda e de como a esposa de Nehru fora rapidamente dada como grávida. Infelizmente, as coisas mudaram, a irmã virara magra tal qual um palito e a gravidez da outra cunhada nunca parecia florescer.

A fome era tanta...

Foco. Não podia deixar um sentimento egoísta atrasar sua viagem de volta.

Um homem, que vinha correndo, pechou nela com força. Suas tão preciosas bagagens balançaram e caíram no chão. Por sorte, a menina conseguiu segurar Damian, que se agarrou, assustado, ao pescoço dela.

Adhira suspirou profundamente, tentando manter a calma enquanto firmava melhor o sobrinho nos braços e se abaixava cuidadosamente para recolher as sacolas e os mantimentos que acabaram por sair delas. O sujeito, que ainda se encontrava na frente da garota, pigarreou, fazendo-a erguer os olhos amendoados e raivosos. Assim, ele dobrou os joelhos, levando suas grandes mãos até as compras esparramadas pelo chão. Qualquer um poderia dizer que ele estava fazendo isso contra sua vontade, pois seu corpo tremia de pressa.

Mas a Padki não se importava. Afinal, quem mandara ele correr pelas ruas sem olhar para os lados? Ao ver da jovem, ele não fazia nada além de sua obrigação ajudando-a.

O rapaz sequer se desculpou, apenas a a ajudou a terminar de guardar os mantimentos e já voltou a sua corrida apressada. Foi então que Adhira notou que ele deixou um papel para trás. Movida pela curiosidade, ela o pegou em mãos e o leu:

“ Todos os representantes políticos da comunidade indiana estão convocados para a reunião que realizar-se-á aos três dias do mês de maio do ano de 1920, às 10 horas, na residência dos Giladshi.”

A morena encarou o folheto com ainda mais curiosidade e até mesmo um interesse repentino. O que será que iriam discutir nessa reunião? Bem, claro que o principal assunto seria a comunidade indiana, mas ela se perguntava o que mais eles poderiam discutir.

— Titia? — indagou o pequeno Damian, que ainda se agarrava firmemente ao

Ela piscou rapidamente, desviando-se de seus pensamentos para encarar os olhos grandes e castanhos do sobrinho. A morena beijou sua testa e se levantou em seguida, voltando a se equilibrar e a traçar seu caminho entre a multidão; ela guardou o papel cuidadosamente dentro de sua pequena bolsa de dinheiro, pensando que refletiria sobre ele mais tarde, no momento precisava voltar para casa.

Definitivamente precisava ir para casa.

Apertando o passo, ela seguiu seu caminho. Esquerda, direita, esquerda, esquerda, direita. Ruelas e mais ruelas passavam por seus pés à medida que ela se aproximava do Bazar. A visão de tudo a sua volta parecia ir ficando cada vez menos agradável. As lindas e grandes casas se tornavam pequenas e cada vez mais maltratadas, com estruturas já velhas e desgastadas. As pessoas passavam de bem vestidas e cheirosas para encardidas e trajadas de trapos. A riqueza se tornava pobreza, e a pobreza se tornava miséria.

Adhira, todavia, já estava extremamente acostumada com as mudanças no caminho, já lhe era algo usual, comum. Em passos apressados, ela logo chegara ao Bazar e a loja de artesanato.

Uma senhora de cabelos escuros, totalmente vestida de vermelho, trabalhava arduamente na pequena loja. A agulha era manuseada com precisão por suas mãos ágeis, passando rapidamente de um lado do tecido para o outro. Seus lábios carnudos, adornados com um batom barato escuro, se curvavam para baixo e sua testa se franzia, mostrando o nível de concentração que ela empregava naquela única e minúscula peça de seu comércio.

— Mãe? — Adhira indagou, colocando Damian no chão enquanto andava sobre o piso gasto de madeira em direção à senhora.

Ela contornou as várias prateleiras e estantes rapidamente, levando as sacolas até onde Amithi Padki estava. Amithi checou as sacolas para ter certeza de que a filha havia trago tudo o que ela havia pedido, exatamente como a jovem previra, conhecendo a rigidez da mais velha. Comprovando que tudo de que precisavam estava ali, a mulher sorriu para a filha em aprovação.

— Bom, eu só vim deixar Dami aqui — anunciou a garota, brincando ansiosa com a ponta de seu lenço. — Se a senhora não se importa, eu irei até nossa casa, pois hoje mais cedo Niara pediu para que eu a ajudasse com os preparativos do quarto do bebê.

— Claro, meu amor, sinta-se livre — respondeu a mãe, voltando a atenção para o trabalho. — Aproveite a viagem e varra a casa!

