O demônio acorrentado escrita por Kethy


Capítulo 6
Voz de corvo


Notas iniciais do capítulo

VAI TER SEXO SEXO SEXO SEXO NO CAP
É mentira, mas é só para vc olhar aqui.
Ou só pq gosto de escrever SEXO, a palavra.
Bem, como vão?
Eu to indo.
Espero que gostem, por que eu não gostei.
Detalhe sobre o cap, não se lê LAIAM se lê LIAM mesmo.



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[...]

Durante o café da manhã Helena sorria muito, seu pai lia o jornal fingindo que não estavam ali. Edric comia cereal, não era muito fã de cereal, mas não queria ovos. O gato gordo ficava passando por suas pernas, que nem tocavam no chão direito. Helena sempre olhava para ele discretamente, mas ele já havia percebido, e aquilo era estranho, teria de estar na escola em uma hora e seu cabelo ainda estava uma bagunça.

– Quer que eu ajeite seu cabelo, Edric? – indagou Helena passando geleia em uma torrada e estendendo para o garoto.

– Sou alérgico a morangos. – disse ele, era mentira, mas não queria aquela torrada, principalmente vinda de Helena. – Obrigado, mas eu mesmo dou um jeito. – era outra mentira, sua mãe quem sempre dava um jeito.

– Até parece. – o pai baixou o jornal dando um tapa com as costas da mão na pagina. – Disseram ter encontrado um suposto homem que pode ter sido o sequestrador de Caleb.

– Oh, você acha que é ele? – indagou Helena mordendo a torrada.

– Edric, você já viu este homem? – indagou o pai lhe mostrando a foto em preto e branco no jornal.

– Sim, já vi ele. – respondeu Edric pegando mais uma colher de cereal e colocando-a na boca.

– Tem certeza filho? – indagou o pai se inclinando.

– Sim, o nome dele é Liam. – respondeu. – Ele mora há uns vinte minutos da minha casa. Ele tem macieiras na casa dele, e de vez em quando nos vende algumas maçãs.

Edgar não conhecia Liam por que nunca o vira e nem nunca fora além de sua casa, mas Edric o conhecia, mas não sabia que ele conhecia Caleb. Talvez tenha vendido maçãs para eles também. Mesmo assim, não poderia ser ele, era o homem mais comum do mundo, e não parecia nem um pouco suspeito.

– Ele estava com o casaco de Caleb. – disse Edgar dobrando o jornal e coçando a barba rala. – O que será que fizeram com esse menino. – Helena olhou para Edgar e negou rapidamente com a cabeça, mas Edric percebeu.

– O que foi Helena? – indagou o garoto e ela pareceu assustada. – Por fez que não?

– Ah, nada, só acho que não seja um assunto bom no momento. – disse ela sem graça, colocou uma mecha do cabelo que caia do coque atrás da orelha. – Você já separou seus livros para o colégio?

– Ah, não. – disse ele e o pai negou com a cabeça.

– Vá logo, Helena, arrume o cabelo dele. – disse Edgar e olhou bem para Edric. – Faça algo para que pareça mais homem.

Edric achou aquilo ofensivo, seu pai apenas se levantou e vestiu o terno, saindo logo depois. Helena deu uma risadinha, Edric olhou-a irritado. Ela riu e negou com a cabeça.

– Acho que sou a única que não acha que você parece uma menina. – disse ela e mordeu outra torrada. – Vou poder arrumar seu cabelo?

Edric não queria, mas ficou um pouco contente por ela não dizer que ele parece uma menina e sim discordar disso. Apenas se levantou e subiu as escadas, Helena estava radiante quando lhe deixou na escola.

– É ela, a Helena? – indagou Samuel olhando ela acenar. – É bonita.

– É uma idiota. – disse Edric entrando para escola furioso.

[...]

Summer saiu correndo atrás do graveto, era a terceira vez que Edric jogava, Samuel estava deitado na grama cantarolando. Era uma manhã de sábado, Evelyn e Rose estavam dentro de casa com a irmãzinha de Samuel, que não parava de chorar. Summer voltou com o graveto e Edric jogou de novo.

