Infame escrita por Apiolho


Capítulo 29
Capítulo 29 - Ainda te odeio


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos! *-*

Demorei? Espero que não, pois o próximo é o FIM! Nossa, já está me dando uma nostalgia e um sentimento de término.

Quero agradecer muito a que comentou, suellencraft. Realmente significou demais para mim e motivou-me a beça. Uma honra. Agradeço igualmente a suellencraft por favoritar, deu uma cor a mais e me ganhou meu dia!

Espero que gostem, pois faço para vocês.



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Capítulo vinte e nove

Ainda te odeio

“A grandeza vem não quando as coisas sempre vão bem para você, mas a grandeza vem quando você é realmente testado, quando você sofre alguns golpes, algumas decepções, quando a tristeza chega. Porque apenas se você esteve nos mais profundos vales você poderá um dia saber o quão magnífico é se estar no topo da mais alta montanha”

(Richard Milhous Nixon)

 

Fiquei no portão, observando os dois conversando, alguns gestos alterados que demonstravam que não estava indo muito bem. Percebi que era loira, o cabelo liso e o jeito da sua prima, até o rosto era parecido. Era bem bonita, mais do que na imagem do computador, tinha de admitir, todavia ainda preferia a mim. Em uma competição eu ia ser a miss mundo, já ela talvez conseguiria passar em alguma cidade ou Estado.

O sinal bateu. Rostos desconhecidos e que já tinha visto, entre eles uma Anabelle bastante desesperada enquanto corria em minha direção. Já Charlotte estava mais tranquila, caminhando ao lado do Jordan. Em alguma conversa que tivemos devo ter escutado que os três eram da mesma sala.

— Desculpa. — começou.

Fiz a minha expressão de dúvida.

— Pelo quê? — quis realmente saber.

— Por ser amiga da Valentina e não ter te contado que ela queria fazer as pazes com o Josh. — jogou tudo de uma vez na minha cara de maneira eufórica, cuspindo em alguns instantes no meio da frase.

— Eu já sabia da sua amizade com ela, vi uma foto das duas. Mas falou tarde, eles já estão juntos. — comentei, apontando para o local onde se encontravam.

O silêncio se estabeleceu entre nós, contudo fomos interrompidas por uma pessoa saltitante e cheia de purpurina. Sendo que o carnaval já tinha passado, mas ainda insiste em usar aquele gloss cheio de glitter, ao ponto de ter alguns resquícios em sua bochecha, queixo e nariz.

— Que tal vermos um filme hoje a noite? Com direito a muitas guloseimas e bebidas. — propôs a Charlie, que não tinha conhecimento do conteúdo da nossa conversa, apesar de parecer. Todavia Sales me olhou como forma de consolar-me.

— Agora gostei da ideia, mas que tal mais tarde? Tenho de passar na biblioteca primeiro. — declarei, e era verdade, nada como ler aquele belo livro de suspense, distopia e terror. George R.R. Martin, Tolkien e Agatha Christie que me esperem.

— Quer companhia? — questionou a Florewce, sem animação.

Prefiro ficar sozinha a estar com contadores de final. Esses que tem lugar do lado do diabo, para aproveitar um belo chá enquanto ficam preparando qual o próximo spoiler a dar.

— Vou demorar. — e essa foi a minha deixa de que estavam liberados da tortura que era me esperar terminar a leitura. E ainda ficarem ouvindo a minha histeria em algumas cenas.

Despediram-se de mim. Dando as costas para a minha curiosidade, a minha primeira paixão, corri para analisar a capa, tocar e apreciar cada parte de algum enredo que me interessasse. Sem amor, baboseira ou aquilo de “eu te amo, eu também, vamos namorar? Sim! Então chega a ex para estragar o relacionamento”.

Passei pelas prateleiras e vi Lindsay perambular pelo mesmo local, no entanto pouco me importei. Simplesmente procurei o gênero de horror e peguei um que falava sobre lobisomens, mas não do estilo de filme adolescente, e sim do tipo sanguinário.

— Não é meu. — A voz era de algum conhecido, escutando bastante alto para o meu gosto, igual a bibliotecária. Isso quer dizer que conteve a algazarra pessoalmente.

