Evolução X - Livro I: Guerra Mundial escrita por Guilherme Nunes


Capítulo 15
Demônios


Notas iniciais do capítulo

Após ter desaparecido, Crist tenta descobrir o que fez enquanto estava fora. Mas o que ela não sabe, é que sua personalidade usou seu corpo para trabalhar de mercenária á um misterioso executivo que esconde um passado sombrio.



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A luz do sol passa através da janela de uma boate, esplandecendo sobre o rosto de Crist que desperta, deitada sobre uma poltrona de couro, ela se levanta arrumando seus cabelos e passando suas mãos sobre sua delicada face. Esfregando os olhos ela tenta acreditar e se recordar de como havia chegado até ali e estranhando os trajes que usava. Um copo de uísque é encontrado ao lado de onde havia despertado e acreditando-a que havia apenas bebido de mais. Vozes e passos são ouvidos por ela. Os donos do local estavam entrando na boate. Calçando seus sapatos, ela vai para os fundos da boate, atravessando a porta dos fundos, sem disparar o alarme. Saindo do beco entre a boate e um comércio qualquer, ela chega à rua, e se vira, lendo a placa de neon, que agora apagada, estava escrito “Clube do Inferno”. A jovem anda alguns metros e estende a mão em uma avenida, chamando a atenção de um taxista que passava, parando para ela, que entra no carro, passando o endereço de seu destino. Minutos depois, ela chega á sua casa, passando pela porta, ela dá de cara com seus amigos e seu tutor, que se surpreendem com a sua chegada.

—Crist! Finalmente. – abraçou-a Anya, com um olhar aliviado. —Aonde você esteve?
—Já íamos chamar a policia. – pronunciou-se Jhoan com um tom de voz um pouco cansada.
—Eu não sei o que houve, lembro-me que me arrumava para deitar e... Só me lembro de acordar no Clube do Inferno. – explicou sentando-se sobre o sofá, com a mão sobre a face.
—Clube do Inferno? Por que esse lugar? – pronunciou-se Jean.
—E-eu já trabalhei lá há uns anos. – calou-se com os olhares surpresos de seus ouvintes. —É uma longa historia... Quem sabe um dia explico melhor. – levantou-se. —Vou subir. Estou exausta, depois de uma noite fora, acho que preciso de um banho relaxante.
—Uma noite? – indagou Kevin em um tom baixo para Anya que o olha com a mesma expressão desentendida, levantando de pressa e parando Crist aos primeiros degraus da longa escada.
—Que foi?
—Crist, você não ficou só uma noite fora... Você está desaparecida á dois dias.

Academia de Massachusetts Para Mutantes Psíquicos, 9h30 da manhã...

Litthie passa pela porta da mansão, acompanhado de dois jovens. Emma sai de sua sala com algumas pastas que são reviradas por ela, até esbarrar-se com o telepata.

—Litthie, seu monstrinho, por onde esteve? – indagou Emma. —E quem são esses dois?! – olhou-os de cima á baixo com um olhar que julgava suas vestes imundas.
—Desculpa minha Rainha Branca. – sorriu provocadamente. —Eu tive que resolver uns assuntos... Ah, e esses são meus irmãos, Thitan e Meghanny, eles irão passar um tempo aqui, já que há vários quartos ainda vagos.
—Claro, e desde quando você toma decisões sem minha permissão? – cruzou os braços sobre o busto.
—Eu não preciso de sua permissão, minha querida. Desde que eu divida uma parte de sua mente comigo, eu só tão dono desse lugar quanto você. – mandou um beijo de lado enquanto subia as escadas sem dá atenção à revolta da loira.
—Seu abusado, volte aqui... Preciso falar com você.
—Ai God... Vão subindo, tem dois quartos vagos entre o quarto 28, que, aliás, é o meu lindo e divoso quarto. – direcionou seus irmãos que acenam com a cabeça e continuam subindo as escadas, enquanto o garoto de cabelos azuis desce com um olhar debochado. —Você não vive sem mim, não é?!
—Cala essa boca e entra na minha sala logo.

Instituto Xavier, 9h45 da manhã...

—Dois dias? Anya, como eu posso ter saído e ficado dois dias, fazendo sabe-se lá o que, e não me lembrar do que houve? – a garota se jogou sobre sua cama, dando alguns pulinhos ocasionados pela velocidade que caiu sobre o confortável colchão.
—Eu não faço idéia. – deitou ao seu lado. —E você disse que acordou na boate que trabalhava?
—Será que você é sonâmbula? – disse Jhoan á porta.
—Eu acho que sim, por que um dia eu e a Anya a vimos remexendo na geladeira no meio da madrugada. Lembra Anya? – intrometeu Kevin á conversa, sentando-se no tapete do quarto. —E ficou confusa quando a chamamos. – riu. —Com a boca toda suja.

