Don't Let Me Go escrita por Ary Chases


Capítulo 2
Never Let You Go


Notas iniciais do capítulo

Hey, mil desculpas pela demora, mas eu espero que gostem da parte dois desse epílogo criado por mim, o.k.?
Capítulo todo dedicado a KarenInSpacey



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{Quatro anos depois...}.

O barulho dos pés da garota batendo nervosamente contra o chão era um dos únicos sons audíveis no quarto. Tudo permanecia em silêncio e quieto, exceto por ela que andava de um lado para o outro olhando fixamente para a tela de seu celular como se esperasse algo muito importante. Algo que provavelmente mudaria sua vida.

– Olive, você vai acabar fazendo um buraco no chão se continuar desse jeito! – Repreendeu Chyna, impaciente, quase tonta de observar a melhor amiga. Olive sorriu, forçadamente para disfarçar o nervosismo que pesava em seu corpo.

Elas tinham acabado de se formar no Programa de Talentos e já recebiam ótimas oportunidades de influentes Universidades do país. Chyna, por exemplo, passou com uma bolsa integral para a Julliard. Olive por sua vez, já recebera e-mails de Harvard e Yale, mas nenhuma das duas era mais importante do que a que ela mais ansiava no momento.

Um grito saiu da boca dela quando seu celular apitou o coração batendo rápido no peito com a possibilidade de ter sido aceita.

– Olive? Olive?! OLIVE! – Chyna gritou, passando na frente dos olhos arregalados da garota, que teve a reação mais improvável de todas e a puxou para um abraço.

– Eu passei Chyna! Fui aceita! – Olive gritou eufórica como nunca.

– Foi aceita no quê? – Perguntou ainda mais confusa.

– Na Universidade de Nova York! – Chyna abriu a boca em um perfeito ‘o’, então ela ia... – Vou finalmente ver ele! Dá pra acreditar? – Ele era talvez a pessoa que Olive mais queria ver no momento: Fletcher. As aulas dele já tinham acabado, obviamente, mas o garoto preferiu ficar mais um ano para um estágio. Isso o daria o direito de possuir obras no museu.

Desde que se mudou, ele e Olive sempre tem se comunicado por telefonemas, vídeos conferências e até mesmo cartas. Mas nunca mais se viram.

– Sabe que isso quer dizer que também vai encontrar ela, não é? – Chyna comentou, medindo as palavras.

Ela. Lucy Gail, mais conhecida como namorada dele.

Conheceram-se há mais de um ano, no período em que a Universidade acolheu artistas em intercâmbio. Lucy tinha vindo de Paris e ia ficar apenas uns meses, mas quando eles começaram a namorar – semanas depois – ela recebeu uma bolsa e também se tornou artista em residência.

– Por favor, Chyna! Estou indo encontrar meu melhor amigo de infância que não vejo há quatro anos e não meu ex-namorado cujo qual terminei apenas para que ele pudesse seguir seus sonhos. – “Não é a mesma coisa?” Chyna pensou, mas preferiu não perguntar mais nada. Afinal, nem ela sabia se Olive ainda sentia algo por Fletcher.

– Espera, não terminou com o Dave por causa dele, então? – Aquela pergunta pegara a loira de surpresa. Não, definitivamente não. Terminara com Dave porque ele não era tão inteligente quanto ela, além de ser um canalha de primeira classe.

Então, simplesmente negou com um movimento de cabeça. Fletcher não tinha nada a ver com isso... Ou será que tinha?

Bem, isso ela descobriria quando chegasse à Nova York, por enquanto o máximo que podia fazer era permanecer com sua dúvida e claro, dar a notícia de sua viajem ao próprio. E foi exatamente o que ela fez.

~//~

“Hey, Fletcher!

O que acha de uma visitinha?

Espero que esteja pronto pra me receber em Nova York daqui a alguns dias.