“A floresta de noite dava um ar mais sombrio, cheia de árvores e plantas que continham espinhos, todavia era o que menos dava medo. Os sons inusitados e constantes era o mistério que rondava desde que cheguei ao acampamento, que não parecia ser nem de leão, cão selvagem...”

— Pare! — escutei próximo a mim, o que foi o impulso para que não tivesse mais vontade de continuar a leitura fechasse o livro. Dirigi-me ao ponto que se encontrava a fala, vendo que minhas suspeitas eram reais. Ross abaixada, com a mão na face, e sozinha.

Aproximei-me dela, pegando no seu braço sem que pudesse se defender. A revelação foi de uma mancha vermelha em sua bochecha, tanto que um olho estava um pouco fechado por conta disso.

— O que aconteceu? — comecei, levando-a para a mesa que sentava antes.

— Eu posso estar grávida, mas o George disse que não é dele. — nem sequer pensou em me irritar, dizer que não ia contar. Algo demasiado preocupante, e era.

— Pode? — essa era a maior dúvida, principalmente por compreender o que tinha ocorrido.

— Ainda não fiz o exame. — a burrice dela chega a me impressionar.

Larguei a possibilidade de terminar a história e levei-a para fora do portão, colégio, e empurrei-a para entrar no primeiro ônibus que apareceu. Nem sequer fui vistoriar se o antigo casal ainda estava lavando roupa suja na frente da instituição. Até porque tinha percebido que era justo o que precisava.

— Vai me sequestrar? — sussurrou, fazendo-me rir disso.

Ainda conseguia vibrar por dentro com a covardia dos outros para comigo.

— Pior, vamos comprar testes de gravidez. — declarei, vendo-a tremelicar ao meu lado.

Descemos próximo a farmácia mais barata da cidade, notando neste instante o quão tola também era. Em meus bolsos apenas tinha quantia para comprar alguns doces para comer.

— Tem dinheiro, não? — questionei, tremendo pela possibilidade da resposta ser negativa. Então adeus balas que amo, pois jamais ia chegar nesse local sem necessidade.

— Claro, se não já tinha falado. — confesso, suas palavras me tranquilizaram.

Entrar naquele lugar era vergonhoso demais, contudo conseguimos pedir o produto após algumas gaguejadas por parte dela. Foram três de uma vez para não termos dúvida, todavia como não tinha banheiro tivemos de encontrar outro lugar para isso.

— Nunca iremos achar um local. — disse depois de um tempo.

— Tenho um, porém não se irá gostar.

— Tudo bem. — aceitou, talvez por estar tão cansada de andarmos por aí sem encontramos um lugar que deixasse irmos no banheiro, principalmente sem sermos cliente.

Ela pouco falava, virando a cara, como se ainda fossemos inimigas. Subimos no transporte, depois de conseguir obter os alimentos que desejava. A mensagem da Charlie indicava que o encontro seria em sua casa, informando apenas aos outros que levava uma companhia.

Quando cheguei nos receberam de maneira receosa, por conta da Lindsay ser a pessoa que estava comigo. Talvez por acharem que fosse ele. Tanto que já fechavam a porta na nossa cara.

— Vão querer dispensar um belo sorvete de chocolate, salgadinhos, confeitos com amendoim e bolachas? Não teria problema de comer tudo sozinha. — pronunciei-me. E a reação foi a melhor possível ao ter uma recepção completamente diferente, tanto que me ajudaram a levar as bolsas.

A distração deles serviu para que fosse ao sanitário, sendo que servi de vigia para que ninguém entrasse. Apenas esperando o resultado, para depois conversamos sobre a paternidade. Quer dizer, ela e o ex amigo do Deboni. E ao aparecer até a minha pessoa ficou curiosa pelo que ocorreria.

— Não acredito. Três negativos. — segredou.

Então fizemos a festa juntas, até nos abraçamos. Pelo menos jamais precisaria voltar a conversar com o George, mesmo que antes nem precisasse. Só que em alguns instantes simplesmente me soltou e fitou-me de uma forma estranha.

— Ainda te odeio. — a maior declaração.

— Querida, não vá achando que o sentimento não é reciproco. — revidei, vendo-a gargalhar por conta da informação. Acompanhei-a, mesmo que não fosse tão escandalosa quanto a dela.

