A Colheita de Sangue escrita por Amber Dotto


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura,
Beijos!
—Amber.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/591782/chapter/9

Cotton Ridge

— Donald Collins?

— Sim, e você? — Questionou o homem.

— Jake Connor. — Mentiu Bobby. — FBI.

— Não sei nada sobre os ataques no Lago Deck, e se encontrar minha ex-esposa me avise, porque também tenho assuntos pendentes com ela.

— O que? — Questionou Bobby. — Eu não vim falar sobre a casa no lago Deck. Estou procurando Isobel; soube que ela viajou e talvez o senhor possa encontrá-la.

— Isobel não viajou. Nos falamos hoje de manhã.

— Ela esteve aqui? — Questionou Bobby.

— Não, nos falamos pelo telefone, mas se ela estivesse viajando, com certeza eu saberia. Ela nunca faz nada sem antes me consultar.

— Pode ligar para ela novamente? Por via das duvidas. É muito importante. — Pergunta o caçador.

— Sim, eu posso. — Responde o dono da casa. Ele pega o telefone em seu bolso e liga para a filha, mas não consegue falar com ela. — Qual o seu interesse em Isobel? — Questiona Donald.

— Meu parceiro, Dean Winchester está com ela. E eu precisava muito falar com ele, mas não o encontro.

— Minha filha viajou com um agente? Por quê?

— É o que eu quero saber Sr. Collins.

— Quem é Dean Winchester? Minha filha está em perigo?

— Não, não se preocupe. Ele é um bom rapaz, sua filha estará em segurança enquanto ele estiver por perto.

— Zoe. — Chamou Donald. — Zoe, venha cá! — Insistiu novamente.

— Pois não. — Respondeu a ajudante apresentando-se rapidamente.

— Sabe de Isobel? — Questionou? — Disseram que ela viajou.

— Eu... Eu não sei de nada. — Mentiu a mulher.

— Tem certeza? — Questionou Bobby. — Sabe que sou do FBI e que não deve mentir para mim, não sabe?

— A menina foi atrás da mãe. — Confessou a senhora. — Me desculpe, eu deveria ter lhe contado a verdade, mas Isobel não queria que o senhor soubesse.

— Isobel foi atrás da mãe? Como ela soube onde encontrá-la?

— Eu não sei senhor Collins.

— Você sabe o nome da cidade? — Questionou Bobby.

— Não, ela não me deu muitos detalhes. Apenas avisou que iria viajar e que não era para ficarmos preocupados, pois voltaria em dois dias.

— E você a deixou ir? Você sabe o quanto ela sofreu com a separação.

— E o que queria que eu fizesse? Sou apenas a empregada, e Isobel não é mais criança Sr. Collins. Quando ela mete algo na cabeça, ninguém consegue fazer ela mudar de ideia.. — Respondeu Zoe.

— Tudo bem, você já pode se retirar Zoe. — Respondeu Donald. — E você Dr. Connor, já pode ir embora, acho que eu não posso te ajudar. Não sei onde minha filha estar, mas se o senhor quiser deixar o seu cartão.

— Obrigado Sr Collins e passar bem. — Respondeu Bobby saindo da casa.

_________________________________________

Isobel encontrava-se inquieta, andando de um lado para o outro. Ela caminhou até o banheiro onde se pôs a olhar no espelho, tentando encontrar alguma semelhança com sua mãe. Até respirou pesadamente e esfregou os olhos. Dean se aproximou e beijou o seu ombro carinhosamente e perguntou o que estava acontecendo, embora já soubesse a resposta.

— Minha mãe me detesta. Ela me odeia, e eu nem sei o que fiz de errado. — Falou a garota virando-se para ele. — Eu acreditei a minha vida inteira que quando nos encontrássemos, ela imploraria por perdão, mas não foi isso o que aconteceu.

— Deve ser difícil acreditar tanto em uma coisa e ser decepcionada. Mas você pode contar com outras pessoas. Liv, Phill, Graham, Sarah e... e eu também estou aqui Izzy. Você sabe que eu sempre vou estar por perto quando você precisar.

