Evolução X - Livro I: Guerra Mundial escrita por Guilherme Nunes


Capítulo 13
O Passado Bate á Porta pt. II


Notas iniciais do capítulo

Anya revela seu passado á Emma, que fica interessada em ajudá-la á encontrar seus pais, que há muito tempo ela não via. Essa viagem trará muitas revelações á ambas as telepatas, especialmente uma, que mudará completamente a vida da jovem mutante.



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Um carro preto entra em um estacionamento subterrâneo, abrindo suas duas portas da frente, saindo delas dois homens trajados de terno e óculos escuros, indo até a porta de trás e arrastando uma garota loira, que gritava e esperneava falando frases em russo enquanto lagrimas escorriam pelos seus lindos olhos azuis.

—Levem essa garota insuportável para o quarto de espera. –falou um outro homem que estava na porta do elevador segurando-o para os outros entrarem com a menina.

Eles entram no elevador, e um deles jogam-na contra o chão. Ela se senta e arrasta até o fundo do elevador, olhando assustada para os homens que riem de sua cara. Seus olhos apavorados tentavam encontrar palavras que ela compreendesse, mas sem sucesso. A porta se fecha, e ela sente o elevador subir e fica mais nervosa. Alguns andares á cima, no quarto aonde ela seria levada, mais crianças e adolescentes iguais a ela estavam algemadas e vendadas ao fundo do quarto, elas não gritavam, muito menos lutavam para se livrarem das algemas, pois estavam sedadas e fracas. Novamente no elevador, a garota coloca a mão sobre o colar que colocaram em seu pescoço. Era de metal frio e tinha uma luz circular no meio que indicava que estava ligado. A garota coloca as duas mãos sobre o colar e fecha seus olhos, forçando-os e tentando usar seus poderes que a pouco desenvolvera. As luzes nos botões do elevador começam a se aproximar da qual os homens haviam pressionado, a cada unidade que o numero no painel eletrônico do elevador subia, ela ficava cada vez mais tensa. Seus pequenos dedos trêmulos e agora suados escorregavam sobre o colar, que começa a chacoalhar e fazendo um barulho característico que chama a atenção dos dois capangas. A luz do colar se apaga e os olhos da garota se acendem, levantando-se e lançando um impacto psíquico que lança os homens para as bordas do elevador, fazendo-o parar e abrir a porta no andar que estava. Ela sai em direção ao corredor que foi levada, olhando para as placas que nada entendia, passando por varias portas fechadas e algumas camareiras que a olhavam estranho. Finalmente encontrando algo que reconhecia. A imagem de uma escada em uma placa branca desenhado de vermelho, ela adentra na porta e descendo cada degrau com ansiedade. As escadas terminam e ela retorna ao estacionamento, reconhecendo o carro que chegara que dispara um alarme inesperado ao tocá-lo. O alarme cessa e passos ecoam no corredor que estava. Apavorada, ela olha lentamente para trás, dando de cara com os homens que a levaram para lá. Eles apontam armas de choque que são retiradas do bolso de suas calças. E disparam, mas ela inusitadamente se protege, criando um campo psíquico que se desmancha impedindo-a de admirá-lo mais. Eles apressam os passos e a menina se vê cercada começando a ficar nervosa novamente. Ao se aproximar da garota, ela solta outro impacto psíquico que agora os lançam mais distante do que antes, chegando a empurrar alguns carros e disparar todos os alarmes. Ela corre até um deles e rouba a chave do carro no bolso do sequestrador e vai até o mesmo. Entrando no carro, ela relembrava o modo e como os homens dirigiram o carro durante a viagem, seus poderes a ajudaram á aprender o pratico de dirigir um carro. Os pés dela mal alcançavam os pedais, tendo de descer do banco para pressionar o acelerador e sair o mais rápido que podia. Ela percorre ruas desgovernadamente. Já era madrugada e ela passava por uma estrada escura e vazia, as mãos e pés da garota já estavam doloridos, sem contar seu pescoço que doía de tanto erguê-lo para avistar o caminho. De repente, em uma curva, ela se depara com outro carro, que desvia bruscamente, saindo da pista e descendo penhasco abaixo, caindo em um rio logo no final. Ela perde o controle e bate em um poste á poucos metros depois, o air bag é acionado na hora exata, deixando apenas inconsciente por alguns segundos. Ela sai do carro cambaleando, indo até onde o carro caíra e não enxergando nada pela falta de luminosidade do local. Ela volta até o carro e pegando seus sapatos que tirara ao entrar no carro, ela percorre o resto do caminho á pé.