– Ei, vamos a casa na árvore? – chamou Edric e Samuel se sentou.

– Para quê? – perguntou o loiro desconfiado, sua franja já estava do tamanho certo, mas ainda sim, ridícula. – Qual seu problema com essa cabana cara? Ela fica no meio de um bosque que fica no meio do nada.

– Pare de ser medroso, olha o seu tamanho. – disse Edric lhe cutucando a barriga.

– Não é medo é receio. – disse Samuel segurando a mão de Edric e o deitando na grama. – E ter receio é bom, não deixa você fazer coisas idiotas. Como se apaixonar.

– Eu já disse que não é isso, saí de cima! – irritou-se Edric. – Faz muito tempo que não vamos lá, pode ser legal vamos?

– Se não é isso, o que é então? – indagou Samuel se deitando sobre Edric que lutava para sair. – Fraquinho você hein?

– Cale a boca e saí de cima seu idiota! – bradou Edric. – Summer!

Logo o pastor alemão puxava Samuel pela roupa, infelizmente o loiro fez um carinho no cachorro que logo se sentou no chão balançando a calda.

– Dois contra mim? Isso é um ultraje! – disse Edric e beliscou Samuel que saiu de cima. – Meu pai ficará sabendo disso ouviu? - bradou rindo.

– Cale a sua boca e vamos para a porcaria do bosque. – disse Samuel e se levantou tirando a grama da roupa. – Mas teremos de voltar antes do almoço, está bem?

– Claro! Vamos Summer! – ao dizer isso os três saíram correndo em direção ao bosque.

Durante a noite Rose deixou que Samuel ficasse na casa de Edric, mas lhe advertindo sobre o comportamento. Edric e Samuel foram até a casa na árvore, porém, Samuel logo quis voltar, detestava o bosque. E por ouvir cães uivando logo disse que eram lobisomens e coisas assim, mas poderiam ser loups também. Então voltaram rápido, Evelyn quase morreu de preocupação, pois saíram sem avisar, mas Edric tomou a frente dizendo que praticamente arrastara Samuel, mas logo depois levou um beliscão da mãe. Ficariam no quarto até o jantar, por que Edric estava de castigo.

– Tudo sua culpa. – disse Samuel enquanto passava as paginas da revista em quadrinhos que lia. – Odeio aquele bosque.

– Eu gosto daquele bosque. – respondeu Edric sentando-se ao lado dele na cama. – Você que é um medroso.

– Não me importa, eu não gosto e pronto. – reclamou passando outra pagina, não prestava muita atenção na história. – Você é um louco, isso sim. – Samuel fechou a revista e sentou-se na cama. – Ficou sabendo sobre Liam?

Edric lhe olhou surpreso e assentiu com a cabeça, sabia que Liam também vendia maçãs para Rose, pois ela ia até a casa dele comprar. Também sabia que Samuel o conhecia e que ele não parecia alguém que poderia fazer mal a alguém.

– Eu não acho que ele tenha feito, não mesmo. – disse Edric mexendo na barra do suéter.

– No jornal dizia que ele estava com o casaco de Caleb. – disse Samuel abraçando as pernas. – Talvez ele tenha apenas encontrado certo?

– Sim, ele passa por aí de bicicleta, deve ter encontrado mesmo. – confirmou Edric e deitou na cama. – Se encontrarem o verdadeiro criminoso vão soltá-lo.

– Tomara mesmo. – disse Samuel depois de um tempo.

O quarto ficou em silêncio por uns instantes.

– Sam? – chamou Edric. – Você acha que eu me pareço com uma garota?

O loiro coçou o queixo e inclinou a cabeça para o lado, espremeu os olhos e fez um exagerado “hum...”. Edric lhe empurrou e bufou.

– Desculpe, mas você se parece um pouco, bem pouco, talvez, se cortasse o cabelo... – começou Samuel e só faltou Edric rosnar. – O que estou dizendo? Pouco me importa sua aparência, sempre vou te chamar de tampinha.

