Burning Hearts escrita por Nati Galdino


Capítulo 6
Kate Beckett


Notas iniciais do capítulo

Keep your secrets with you girl.

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*6 meses antes*
Kate sabia que algo estava errado com Castle, de repente tinha ficado vazio, distante, arrogante e sombrio. Depois que recebera um telefonema de Alexia e tivera que sair correndo no meio da noite para “socorrê-la”, depois do ocorrido Castle não fora mais o mesmo. Na mesma noite ligara para Alexia, para saber o que tinha acontecido, e segundo ela, ela estava em seu apartamento, dormindo com seu namorado e não havia ligado para o pai. Mesmo depois de horas de questionamento Castle continuava a recusar a dizer sobre o que tinha sido o tão repentino e desesperado chamado. Kate optou por desistir, naquela hora, mas saberia o que tivera acontecido de fato brevemente. Não desistira assim facilmente, o marido houvera mudado, precisava saber o que aconteceu.
Os dias foram seguindo o seu curso natural, Kate indo à delegacia para trabalhar e Castle lhe acompanhava como era de costume. Mas algo ainda lhe incomodava, como uma pequena dor de cabeça que se recusa a ir embora. Castle estava ali, mas era como se não estivesse, presente e ausente ao mesmo tempo. Kate era forte por fora, uma mulher corajosa a qual não tem medo de nada e de ninguém, mas quando algo põe em risco o seu pequeno castelo de marfim interno, não sossegaria até por um fim a tal ameaça.
Era tarde da noite, sentados no sofá da sala, estrategicamente separados por uma almofada cor de abobora.
– Ultimamente venho percebido que você está mais para a lua do que para a terra Castle – Kate diz enquanto folheava uma revista, passando as páginas rapidamente, nervosamente, como se tivesse acabado de pisar em uma mina terrestre.
– Imaginação dessa sua cabecinha, estou aqui, sempre estive aqui e sempre estarei – Olhando fixamente para Kate, como um caçador olha para sua presa pronto a dar o bote, diz Castle. – Não se preocupe, tudo vai ficar bem, em breve... – Antes que terminasse de concluir a fala Castle atravessa o que seria o mar vermelho que os separava, se livra da almofada, agarra Kate segurando-lhe pelos ombros, olhando-a profundamente em seus olhos castanho-claro, beijando-lhe os lábios chegando ao ponto de tirar-lhe o fôlego, descendo por seu pescoço fazendo cócegas, e naquela noite entregam-se um ao outro.
Kate não sabia o que era, mas certamente aquele não era Castle. Não por inteiro, falta uma parte dele.