Xoxo, Olive”

O garoto leu e releu aquela mensagem pelos minutos que se seguiram. O que aquilo poderia significar? Como assim “visita”? Estava prestes a discar o número da loira quando foi interrompido.

– O que foi Fletch? O que tanto olha nesse celular? – Lucy perguntou, acariciando o rosto dele, que sorriu e devolveu o aparelho ao bolso da calça. Ela depositou um selinho nos lábios do garoto que por um minuto quase se esqueceu de Olive, quase.

– Ah, nada. Pode esperar? Eu tenho que fazer uma ligação. – A morena bufou já sabendo pra quem seria.

Olive de novo? – Perguntou neutra. – Dá pra esperar, não dá?

– Dessa vez não. – Respondeu. – É importantíssimo.

– Ok, eu volto depois que você falar com ela. – O jeito como pronunciara, assustou Fletcher. Olive era sua melhor amiga, a namorada podia tentar entender que ele jamais perderia o contato com ela, mesmo que fosse sua ex-namorada.

Imaginou como ela estaria. Será que mais alta? Mais bonita? Deixara o cabelo crescer e estava usando solto ou adotara a ideia de Chyna de que curto é melhor? E seus olhos? Continuavam lindos e expressivos ou o tempo a tornara fria? Será que ainda usava factoides interessantes em suas frases?

Seu coração começou a bater mais rápido com a possibilidade de vê-la novamente e o garoto se assustou. O que estaria sentindo? Saudades de sua amiga, certo? Não temia que ainda sentisse alguma coisa por Olive, o tempo curara esse amor. Ele conhecera Lucy e estava muito feliz com ela, certo? Certo. Não havia a mínima chance dele ainda amar Olive. Ele a esquecera assim como ela o esqueceu.

Vejo que recebeu minha mensagem. – Comentou assim que atendeu no terceiro toque. Fletcher franziu a testa, mas logo percebeu o quão inútil tinha sido, já que ela não podia ver. Colocou as mãos dentro dos bolsos de seu moletom e sorriu.

– Recebi sim, Olive, só não sou tão inteligente quanto você, então poderia me explicar o que quis dizer com visitinha? – Do outro lado da linha, pôde ouvi-la rir suavemente. A risada dela continuava incrível.

Nada... – Começou, sem emoção visível. – Só que eu fui aceita na Universidade de Nova York e estou me mudando pra lá semana que vem. – Os olhos do garoto se arregalaram e ele não conseguia conter o sorriso. Olive iria morar em Nova York.

– O QUÊ? Olive se for uma brincadeira sua... – Ameaçou, mas ela não sentiu medo algum, apenas riu mais alto.

Não é seu bobo! Eu fui aceita, ganhei uma bolsa! – Disse. – Não precisa me buscar no aeroporto ou me levar pro hotel, eu te encontro quando der e... – Ele interrompeu.

– Claro que eu vou te buscar no aeroporto e te levar pro hotel! – Respondeu. – Se quiser, carrego até suas malas, sua maluca!

O.K. Então... Eu te passo o dia e a hora que chego aí por mensagem depois.

Estarei aguardando. Tchau Olive. – Sorriu.

Tchau Fletcher. – Riram, eles estavam tentando prolongar a despedida como fizeram há anos.

– Tchau.

Tchau. – E desligou.

Daqui a uma semana eles podiam estar conversando tudo isso cara a cara.

E a possibilidade assustava a ambos.

~//~

“Senhores passageiros, apertem os cintos. Estamos pousando em Nova York imediatamente.”

Olive ouviu a aeromoça dizer e fez o que pediu. As mãos suando como nunca suaram na vida. Imediatamente. Esse era o tempo que tinha pra pensar no que faria quando encontrasse com Fletcher.

E esse tempo passou tão rápido que quando voltou a si, várias pessoas estavam se locomovendo pelo avião e saindo estrategicamente. Ela olhou pela janela e suspirou. Estava mesmo em Nova York, não era sonho dessa vez.