– Cale a boca! – disse Edric lhe batendo enquanto o loiro ria. – E eu bem esperando um eu te amo.

– Depois vai querer um beijo também? – indagou Samuel rindo ainda mais. – Cara, você me mata.

– Que barulhentos! –bradou Evelyn entrando no quarto de supetão. – Daqui a pouco trago uma mordaça.

– Desculpe... – pediu Samuel ainda rindo.

– Duvido muito viu? – respondeu ela e abanou um pano. – Venham jantar, e quietos, minha cabeça dói.

[...]

Samuel já havia ido para casa, Edric esperava sua mãe sentado nos degraus da entrada da escola, todos já haviam ido para casa. Naquele dia seu pai estava no trabalho e sua mãe no jornal, então, o diretor lhe avisou que ela se atrasaria um pouco. Mas estava atrasada de mais, apenas o velho zelador o vigiava só que ele começava a cochilar de vez em quando. Edric então se levantou decidiu ir para casa sozinho.

Logo após sair da cidade e seguir pela estrada de terra sentiu fome, mas não tinha nada. Edric estava cansado também, seus ombros doíam por causa do peso da mochila e ele estava além de tudo um pouco resfriado. Entretanto, continuou andando. O bosque seguia a estrada do lado esquerdo, e do direito havia campos e casas, depois de vinte minutos decidiu sentar-se. Ultrapassou a cerca que separava o bosque da floresta e sentou se em um tronco caído. Talvez seus pais estivessem preocupados, ou nem se lembravam mais dele, ponderava Edric.

Depois de alguns minutos, um corvo, maior que os corvos que Edric já vira, pousou na cerca. Ficou encarando o garoto por longos dois minutos, o que deixou Edric desconfortável, de repente o corvo explodiu e suas penas se transformaram em fumaça, para se reagruparem e um garoto de uns 15 anos aparecer, sentado na cerca. Ele sorria de forma divertida, Edric ainda tinha os braços levantados para se proteger da explosão.

– Não deveria ter vindo sozinho, é perigoso para garotos como você. – comentou o garoto na cerca, que em um pulo parou perto de Edric que quase caiu. – Não se lembra de mim? Sou eu, Amaimon.

Edric fez um O com a boca, olhou para cerca e depois para o garoto do seu lado, agora sim fazia sentido.

– Como eu estava dizendo, Edric. – ele se sentou ao lado dele, e propositalmente, colocando sua mão sobre a de Edric. – É perigoso andar por aqui, sendo você principalmente.

Edric podia deduzir o que ele queria dizer, mas a resposta o irritava tanto que preferiu nem pensar. Edric puxou sua mão devagar, mas Amaimon a segurou, e puxou Edric para um abraço. Deixando o menor desconfortável.

– Se eu fosse a pessoa que fez aquilo com o tal Caleb, você estaria bem encrencado agora, não acha? – indagou Amaimon.

– Estaria, mas você não é! – disse Edric tentando se soltar. – Me solta.

– Você é tão lindo, eu te colocaria em um pote no meu porão. – disse Amaimon e o soltou ainda com um braço em volta de seus ombros. – Se eu tivesse um pote, e um porão.

– Pare com isso... pensei que ficasse fraco perto do bosque. – disse Edric, Amaimon lhe encarou com os grandes olhos verdes e sorriu.

– Sim, me deixa bem fraco, por isso essa forma infantil horrível. Bem nem tão horrível assim, só não é tão útil quanto à adulta. – disse ele e beijou a bochecha de Edric lhe segurando pelo queixo. – Venha, vou te acompanhar até em casa.

Ele puxou Edric e passaram pela cerca, indo para o outro lado da estrada. Os cabelos de Amaimon, que agora eram de um loiro escuro, estavam curtos e bagunçados, suas roupas eram pretas, o que era estranho para sua aparência de criança.

– Você foi ver meu irmão, não é? – perguntou Amaimon.