— Você é tão incrível. Porque você ainda está sozinho? — Perguntou lhe encarando.

— Porque eu ainda não tinha te encontrado. — Respondeu vendo a sorrir e lhe beijar em seguida.

________________________________________

Donald havia ligado desesperado para Graham questionando a atitude de Isobel e ordenou que ele fosse imediatamente a sua casa. O rapaz estava acompanhado de Matthew que resolveu ir atrás dele.

Ao chegarem, Zoe logo avisou que o velho estava de mau humor e que o esperava na sala de jantar. Graham ignorou o aviso e agiu como se não estivesse acontecendo nada indo ao encontro do pai.

— Soube o que sua irmã fez?

— Mathew me disse que ela viajou com Dean. — respondeu Graham.

— Não sabemos quem é esse cara. — Retrucou Donald. — Sua irmã costumava ser prudente.

— O senhor está certo. Isobel deveria ser um pouco mais cuidadosa. O cara chegou na cidade a pouco tempo e ela já anda para cima e para baixo com ele.

— E você não se intrometa moleque; eu nem sei o que faz aqui em minha casa, não gosto de você, não é bem-vindo aqui. Se ela anda para cima e para baixo com ele, é porque você não foi homem o suficiente para segura-la ao seu lado. Perdeu uma mulher incrível.

— Eu conheço Dean, e te garanto que ele não fará nada com minha irmã, pai. Ele é um bom rapaz, e está interessado de verdade em Isobel.

— Interessado? Como assim? Quer dizer que eles não viajaram apenas para encontrar a Isabele? Os dois estão tendo um caso?

— Ela foi atrás da mamãe? — Questionou Graham.

— Sim, mas você não respondeu a minha pergunta. — Insistiu Donald.

— Ele não deveria ter feito isso. Isabele não é uma boa pessoa, ela disse que não se importava e que não queria conhecer Isobel. — Interrompeu Mathew.

— Como você sabe disso? — Questionou Graham.

— Fui atrás dela antes de pedir a sua irmã em casamento. Sei que Isobel queria muito conhecê-la e queria lhe fazer uma surpresa, mas sua mãe não foi muito receptiva, e acabou me expulsando de lá a pontapés. — Explicou Mathew.

— Não sei por que Isobel queria conhecê-la. — Respondeu Donald. — Mas a questão não é Isabele e sim o tal Winchester.

— Já disse que o senhor não precisa se preocupar com isso papai.

— Como não vou me preocupar? Sua irmã está envolvida com um rapaz que vai embora em pouco tempo... Sabemos que isso não terminará bem.

— Dean está de mudança para a cidade. E o senhor lhe empregará na empresa da família se for necessário.

— Porque eu faria isso? — Questionou Donald.

— Porque você quer que Isobel seja feliz. — Respondeu o garoto. — E se não lhe der o emprego, eu lhe darei.

— Porque defende tanto esse cara? — Questionou Mathew. — Pensei que fossemos amigos.

— Você sabe que somos, mas já teve a sua oportunidade e falhou com minha irmã. Tudo o que eu quero é que ela esteja bem.

— E porque você acha que ele é a felicidade dela? — Questionou Donald.

— É intuição. Tenho certeza de que quando o conhecer, também gostará dele.

— Assim eu espero. — Respondeu Donald.

_______________________________

“É o seu destino. Não tente impedi-lo”. Sussurrava uma voz baixa e lastimosa a Olivia que estava em seu quarto. Ela sentiu um arrepio e virou para trás rapidamente, não vendo ninguém, pensou estar ficando louca. Caminhou ate a cozinha, onde preparou um sanduíche e pôs se a comer.

“É o seu destino,você não pode mudar os fatos. Não adianta fugir Olivia, você não vai escapar”. Dizia a voz novamente deixando a assustada. Ela pegou o telefone e ligou para Aaron, mas antes que a ligação completasse alguém lhe desferiu um golpe fortíssimo na cabeça, lançando-a ao chão em seguida.

