Take My Hand - o depois do para Sempre escrita por AliceCriis


Capítulo 3
3 – Inexistência.




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3 – Inexistência.


Quando a morte leva o que você tem de mais precioso,
Você anseia por ela,
Clama pela dor mortal e o ultimo suspiro.
Quando a vida não lhe dá explicações plausíveis,
Suas esperanças morrem como um símbolo... De fraqueza.
E uma ultima esperança á de brilhar.
E manter-te em tua força gravitacional.

Três horas... Pareciam ter durado meses. Três horas, se tornaram de insuportável choque.
- Jacob... eu estou aqui. – a voz de Leah era maternal. Tentava soar mais calma do que estava.
Porém eu via. Via que ela estava tão abalada quanto eu – se fosse possível. Caramba... meu pai morreu em meus braços. Meu... Meu pai. Eu dignamente não acreditava que ele partira.
Eu estava sentado naquele banco de hospital – há exatas três horas. Carlisle chegou em nosso barco – nadando; que coisa mais ridícula.
Arrastou nosso barco para a margem velozmente e tentou massagens no peito de Billy – mais foi completamente inútil. O peito de Billy tinha sofrido um infarto – e era mais do que obvio que não poderia ser previsto em nem um milhão de anos.
Minutos depois, a polícia chegou acompanhada pela ambulância do hospital de Forks – Charlie voltou correndo de sua viagem para ver Billy – e pude ver a pobre expressão do homem. Pobre Charlie. Ele era um dos melhores amigos de Charlie – e sempre seria. Os dois se conheciam jovens – antes mesmo de Billy estar preso a uma cadeira de rodas.
- Leah... – eu chamei erguendo meu rosto do chão e direcionando-me a ela.
- Huh?! – ela perguntou atordoada; poderia ver como ficou surpresa de ter reagido.
- Ele disse que não nos abandonou... – pausei incrédulo – ele... Ele pode continuar conosco?
- É claro Jake... – acalmou Leah, afagando meu braço e limpando seu rosto molhado. – Billy é um dos mais mágicos Quileutes que já existiram, amor. Não duvide disso...Jamais. ele está nos protegendo ao lado de sua mãe e meu pai. – ela engoliu seco e olhou para quem se aproximava pelo corredor.
- Leah..Jacob – a voz cheia de pêsames de Carlisle, me deixou inquieto e levantei-me de rosto firme.
- O que houve com meu pai, Carlisle? – perguntei num tom agourento e até duro demais.
- Jacob, filho... – ele procurou palavras contadas – Foi... Um tanto inesperado. – ele engoliu seco. Um tanto? Sério? Que imaginaria que um homem como Billy teria problemas cardíacos? – Ele tinha problemas no coração... E... o ataque repentino... Não há motivos para ter acontecido. Estou abismado com a situação. Nunca tivemos um paciente assim, Jacob. – ele me olhou nos olhos. De maneira firme e interrogativa.
- Está querendo dizer que eu deva saber de algo? – minha expressão se retorceu pelo nojo – Não creio que esteja insinuando isso, Carlisle! Ele era meu pai, $(&%*&%#%¨*! – xinguei, e o som ecoou pelas paredes brancas e inóspitas.
- Jacob, não entenda errado...Apenas quero compreender melhor a situação! Não é comum termos pacientes como Billy! – exasperou Carlisle um tanto rígido.
- Eu só sei... que ele morreu nos meus braços. Por falta de ar e o peito doía muito. – puis minha mão nos olhos para secar as lágrimas que escorriam indevidamente.
- Não pudemos salvá-lo, Jacob; - ele respirou fundo e, pois a mão em meu ombro – meus pêsames. – desejou enfim.
- Podemos ir embora então? Não há mais nada a fazer? – perguntou Leah nervosa.
- Não há nada que possamos fazer por ele agora, não há nenhum sinal cardíaco e houve tanto morte corporal, quanto cerebral. – explicou o doutor fedorento.
- E o corpo...? – perguntei em fim.
- A policia vai analisá-lo e mandá-lo ao IML. E amanha o corpo estará liberado para o funeral. – Carlisle não se parecia com a pessoa que eu conhecera a tantos anos. Ele parecia um homem completamente frio. E inumano. É claro; ele era médico e vivera lidando com essas questões de morte. Mais desta mesma forma eu não consegui ver Carlisle daquela maneira.
- Posso vê-lo antes? – perguntei para a surpresa dos dois. Eles se entreolharam estupefatos e o doutor olhou em seu relógio;
- Talvez tenha um tempinho... mais será muito breve. – ele advertiu.
Assenti. Era o que eu queria. Pouco tempo com meu pai. E poder olhar bem para o que ele se transformara, ou seja, ver seu corpo sem vida. E cair na real. Que mesmo dizendo que não e negando no ultimo momento antes de sua partida: ele me deixou e se foi.