—Depois de horas andando, eu encontrei um posto, aonde com alguns gestos, pedi água.

A garota engole a água com gosto, soltando um sorriso gratificado para o frentista que a ajudara.

—Qual... É... O... Seu... Nome? – perguntou o homem pausadamente, na esperança de que ela entendesse. Mas a única resposta que ele conseguiu, foi uma arqueada de sobrancelha que demonstrou sua incompreensão.

O frentista entrega uma barra energética para a garota que come agradecida e continua andando pelo caminho.

—Chegou uma hora em que eu já estava cansada de tanto andar, meus sapatos estavam aumentando ainda mais a dor em meus pés, permanecendo apenas para evitar o contato com o solo quente. Tirando que eu era uma menina de 12 anos em um país desconhecido.
—Mas por que você não pediu ajuda á alguém. Digo sua telepatia.
—Eu ainda não tinha controle deles, fazia semanas que destruí meu quarto com um impacto psíquico pela primeira vez, o que valeu como um chamado para os anti-mutantes e logo depois a Tríplice-Superior, que são traficantes de mutantes.

O sol escaldante forçava a vista da garota que já cambaleava novamente, agora além do cansaço, pela alta temperatura do local. Exausta, ela cai ao chão próximo á pista, com os olhos virados para baixo ela os abre vendo apenas imagens embaçadas. Sua respiração começa a voltar ao normal após um tempo descansando. De repente, uma voz ecoa em sua mente.

“—Por aqui.”

Ela olha para todos os lados, não encontrando nada além da mata que tinha próximo ao local onde ela estava caída. Novamente a voz fala em sua cabeça.

“—Confie em mim, por aqui.”

A voz não falava russo, era uma língua estranha para a garota, igual á dos seus sequestradores, mas de algum modo ela entendia o que ele dizia. Sem muitas alternativas, e cansada de tanto andar sem destino, ela adentra na mata. A voz continua guiando-a dizendo os locais corretos para ir. Agora ela se sentia mais segura e confortável, chegando a retirar os sapatos e carregá-los na mão. Ela não tinha mais medo e até esboçava um certo sorriso enquanto deslizava seus dedos sobre as cascas das arvores por onde passava, cumprimentando alguns animais e ouvindo o canto dos pássaros que fazia ela rodopiar com os braços estendidos para os lados e a cabeça erguida para o céu com os olhos fechados. Nessa hora a voz já havia parado de falar em sua cabeça, ela já andava sem sua ajuda. De repente, ela tropeça em uma raiz e cai perto da margem de um rio que se formava abaixo de uma linda cachoeira, com águas que desciam entre as pedras e formavam uma neblina que aparentava um lindo véu de noiva. Os olhos da garota brilham ao ver tanta beleza. Cansada e suja, com os pés imundos, ela entra na água e da um mergulho profundo, saindo do fundo e esboçando outro sorriso. Ela começa a brincar no rio, sozinha, jogando água para cima e mergulhando mais e mais fundo. Ao lembrar-se de seus pais, ela para de brincar e fica cabisbaixa por um tempo. Saindo da água e calçando novamente seus sapatos, ela volta a seguir a voz que a ordena passar por uma trilha que levava até o alto, próximo a cachoeira. Chegando ao alto ela passa por um lugar que já se via o teto de uma grande casa ao longe, assim ela apressa seus passos, saindo no jardim de uma enorme mansão, aonde um senhor em uma cadeira de rodas e uma senhorita ruiva ao lado de um moço de óculos escuros a esperava.

“—Olá Anya, meu nome é Charles Xavier. Seja bem-vinda ao Instituto Xavier para Jovens Superdotados.”

