Eduardo POV

Eu corri pro meu carro o mais rápido que consegui e dirigi igual a um louco até a casa dela... Eu tinha que falar com ela, eu tinha que dizer que eu estaria do lado dela nesse momento... Que não importava a distância a que estaríamos, eu iria continuar amando ela... Ela tinha que ouvir isso, nem que eu a amarrasse em uma árvore.

–Bia! – eu gritei no portão da casa. – Bia!

Ela abriu janela do segundo andar, me olhando assustada.

–O que você está fazendo aqui seu louco, retardado, idiota, irritante... – ela gritava em plenos pulmões.

–Você não pode ir embora, Bia...

Ela parou de falar e me olhou.

–Como você sabe disso?

–Mili me contou.

–Eu disse para ela não contar pra ninguém...

–Bia, é verdade? – ela saiu da janela e apareceu na porta da casa.

–Entra... – ela disse e eu sorri.

–Me diz... É verdade? – eu a olhei, não podia ser verdade.

Batriz POV

–É verdade...

–Mas porquê?

–Eu estou doente, Duda, e aqui no Brasil não tem o tratamento específico para o que eu tenho.

–E o que você tem?

Eu me sentei no sofá da sala, e escondi o rosto nas mãos.

–Eu não quero falar sobre isso...

–Bia, por favor. – ele se sentou ao meu lado.

–E você não deveria estar aqui, para ínicio de conversa...

–Eu tinha que vir, tinha que pedir pra você não ir embora... Eu não posso deixar você ir embora, Bia... Eu morreria se isso acontecesse...

Eu ri sem humor.

–Deixa de ser dramático.

–Dramático? – ele se ajoelhou na minha frente e segurou o meu rosto. – Eu te amar e pedir pra você não ir é ser dramático?

–Não comece com apelação emocional Duda, por favor... – eu tentei me levantar, mas ele me impediu.

–Não é apelação emocional, é a verdade...

–Mesmo que seja a verdade... Eu não posso ficar... Não tem tratamento pra mim aqui.

–E se eu pedir pra ir com você...

Eu o olhei surpresa, ele queria ir comigo para França...

–Sua irmã não deixaria você ir.

–Já sou maior de idade, não preciso da permissão dela.

–Mas...

–Sem mas, eu vou com você e ponto final!

–Mas antes você terá que terminar a escola assim como eu.

–Então... – ele sorriu. – Posso-me considerar seu namorado?

Eu ri.

–Não.

–Porque não?

–Você não pediu! – eu sorri.

–Então eu vou pedir... – ele se ajoelhou na minha frente. – Beatriz, aceita namorar comigo?

–Aceito, né? Senão você iria ficar me agarrando na escola. – eu ri.

–Iria mesmo. – ele me abraçou.

Eduardo POV

Eu fiquei a tarde toda na sua casa. Seu pai se surpreendeu ao me ver na sala, deitado com a cabeça no colo de Bia. Eu pensei que ele me mataria. Ele simplestemente riu e passou.

–O que você faz aqui, garoto? – Carol perguntou, me olhando.

–O que você acha? Visitando a minha namorada.

–Aleluia! - Ela e Bia riram.

Beatriz POV

Tá bom… Eu nunca me senti tão o centro das atenções como agora... A culpa é do Duda, que cismou em me trazer pra escola hoje. Deu vontade de bater nele...

–Que cara é essa? – ele sussurrou, me olhando.

–O que você acha? – eu o olhei. – Vamos logo... - eu o puxei pra dentro da escola.

Ele só sorria. Argh! Irritante...

–Dá pra tirar esse sorriso da cara, por favor?

–Não...

–Porque você está tão feliz?

–Porque eu estou namorando com uma garota maravilhosa... Conhece ela? – eu sorri, começando a ficar um pouco corada.

–Olha… Eu não conheço, então é melhor eu ir antes que ela apareça, né? – eu ri baixo.

–Não vai não... – ele puxou minha cintura, me beijando.

–Duda... – eu tentei começar a falar, mas foi em vão.

–Eduardo, Beatriz sem agarração dentro da escola. - eu me separei de Duda e olhei para a monitora Ernestina.

–Desculpe. – eu falei. Depois que o monitor se afastou, eu dei um tapa no ombro de Duda.

–Ai, tá doida?

–É você que está doido! Fica me agarrando no meio do corredor... – eu bufei. Ele sorriu.

–Você fica linda, quando tá brava. – ele me olhou e eu senti meu rosto esquentar.

–Idiota. – eu me virei, e andei até ao meu armário. Ele correu até mim e me abraçou pelas costas, sussurrando no meu ouvido.

–Você me ama mesmo assim... – ele disse, dando um beijo no meu pescoço.

–Duda, pára... Não quero ganhar suspensão. – ele suspirou no meu ouvido, me fazendo arrepiar.

–Tá bom, a sua sorte é que eu escuto tudo que você fala.

–Acho bom que escute, mesmo. – abri meu armário, pegando meu livro de biologia.

Ele sorriu.

–Mandona! - ele deu um beijo no meu rosto.

–Chato! – eu olhei pra ele.

–Linda. – ele me 'prendeu' no armário.

–Bobo. – eu o encarei.

–Maravilhosa. – ele me olhou.

–Idiota. – eu dei língua pra ele.

Ele sorriu e mordeu minha língua de leve. Eu o empurrei.

–Sossega!

–Tá bom!

–Bom, Duda… Tenho que ir… Tenho aula agora. – eu dei um selinho nele. – Tchau! – eu sai andando. Ele segurou meu braço.

–Hey... Não vai me esperar, não?

–Duda, você não tem aula comigo.. –ele sorriu.

–Quem disse que eu não tenho?

–Como assim?

–Eu tenho algumas aulas contigo.

–Sério?

–Aham... Vai ter que me aturar por muito tempo.

Eu sorri.

– Te agüentaria pra sempre, se você quisesse. – eu sorri, o enchendo de beijos.

–Até quem fim - diz Mili atrás de nós, com Mosca de mãos dadas com ela.

–Cara, tava demorando em?! - Disse Mosca rindo.

–Calaboca seus chatos, vamos pra aula ou vamos chegar atrazados.- Eu disse rindo, puchando Mili comigo e deixando os dois idiotas pra trás.

– Ei esperem! - Duda e Mosca correndo até nós. Mosca coloca o braço emvolta do pescoço da Mili e Duda segura a minha mão da Bia e me da um beijo no rosto.

–FIM-