Projeto X-5 escrita por Biana


Capítulo 6
Invasão - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Ação e revelações em um capitulo só. Quer coisa melhor? Espero que gostem. Boa leitura!



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Saímos do hall por um dos corredores e fomos desembocar em um largo corredor onde havia outros nas laterais, quando passamos por um deles uma grande porta vermelha me chamou a atenção por estar com uma pequena fresta aberta. Fui em direção à porta enquanto Miguel seguiu em frente sem perceber que eu havia mudado de direção.

Ao chegar perto da porta notei que saia um ar gélido de dentro da sala, olhei pela fresta, mas não conseguia enxergar nada por causa do vapor de gelo que havia lá dentro. Então resolvi entrar com cautela portando uma das pistolas na mão.

Quando entrei percebi que aquela sala na verdade era uma espécie de sala criogênica e no centro dela havia uma câmara tubular. Vendo que não havia perigo eu guardei a pistola novamente no coldre e fui em direção à câmara. À medida que eu chegava mais perto podia ver com mais clareza que parecia haver alguém ou algo dentro dela, mas não conseguia enxergar direito, pois a câmara estava toda embaçada.

Então limpei com a mão a parte de cima para poder enxergar o rosto e vi que se tratava de uma pessoa. Um rapaz caucasiano de cabelo ruivo que estava desacordado. Em seguida limpei mais partes embaçadas da câmara e notei que um de seus braços estava amputado. Quem poderia ser aquele rapaz e o que ele estava fazendo ali? Foi o que me passou na cabeça naquele instante. Enquanto fiquei o observando por alguns segundos, Miguel me chamou pelo walkie talkie:

– Você está bem? Onde você está? Eu achei a sala de dados.

– Estou bem. Pensei ter visto algo em um corredor, eu já estou indo. – O respondi pelo walkie talkie.

Como não sabia se o rapaz poderia ser uma ameaça, resolvi não mexer em nada e deixa-lo onde estava. Saí da sala deixando a porta exatamente como a encontrei e fui ao encontro de Miguel.

Quando voltei ao corredor onde estávamos vi que bem mais para frente Miguel estava agachado com seu notebook apoiado nas pernas conectado por um cabo ao painel de senhas de uma porta automática.

– Só pode ser aqui mesmo, é a única porta lacrada com tecnologia avançada por um sistema de senha neste templo. – Falei enquanto ia em direção a ele.

Miguel se virou para me olhar.

– Mas nem este sistema avançado é páreo para mim e meus artifícios. – Miguel falou voltando o olhar para a tela de seu notebook.

Depois de um ou dois minutos digitando códigos no notebook a porta finalmente se abriu. Dentro da sala havia um sistema avançado de central de controle que me fez ficar boquiaberta por alguns instantes. Logo em seguida Miguel pegou o notebook e entramos cautelosamente na sala. Mas fomos descuidados por um momento e não vimos que passamos por um laser de movimento logo que entramos.

Havia uma grande tela na central de controle. Eu fiquei guardando a porta armada com uma das pistolas na mão caso algum outro guarda aparecesse enquanto Miguel iniciava o sistema da central. Mas para acessar os dados do sistema era preciso uma senha.

– Por que eu não estou surpreso? – Miguel perguntou conectando seus dois notebooks na central para invadir o sistema.

– Deixa eu adivinhar. Está protegido por uma senha máster... – Eu disse sem tirar o olho do corredor.

– É, e lá vamos nós de novo. – Miguel respondeu teclando em seus notebooks.

Depois de alguns minutos ele conseguiu burlar o sistema de segurança da central e conseguiu acesso ao banco de dados. Então Miguel conseguiu acessar as informações do Projeto X-5, mas parecia que faltavam muitas informações. Parecia que o ficheiro daquele sistema estava incompleto.

– Lenna, é melhor vir ver isso.

– Do que você me chamou? – Perguntei com uma expressão de quem não tinha entendido enquanto ia em direção a ele e ao painel.

– Lenna, é seu nome. Lenna Heine, 28 anos. Ex-cientista da área biológica do CADMUS que foi exposta ao vírus X-5 e foi colocada sob quarentena para isolamento do vírus. – Miguel lia as informações na grande tela.

Eu fiquei sem palavras por alguns segundos observando pasma a grande tela com minha foto e minhas informações.

– Então era verdade... Eu realmente estava ligada ao CADMUS...

Miguel acessou outra parte do projeto onde continha informações sobre o vírus.

– O Vírus foi estrategicamente planejado, ou seja, ele não é transmitido como um vírus comum de gripe ou resfriado. Embora o vírus X-5 tenha sido isolado de vários fluidos corporais como saliva, urina, lágrimas, apenas o contato com sangue, sêmen, secreções e leite materno de indivíduos representam fontes de transmissão. Em outras palavras, o vírus só é transmitido através do contato direto com o DNA de um possível hospedeiro, como o HIV. – Miguel resumiu as informações contidas naquele arquivo. - Mas aqui não há mais informações relevantes sobre você e o projeto. Ao que me parece eles realmente querem deixar este projeto no anonimato. Suponho que somente na base central haja todas as informações sobre o projeto X-5.

Enquanto ele falava eu comecei a ter uns flashbacks confusos com imagens em minha mente de mim dentro do CADMUS e minha participação na criação do vírus. Então comecei a me dar conta de qual foi meu papel dentro daquela organização. Mas ao mesmo tempo que me lembrava daquelas cenas comecei a sentir minha cabeça doer e me apoiei na mesa de controle para não cair. Miguel viu que eu iria cair e rapidamente me segurou.

