More than words - Helix Sarah e Alan escrita por lotusflower


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

O bebê de Sarah evoluiu como uma gravidez normal aqui, diferente da série original. Espero que gostem :D



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-Alan, você deve isso à mim e à nosso bebê?

- Nosso...?! Nós temos um bebê?

Sarah fitou o chão.

- Sim, nós temos.

- E onde ele está?

Ela não respondeu.

-Sarah!

- Em Seattle. Alan, eu não vim falar sobre isso. Você precisa nos ajudar!

- Não. Não, eu não posso, Sarah. Pegue os outros e vão embora. Vocês não sabem o perigo que estão correndo.

- Não vamos sair daqui. Precisamos de respostas e você tem algumas. Eu sei que tem. Eu não saio sem você.

- Sarah, vai embora daqui.

- Não. E nem temos como, só trarão um barco daqui há 2 semanas.

- Então esperem na doca e comemorem se saírem vivos. Mas vão!

- Alan, não vou.

-Vai sim. Se não for por mim, que seja pelo... bebê.

- Ela já ficou sem você, pode ficar sem mim.

-Ela...?

Sarah virou-se e saiu do quarto de Alan, prometendo a si mesma de que não sairia de lá sem ele e sem a cura. Caminhou a passos lentos pelo corredor escuro da fortaleza daquela seita até seu quarto.

-Estamos ficando bons nisso, huh! - Peter comemorou, rindo, enquanto colocava as coisas no barco da CDC que estava trancado da doca da ilha de Saint Germain. - Fizemos tudo em menos de seis meses! Batemos nosso recorde!

Sarah entrou no barco com uma mochila cheia de antídotos e foi direto para um dos quartos, trancafiando-se por lá. Kyle desmaiou de sono no corredor mesmo.

-Alan. - Peter chamou.

-Sim? -Ele olhou o irmão.

- Você nos ajudou aqui, obrigado. Mas... você não pode entrar em Seattle. Tem acusações e processos em cima de você. Você participou de um atentado em Paris, e sinto muito se espera que eu te ajude nessa.

-Peter, eu não fiz isso. Nada disso. Quero dizer, eu entrei sim na Ilaria, e matei duas pessoas, mas o resto, não fui eu. Armaram pra mim. Deixei uma advogada fazendo todo o serviço pra mim. Acho que posso recomeçar.

- Ah... Certo. Bem, eu vou descansar.

Eles se despediram desconfortavelmente e cada um foi para um lado do barco.

A sede da seita fora destruída, a população confinada havia sido levada à New York para serem realocados e registrados como cidadãos. Irmão Michael e irmã Anna foram presos por conspiração e criação de vírus de epidemia. A população doente fora curada, é claro, sofrendo assim algumas perdas. O vírus e a cura do TMX-7 seria mandado para a CDC dos Estados Unidos e para a filial da Ásia.

-Sarah? - Peter bateu à porta onde a doutora estava.

Ela não respondeu.

- Acho que nós precisamos conversar. Por favor?

No lado de dentro, ela hesitou antes de se levantar e abrir a porta.

- O que você quer?

- Podemos conversar?

- Sobre...?

- Nós.

- E tem “nós”? - Ela o olhou por alguns instantes e o deixou entrar.

Ele entrou e a fitou.

- Você ficou um ano sem dar notícia nenhuma, e há duas semanas, agiu como se não queria ter me visto.

- Eu nunca esqueci você.

- Parecia que sim.

-Desculpe. Eu tinha... que procurar Julia.

- Uh, sempre a Julia, claro. Bom, enquanto você está aqui, ela está lá feliz com o marido dela, que no caso é seu irmão.

- Eu estava procurando-a por causa de respostas, por causa da Ilaria.

- Eu vi mesmo a resposta antes da explosão.

-Sarah. Por favor! Se eu não quisesse nada com você, eu não estaria aqui.

-E o que exatamente você quer? Porque eu preciso saber. Eu passei um ano achando que você estava preso, internado ou morto, e que talvez jamais visse sua cara de novo. Você sabe o que é isso? Não, não sabe! - Ela chorava, tremendo.

-Ei, ei! Sarah. Pare. Pare de chorar. Me desculpe. Eu não sabia o que fazer e fiz uma escolha. Me desculpe, está bem? Eu quero você. -Alan abraçou-a, trazendo ela para seu peito.

Ficaram abraçados por um momento. Um sentia o coração do outro se ajeitar a um ritmo que era só deles. Alan afastou o rosto dela de seu peito e a olhou nos olhos, ainda marejados e vermelhos, e a beijou. Beijou como da primeira vez das poucas vezes que se beijaram.

-Eu... preciso por a cabeça em ordem. - Sarah se separou do beijo, mesmo demonstrando uma vontade absurda de querer continuar e caminhou até a porta de seu quarto, abrindo-a.

-Sarah.

-Alan, por favor.

Ele saiu, e no mesmo momento, Sarah fechou a porta e chorou em sua cama. Quando estava nos laboratórios dominava qualquer conhecimento, não era à toa que era a cientista/bióloga de pesquisas mais jovem a bater o recorde de prêmios do ramo, mas ao se tratar de amor, ela com certeza pisava em ovos.

Algumas boas horas depois, o barco atracou em Seattle. Alan e Sarah não tinham se falado de novo, e o clima entre eles não era o dos melhores. No porto esperando por eles, estavam alguns amigos e doutores da CDC, inclusive o chefe.

Cumprimentaram-se e Sarah saiu de perto deles. Alan seguiu-a com os olhos.

Ela seguia em direção à uma moça e uma bebê. A moça abraçou Sarah, deveria ser uma amiga, e a bebê saltou para o colo de Sarah, toda contente. A amiga entregou uma bolsa à ela e as chaves do carro, logo depois, deixou o porto correndo, não sem se despedir da amiga e da pequena garotinha.