Os dois garotos riem como crianças, provocando a paciência da carioca que os fita furiosamente.

—Eu não sou sonâmbula.
—Como você pode dizer com tanta certeza? Aliás, você estava dormindo, não tem como saber. – Anya sentou-se sobre suas pernas cruzadas.
—É. Sonâmbulos não sabem que sofrem de sonambulismo... – concordou Jhoan. —E espera... O que vocês dois estavam fazendo no meio da madrugada, juntos?

Os loiros se entreolham com um olhar tímido e um sorriso de lado, deixando um silencio no ar que serve de certa forma como resposta para Jhoan, que ergue as sobrancelhas, com um sorriso de lábios separados.

—Eu não sou sonâmbula. – estressou-se. —E outra coisa, se eu fosse mesmo, como poderia trocar de roupas, passar batom, arrumar o cabelo e ainda mais, beber copos de uísque?

A pergunta da garota faz todos se calarem, refletindo.

—Mas... E sua segunda personalidade? Teria como ela, de alguma forma, controlar seu corpo por inteiro? – interrogou Kevin.
—Não sei... Quero dizer, já fui controlada por minutos, horas... Mas dias?
—Sei não, Crist. Você anda muito estranha ultimamente. Mais violenta, traiçoeira e... Poderosa. – Jhoan faz a garota mudar seu semblante.
—Esses dias que eu estive fora... Por que não usaram o Cérebro para me encontrar?
—Tentamos, diversas vezes, mas era como se sua mente estivesse bloqueada. – explicou Anya.
—Eu tenho que descobrir o que eu fiz... Anya pode tentar ler minha mente e ver o que houve?
—Claro. – sentou-se melhor sobre a cama. —Deite-se aqui.

Crist se deita, colocando a cabeça sobre o colo de Anya, que coloca suas mãos entre a cabeça da amiga, que fecha os olhos após os de Anya ascender.

—Me desculpe, não há nada além do que você disse que lembrava. – parou a leitura.
—Ótimo. – bufou.

Todos se calam, deixando um silencio desconfortável ao ar. Kevin começa a fazer olhares para Anya que mexe a cabeça fazendo um sinal negativo.

—O que... O que vocês estão falando?! – a morena fez a loira comprimir os lábios uns contra os outros. Kevin faz novamente um sinal para ela, que se rende, levantando e pegando a mão da amiga, puxando-a e a levando até o seu banheiro e parando á porta, que estava entreaberta. —Anya, você está me assustando.
—Crist. – respirou. —Quando você desapareceu, vasculhamos seu quarto procurando por alguma pista de seu paradeiro. – calou-se.
—Sim, e encontraram algo?
—Mais ou menos. – respondeu dando um leve toque na porta do banheiro, que abre lentamente, fazendo um ruído baixo e permitindo a entrada da luminosidade do quarto. —Encontramos seu banheiro assim!

Crist entra e recua seus passos, evitando pisar em um frasco de perfume que estava quebrado ao chão, em meio de vários outros cacos de vidro e cosméticos de beleza. Sua respiração altera quando ela olha para o espelho, se pondo de frente á ele, que destorce sua imagem pelos trincados que seguiam uma marca ao meio, como um soco.

—Eu... O que eu fiz?!

Dois dias atrás...

Uma jovem desfila por uma avenida movimentada, usando um sobretudo preto que ia até as pernas, abotoado apenas na parte acima da cintura, deixando a parte de baixo livre, que se movimenta serenamente no ar, acompanhando o ritmo de uma leve brisa que esvoaçava seus cabelos, recebendo vários elogios aleatórios de homens que por ela passavam e por outros que vadiavam pelas iluminadas ruas abaixo de um lindo céu. A garota, sem demonstrar interesse nos elogios, joga seus cabelos de lado e se esforça para rebolar ao máximo á cada passo que dava. Ela para e atravessa a rua, parando de frente á uma fila que entrava em uma boate famosa na cidade.

—Clube do Inferno! – leu a placa luminosa em voz alta. —Perfeito para uma demoniazinha á procura de uma diversão após anos presa em um corpo entediante.