—Depois disso o Professor me ensinou a usar minha telepatia para entender o idioma. –contou Anya. —Foi questão de poucos minutos para eu estar falando fluentemente, e arriscando trava-línguas e gírias locais.
—Nossa. – surpreendeu-se. —Não sabia que você havia passado por tudo isso.
—Eu não sei por que, mas não me lembrava mais do acidente a ponto de que quando conheci o Kevin, entrei na mente dele rapidamente para ajudá-lo, mas não reconheci a cena. Mas hoje mais cedo, eu tive contato maior com a lembrança dele, e foi ai que eu percebi. –falava sem olhar diretamente nos olhos de Emma. —Não contei isso a ninguém, nem mesmo para a Crist, que foi a primeira que me relacionei na escola.
—Mas... – mudou de assunto. —E seus pais? Você não entrou em contato com eles?
—Na verdade não. Fiquei com medo de conversar com eles e a Tríplice-Superior ir atrás deles para se vingar. Ou de algum modo me acharem. – explicou a russa.
—Mas você não tem curiosidade para saber o que aconteceu com eles? Se ainda estão vivos?
—Você acha que eu não penso nisso todos os dias antes de dormir e quando acordo? Mesmo com as brigas de casal diariamente, eles não eram pais ruins, me amavam, e eu fui simplesmente roubada deles. – encheu os olhos de lagrimas.
—Me desculpe, não deveria ter tocado no assunto. – ofereceu-a um lenço.
—Não, tudo bem. – secou as lagrimas. —Eu só queria poder vê-los novamente, nem que fosse por um dia.

Emma olha para a garota que secava suas lagrimas, e pensando em algum modo em ajudar, ela finalmente esboça um sorriso.

—E que tal se nós fossemos para lá? – sugeriu.
—O que? Como?
—Eu tenho um jatinho particular que comprei com o dinheiro que desviei do Clube do Inferno.
—Clube do que? – Anya arqueia uma sobrancelha.
—Clube do Inferno. É uma boate aonde trabalhei por uns anos. Foi lá que conhecia a... – Anya a ouvia atenta. —Ah... Ninguém. Então? O que me diz?
—Bom, se não for muito incômodo.
—Nada, aí a gente aproveita e passa por uns salões e shoppings russos para dar um trato no nosso visual. – olhou para Anya de baixo para cima. —Na verdade só no seu, por que o meu é impecavelmente perfeito. – riu.
—Mas e a escola?
—Ah, deixa que o Sean fique em meu lugar enquanto estivermos fora. Agora vamos antes que algum pestinha levante.

Ambas as loiras vão em direção ao elevador que levava para a sala subterrânea aonde deixavam o jato. Enquanto isso, Celeste observa de longe elas saírem.

Horas se passam e o jato pousa em um terreno abandonado, próximo a antiga rua onde Anya morava, em Moscou.

—Pensei que quisesse sigilo. – sussurrou Anya enquanto descia as escadas do jato. —Me desculpe, mas pousar um jato próximo a uma rua movimentada não é muito sigiloso.
—Garota eu não ia sair andando por ai nesse asfalto esburacado com esses saltos enormes. Meus pés agradecem o meu ato heróico.

Elas passam pela rua vazia com algumas casas abandonadas, e as poucas que ainda eram habitadas, tinham suas janelas fechadas ao ver as visitantes.

—Essa é a rua movimentada?! – debochou Emma com uma cara de nojo para a situação do local.
—Era mais movimentada quando eu morava aqui. – disse até ver uma mulher passar com uma sacola de papel com compras sendo carregadas nos braços. —Ei, espere. – falou em russo.

A mulher a vê e apressa os passos.