*Quarto Granny’s Diner*
– Não, ela nunca será sua, não deixarei que ela se torne o monstro que você quer que ela vire, não deixarei... – Kate acorda suada como se tivera acabado de correr uma maratona, assustada e gelada, aquela não era a primeira e nem a segunda vez que tivera o mesmo sonho, sempre o mesmo. Começara a ter tais pesadelos de uns seis meses para cá, estaria isso ligado a repentina mudança de Castle? Uma floresta escura, o céu escuro e carregado um clarão como de um raio cortando o céu, clareava a noite e ela então conseguia ver o rosto a quem pertencia a voz apavorada e triste, uma mulher de cabelos castanhos e olhos iguais ao seus, tão intensos que reluziam ao brilho do trovão, não muito alta e nem muito baixa, tinha a altura certa, em seu rosto tinha estampado um certo desespero e tristeza, em seus braços tinha uma criança pequena o bastante para não poder distinguir o que acontecia ao seu redor, e aos seus pés uma outra criança, na idade de mais ou menos quatro anos e chorava compulsivamente. Ela estava gritando para os céus enquanto abraçava fortemente a criança em seu colo, com medo de que algo pudesse levá-la. Seus olhos eram de pura tristeza, as lágrimas rolavam sem cessar. Enquanto outra voz, um pouco mais sombria e rouca sussurrava – Não adianta, você pode esconde-la em vários outros reinos, ela será reclamada, ela foi marcada, a maldição foi lançada e um dia, quando chegar a hora ela virá para mim. – No sonho essa voz não tinha rosto, era apenas um borrão. Um negro, e obscuro borrão.
Levanta, vai ao banheiro lava o rosto, olhando sua figura assustada e pálida no espelho, Kate se pergunta o que estava acontecendo, primeiro Castle tivera mudado e agora esses sonhos. Tentava lembrar quando tudo isso começou. Lembrara da noite que fizera amor com Castle e concluíra que depois daquela noite, seus pesadelos começaram.
O dia amanhecia em Storybrooke, frio, nublado, cinzento, um dia muito mórbido para um domingo de manhã.
O despertador toca acusando seis horas da manhã, Castle acorda preguiçosamente passando a mão por cima da cama a procura de Kate, não estava lá, passando a vista superficialmente pela extensão do quarto e ela não estava lá, em lugar algum.
Descendo as escadas que ficam atrás do Granny’s , a procura pelo estabelecimento, estava um pouco lotado ali, Castle sabia que ali não a encontraria, talvez tivesse ido explorar a cidade ou estivesse na delegacia atrás de respostas. Sentando em uma mesa que milagrosamente estava vazia, bem, quase a não ser por uma moça de cabelo escuros, curtos, usando uma blusa da cor do pecado, sentada elegantemente. Era uma bela visão. Aproxima-se.
– Com licença, posso me sentar? Aparentemente esta é a mesa mais vazia que há por aqui ... – Pergunta Castle, sentando sem esperar uma resposta.
– Você já sentou, porque esperar por uma resposta?! Sentaria de qualquer forma. – Levanta os olhos e lhe lança um olhar tão perturbadoramente intenso que se Castle ficasse mais alguns instantes a encarando seria consumido ali mesmo.
– Desculpe, mas como lhe disse, este é a única mesa “vazia” do local – Movimentando a mão no ar, fazendo o símbolo de aspas ao pronunciar a palavra vazia. – Conheço você de algum lugar, não estou conseguindo me lembrar agora.
– Ora rapaz, não se faça de desentendido, lembra-se perfeitamente de mim .... Na noite anterior ganhei sua atenção. – Bingo! Fui pego na mentira, Castle pensara.
– Estava a testando, é que ...
– Não gosto de teste. – Antes que Castle pudesse concluir seu raciocínio, fora interrompido por uma curta e grosseira resposta.
– Certo, desculpe! Se estou incomodando diga e sairei daqui ... – Levantando-se de vagar da mesa Castle blefa.
– Não será necessário. Não quero que pense que sou uma péssima anfitriã.
– Acho que já conseguiu.
– O que?
– Ser uma péssima anfitriã. – Castle lhe lança um sorriso sínico e em resposta ganha outro. – Posso saber seu nome péssima anfitriã?
– Regina! Regina Mills, a prefeita da cidade. Prazer. – Estendendo a mão em cumprimento a Castle.
– Um enorme prazer em conhece-la senhora prefeita, me chamo ...
– Sei quem é você, Richard Castle. – Bingo! Pego novamente, quem era essa mulher? Castle sabia que bem ali a sua frente tinha um grande mistério. E desvendar mistérios era o que fazia de melhor, e este com certeza ele iria adorar.
* * * * * *
She left a week to roam,
Your protector's coming home.
Keep your secrets with you girl,
safe from the outside world
– Fleet Foxes
O céu ainda estava escuro, os raios solares apareciam vagarosamente cortando a escuridão persistente, o vento que tocava sua pele era frio como o primeiro dia de inverno. Caminhando sozinha pelas ruas de Storybrooke, Kate apreciava a paisagem, era como estar presa em um sonho antigo e muito sem graça. Aquela cidade realmente tivera parado no tempo. As ruas, suas casas, os ares daquele lugar lhe traziam arrepio, precisava fugir dali. Depois de caminhar horas Kate chega ao cais, senta em um dos bancos que tinha por ali. Cansada de sua pequena maratona. Admirando a paisagem, já não mais escura, os raios solares se misturaram em uma bela e perfeita harmonia com o mar, fazendo com que fosse infinito, não conseguia distinguir céu e mar, eram apenas um. Respirou fundo e sentiu uma leve tonteira, o ar gelado cortando suas narinas e congelando seus pulmões. Paz, um lugar calmo. O único lugar dali que não parecia ser de outro mundo.
– Perdida? – Uma voz masculina quebrou o silêncio, abriu os olhos e virou-se para ver quem era.
– Você ... – A figura se aproxima e senta ao seu lado.
– Eu! – Responde
– Robin, certo? – Robin confirma com a cabeça - Bem, Robin, não estou perdida, não totalmente. Precisava caminhar um pouco não tive uma boa noite.
– Acontece, essa cidade pode deixar você louco. – Ele rir e vira para olhá-la, ela tinha olhos lindos, não conseguira distinguir sua cor, uma hora verde outrora castanho, era lindo como a luz do amanhecer tocava sua pele branca, fazendo-a quase reluzir.
– Do jeito como o curso das coisas estão tomando, loucura é um apelido. – Sorri de volta. – O que vocês fazem por aqui, para não enlouquecer.
– Bebemos. – Robin solta uma gargalhada.
– Claro, resolva seus problemas com bebida, resolva suas loucuras com bebida. Tudo se resolve com bebida.
– Então, o que acha? Lhe pago uma bebida, assim você não morre de frio aqui e tenta não enlouquecer.
A ideia era tentadora, beber até sua alma deixar seu corpo, até sua loucura passar, ou não. Estando dividida entre o sim e o não. Não o conhecia direito, não sabia nada ao seu respeito, mas faria de tudo para fugir dali nem que fosse por algumas horas.


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Notas finais do capítulo

Peço milhares de desculpas pela minha demora. Espero que tenham gostado.



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