P.D.V. Thalia:

– Vamos com isso Lia, você consegue, mais força, mais determinação, mais vontade.

– Eu não consigo!

– Sim, você consegue, nós acreditamos em você, vai lá!

– Eu não consigo!

– Você consegue sim.

– É, nós acreditamos em você, temos muita fé em seu potencial.

– Estamos torcendo por você, faz um esforço a mais!

Para vocês que chegaram agora devo dizer que esse é o momento mais constrangedor da minha vida! Nesse exato momento estou iniciando o meu treinamento para aprimorar meus "poderes", o que não tem sido nada fácil, agora que eu percebi a complicação de toda essa tarefa.

Eu estou no momento sobre uma pedra com as mão estendidas em direção a um monte de gelo que se localiza abaixo do local ao qual me encontro. Minha tarefa é usar o poder da mente para transmitir cargas de calor ou bolas de energia para minhas mãos e através dela descongelar ou explodir o monte de gelo. Agora eu me vejo aqui fazendo as mais cômicas caretas para tentar descongelar todo esse gelo.

A minha frente se uniram todos os meus amigos em uma grande torcida por minha conquista, que eu creio que demorara muito a chegar. Todos estão torcendo por mim, enquanto Poseidon e Atena distribuem dicas de como ficaria mais fácil para mim, todos estão me empenhando, menos o panaca do meu secreto namorado.

O idiota a todo momento faz uma careta mias ridícula do que a outra tentando prender o riso, e logo depois falha, rindo descaradamente da minha cara, já se tem lagrimas escorrendo por seus olhos, enquanto ele se empenha ainda mais em me ridicularizar. O pior é que eu não consigo fazer nada e isso esta me pondo louca! Raiva dele é o que me falta, e eu não posso crer que isso esta acontecendo.

Se fosse a algumas semanas atrás, eu com certeza já teria voado no pescoço de Nico e o teria estrangulado sem dó nem piedade, só que nesse momento eu não me sinto com disposição suficiente para fazer isso, pelo contraio, eu só consigo olhar para ele e reparar em como seus olhos negros são brilhantes perante sua alegria e em como seus dentes brancos são lindos em contraste com a neve. A todo momento só me vem pensamentos de como ele é lindo e charmoso e isso esta me estressando, afinal, a pouco eu odiava ele, não consigo compreender o que esta havendo comigo.

– Vamos Thalia, se concentra – Diz Poseidon, chamando minha atenção e desviando meus pensamentos – Lembre-se, é só se concentrar em suas emoções e tentar focalizar elas e suas mãos, quanto mais forte a emoção, mais forte será a emissão de seu poder, agora vá e se concentre.

Paro e analiso as palavras de Poseidon, e penso em toda essa confusão de sentimentos dentro de mim. Qual devo escolher no memento?

Olho mais uma vez para Nico e penso em como me sinto confusa em relação a ele, e em como estou em duvida de como será nossa relação de agora em diante, já que não falamos nada depois que chegamos ao acampamento ontem, e sinto a frustação tomando conta de mim. Tento me concentrar nesse sentimento sufocante e focalizo ele em um trajeto imaginário no qual ele atravesse meu corpo e chega as minhas mãos.

De repente sinto uma poderosa força se espalhando por mim e sendo focada em minhas mão, agora impulsionadas para a frente, em direção ao monte de neve.

– Acho que eu consegui – Falo, eufórica – E agora, o que é que eu faço?

– Você foca no poder que esta sobre seu controle e de um comando a ele, nesse caso tente fazer com que ele atinja ao monte de neve – Me instrui Poseidon.

Foço o que ele pediu e imagino uma luz saindo de minhas mãos e atingindo o monte de gelo, e logo após um segundo de silencio ouço um barulho logo após suma forte descarga ser expelida de meu corpo, seguida por fortes risadas.

Receosa, abro os olhos e me deparo com uma das mais cômicas senas de minha vida. A minha frente eu vejo um Nico todo coberto de neve com uma expressão congelada, enquanto todos, inclusive Poseidon e Atena estão a rir da cara dele. Após um segundo sem reação, começo a rir também, ao tomar como conclusão que eu fui a causadora disso.

De repente Nico se sacode como um cachorro após ter pego uma grande chuva, e podendo ver sua expressão é que percebo que vai ter volta. Tento controlar meu riso e me concentrar para fugir de seu agora seguro ataque, principalmente quando o vejo se abaixar e pegar um bolo de neve coma as mãos e se erguer com um sombrio olhar.

Dou meia volta e tento pular da pedra antes que ele lance a bola de neve, mas fracasso fortemente ao sentir uma coisa gelada e pesada me atingir no meio das costas, me desequilibrando e me levando na velocidade da luz ao chão.

Ouço imediatamente todos os risos se sessarem e de repente eu me vejo cercada de olhares conhecidos e preocupados, inclusive os de Nico, que expressão arrependimento.

– Você esta bem? Te machuquei? – Pergunta ele rapidamente, me estendendo a mão em forma de apoio.

– Eu só quero me levantar – falo, ignorando sua mão estendida e me virando de bruços, me apoiando nos cotovelos e nos joelhos, logo fechando a mão sobre um bolo de neve, e me levantando com uma fingida cara de dor.

– Thalia, me desculpe, eu não queria te machucar – Fala Nico, se aproximando de mim novamente, com uma clara expressão de culpa.

– É mesmo di Ângelo? – Pergunto cinicamente

– Sim, foi sem querer – Afirma.

– É, mas a próxima com certeza não vai – Falo, dando mais uma passo em sua direção e esfregando todo o bolo de neve em sua cabeça, deixando a todos em choque por um segundo, até alguém gritar.

– Guerra de bola de neve! – E se desata uma confusão.

Todos são atingidos por bolas vindas de todos os lados, eu mais do que de pressa procuro por um esconderijo e posso ver de relance que até Poseidon de Atena então envolvidos na diversão. Fico atrás de uma pedra e começo a fazer meu estoque de bolas de neve, logo em seguida me em puncionando a arremessa-las em tudo que se move a minha frente.

Ouço varias risadas e ofensas sendo distribuídas, e inclusive me deparo soltando muitas delas em tom de riso enquanto acerto eles. Passaram-se alguns minutos nisso e ninguém em nenhum momento demostrou vontade de parar. Eu já estava me preparando para mais uma arremesso que eu julgava que sairia perfeito para atingir Annabeth, quando de repente sinto braços me envolvendo pela cintura em me puxando para baixo.

Estava prestes a gritar quando sou virada e logo meus lábios entram em contato com algo frio e ao mesmo tempo acolhedor, que logo eu tomo como os lábios de Nico. De joelhos no chão abraçada a ele correspondo ao seu beijo, e noto que senti falta de seu toque.

Após um tempo ainda grudados o ar nos falta e nos separamos. Mas eu mão tenho tempo de esboçar alguma reação, pois ele mais do que de presa toma minha mão na sua e sussurra em meu ouvido.

– Vamos para um lugar reservado para podermos "conversar".

– Eles podem notar nossa ausência – digo

– Não iram, estão entretidos demais na guerra de neve para fazer isso. Eu estou com saudades, precisamos ficar a sós por um segundo, logo voltaremos – Fala novamente, quebrando todas as minhas barreiras com seu olhar meia-noite.

– Esta bem, mas vamos ser rápidos.

E assim saímos de fininho rumo a floresta que a pouco jazia logo á nossas constas.