– Sim, mas já fazem alguns dias. – respondeu Edric baixo, Amaimon apertou um pouco sua mão, sim, ele insistiu em ficar de mãos dadas. – Ele está cada vez pior...

– Sim, consigo senti-lo, chega a doer em mim. – disse Amaimon e suspirou. – E por isso, estou esperando você tomar sua decisão, se vai salvá-lo, ou não. – falou o demônio e parou de repente. – E, tem algo que vocês fizeram, não é?

Primeiramente, Edric não entendeu, mas logo o beijo lhe veio à mente, como fazia durante a maior parte do dia. Edric se esquecera completamente do fato de que o mestre lhe assistia. E naquele momento suas bochechas coraram mais do que das outras vezes. Amaimon sorriu e levantou o queixo de Edric.

– Eu também ganho um? – indagou o demônio sorrindo, Edric negou com a cabeça, já podia ver sua casa dali. – Vamos, só um.

– Não, eu não sei fazer isso. – disse Edric voltando a andar apressadamente. – Qual o problema de vocês? - resmungou.

– Problema? – indagou ele e riu se transformando em corvo novamente e voando logo acima do garoto. – Sua mãe está preocupada sabia? – a voz mudou completamente parecia agora esganiçada como alguém rouco tentando gritar, o corvo voou alto e desceu pousando na caixa de correio.

Edric estava arfando por correr atrás do corvo, ele não possuía o sorriso de Amaimon, mas ainda havia um pouco de verde em seus olhos.

– É bem legal isso, você poder se transformar no que quiser. – disse Edric dando a volta na casa com o corvo na sua cola.

– Você está mudando de assunto. – disse o corvo, Edric abanou a mão como se não se importasse. – Eu digo, pois você estará bem encrencado quando ela chegar. – o garoto abriu a janela de seu quarto, que era impossível de ser fechada corretamente.

– Concordo com você, mas você não me entende. – disse Edric tentando entrar, mas não conseguiu, pois era baixo demais. – Odeio isso... – resmungou colocando a mochila no chão, o céu começava a escurecer.

– O quê? – indagou o corvo da janela.

– Não dê uma de desentendido, sou baixo, não consigo entrar. – proferiu Edric irritado o corvo se transformou no garoto de antes, sua expressão era neutra. Edric suspirou. – Desculpe, só estou meio...

– Eu não o desculpo. – o demônio o cortou, cruzou os braços. – Por que é assim? Eu só queria ser seu amigo. Eu não volto mais se quer saber... – começou se preparando para virar corvo, porém Edric agarrou sua mão.

– Me desculpe, eu não queria ter dito isso, por favor, eu não quero que vá. Pode ser meu amigo. – falou o moreno e Amaimon sorriu se virou e segurou o queixo de Edric, o demônio estava se aproveitando da altura dele. – Por que tem que fazer isso?

– Eu não sei, é quase um costume. – respondeu o demônio e então um carro parou em frente à casa, era o carro de Robb, chefe da mãe de Edric. – Temos companhia, eu devo aparecer?

– Melhor não... – falou Edric, quase tremia.

– Eu posso ajudar, venha. – puxou o garoto pela mão enquanto tomava uma forma de uma mulher adulta, e Edric quase podia reconhecê-la, só que sem as roupas pretas. - Vai ser ótimo.

[...]


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Notas finais do capítulo

E então?
Eu sei lá, to meio bolada viu?
Sei não, mas to
Humpf

Espero que tenham gostado mais que eu, eu realmente pensei em parar de escrever, por que acho que está péssimo. Mas vou continuar, pois minha amiga me disse isso: "Se for para ficar triste a cada critica, nem adianta escrever." E, eu fiquei meio puta com ela, mas depois vi que ela estava certa, então vou parar de me autocriticar um pouco e ver no que dá.

Bem, obrigada por ler, comentem, isso me ajuda muito a escrever. Amo vocês, e Iza, te adoro ta?
Bjs, até o próximo, pq vai ter um!