Entrando na boate, ela abre um sorriso de lado, soltando uns passinhos no ritmo da musica eletrônica que tocava e passando próximo a alguns homens bem vestidos, chamando a atenção com toques e olhares provocantes. Depois de algumas musicas, a mutante começa a dançar livremente, chegando á subir sobre o palco aonde dançarinas faziam movimentos sensuais e roubando a atenção das demais que param de dançar para dá espaço á ela. Ao descer do palco, ela esbarra em um homem sofisticado, de olhos azuis e cabelos loiros grisalhos que passava, sendo empurrada pelos seguranças do mesmo. A boate começa a esvaziar e ela nota a presença do mesmo homem na sala do dono da boate, já não havia ninguém além da brasileira quando o homem sai da sala horas depois e passa por ela discutindo com uma mulher de cabelos escuros.

—Eu preciso encontrar esses dois bandidinhos, eles estão com algo que é meu. – repetiu zangado.
—Entendo Senhor Bolshoi, mas eles não são vistos aqui na boate há anos.
—Pensei que com meus anos de parceria ao Clube, eu teria privilégios, mas vejo que estou perdendo meu tempo.
—Não podemos esquecer que quem me deve uma é o senhor. – parou olhando para os lados. —Ou esqueceu-se da menina que tanto precisava para contentar sua esposa estéril. Acha que foi fácil roubar a garota da mãe? Só não reclamo por que me deu um enorme prazer ao ver a cara da sonsa da Em... – foi interrompida.
—Aquilo foi há muito tempo, a garota já deve estar uma moça e nem estou mais casado com a Lara. – alterou sua voz, fazendo a mulher arquear sua sobrancelha com um olhar abusado.
—Troca de favores, meu querido. Agora me dê licença, por que tenho mais o que fazer.

Crist aproveita que a mulher sai e chama atenção do executivo, batendo forte o copo contra o balcão.

—Está atrás de uns foragidos? – perguntou sem olhar diretamente nos olhos dele.
—E você é?
—Pode me chamar de... Espectra. – estendeu-lhe a mão.
—Yuri Bolshoi... Mas pode me chamar apenas por Sr. Bolshoi. – falou após beijar a mão da jovem. —Então... Está interessada no serviço?
—É... Digamos que eu quero fazer minha boa ação.
—Você não tem cara de uma caçadora de recompensas. – olhou-a de cima á baixo.
—Mas claro, digamos que essas são as piores. – pegou sua gravata. —Ora, não vamos julgar o livro pela capa.
—Não sei se devo, já perdi muito dinheiro com caçadores de recompensas que roubaram minha encomenda.
—Não seja cético, não confia em uma bela dama?
—Mas claro, digamos que essas são as piores. – soltou um sorriso charmoso para a jovem. —Tudo bem, os salafrários são esses. – mostrou-a a foto dos interessados. —São os Yagamis, caçadores de recompensas profissionais. Há um tempo eu os contratei para encontrar e me entregar uma jóia mística muito rara, chamada Pedra de Sangue. Após eles encontrarem, eles sumiram com a pedra e nunca mais os vi.
—E você quer que eu os encontre e pegue a pedra na roupa dos cadáveres. – completou com um sorriso irônico.
—Você aprende rápido.
—Eu me esforço. Mas e a parte interessante? – fez um sinal de dinheiro com os dedos.
—Me traga a pedra e lhe pagarei á altura.
—Uhn... Olha que sou muito eficiente.
—Isso é o que vamos ver.

A garota manda um beijo para o homem de longe, saindo da boate e pegando um táxi, indo em direção á Mansão X. Ela atravessa a porta da mansão, todos ainda estavam dormindo, seus passos eram tão leves que ela chegava a planar no ar. Silenciosamente, ela chega ao seu quarto, jogando o sobretudo sobre a cama e abrindo o guarda-roupas, retirando um fundo falso, aonde estava armas de fogo de todos os tipos. De calibres á metralhadoras pequenas.

—Sabia que um dia eu ia usar vocês, minhas lindinhas. – fez um biquinho fofo para as armas, beijando um par de calibres que ela recarrega e coloca no suporte de arma em sua calça.

Ela passa pelo banheiro e o vê destruído, como havia deixado. No quarto ao lado, Kevin e Anya estavam acordados, ambos deitados sobre a cama do jovem, conversando.