Ajeitou o cachecol que usava e fechou o zíper do casaco, colocando a mochila com seu notebook e fones de ouvido nas costas e indo para a fila de pessoas que saíam do local.

A primeira coisa que conseguiu pensar quando finalmente colocou os pés em Nova York, foi que Fletcher deveria ter sofrido pra se acostumar ao clima frio da cidade. Sério, ela teve que pôr o capuz do casaco e agradecer aos céus por Chyna tê-la feito usar botas em vez de suas sandálias de salto favoritas ou com certeza, ela congelaria.

Esqueceu imediatamente todo o frio que percorria seu corpo quando o viu.

Como Fletcher havia conseguido ficar ainda mais bonito em apenas quatro anos?

Ele usava um casaco azul e parecia meio perdido enquanto com uma das mãos segurava uma placa escrito: “Minha Grande Amiga Olive”. A outra estava em um dos bolsos do casaco. Isso não tinha mudado, pelo menos.

Fisicamente, mudara tudo. O corpo do garoto estava em uma boa forma tão atlética que a loira teve que piscar os olhos algumas vezes antes de ir ao seu encontro.

Fletcher já estava pensando que Olive havia feito uma brincadeira com ele, quando a viu. Um suspiro escapou de seus lábios quando os olhos dos dois se encontraram. As sensações de quando trocaram o primeiro beijo se tornando cada vez mais visíveis. Suas mãos suavam, seu coração parecia querer saltar do peito e um frio na barriga que o arrepiou por alguns instantes.

As bochechas da garota coraram – talvez por causa do frio – e ela sorriu largamente. Ele não pôde evitar deixar a placa cair e a puxar para um abraço. Sentir seu corpo de encontro ao dela era uma das melhores sensações que já sentira em todos esses anos. Chegava a ser melhor do que todos os abraços que os dois já trocaram. Talvez porque não fossem mais adolescentes, talvez pela saudade ali presente.

– Eu senti tanta saudade de você, seu idiota! – Comentou, segurando as lágrimas que ameaçavam descer de seus olhos. Nada de chorar, não agora.

– E eu então, tonta? – Os dois riram. – Você está tão bonita! – Exclamou, fazendo-a corar novamente.

– Eu sempre fui bonita. – Ela disse para quebrar o clima, mas a vontade era dizer que ele estava mais lindo do que nunca, que seu sorriso continuava a causando arrepios e que seus lábios... Eles continuavam tão convidativos...

Ela ignorou o impulso de revirar os olhos e eles se abraçaram novamente.

Ele precisava muito daquilo. Ele precisava dela.

– Então, vamos? – Disse Fletcher. – Eu tenho que te mostrar Nova York, certo? – Ela assentiu e ele esperou, enquanto foi buscar suas malas com a companhia aérea.

Foi então que percebeu.

Olive podia ter mudado, ficado mais alta, mais bonita, mais madura... Mas seus sentimentos por ela não. Ele ainda sentia algo por ela, tinha certeza.

O que era péssimo, já que os dois tinham namorados e... O que ele estava pensando? Talvez fosse só a saudade de Olive, claro que não gostava mais dela, certo?

– Então, como vai a Lucy? – A loira perguntou, digitando algo em seu celular. Quando percebeu que ele a observava, sorriu. – É a Chyna, ela quer saber se cheguei bem e se estamos juntos. – A frase era tão comum, mas podia significar tanta coisa. – Digo, se eu já te vi. – Ele assentiu brevemente e depois que os dois gravaram um vídeo para a amiga, continuaram o caminho pelas ruas de Nova York.

– A Lucy está ótima! – Respondeu de repente, se lembrando da pergunta anterior. – Talvez se encontre conosco mais tarde. – Olive assentiu. – E o Dave? – A pergunta a pegara de surpresa. Claro que tinha contado a Fletcher que estava namorando Dave, só não contou que eles terminaram uma semana antes da viajem.