Adhira assentiu obedientemente e já foi seguindo o seu caminho para fora da loja e do Bazar. No caminho, ela pegou novamente o folheto em mãos, tomando uma decisão perigosa: ela iria até a tal reunião.

Anos antes, a riquíssima senhora Giladshi costumava levar algumas crianças para brincar com seu filho, que tinha problemas de relacionamento. Por sorte, uma versão reduzida de Adhira e uma menor ainda de Aaliya eram sempre convidadas. Agora, quase uma década depois, a menina ainda sabia onde ficava o casarão, o que facilitava muito sua curiosidade incansável. A morena então apenas seguiu o caminho já conhecido e, em pouco tempo, ela já se encontrava em frente ao lugar.

Ao lado da grande porta de madeira clara, uma parede cor de barro erguia-se, eminente. Havia vários fragmentos por toda a sua extensão, algo que deu uma bela ideia para a morena. Com um suspiro e uma determinação repentina, Adhira ajeitou suas vestes e usou os pequenos buracos a seu favor, começando a escalar a parede. Suas pernas finas moviam-se com a agilidade, mas, por vezes, um de seus pés escapava, fazendo-a ficar a milésimos de uma queda faltal. Eram suas mãos fortes que a salvavam. E, assim, a subida seguia, com medo e coragem entrelaçados. O topo, antes tão distante, parecia cada vez mais próximo.

Em menos tempo do que imaginava, ela já estava sentada a quatro metros do chão. Suas sandálias, firmemente amarradas em seus pés, balançavam no ar. Olhando para baixo, ela via figuras humanas de um ângulo não muito bom, mas ao menos podia vê-los. Ela se ajeitou ali em cima numa posição em que não pudessem vê-la e ouviu eles começarem a falar:

— De fato, temos poucas informações sobre a morte de Lady Alice — disse uma voz grave, que vinha de um homem de cabelos grisalhos. — Mas não acredito que isso seja motivo para uma decisão tão drástica! Imaginem, colocar uma plebéia qualquer no trono!

— Concordo plenamente. É um absurdo que não pode ser tolerado — essa voz já foi mais rouca e vinha de um homem baixinho, parado à esquerda do anterior. — Uma plebéia nunca terá condições de ser uma boa rainha.

Adhira sentiu uma raiva incrível a inundar naquele momento. Como logo eles, que faziam parte de uma das comunidades mais pobres da Romênia, poderiam pensar que uma menina simples não poderia reinar? Achavam, por acaso, que uma garota vinda do povo não saberia tratar a dor e a pobreza que tivera antes de ascender ao cargo? Isso sim era um absurdo! O próprio povo não confiava nele mesmo. E Adhira, mesmo não sabendo sobre o que aquela conversa se tratava, já estava revoltada. De repente, a morena sentiu uma vontade enorme de poder provar o contrário a eles, de poder afirmar e comprovar que uma plebéia poderia sim ser até mesmo muito melhor do que uma nobre governando.

— E quanto ao fim do acordo comercial com a Dinamarca? — um outro se pronunciou, alto e muito magro, com uma voz fina demais para um homem.

— É mais um segredo da Família Imperial… — disse o homem de cabelos grisalhos com um suspiro pesado. — Com isso, nossa situação só piora!

— Às vezes até me pergunto se nossos soberanos não querem mesmo acabar com o país — falou um outro homem, lenta e claramente, deixando a impressão de que era o mais sábio. — Tantos acordos quebrados, tantos benefícios cortados... E nos discursos de Ano Novo dizem que só querem a prosperidade. A verdade é que nunca irei compreender.

— Esperemos que o príncipe talvez seja mais sábio quando finalmente assumir o trono — disse o baixinho. — Pois se continuar dessa forma, em breve faliremos completamente.

— Se perdermos mais um único acordo, o país estará condenado — disse o magro.

Adhira se remexeu incomodada e preocupada. Se o país estava mesmo em rumo à miséria, ela e sua família estariam condenados juntamente a ele. Se no momento eles já não viviam em boa condição, como poderiam viver em uma situação ainda pior? Seria impossível, eles perderiam tudo.

Ao perceber o que estava em risco, a morena se distraiu, o que a fez literalmente se desequilibrar e cair. Ela agarrou-se à parede rapidamente e fechou os olhos, pronta para sentir o impacto de quatro metros de altura, todavia, por sorte, ela havia conseguido se sustentar. Ela olhou para baixo e notou que se caísse, cairia exatamente no meio da reunião.

Adhira estava entre a vida e a morte naquele momento; teria a sua enorme curiosidade fadado o seu fim?