—Ei, não escutou a garota? Ela falou em russo mais entendi muito bem ela dizendo pra esperar. – Emma apressou o passo acompanhando Anya que corria atrás da mulher. —Ah... Eu sabia que teria de correr.
—Espera! Eu só quero perguntar uma coisa. – repetiu tentando parar a mulher que entra em um beco que não percebe que não havia saída.
—Beco sem saída querida. Agora terá de nos responder. – disse Emma pausadamente enquanto recuperava o fôlego enquanto a mulher a olhava com uma cara de desespero.
—Emma, ela não está te entendendo. – falou Anya. —Só quero saber o que houve aqui, esse lugar não era assim quando eu morei aqui, o que aconteceu? – perguntou para a mulher em russo.
—“Quando eu morei aqui”... Você é. – reconheceu-a. —Você é a Anya Yurievna Bolshoi. Filha de Lara e Yuri Bolshoi.
—Sim, isso. – alegrou-se. —Mas, eu te conheço?
—Claro que conhece, eu era amiga de seus pais, não lembra?
—Vagamente... Mas e eles? Onde estão?
—Você ainda não viu a casa? – mudou o semblante. —Vou te levar até lá.

A mulher acompanha as duas até a antiga casa de Anya, que se depara com um lugar abandonado ás ruínas.

—Oh meu Deus! – assustou-se. —O que houve?
—Depois que você desapareceu seus pais se separaram de vez, após ele aparecer com uma outra família.
—Outra família? – interrompeu-a.
—Sim, ele tinha dois filhos fora do casamento, e ele se juntou á eles, deixando sua mãe tendo que pagar as despesas de casa enquanto lutava para te encontrar. Meses depois a Tríplice-superior bateu na porta dela, a casa já seria leiloada, eles entraram e fizeram a maior bagunça, o suficiente para cancelar o leilão. Dias depois eles voltaram, atrás de você creio eu. E não a achando, eles... Eles...
—Eles o que? Fala.
—Eles a levaram.

—Então você quer ir até essa tal “Tríangulo-Superior” atrás da sua mãe que você nem sabe se ainda ta viva? – indagou Emma enquanto seguia a garota que ia em direção ao jato com um olhar determinado.
—Você veio para me ajudar não é? Você quer me ajudar não é? – virou-se para ela parando próxima ao jato, dando ênfase a palavra “quer”. —Pois então entre naquele jato e me ajude a salvá-la.
—Bom... Eu só vou por que sinto... – colocou o dedo sobre a testa mandando uma piscadinha. —Que você vai mesmo se eu não aprovar.
—Vejo que você é uma boa sensitiva. – ironizou sem demonstrar nenhum sorriso.
—Tudo bem, mas você não vai pilotar. – falou subindo as escadas do jato. —Eu fico sexy ao manche. – jogou seus cabelos de lado fazendo Anya soltar seu primeiro sorriso.

—Boa sorte, vocês vão precisar. – falou a mulher enquanto via o jato decolar e partir.

Moscou, Russia... 20h11 da noite.

—É nesse prédio! – Anya indicou com o dedo através da janela do jato.
—Então como vamos entrar?
—Serio que me fez essa pergunta?! – virou-se para ela com uma cara de surpresa irônica. —Uma das maiores telepatas não sabe como invadir um simples prédio.
—Um simples prédio com vários homens armados, vale ressaltar. – fez Anya rir novamente. —Me desculpe, mas eu tento ser tão humilde que esqueço que sou a telepata mais foda da face da Terra.
—Nossa quanta humildade. – zombou Anya. —Agora vamos parar de brincar e prestar a atenção no plano. – chamou sua atenção. —O plano é o seguinte: Você entra disfarçada com sua telepatia e dá um jeito de entrar na suíte master, aonde o Cajado de Prata deve estar e use seus dons não tão naturais... – referiu aos seus peitos. —para distraí-lo para eu entrar e, também usando um disfarce telepático, entrar na sala de comunicação e encontrar o local onde ela está presa. E usando minha telepatia, mandar uma comunicação pelo auto-falante falso, que na verdade será telepática, ordenando com a voz do chefão, que eles esvaziem a cela dela. Assim eu poderei entrar e retirá-la.

—Boa garota! – maravilhou-se. —Até que você leva jeito.
—Aprendi com o Kevin. – deu um sorriso envergonhado. —Agora vamos.
—Claro, mas antes... – a encarou. —Meus seios são tão naturais quanto o loiro dos meus cabelos.
—Claro que é. – riu.