– Ah, eu terminei com ele. – A reação do garoto foi de surpresa. – Você sabe, é muito difícil agradar a Olive aqui. – Eles riram e por um momento ele sentiu vontade de perguntar uma coisa que sempre quisera perguntar à loira.

– Eu consegui agradar a Olive? – Ela se assustou, tanto com a pergunta como com o quão perto ele estava da mesma. Tão perto que ela cometeu o erro de olhar em seus olhos e sentir todas as sensações que evitara nesses anos, saudade, paixão, mágoa...

Ele aproximou o rosto dela, a ponto de que os lábios dos dois se roçaram, ela fechou os olhos aproveitando o efeito de Fletcher sobre ela e sussurrou em seu ouvido:

– Você sempre vai me agradar, Fletcher. – Foi a deixa que ele precisou para unir os lábios aos dela. O beijo começou como um pequeno selinho e foi se tornando necessitado e urgente com toda a intensidade possível. As mãos dela soltaram as malas e foram de encontro aos fios perto da nuca dele, ela puxou devagar e moveu a outra até o pescoço do garoto. Fletcher puxou-a mais pra perto de seu corpo e enlaçou os braços em sua cintura firmemente enquanto pedia passagem para aprofundar o beijo, passagem essa que Olive cedeu sem relutância. Ela arfou, fazendo um pequeno sorriso se formar nos lábios dele. Fletcher mordeu o lábio inferior dela antes de encerrarem com pequenos selinhos e as mentes finalmente voltarem a funcionar.

Foi quando perceberam a gravidade do que haviam acabado de fazer.

Os dois se soltaram imediatamente constrangidos. Olive pegou suas malas e se afastou, atendendo ao telefone que tocava.

– Oi Dave. – Disse chamando a atenção de Fletcher. – Sim, eu já estou em Nova York, obrigada por se preocupar. – Ela sorriu, eles ainda eram amigos. – Ah, a Chyna não estava conseguindo falar com... Espera um minuto? – Retirou o celular da orelha e constatou o que o ex já havia falado: inúmeras ligações perdidas de sua melhor amiga. Talvez estivesse muito ocupada beijando Fletcher pra atender... Mas jamais diria isso em voz alta. – Meu Deus! Desculpe-me! Não, acho que devo ter deixado o celular no silencioso dentro da mala... – Eles riram, mas ele tinha que voltar naquele assunto. – Não, Dave, desculpe. Conversamos sobre isso mais tarde, sim? – Suspirou. – Beijo.

– Era o Dave? – Fletcher perguntou se arrependendo no mesmo instante que percebeu o quão idiota havia sido a pergunta. Fala sério, ela disse o nome dele pelo menos umas quatro vezes. Olive assentiu com cautela. – O que ele queria? – Ela teve vontade de dizer que ele não tinha nada a ver com isso, mas ele ainda era seu melhor amigo, não era?

– Queria outra chance. – Suspirou. – Voltar comigo e tal.

– E você...? – Aquela pergunta fora demais para a loira. Tinha acabado de beijar Fletcher com toda a loucura e paixão e agora ele estava perguntando se ela voltaria com Dave?

– Acabamos de nos beijar, Fletcher. Eu não vou falar com o Dave. – Respondeu com um leve sarcasmo na voz. – Pelo menos não agora.

– Ah, Olive, quanto ao beijo... – Ela o interrompeu.

– Eu sei, foi a saudade, quatro anos sem nos vermos... Fica tranquilo que ninguém vai ficar sabendo disso, principalmente a Lucy. – Ela sorriu. – Não significou nada mesmo, certo? – O garoto assentiu com um pouco de receio.

Errado. Tinha significado tanto que ele mal sabia o que dizer o que sentir... Suas emoções estavam tão embaralhadas quanto uma sequência de números aleatórios. Mas a única coisa que sabia era que aquele beijo foi significativo para ele. Por um momento, uma enorme tristeza o invadiu em saber que para ela não tinha sido nada. Sentiu a dor de quando a viu partir pela janela do táxi há quatro anos se apoderar de seu corpo novamente.