—Ela disse simplesmente que é sua mãe?
—Praticamente. – suspirou. —Ela veio com uma conversa de que me tiraram dela, mas não sei se confio nela.
—Não está errada em pensar assim, não escutei coisas boas dela vindo dos X-Men. – olhava para o teto de seu quarto. —Principalmente os que a Senhorita Grey disse. – riu.
—Digamos que ela não é um exemplo de boa samaritana, mas não acho que ela é uma pessoa ruim, só meio manipuladora.
—E como sabe que ela não está te manipulando? – virou-se de frente á ela.
—Porque aprendi uma coisa com ela que o Professor não aprova... Li a mente dela, ela estava sendo sincera, mas eu senti também que ela estava escondendo algo.
—Já sabe como vai voltar para lá?
—Eu não sei, não quero me encontrar com ela, pelo menos não agora.
—Então... – esperançou-se. —Você vai voltar ?
—Pelo menos por uns dias, se o Professor permitir, claro.
—Ele vai. – sorriu. —Mas iai, conheceu outros telepatas manipuladores?
—Na Academia? Nem tanto, e nem cheguei a me relacionar com os alunos, exceto ao Litthie... Litthie... Yagami, isso, Yagami. – lembrou do sobrenome.

Crist estava á greta da porta ouvindo a conversa de ambos, abrindo um sorriso maligno ao ouvir sobre o Yagami, deixando o local.

Academia de Massachusetts, 6h23 da manhã...

Cristiane chega a Academia, fugindo da diretora Frost que se aproximava, passando em meio a um grupo de alunos e subindo as escadas, encontrando o garoto que descia as escadas com um fone de ouvido, cantando uma musica da Lady Gaga em voz alta e desafinada.

—Com licença. – parou-o fazendo uma voz simpática. —Sabe onde posso encontrar um aluno chamado Litthie?
—Crist, minha diva! – retirou os fones. —Sou eu. – riu.
—Ah, claro. – fingiu conhecê-lo. —Nossa, faz tanto tempo que nem o reconheci. Emagreceu!
—Ai nem me fale, ficar semanas me matando de comer só folhas tinha que dá resultados. Mas o que está fazendo aqui?
—A Meghanny, queria entrar em contato com ela, podia me informar onde ela está? Queria muito reencontrá-la.
—A Meg? Nossa, faz um tempo que eu não a vejo. A ultima vez que falei com meus irmãos foi através de uma carta.
—Mas você não tem idéia de onde ela pode estar?
—Bom, pode ser que eles ainda estão vivendo no galpão abandonado no meio da Industry City. – respondeu ingenuamente.
—Ai, obrigada querido. – abraçou-o desinteressadamente, descendo as escadas com pressa.

Litthie termina de descer as escadas e vai á sala de estar, deitando de qualquer modo sobre a um sofá. Minutos depois, ele vê Emma conversando com um jovem loiro que chama sua atenção, fazendo-o levantar e ir até ambos.

—Ah, ai está você, sua peste. – avistou-o Emma. —Esse garoto disse que a Anya pediu para procurá-lo.
—A mim? Por que?
—É... – virou-se de costas para Emma. —Ela pediu para você arrumar umas malas com as roupas dela para eu levar.
—Ela te pediu isso? – interrogou Emma.
—Sim. – disse baixo.
—Mas o que houve? – perguntou Litthie. —Ela não vai voltar?
—Não... Pelo menos não agora.
—Tudo bem. – mudou seu semblante. —Litthie sobe e arruma as malas daquela ingrata. Tenho coisas mais importantes para resolver.
—Sim, minha rainha. – reverenciou-se para ela que sai sem dá idéia.

Ambos sobem as escadas juntos, em direção ao quarto de Anya.

—Ela parece bem amarga. – comentou Kevin.
—É só o jeito dela. – soltou um sorriso fraco. —Ela passou por muitas coisas, coisas que mudaram ela...

Enquanto eles falavam sobre a telepata, a mesma entrava em seu escritório escuro, trancando a porta e sentando sobre sua cadeira, aproveitando a privacidade e secando uma lagrima que caia de seu rosto sem expressão.

—Eu acho que... Ela só é assim para não mostrar que é como todas as outras pessoas... Que chora, sofre, ama.

Galpão abandonado. Industry City, 6h30...

Meghanny acorda primeiro, levantando e tomando o café que fizera em uma pequena e simples caneca de metal. Um simples pão velho serve de acompanhamento ao café. Ao terminar, ela se levanta e vai á uma parte isolada do galpão e prepara alguns alvos feitos manualmente por ela mesma, disparando raios contra eles e acertando todos os alvos, que flamejam ao chão. Thitan, irmão mais velho dos três Yagamis, desperta e bebe com um único gole o café que foi deixado para ele.