Ela se levantou com certa dificuldade, estava tonta e respirava de forma pesada. Ao colocar a mão em sua cabeça, percebeu que o ferimento sangrava e que ela não estava mais sozinha. A mesma figura descrita por Megan estava ali, o reverendo realmente existia, ele era real.

Ela correu em direção à porta, mas todas elas foram fechadas instantaneamente. Nesse instante, o pavor tomou conta da garota que começou a chorar, pensando nos últimos instantes de sua vida. Ela se lembrou de seus pais, de seus amigos, lembrou de Aaron e de tudo o que queria construir ao seu lado. Queria se casar, ter uma família e de repente, essas coisas pareciam estar cada vez mais distantes.

— Por favor... Me ajuda. — Ela suplicava a Deus esperando que um milagre acontecesse. A garota correu e se escondeu embaixo da cama, pouco depois, ela pode ouvir o ranger das escadas, e a cada passo, sua esperança de desfazia. Um cheiro de enxofre tomou conta do quarto quando a figura pavorosa o invadiu, e quando tudo parecia perdido, Aaron invadiu a casa gritando por Olivia.

Ela hesitou sair de seu esconderijo, mas seu noivo insistiu, e acabou encontrando-a em prantos. E pode abraçá-la tentando fazer com que ela ficasse um pouco mais calma.

— Olivia, o que houve, quem te machucou? — Questionou o rapaz.

— Você não viu? Ele estava aqui, ele estava bem aqui agora. Era ele, o reverendo, ele tentou me matar e disse que eu não ia escapar Aaron.

— O que? Você usou drogas?

— Não! Aaron era ele. Eu estive frente a frente com o reverendo e ele quer me matar, ele disse que eu não posso fugir.

— Vamos para o hospital, você precisa ir para o médico. Precisa ver cuidar disso imediatamente. Eu vou ligar para a ambulância.

— Não, eu não quero ir. Estou com medo Aaron, eu estou com medo. — Respondeu abraçando-o em meio ao choro.

— Eu estou aqui Olivia e nada vai acontecer. Vou ligar para o Phil e pedir ele para ficar com você no hospital.

— Aaron, não. Por favor, não me deixa sozinha.

— Eu vou atrás de quem te machucou Olivia, e juro que não vão mais encostar em você.

___________________________________

Mais tarde - Nanavati Hospital

— Com licença. — Disse Bobby ao entrar no quarto de Olivia. — Essa é a senhorita Sparks? Sou Jake Connor, FBI. Podemos conversar?

— Terá que voltar mais tarde. Os remédios finalmente fizeram efeito e Olivia adormeceu. — Respondeu Phil.

— Se você quiser, nos podemos lhe dizer o que aconteceu. — Respondeu Marcus. —Olivia nos contou tudo o que viu e tudo o que sabe. Claro que isso não isentará o depoimento dela amanhã.

— Quem acreditará nesta historia absurda Marcus? — Rebateu Philip.

— Eu acredito. Liv jamais inventaria algo do tipo, nós dois sabemos que ela nem teria criatividade para tal coisa. E outra,vivemos em uma sociedade escrava do dinheiro, as pessoas fazem tudo por ele, e eu não estou surpreso por saber que o reverendo realmente existe. — Completou o jovem médico.

— Reverendo? Do que estão falando? — Questionou Bobby.

— O seu parceiro não lhe informou nada sobre o caso? Pensei que esse tal Winchester fosse um pouco mais esperto. — Falou Philip.

— Não tivemos tempo de conversar ainda, e eu acabei de chegar à cidade e ele...

— Ele viajou com Isobel. Se tivesse ficado aqui fazendo o trabalho dele, nada disso estaria acontecendo. — Interrompeu Aaron irritado ao entrar no quarto. Estamos assustados e tememos pela vida de Olivia.

— Sabe como posso encontrá-los? — Questionou Bobby.

— Deveria telefonar para o celular dele. — Respondeu Aaron.

— Eu já tentei, mas está sem sinal. —

— Já pensou em telefonar para Isobel? — Indagou Marcus.

— Será que podem me passar o número?

— Sim, eu vou anotar no papel. — Respondeu Philip de forma gentil.