Ao invés de deixa-la transparecer, ele pegou as malas da garota novamente e a observou andar até um táxi e dar o endereço do hotel. Quando já estavam dentro do veículo, o clima pesado prevaleceu e enquanto Olive se deslumbrava com a cidade de Nova York, ele pensava no quanto foi idiota em deixar uma mulher como ela escapar pelos seus dedos.

Foi aí que sua ficha caiu: Fletcher jamais deixara de amar Olive.

Tomara sua decisão, nem todas as Lucys do mundo valiam por ela. Precisava terminar seu namoro agora mesmo.

Mas antes... Tinha que descobrir se Olive ainda sentia algo por ele e faria isso do seu jeito. O jeito que a conquistara no passado.

E não desistiria tão fácil dessa vez.

~//~

– Esse é o seu hotel? – Perguntou o garoto tão surpreso quanto Olive.

– Bem... Eu acho que sim. – Respondeu. – Foi a Universidade que escolheu, mas é temporário. É que eles não conseguiram nenhum apartamento vago no prédio de lá.

– Uau. – Disse Fletcher arrancando algumas risadas dela pela primeira vez desde que aquilo aconteceu.

– Você vai ficar aí admirando ou vai me ajudar a fazer o check-in? – Ela ironizou e ele deu a língua. – Fletcher, você continua o mesmo.

– Ok, ok. Vamos conversar sobre o quanto eu sou infantil ou vamos entrar nesse hotel gigantesco? – Eles riram juntos. Olive pareceu analisar as duas perguntas.

– Conversar sobre sua infantilidade é tentador, mas eu estou cansada da viajem então vamos logo. – Ela ia entrar com a mala, mas ele a impediu, tomando-a de suas mãos e fazendo um sinal para que entrasse primeiro. A loira se surpreendeu com a gentileza e assentiu, passando pela porta giratória.

Fletcher sorriu por tê-la surpreendido, seu plano já estava sendo botado em prática. Ele entrou segundos depois com a bagagem e passou na frente indo até o balcão principal.

– Oi, o que o casal deseja? – Perguntou a recepcionista, constrangendo os dois.

– Na verdade, nós... – Olive começou, mas Fletcher a interrompeu.

– Estamos procurando o quarto reservado para a mais nova estudante de New York University. - Respondeu rápido.

– Ah sim, deixe-me dar uma olhada aqui... – Pediu a moça, sorrindo simpaticamente. – Aqui, quarto 208, sexto andar.

– Obrigada. – Olive se manifestou, pegando a chave.

– Por nada, espero que vocês dois tenham uma ótima estadia, são um belo casal. – O rosto da loira corou e para piorar a situação, Fletcher passou o braço ao redor de seu pescoço e depositou um beijo em sua bochecha. Ela resolveu entrar no jogo e passou a outra mão pela cintura do garoto, pousando sua cabeça sobre o ombro do mesmo. Eles sorriram e acenaram para a recepcionista, que estava maravilhada com a cena “romântica”. Só quando já estavam dentro do elevador, se soltaram e não conseguiram mais segurar a risada.

– Ela achou mesmo que a gente fosse um casal? – Perguntou Olive, entre risos.

– Não só achou, acho que ela estava quase pegando o celular pra tirar uma foto nossa juntos. – Eles riram ainda mais, até que o elevador parou no andar que ficariam.

Eles saíram, entraram no quarto – que era incrível – deixaram as malas e foram almoçar com a namorada de Fletcher, Lucy.

Na verdade, esse almoço era apenas para que ele tivesse um pretexto para terminar com a garota. Afinal, solteiro seria bem mais fácil de descobrir os enigmas de Olive, mais conhecidos como seus sentimentos.