Anya desce a escada do jato, saltando alguns degraus, apressando Emma que descia com cautela. Parando e escondendo atrás de um carro em frente ao prédio, Emma se arruma e vai à frente, camuflando-se e fazendo parecer, aos olhos dos outros, que fosse como os outros capangas que estavam todos de preto. Ela entra no elevador, chegando á suíte, ela volta a sua forma normal, retirando seu roupão, ficando apenas com a mini saia e top que mal tampavam seu lindo corpo. E entrando no quarto do líder da Tríade.

—Quem é? – gritou com uma voz raivosa.
—Seus homens disseram que você estava querendo uma diversão. – respondeu fazendo uma voz mais fina e simpática que a dela realmente é.
—Já era tempo. – bufou. —Entre sua gostosa, minha cama está á sua espera. – disse ao abrir a porta para ela e a ver em trajes íntimos.

Enquanto isso, Anya repete o processo, só que agora, ela vai até a sala de comunicação e verifica as câmeras.

—Anda... Cadê... Achei! Mãe. – avistou-a em uma das varias telas.

A garota coloca as mãos entre os olhos, que brilham, mandando um recado na mente dos capangas, na voz do líder deles, como se fosse pelo auto-falante, ordenando que eles retirassem a guarda da tal cela. Feito, ela vai em direção á cela que não era muito longe.

Suíte Master...

—Isso gostosa, isso vai, vai. Isso mesmo... – repetia gemendo de prazer o velho que estava sobre a cama enquanto achava que estava deitado com a Emma, mas não se passava de uma ilusão.
—Patético. – sussurrou olhando de soslaio para o homem, enquanto lixava as unhas da mão.

Andares á baixo...

—Cela vinte e oito, cela vinte e oito... Aqui! – parou-se em frente á cela em que encontrava em um corredor completamente vazio. Ela põe-se em posição de ataque, e solta um impacto psíquico que evapora a porta apenas com um disparo. —Mãe!

A mulher estava acorrentada a parede, enquanto seu corpo fraco e frágil estava jogado ao chão, com a pele pálida e cabelos desarrumados.

—Mãe... Sou eu, Anya. – repetia em russo para a mulher que a olhava mais não a reconhecia. —Eu vou te tirar daqui, espera.
—An... Anya?

Novamente ela joga um impacto psíquico, só que agora em menor pressão, acertando apenas na algema que prendia sua mãe.

—Pronto mãe! Venha que eu vou te tirar daqui. – ergueu-a carregando-a apoiada em seu ombro.
—Anya minha filha? É-é... É você? – esforçou a dizer.
—Sim mãe, mas guarde suas forças.

A russa percorre pelos corredores camuflando a si mesma e sua mãe. Enquanto ela descia pelo elevador, ela envia uma mensagem para Emma, dizendo que havia dado certo e que poderia sair de lá.

—Graças a Deus. – comemorou erguendo os braços para o céu, após ouvir a mensagem.

—Vamos mãe, estamos quase lá. – sussurrou para a mulher que escorregava de seu ombro.

De repente sua mãe desmaia no corredor e Anya desfaz a camuflagem, abaixando para socorrer-la.

—Mãe acorda. –tentou acordá-la. —Ah meu Deus, o pulso dela está fraco.

—Ei você ai! Fique onde está. – gritou um dos guardas que a viu.
—Perfeito. – ironizou.

O guarda aponta a arma para ambas ao ver que ela havia soltado uma prisioneira, disparando um alarme.

—Droga! – exclamou Emma ao sair do elevador e estar cercada por guardas que apontavam a arma para ela.

Eles começam a disparar e ela entra em sua forma de diamante, se defendendo dos disparos. Assim, ela ataca os guardas em sua forma mais resistente.

—Mãe... Acorda. – repetiu.
—Não vou dizer novamente... – alertou. —Largue a prisioneira e fique com as mãos para cima.

Anya solta a sua mãe no chão, e levanta lentamente com as mãos ao ar, abaixando-as em seguida e colocando-as sobre a cintura e mandando uma piscadinha para ele.

—Você não me escutou? Eu diss... – Emma que chegara por trás dá um chute no capanga que cai ao chão inconsciente.
—Tudo bem? – interrogou Emma para Anya que consente com a cabeça. —O que houve com ela?!
—Desmaiou, ela está muito fraca, me ajude a carregá-la.