Alan esperou a amiga desaparecer por completo e foi em direção à Sarah, que não se mexeu, então ele entendeu como uma autorização para se aproximar.

-... Ela é...?

-É. Carter. - Sarah coçou a testa com as chaves do carro.

-Ei! - Alan sorriu e brincou com a garotinha. Estendeu a mão para pegá-la no colo, mas ela não quis e se virou para Sarah. Ele riu. - Certo. Ela é linda!

-Alan. Eu estou meio cansada, então já vou indo. Nos vemos amanhã.

Ele mudou repentinamente um sorriso para uma cara um pouco entristecida e assentiu. Deu um tchauzinho para a bebê enquanto elas se distanciavam também.

Julia estava em uma poltrona, enrolada num cobertor de pelos enquanto segurava uma caneca de café bem quente. A neve caía torrencialmente do lado de fora do pequeno hotel e Carter dormia em uma das camas. No chão, a mochila preta dela estava jogada e entreaberta, mostrando seu conteúdo: materiais de primeiros socorros, uma agenda, um celular, algumas trocas de roupa.

Em meio ao silêncio, Julia começou a pensar. Vendo a sobrinha dormir na cama, num hotel de fim de mundo na Holanda, em meio ao inverno, sem os pais, finalmente entendeu o porquê Hatake não queria estar na vida dela. Se ele tivesse estabelecido contato antes, ela seria como Carter: em constante perigo, sem poder se apegar a nada, com medo de que tudo o que conquistasse ou se apegasse fosse embora um dia. Sem amigos, sem casa, sem raízes.

Carter espreguiçou-se na cama.

- Acordou?

-Não... Tô dormindo ainda.

- Engraçado.

-Brincadeira. - A garota de doze anos bocejou. Ela era extremamente parecida com Sarah, em tudo. Mas quando estava concentrada em alguma coisa, franzia o cenho como seu pai. As marcas de expressão perto dos olhos também eram iguais as de Alan.

- Carter? Você é feliz?

-Como assim?

- Bem, você já desejou alguma vez que a Ilaria não existisse para que você não precisasse ficar fugindo sempre, se escondendo longe dos seus pais?

- Já imaginei, mas se isso realmente acontecesse, eu provavelmente não estaria aqui, minha mãe teria morrido de câncer com 24 anos, meu pai estaria vivendo em Paris...

-É, você tem razão.

-E nem é sempre que “fugimos”. Essa é a terceira vez em doze anos. Porque a pergunta?

- Nada.

-Posso voltar a dormir?

O celular na mão de Julia começou a tocar.

-Acho que você vai querer falar com sua mãe. - Ela virou o visor para a garota. - Sarah?

-Oi. Vocês estão bem?

-Sim.

-Bem, podem voltar se quiserem, fechamos a Ilaria de vez. Acabamos de sair do tribunal Indonésio. - Sarah se continha para não gargalhar do outro lado da linha.

- Sério?

-É!

-Vou ligar pro aeroporto ver horário de vôo! Que ótima notícia!

-Eu tenho que ir. Tchau.

- Tchau! Sabe, sua mãe não quis nem saber de você, mas eles fecharam a Ilaria.

- O quê? Sério?

-Aham! - Julia sorriu enquanto entrava no site do aeroporto pesquisar passagens e horários.

Depois de horas voando, chegaram no aeroporto internacional de Seattle. Carter correu até o próximo portão sem nem mesmo esperar Julia. Mal chegou no outro portão, o mesmo se abriu. Várias pessoas saíam, homens, mulheres, jovens, adultos, crianças, mas não via seus pais. Até que, eles apareceram. Carter correu na direção deles. Estavam sem se ver há 3 meses. A saudade dos pais era enorme, e apesar de se mostrar bem durona como a mãe, Carter sabia ser bem coerente à sua infância, e agarrou-se à mãe.

-Ei! - Sarah riu, abraçando-a.

- Eu tava morrendo de saudade... Oi, pai!

Alan, como o pai bobo que era sempre, abaixou-se um pouco e deu um beijo em sua testa, junto com um abraço apertado, porém, Carter continuou agarrada à mãe. Sarah não era do tipo mãe-coruja e grudenta, amava-a muito e nem sempre sabia demonstrar, mas se davam extremamente bem.

- Cadê a Julia? - Sarah perguntou, depois de dar um beijo tímido na filha.

E no exato momento, Julia aparece correndo, ofegante, carregando duas bolsas pesadas.

-Garota, da próxima vez eu mato você assim que eu tiver oportunidade.

Eles riram.

Já em casa, após o jantar, Sarah estava deitada em sua cama, vendo qualquer coisa na tv enquanto Alan tomava banho. Carter apareceu de pijamas e deitou ao lado da mãe, colocando a cabeça no braço dela..

- Como foram de viagem?

- Bem. Normal e cansativo, mas bem. E vocês? - Carter rebateu.

- Também.

- Ai, eu senti muito sua falta.

- Eu também, sweetheart.

- Te amo.

- Também. - Sarah sorriu.

Alan saiu do banheiro e olhou para a cama. As duas mulheres de sua vida estavam dormindo exatamente iguais, uma era cópia idêntica da outra. Ele sorriu, deu um beijo em cada uma e foi dormir na cama de Carter.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Só eu que vejo a Sarah uma mãe muito amorosa, mas meio distante? ♥ Tão linda!
E eu tô louca pra ver o bebê deles na série! AAAAAAI, como amo esses dois! Shippo mesmo! hahaa
Deixem comentários e elogios, tá? Obrigada! Beijas e utas.



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