Digo que foi pelo grito que Jordan chegou, chamando-nos para ver o vídeo. E incrivelmente, uma novidade e tanto, foi de comédia romântica. Todo aquele papo de amor, momentos de fofice, e o drama usual. Água com açúcar me cansava, por lembrar que neste instante um certo casal estava se unindo e beijando-se.

— Está bem? — sussurrou a Belle para mim.

Observei ao redor, procurando uma maneira de trocar de assunto ou achar algum argumento plausível para estar me sentindo mal. A primeira da lista estava com uma almofada no colo, suspirando e chorando pela cena que passava. Se até ela abalava-se com a paixão, por que comigo não? Enquanto os outros pareciam prestar atenção a trama.

— A que está se referindo? — fiz-me de desentendida.

— É feio esconder de uma amiga que está preocupada e imaginando o que minha amiga e ele estão fazendo. — disse.

— Se eu o amo, é normal sentir-se assim? — experimentei como era quando várias pessoas te observavam ao mesmo tempo novamente, que não acontecia desde que passaram a me ignorar pelos corredores da escola.

— Com certeza. — elucidou.

Ao perceber os três estavam me abraçando, menos a que trouxe para cá. Todavia fiz questão de empurrá-la para perto de nós.

— Pensava que nunca ia nos contar. — comentou o Sales. Então acho melhor nem falar do beijo.

Conclui que o amor tem tantas ramificações, caretas, está longe de ser perfeito. Causa-nos dúvida, aflição, dor, todavia é algo que nos deixa viva. Nada semelhante aquela Amie que vivia brigando com todos.

Foi neste instante que meu pai me ligou.

22 de agosto, conhecido como aniversário da evil queen.

Nem quis uma festa grande, apenas recebi o pessoal de sempre, como Anabelle, Joshua, Charlotte, e até a Lindsay na lanchonete perto de onde estudamos. Minha mãe estava no trabalho, por isso encontrava-se ausente. Desde aquele dia eu e Joshua não nos falamos, por isso foi uma surpresa vê-lo passar pela porta.

— Eu sei, não deveria estar aqui. — comentou ao dar seu presente, seus olhos transmitiam dor, saudade e arrependimento. Nisso que me prendi.

Abri o embrulho e descobri ser um lindo colar.

— Coloca para mim? — foi bem baixinho. — Assim como você me disse quando achava que nunca ia me perdoar, somos amigos. Não é? — declarou.

— Sim, ainda. — declarou, beijando a minha nuca ao terminar de fechar a corrente. O arrepio que senti foi maior na última parte citada e pelo seu ousado gesto. Uma palavra tão pequena, todavia que significa tanta coisa.

Não ocorreu nada depois, teve que sair cedo. Comemos o bolo e uns salgadinhos, acompanhada de um refrigerante ou suco de uva. E depois de um tempo recebi outra chamada, novamente da pessoa que me abandonou.

Conhecia isso quando despedi-me da pessoa que me criou sem contar o meu destino, entrei no carro dos pais da Stuart e percebi o movimento e vários prédios e casas passar por entre a janela. Um detalhe foram as pernas, que tremeram ao pararem, apesar de ser agarrada pela Charlie quando segurei-me no portão.

Suspirei e inspirei ao tocar a campainha, pouco sabendo se fugia ou continuaria em frente. Teria de encarar a pessoa que fez-me ser pior do que antes, que mesmo sendo inexpressiva passou a não ligar para o que os outros achavam ou sentiam. A minha mente alertava para que saísse dali, meu coração para ficar, enquanto o corpo seguia estagnado. Cacete, estava mesmo nervosa.

— Filha? — estava mais velho do que lembrava, umas partes brancas cintilavam seu cabelo, todavia continha um sorriso no rosto. É, voltar atrás era impossível para mim.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da conversa com a Lindsay? Da rápida aparição do Joshua? Da tarde de filme?

Quero muito, muito mesmo, saber a opinião de vocês. Se quiseram comentar com o que pensaram do capitulo, o que querem ver, se é mais da relação com as amigas, do pai, Amie e Joshua. A conversa, palpites sobre a conversa, tudo isso!

A imagem não é minha. Se tiver erros podem avisar.

Comentar me ajuda muito. Assim como quem quiser recomendar que nem as outras três divas me deixaria mega contente. Um presente e tanto, se acharem que mereço. Uma motivação com toda a certeza.

Até a próxima. Beijos.



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