– Você está bem? – perguntou ele preocupado.

– Eu fui cumplice deles... Eu ajudei neste maldito projeto... Eu ajudei na criação deste vírus. – Eu falei com uma das mãos na cabeça ainda nos braços dele.

– Como você...

– Eu estou começando a me lembrar. – O interrompi já conseguindo ficar em pé sozinha.

– Sinto muito você ter se envolvido em tudo isso, mas Lenna, o que você sabe é muito valioso, pode ser de grande ajuda para o governo. – Miguel disse voltando ao notebook enquanto eu olhava para o chão pensativa. – As informações contidas nessa central não são muitas, mas já irão fazer muita diferença.

Ele começou a fazer backup dos arquivos e informações para seu notebook e para um pen drive. Parada ali apoiada na mesa inconformada com tudo aquilo eu comecei a ouvir um barulho muito sutil que parecia vir do outro lado da sala. Então eu olhei para lá desconfiada e comecei a andar com cautela em direção ao barulho enquanto Miguel estava concentrado no que fazia.

O barulho parecia vir de trás de um pano longo que estava cobrindo algo. Retirei o pano e o que eu vi? Um painel com uma contagem regressiva e restava apenas 1 minuto.

– Miguel! – Eu gritei me virando para ele.

Ele rapidamente virou a cabeça em minha direção e viu o painel.

– Merda! – Miguel desconectou o pen drive do painel deixando seus notebooks e aparelhos para trás, agarrou minha mão e me puxou correndo para fora da sala.

Fomos correndo em direção à janela no final do corredor e nos jogamos contra ela protegendo nossos corpos com os braços. Caímos em um telhado mais baixo deslizando sobre ele até cairmos no chão. Miguel rapidamente se levantou e me ajudou a levantar e corremos em direção ao grande portão de entrada. Assim que cruzamos o portão o detonador explodiu acabando com metade do templo.

O impacto da explosão nos jogou montanha abaixo nos fazendo rolar na neve. Com isso o walkie talkie que estava guardado em meu bolso acabou caindo dele. Quando finalmente paramos de cair estávamos cheios de arranhões e Miguel parecia estar inconsciente.

A explosão fez com que uma avalanche de neve descesse do topo da montanha em direção ao templo e a nós. Eu me levantei o mais rápido que pude e corri até Miguel tentando acorda-lo, mas vi que seria inútil.

Me virei e vi que a avalanche já estava praticamente em cima de nós. Mas em vez de nos atingir a neve passou sobre nós, como se houvesse uma espécie de proteção sobre nós, uma espécie de campo invisível nos protegendo. Era eu quem estava fazendo aquilo, eu podia sentir. Podia sentir uma estranha sensação de poder emanando de dentro de mim.

Miguel acordou e olhou para cima vendo a avalanche passar sobre nós e em seguida olhou para mim que estava parada alguns metros a sua frente com o olhar fixado na avalanche. Ele olhava aquilo não acreditando no que estava vendo.

Eu comecei a sentir uma forte fraqueza em meu corpo, como se eu fosse desmaiar a qualquer momento. A avalanche finalmente passou e eu respirei profundamente como se estivesse sem ar, eu iria desmaiar.

Rapidamente Miguel se levantou e correu em minha direção me segurando novamente para que eu não caísse e se agachou comigo apoiando minha cabeça em seu colo. Minha visão estava turva, eu mal conseguiu enxergar seu rosto.

– Nós... Nós precisamos sair daqui... – Mal conseguia falar.

– Calma, vai ficar tudo bem. – Ele disse passando a mão em meu rosto.

Miguel passou meu braço sobre seu pescoço me apoiando nele e saímos dali o mais depressa possível em direção ao avião. E assim que entramos ele decolou com a aeronave.

Eu acabei apagando dentro do avião por vários minutos, mas quando acordei olhei para fora e notei que já havíamos saído da região do Tibet.

– Que bom que acordou. Está se sentindo melhor? – Miguel perguntou sem se virar.

– Um pouco, mas me sinto com fraqueza ainda...

– Vai me explicar o que foi aquilo que aconteceu na montanha? Como você conseguiu impedir aquela avalanche de nos atingir?

– Eu bem que gostaria... O vírus fez coisas comigo, coisas que ainda não consigo entender. Coisas que não consigo controlar... – Respondi olhando para a paisagem a fora.

– Então o vírus também causa mutações a ponto de o hospedeiro adquirir uma espécie de super poderes?

– Eu acho que sim. Se é que pode chamar isso de super poderes... A verdade é que a cada instante eu fico mais aterrorizada com isso tudo e comigo mesma.

– Não se preocupe, vamos dar um fim a isso tudo. – Miguel disse se virando um instante para me olhar.


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Notas finais do capítulo

Observações personagens:

Acho que não é surpresa para a maioria a identidade do rapaz que Lenna encontra no templo.

Roy Harper - Colton Haynes: http://i1119.photobucket.com/albums/k624/Fabianim/Projeto%20X-5/file_201541_0_Colton_Haynes_zpseivpvwxy.jpg

Observações cenário:

Para aqueles que acompanharam Justiça Jovem: Invasão perceberam que o templo tibetano destes dois últimos capítulos é na verdade o templo do episódio 6: Bloodlines que o Arqueiro Vermelho e Lince invadem para resgatar o verdadeiro Roy Harper. Mas os acontecimentos destes capítulos se passam mais ou menos um ano antes dos acontecimentos do episódio.

Não esqueça de deixar seu review com críticas, elogios ou sugestões. E se realmente gostou não se esqueça de favoritar! Até o próximo capítulo.



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