Bobby pegou o numero, e se despediu dos presentes, prometendo voltar em breve. Ele caminhou até o corredor onde pode ter um pouco de privacidade e telefonou em seguida.

— Alô? — Questionou Isobel

— Isobel Collins? Agente Jake Connor. Posso falar com falar com Dean Winchester? Estou tentando falar com ele a horas e não consigo.

— Espere um instante. — Falou Izzy entregando o telefone para Dean que a olhava confusa.

— Alô?

— Dean, pode me dizer o porque de não estar aqui em Cotton Ridge?

— Bobby?

— É claro Idjit. Viajou no meio de um caso?

— Não é o que você está pensando.

— Claro que não... Sua aventura poderia ter acabado de forma trágica. Mais uma garota foi atacada, e você não estava aqui.

— O que? Como assim? Quando isso aconteceu?

— Hoje, pouco depois das sete. Eu estive no hospital, mas ainda não consegui falar com a garota. O amigo dela me informou sobre um tal de reverendo. O que sabe sobre ele?

— Conversamos sobre isso depois Bobby, estaremos ai amanhã. Sabe o nome da vítima?

— Sim, Olivia Sparks.

— Droga! ­­— Exclamou Dean. — Ela está bem?

— Está muito machucada e assustada, mas sobreviverá... — Respondeu Bobby hesitando em terminar a frase. — Nós precisamos conversar.

— Agora não. Fica de olho nela e conversamos quando eu chegar.

Dean assentou na cama e fechou os olhos, pensando em como diria isso para Isobel. Ela olhou para ele confusa e sentou ao seu lado sem dizer nada.

— Houve mais um ataque em Cotton Ridge e eu não estava lá para defender a garota. — Murmurou o rapaz de olhos fechados. — Por sorte, o pior não aconteceu e... Liv está bem. — Prosseguiu vendo-a olhar para ele.

— Olivia? Olivia Sparks foi atacada? Eu quero vê-la, vamos embora agora.

— Não sei se deveríamos voltar Izzy

— Dean, agora!

— Tudo bem, nos vamos se é isso o que você quer. Mas eu vou estar o tempo todo ao seu lado.

— Não é uma má ideia. — Respondeu sorrindo e lhe beijando em seguida.

________________________________________

Isabele Fretcher tentou dormir, mas a lembrança de sua filha a atormentava. Ela revirava de um lado para o outro em sua cama, até que finalmente levantou e pegou uma fotografia de sua família na gaveta do criado mudo. Ela se emocionou e pôs-se a cantar.

“Eu vou estar vendo você, em cada dia de verão. Em tudo o que é leve e alegre; eu vou estar a pensar em você, sempre desse jeito. Eu vou encontrar você no sol da manhã e ao anoitecer, verei você na lua.”

— Eu me lembro de quando cantava isso para Isobel. — Disse uma voz profunda, sentada em uma poltrona no canto do quarto. Isabele olhou para o homem. Ela não o via desde que fora embora de Cotton Ridge, quando sua vida mudou para sempre.

— O que faz aqui?

— Não vim porque me chamou. Vim aqui para garantir que as coisas estão saindo como nós planejamos. Lembre-se de seu trabalho.

— Você não pode falar comigo como se fosse meu superior. Estou cansada de tudo isso, e minha filha também está. Ela pode sentir isso, ela sente que algo está errado e eu quero estar ao lado dela.

— Seu trabalho não é o de criar uma família feliz. Nós devemos fazer o que ele quer, e seus sentimentos não são importantes.

— Ela é minha filha e eu sempre irei estar preocupada com ela.

— Eu posso resolver isso se você quiser. — Respondeu Uriel.

— Quero que Dean esteja ao lado de Isobel para sempre. Ele parece ser um bom rapaz, e gosta dela de verdade.

— Sabe que isso não é possível, ele ficará apenas o tempo necessário para que as coisas aconteçam.

— E que planos são esses? O que vocês querem de minha filha?

— Isobel e Dean devem ter uma filha, e essa criança salvará a todos no futuro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Colheita de Sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.