—Bom... Pelo o que o cosplayer de emo me falou, é aqui! – parou em frente ao galpão, passando a mão sobre algumas bolinhas de metal que estavam grudadas ao seu cinto e foi em direção ao local.

—Ai, finalmente você levantou. – avistou o irmão que a via treinar á porta do lugar, sem camisa. —Pensei que estava morto, já estava quase ligando para a emergência. – parou pegando um pano e limpando a testa suada.
—Diz isso porque você não mexeu um dedo na missão de ontem.
—Meu querido, a culpa não é minha se você sempre entra em confusão. – deu uma leve risada sem dá importância ao irmão que bufava de raiva.
—Olha aqui garota... – foi interrompido.
—Espera. – parou-o. —Ouviu isso?

Ambos ficam em silencio, o Yagami cria uma adaga de plasma que sai do punho enquanto sua irmã energiza suas mãos. Bolinhas de metal atravessam a vidraça da janela e caiem perto dos dois, Thitan corre para perto da irmã e a abraça, criando um escudo de plasma sobre eles. As esferas explodem, deixando uma cortina de fumaça que serve para a entrada da garota.

—Cortina de fumaça é uma entrada tão clichê. – falou sem antes aparecer para os garotos que olham para os lados desnorteados. —Mas o que posso fazer, estava mais preocupada com onde iria colocar a cabeça de vocês que acabei esquecendo da entrada.

Os irmãos não esperam o ataque e correm para lados opostos. A fumaça desaparece e ambos ficam perplexos ao ver a visitante.

—Crist?! – exclamaram em uníssono.
—Ola queridos. – apontou suas armas para eles, disparando contra os dois que desviam e escondem cada um deles atrás de uma pilastra.
—Crist, o que você está fazendo? – gritou Thitan.
—Na verdade? Eu vim atrás disso! – mostrou-os uma pequena pedra avermelhada que brilhava com uma chama viva. —Mas que graça tem pegar a Pedra de Sangue e não ver uma gota sendo derramado?

Meghanny sai de trás da pilastra e corre até seu irmão, subindo sobre três caixas empilhadas e saltando da ultima, disparando contra Crist e caindo perto de Thitan.

—Quer me explicar por que sua ex está tentando nos matar? – gritou nervosa olhando constantemente para trás. —E como ela sabe da pedra?
—E eu que sei? – disparou com um calibre de plasma. —Digo, as minhas outras duas ex tinham motivo, mas a Crist não... Que eu me lembre.

Crist estende seus braços em direção ao esconderijo dos alvos e arranca a pilastra com sua telecinese, os dois rolam no chão e atacam a garota que fica intangível e voa até eles, atravessando o corpo da garota que fica fraca e a segurando na região do pescoço com o braço, por trás.

—É assim que recebem a morte? – ironizou.
—Solta ela, sua desgraçada.
—Calma Thitan, eu me viro. – esforçou-se a dizer quase sem voz.
—Isso, esperança é tudo de bom que vocês terão de agora em diante. – debochou com uma risada maligna.

A Yagami pega o braço de Crist que a segurava e a chuta por trás, puxando o braço dela e fazendo-a passar por cima de si e cair ao chão, apontando sua mão que segurava um raio para a cara da carioca que gargalha alto, atravessando o solo, saindo perto de Thitan e o puxando contra o chão, desaparecendo com ele.

—Thitan? Thitan? – gritou a loira.

—Volte aqui sua vadia. – Meghanny ouve a voz do irmão vindo de fora, correndo até ele.

Thitan disparava contra Crist que ficava visível e invisível aparecendo em lugares aleatórios, brincando com a raiva do garoto que só crescia. Ele cria um lança - míssil de plasma, disparando contra ela que muda a direção do projétil com sua telecinese e o faz atingir o galpão que explode por completo.

—Meghanny!
—Opa. – fingiu arrependimento, colocando a mão sobre a boca, antes de mostrar um olhar psicótico.

—Eu estou bem. – surgiu entre a fumaça.
—Vejo que não será tão fácil derrotar vocês. – vociferou ajeitando o cabelo e suas luvas que protegiam apenas a palma da mão, deixando os dedos livres. —Mas tenho mais uma carta na manga.

Ela fecha os punhos com força, fazendo vários contêineres próximos á ela flutuar em um circulo perfeito ao seu redor, sendo lançados um a um contra os irmãos que fogem do ataque.