– Oi amor! – Lucy correu ao encontro do namorado e o beijou, quebrando o ato assim que viu a loira ao lado dele. – Oi Olivia. – Sorriu falsamente. Olive deu um sorriso irônico e sentou-se à mesa de duas cadeiras.

– Oi Lucy! – Disse, com uma falsa animação. Fletcher sentou a frente da loira e sua namorada fez bico percebendo que teria que pegar sua própria cadeira.

Fletch, bebê. Pega uma cadeira pra mim, sim? – Olive teve que se segurar muito pra não rir do apelido ridículo dado ao ex. Fletcher deu de ombros e puxou uma cadeira com as pernas. Lucy parecia incrédula.

– Então, Tudo bem? – Olive tentou quebrar o silêncio, mas com Lucy fuzilando ela e Fletcher ao mesmo tempo, parecia meio difícil.

– Claro que sim, Olive. – Respondeu o garoto. – Certo, Lucy? – A namorada parecia um vulcão, prestes a entrar em erupção.

Bem? Bem? Você é uma vadia, mesmo! – Exclamou. – Como pode me perguntar isso? Nada está bem! Você devia ter ficado no formigueiro de onde saiu!

– Ah, eu sou uma formiga? – Provocou Olive. – Me perdoe, chérie! Mas eu não vou me rebaixar assim na frente do meu melhor amigo e pessoas que jamais vi na vida. – Continua confiante, pensou Fletcher.

– CÍNICA! SONSA! FALSA! VADIA! – Insultou Lucy. – QUER SABER? VAMOS EMBORA, BEBÊ JÁ QUE... – Essa última frase acabou induzindo o namorado a se levantar bruscamente.

– ACABOU O ESCÂNDALO, LUCILA? – Gritou, assustando-a. – TE FALEI MIL VEZES, OLIVE SEMPRE SERÁ MINHA MELHOR AMIGA. VOCÊ NÃO ACEITA ISSO!

– Fletch, eu... – Tentou.

– Não, agora me ouve! Se já acabou o seu show, acabou outra coisa também: nosso namoro. – Agora Olive arregalava os olhos.

– Fletch, mas... bebê, eu...

– Não me chama mais assim! Acabou, Lucila! Acabou! - Gritou, saindo dali. Talvez ele tivesse sido um idiota em terminar o namoro. Talvez a loira não sentisse mais nada por ele e estivesse querendo voltar para Dave e...

– FLETCHER! ESPERA! – Um grito interrompeu seus pensamentos e ele já virava, pronto para dar um terceiro fora em Lucy.

– O que foi dessa... – vez? Completou mentalmente quando a boca de Olive cobriu a sua.

Demorou um tempo até a ficha de que ela o beijara cair, mas em questão de segundos suas próprias mãos seguravam firme na cintura dela enquanto as da loira entrelaçavam seu pescoço puxando alguns fios de seu cabelo.

Eles encerraram o beijo um pouco mais rápido e colaram as testas, ela sorriu sem abrir os olhos.

– Não me deixe ir mais, seu idiota. – Riram e ele a abraçou de lado, com a certeza de que fizera a coisa certa.

– Nunca mais. – Prometeu. – Que tal aquele passeio agora? – Perguntou quando ela deitou sua cabeça sobre o ombro dele. A sensação de tê-la ali novamente era única.

– Eu adoraria. – Olive respondeu e logo os dois estavam juntos, de verdade vagando pelas ruas e conhecendo todos os lugares com a promessa que fizeram há anos e refizeram agora em ambas as mentes: Eles jamais deixariam de se amar e jamais ficariam longe um do outro novamente.

Nunca mais, ela repetiu pra si mesma, sorrindo para o sorriso do garoto. Tudo estava como devia estar agora desde que eles estivessem juntos.


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Notas finais do capítulo

Eu quero dizer que AMEI escrever esse epílogo e espero que tenham gostado e tal. Beijos, e obrigada a cada uma das 89 visualizações, amo vocês!
xoxo, Ary.



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