***

Estrelas brilhavam no céu e na terra a estrela da noite era a bela dama sentada em frente ao piano. Seus dedos formavam uma doce melodia. As notas subiam e desciam na escala musical. E, assim, subiam também as escadas da clínica ao lado, chegando aos ouvidos de Elisa. O som suave e delicado era provavelmente a única coisa que conseguia deixar todos ali mais tranquilos e menos tensos.

O dia no trabalho estava mais tranquilo do que costumava ser, a música dava um ar ainda mais leve para todos. Até os pacientes desacordados pareciam sorrir em seu sono profundo. A melodia podia ser um prazer para os que ali eram tratados, mas para Elisa e Katherine, era um alívio para a alma. Elas realmente acertaram ao escolherem o local da clínica, posiocionado bem ao lado de um bar onde a música era sempre incrível. Era uma lástima que tanto talento só era gasto à noite e em um lugar tão menosprezado.

Enquanto isso, no bar, os pés finos de Antonia, elegantemente envolvidos por um sapato preto de salto alto, batiam no chão, marcando o tempo. Naquele ambiente conturbado, porém, o som que era emitido não passava de um ruído. As dezenas de homens ali presentes não falavam alto, eles gritavam. Já estavam bêbados demais para qualquer raciocínio, o que era normal, considerando o horário e o fato de ser sábado à noite .

Ela logo deu uma pausa na música e recomeçou a servir os homens, porém, notou que todos aqueles olhos de repente continham um brilho diferente… malicioso. Eles não mais encaravam seu rosto, mas sim suas pernas praticamente descobertas e seus seios medianos, coisa que causou certo desconforto na garota, mesmo já estando acostumada com isso. Ela sabia que daquela vez era diferente; havia uma certa maldade explícita em seus olhares, e isso a assustou.

— Moça! Você não é muito jovem para vestir algo tão indecente? — questionou um dos clientes, praticamente apertando a bunda de Antonia. — Mesmo assim, eu gosto!

— Observe esses olhos, Jacob, tão inocentes e virgens. — disse outro, a cercando por trás.

Antonia se afastou um pouco dele, tentando dar a volta com a bandeja em mãos. Seu coração estava totalmente descompassado enquanto ela tentava pensar em como fugir daquela situação. Porém, um moreno a segurou pela cintura com firmeza.

— Para onde pensa que está indo, docinho? — ele indagou em seu ouvido num tom completamente bêbado.

Antonia sentiu nojo de seu toque. A vontade que tinha era de cuspir nele, ou melhor, vomitar em cima dele.

— Não me toque. — disse ela de forma meio trêmula, tentando se livrar de seus toques desesperadamente.

Ela até conseguiu se livrar de seus braços, contudo, foi em vão, desde que ela apenas cambaleou para os braços de outro homem, o qual parecia ainda mais mau intencionado do que o anterior. Ele tentou beijá-la, por sorte ela virou o rosto, mas isso resultou nele beijando seu pescoço. Ele a segurava com força, prendendo seus braços e a machucando. Subitamente, outro homem apareceu por trás, mordendo seu pescoço fino com brutalidade.

Sem poder se segurar, agora ela já berrava e se debatia desesperadamente, chutando, mordendo, socando, tudo para se livrar daquelas mãos que lhe pareciam pútridas. O pânico e o horror tomavam a morena de forma intensa enquanto as mãos distintas passeavam por seu corpo, explorando locais nunca antes tocados. Ela lutava, mas era parada. Ela chorava e gritava, mas era calada. Parecia um pesadelo que nunca iria ter fim.

Enquanto isso, na clínica, Elisa notava a falta de música e estranhava isso. Seu pequeno escritório ficava praticamente colado ao bar, dessa forma ela podia ver quase tudo o que acontecia por lá. Então, repentinamente, um grito agudo ecoou pelos corredores. A médica olhou pela janela e se horrorizou com a cena que viu: uma funcionária do bar, quem ela identificou ser a pianista, era jogada de um lado para o outro, sendo cruelmente espancada por diversos homens enquanto a despiam.

Sem pensar, a morena se levantou, saindo do aposento. Seus passos nas escadarias mais pareciam pulos de tão rápidos. Seu rosto e suas mãos suavam frio de nervosismo. Não aguentava ver alguém sofrendo, ainda mais de maneira tão machista e cruel. Ao descer, ela chamou dois funcionários homens para ajudar na situação, afinal, uma mulher sozinha não poderia mudar nada.

Eles entraram lá rapidamente, fazendo os homens pararem rapidamente o que estavam fazendo e olharem para a porta assustados. Os funcionários de Elisa entraram às pressas, afastando os homens enquanto ela ia até Antonia, que já se encontrava prensada no chão por seus agressores. A jovem moça estava aos prantos, em sua face predominava a expressão do mais puro horror e pânico.