—O que vamos fazer com ela? – perguntou Meghanny ofegante que se escondera atrás de algumas caixas de madeira.
—E eu que sei, ela está mais poderosa desde á ultima vez que a vimos. Sem contar que nem demonstra que nos conhece.

O silencio toma conta do lugar, deixando os irmãos aflitos.

—Cadê ela? – sussurrou olhando por cima da caixa.

A sombra de um contêiner se forma sobre eles, chamando suas atenções. Thitan age rápido e cria outro campo de plasma sobre eles, protegendo-os, mas o deixando fraco e cansado. Meghanny o levanta e deixa ele se apoiar sobre seu ombro, ajudando-o a fugir.

—Que lindinho! Irmãos ajudando um ao outro até a morte. – fingiu secar uma lagrima. —Até fiquei emocionada. Mas não se iludam meus queridos, vocês não têm nenhuma chance contra mim, tudo que vocês lançam, eu posso desviar.
—Talvez você tenha razão. – Litthie apareceu, fazendo os olhos dos irmãos brilharem em direção á ele. —Então vou tentar outra coisa, já que acha nossa parceria tão lindo.

A fantasma rosna e voa com os olhos “em chamas” em direção ao Yagami mais novo com velocidade. Ele, com toda tranquilidade do mundo, apenas coloca dois dedos sobre a testa e usa sua telepatia para imobilizá-la, que vai ao chão gritando de dor.

—Litthie! – alegrou-se a irmã. —Que saudade, maninho. – abraçou-o junto de Thitan.
—É... Eu resolvi fazer uma visitinha, mas acho que vim em uma péssima hora. – ironizou.
—Veio mesmo, por que já estávamos quase derrotando ela. – disse Thitan tentando manter uma postura de durão, que desmorona depois dele dar outro abraço no caçula. —Senti sua falta, Li.

A garota aproveita que os demais estão entretidos, e fica intangível, atravessando o solo abaixo dela com uma risada que deixa os garotos arrepiados.

Centro de Nova Iorque, 7h26 da manhã...

Crist para de frente á um enorme prédio, “Bolshoi Industries”, lê a garota, que fica maravilhada por uma metade de um segundo.

—Senhor, tem uma jovem ali fora que disse que tem algo para lhe entregar. – a secretaria do executivo noticiou-o á porta de seu enorme escritório.
—Deixe-a entrar. – parou o que fazia e se pós de pé.

—Vejo que está viva! Isso é um bom sinal.
—Meu bem, é surpresa você ainda estar vivo. – sentou-se sobre uma cadeira rotatória, confortando-se sobre ela.
—E eu posso saber o porquê? – sentou sobre a sua mesa de vidro.
—Aqueles caçadores de recompensa... São bons, mas pena que sou melhor. – mostrou-o a pedra que faz o homem saltar sobre a mesa. —Opa, opa, opa. Primeiro o dinheiro. – guardou a pedra novamente.
—Tudo bem. – foi á sua mesa. —Você foi muito bem. – assinou um cheque, entregando á ela que olha para o valor, fazendo uma cara de desgosto.
—Acho que merecia mais uns zeros aqui. – dobrou o cheque guardando-o no bolso da calça. —Mas tudo bem, aproveite sua pedra, não vá fumá-la. – mandou uma piscadinha para ele.
—Espera. – chamou-a. —Deixe um numero de contato, caso precisar de seus serviços novamente.

Ela vai até ele e pega um pincel sobre a mesa dele e escreve seu numero na testa do homem, deixando uma marca de batom ao final do numero.

—Até a próxima. – despediu-se. —Tenho uma boate para me acabar de dançar agora.

A jovem sai e fecha a enorme porta de madeira.

—Finalmente. – colocou a pedra contra a luz do sol, mostrando a imagem de vários seres em um lugar parecido ao inferno, tendo a imagem de uma face demoníaca tomada pela pedra. —Agora é só uma questão de tempo, mestre. E o mundo tremerá diante do senhor.

Mansão X, tempos atuais...

Crist arruma seu banheiro com a ajuda de Anya, que ao terminar se despede da amiga e retorna ao seu quarto. A jovem retira suas roupas e toma um banho relaxante, terminando e colocando um roupão branco, sentando sobre sua cama e revirando os bolsos de sua calça á procura de algo, antes de botar a roupa para lavar.

—O que é isso?! – assustou-se com o cheque que retira de sua calça.

Ela olha para seu reflexo no espelho, que sorri, colocando um dedo sobre os lábios, fazendo sinal de silencio.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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