Elas descem as escadas carregando a mulher que se apóia nos ombros de ambas. Elas iam o mais rápido que podiam, chegando finalmente ao térreo.

—Chegamos. – sussurrou Emma antes de abrir á porta.

Ao abrir, elas se deparam com o Cajado de Prata acompanhado de vários guardas bem armados.

—Anya, Anya, Anya! – repetiu sonoramente. —Há quanto tempo, não? Qual foi a ultima vez que nos vimos mesmo?
—Desde a vez que você juntou seus capangas imundos e me arrastaram até um camburão cheio de outros mutantes sequestrados.
—Ah... Não fale com essas palavras, assim me magoa. – aproximou-se dela colocando a mão sobre seu queixo e erguendo-o, fazendo-a demonstrar uma cara de nojo e de raiva, antes de cuspir no rosto dele. —Continua malcriada. Vejo que veio buscar sua tão querida mamãezinha! – secou a saliva da garota em seu rosto. —Pena que ela não sobreviverá muito tempo.

Ao terminar a frase, ele aponta seu cajado de prata, que deu seu nome, e disparou contra a mulher, que vai ao chão.

—A-anya... Eu, eu queria te dizer que estou muito feliz que veio atrás de mim... Eu... Eu sinto muito, por ter ficado tanto tempo longe de você. – esforçou-se a dizer, ainda com uma voz fraca e rouca, com os lábios secos e brancos.
—Não mãe, você não teve culpa. – chorava a garota.

A mulher olha para Emma, que lê a mente dela, e faz um sinal negativo com a cabeça.

—Eu... Eu quero que você saiba de algo... Emma. – chamou-a.
—Como você a conhece? – perguntou Anya olhando para Emma que vira o rosto.
—Por favor, Emma... D-diga a verdade a ela... Ela, ela merece saber. – falou antes de engolir em seco. —Filha... Eu te amo.
—Eu também te amo mãe, me desculpa. – torna a chorar após a mulher fechar os olhos e soltar a mão dela que segurava com tanta força.

A garota fica aos prantos, e ao mesmo tempo com raiva. Emma percebe a situação, e fica em sua forma blindada, chamando a atenção dos demais que olham com um olhar apavorado para a garota que se levanta do chão com uma aura psíquica ao seu redor. Eles disparam contra ela, mas as balas são destruídas muito antes de chegar perto dela. Seus olhos brilhavam enquanto escorriam lagrimas de dor e seus cabelos curtos esvoaçavam no ar. Seus punhos estavam fortemente fechados. Ela e suas mechas ficam paradas no ar, e soltando toda a raiva, ela liberta um ataque telepático tão forte, que mata todos ao seu redor, com exceção de Emma que estava em sua forma de diamante, que chega a trincar. A garota volta ao normal e cai no chão com as mãos sobre os olhos, a loira aproxima dela e coloca sua mão sobre o ombro da jovem que não reage.

Horas depois... No jato.

Emma coloca no piloto automático e vai até o final do jato, onde Anya estava sentada quieta, sem chorar, sem falar a viagem inteira. Desde a partida delas de Moscou, a russa não havia dito uma palavra se quer, estava de luto em silêncio.

—Você está bem? – assentou-se ao seu lado.
—Sim. – falou quase inaudível. —Eu, eu estava pensando no que ela estava me dizendo e... ­ Tentei de todos os modos compreender como vocês se conhecem, o porquê de você ter tido tanto interesse em me ajudar e sem falar que ela sabia que você tinha algo importante á me dizer. – parou respirando fundo. —O que ela mandou você me dizer? – encarou-a seriamente.
—Anya eu... –tentou mudar de assunto.
—Não me force a ler sua mente.
—Tudo bem. E-eu não sei como dizer isso, mas... –calou-se.

A loira pega na mão da jovem, segurando com as duas mãos fortemente, olhando nos olhos também azuis de Anya e finalmente tomando coragem, ela fala.

—Anya... Eu sou sua mãe.

Continua na parte III...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)



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