O coração de Elisa se apertou ao vê-la daquela forma. Ela se aproximou de Antonia bem desavagar, cuidadosamente.

— Tudo bem, eu só quero ajudar — prometeu, oferecendo-lhe a mão.

A pianista hesitou, seus olhos castanhos arregalados de medo pareciam carregar agora uma desconfiança que ela levaria para sempre. Todavia, um dos homens gritou que iria matá-la, a fazendo tremer de medo e agarrar a mão de Elisa com força, basicamente se jogando nos braços dela.

Nesse momento, o dono do bar, um sujeito baixo e magro, apareceu ao lado das duas garotas. Aparentando estar muito preocupado com sua funcionária, ele se agachou, fazendo carícias em sua cabeça e murmurando palavras de consolo. Em nenhum momento tocou no assunto de chamar a polícia, o que a médica achou um disparate. Seria essa situação tão normal que poderia ser deixada passar assim?

— Senhor, minha clínica é aqui ao lado, acredito que seja preciso levar a garota até lá. Veja, ela está muito ferida — disse Elisa, com um tom de voz tenso.

O dono pareceu considerar por um instante antes de assentir, olhando para Antonia.

— Se sente confortável em ir com ela? — ele indagou cuidadosamente.

A pianista se encolheu por um momento, avaliando Elisa com os olhos atentos. Normalmente ela iria sem hesitar, mas por algum motivo tudo e todos pareciam perigosos no momento; ninguém era totalmente inocente.

A médica lhe ofereceu um sorriso suave e solidário, fazendo Antonia acabar por aceitar a oferta. Enquanto conduzia a jovem para fora do bar, Elisa se inclinou para o dono.

— Eu sugiro que o senhor chame a polícia, algo assim não deveria passar impune para esses homens — aconselhou, em um sussuro quase incopreensível. — Mandarei-lhe notícias sobre o estado de saúde dela em breve.

Assim, deixando o olhar de compaixão do proprietário para trás, as duas garotas deixaram o estabelecimento, lenta e desajeitadamente. A médica podia ouvir o choro baixo de sua mais nova paciente. Suas lágrimas escorriam pelo rosto quadrangular até chegarem ao vestido preto que antes deveria ser muito elegante, agora rasgado e destroçado pela brutalidade dos homens. Sua respiração ainda estava acelerada com o pânico, assim como seu coração, que batia de forma descompassada e desoladamente.

Ao chegarem na clínica, uma Katherine espantada logo veio em amparo. Com a agilidade de sempre, as duas colegas de trabalho colocaram a jovem em uma cama no fim do corredor. Elisa podia sentir suas mãos tremendo no ato. Não demorou para que o lençol branco se tornasse vermelho, afinal, Antonia tinha ferimentos graves, os quais levaram muito tempo e paciência para serem limpos e devidamente tratados. Horas depois, a pianista precisou ser sedada para conseguir ter um pouco de descanso, desde que o trauma não a deixava sequer fechar os olhos.

Elisa manteve cuidados especiais sobre ela, por alguma razão inexplicável a médica apenas tinha a sensação de que em breve seus destinos se cruzariam novamente.

Nessa manhã de quarta-feira, vossa Majestade Imperial, o Imperador Ronan Petruskè informou que haverá um evento denominado “A Seleção”. Aparentemente acontecerá da seguinte maneira: serão escolhidas doze donzelas entre o povo, e apenas uma delas será escolhida para ser a futura Imperatriz da Romênia. Então, moças, qual de vocês estará disposta a competir arduamente pelo coração do nosso querido Principe Stephen Petruskè?” Anunciou o locutor de rádio.

Ela apenas não sabia o quão certa estava…


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Notas finais do capítulo

LEIAM!!!
E aí, gostaram? Deu para matar a saudade?O que acharam das belas (e pobres) garotas? Eu, particularmente, acho as três muito interessantes!!!!
Então, caras leitoras, para a criação de tretas e de amizades (ashaushaushau) precisamos da opinião de vocês. Peço, então, para que vocês mandem notas de 0 a 10 para cada menina que aparecer nos capítulos (nesse aqui, no caso, a Adhira, a Elisa e a Antonia) e uma breve opinião sobre elas (a Antonia não dá para saber muito, mas podem enviar mesmo assim hu3). Pode ser por MP ou pelo comentário mesmo! Só NÃO ESQUEÇAM de enviar. Essas 'avaliações' vão ajudar muito no andamento da Seleção! Desde já agradeço!

Até os comentários!!!
xoxo ACE