Carlisle guiou-me e Leah em conjunto – para a sala que estava o corpo de meu pai. E lá estava Charlie, recitando palavras de despedidas e sorrisos tristonhos para a mão do que restara de meu exemplo de vida.
- Ah... Jacob... Eu não sei o que dizer. – disse Charlie ao me aproximar da maca coberta por um tecido grosso e luminoso, apenas deixando a mão sobre exposição em cima do corpo.
- Sei muito bem como se sente, Charlie. E finalmente... Deus completou a missão. Finalmente estou sem meus pais. – mordi o lábio enquanto murmurava palavras quase inaudíveis.
- Sue pediu que ficasse alguns dias em nossa casa. – convidou Charlie apertando meu ombro direito – Será duro demais ficar sozinho naquela casa.
- Obrigada Charlie. – assenti e aceitei o convite.
Era obvio que a casa vazia iria ser um tiro seco em meu peito dolorido – e seria pior... Conviver com o vazio que ele faria. Eu ainda não caíra na real.
- Precisa de um momento com ele, não é? – perguntou Charlie limpando o rosto. – Estamos na sala de espera. Sinto muito mesmo, garoto. – Charlie me deu um abraço desajeitado e saiu da sala. Pude sentir os olhos de Leah em minhas costas.
- Vá com o doutor e Charlie... – sugeri com a voz quase inaudível – por favor. – completei, na esperança de ser um pouco mais educado.
- Vai ficar bem, Jake? – perguntou preocupada. Assenti sem olhar para trás. – Okay então. – ela saiu á passos quietos e ritmados.
Eu não tomara coragem para puxar o lençol por completo. Eu saberia que aquilo não foi um pesadelo... Era extremamente real e dolosamente estava em minhas mãos.
Precisava acreditar naquilo... Que de fato estava em minhas mãos. O tecido que recobria o corpo de Billy, foi retirado miraculosamente por minhas mãos.
- Ah pai... – não pude evitar a onde de soluços e lágrimas que acertaram meu rosto naquele momento. Tornando-me frágil e digno de pena.
Ele parecia dormir, com seus olhos fechados e com um leve sorriso nos lábios. Doeu. Doeu como uma faca atravessando meu peito.
Voltei a cobrir seu rosto, e me despedi com um aceno com a cabeça. As lágrimas e os soluços apareciam convulsivamente. Logo cheguei na sala de espera abarrotada de gente.
- Ah, Jacob... – Sue foi a primeira a me acolher. Entornou seus braços em minha volta e escondeu meu rosto em seu peito; foi extremamente gentil com meu desespero. Não quis notar mais ninguém naquela sala. Apenas meus soluços e a razão deles. O que me importaria agora? O que eu faria da minha vida sem o ponto de conselhos e base?
Deixei minha mente vagar, e separei-me de Sue. Olhei para a sala toda – minhas irmãs Rachel e Rebecca, conversavam com aparências de tédio no canto da sala – o que me contorceu o estômago e a vontade de arrancar seus pescoços me tentou.
     Bella estava arrasada ao lado de Edward – e a filha estranha e fedorenta deles estava mais ao lado, e parecia chorar convulsivamente. Alice Cullen estava sentada sozinha e olhava para a janela de forma pensativa e entristecedora. Todos os lobos da matilha estavam lá – e depois eu vi o tal... Seth. Ele estava me olhando de forma estranha. Como se desculpasse por algo. Olhei pra ele e assenti. Ele levou o punho ao peito e respirou fundo. E saiu da sala não sendo notado.
- Acho que acabou então... – resmunguei.
- Ahn... Sobre o... Velório... – arquejou Embry – Será como... todos os outros velórios de anciões?
- Sim, Embry. – limpei a garganta. – Será como todos. Sam. – chamei.
- Huh? – ele respondeu levantando-se.
- Responsável pela organização do funeral. – comandei com a voz dotada de poder.
- Sim, Jacob. – disse ele enquanto eu entregava as chaves da minha casa para ele. Logo ele saiu acompanhado de toda a matilha.
E a sala se encheu do cheiro ruim da ruiva – que me abraçou de repente e quase Leah surtou. Eu não respondi ao abraço apenas tranquei a respiração.
- Renesmee, - chamou Edward – pro carro.
Ela largou-se de mim, me olhou por um curto tempo e saiu.
- Sinto muito, Jacob. – despediu-se Edward.
- Hey Bells... – sentei-me ao lado dela.
- Não posso acreditar. Não consigo... – resmungou ela.
- Nem eu... – sussurrei. Ela colocou a cabeça em meu ombro como nos velhos tempos e soluçou. E me juntei a ela. Não sei quanto tempo se passou e nem quem nos via. Mais eu apenas chorei. Como se NADA mais importasse de fato.

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Notas finais do capítulo

desculpem-me a demora :B