Tempest escrita por Kaline Bogard


Capítulo 14
Capítulo 14 – Aomine entra na Zona, wait...


Notas iniciais do capítulo

Dia 14
La Bamba (Los Lobos)



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Tempest

Kaline Bogard

Capítulo 14 – Aomine entra na Zona, wait...

O ciúme é um tipo de sentimento que acomete inúmeros seres humanos. Ocorre quando há distorção do sentimento de zelo e cuidado para com uma determinada pessoa.

— Hum...

Ciúme é "a reação complexa a uma ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à sua qualidade."

— Hummm...

Insatisfeito com as respostas que encontrara às suas buscas, Daiki fechou a aba do navegador no celular, voltando a tela anterior que exibia um site de partituras e o jogou sobre o colchão. Ajeitou o violão sobre o colo e colocou os dedos sobre as cordas, pronto para dedilhar algumas notas quando bateram a porta.

Ficou ainda mais sério, sem responder ao chamado.

Não podia acreditar que sua mãe tivera a petulância, a ousadia, a coragem de deixá-lo uma semana de castigo! Ele, Aomine Daiki, tendo que ir de casa para a escola e da escola para casa, assim que o treino de basquete acabasse.

Tudo porque chegara tarde da casa de Kagami na segunda-feira. Não seria um grande problema, se não tivesse violado o toque de recolher e sido parado por um policial. Ser menor de idade era uma droga!

Sua mãe ficara nada feliz com a ligação da polícia, pedira mil desculpas ao oficial e prometera que tomaria providências sobre o ocorrido. E ali estava ele, desde então, quase entrando em coma de tanto tédio, com tempo o bastante para pensar em coisas que não queria pensar.

A porta se abriu sem novas batidas, porém quem entrou não foi a mãe de Daiki, e sim uma garota de longos cabelos e seios enormes. Momoi Satsuki.

— Olá, Dai-chan!

— Ah, era você.

— Que tom de voz é esse? — ela disse entrando no quarto e olhando ao redor, surpreendida — Você arrumou esse lugar?!

— Pensei que fosse a minha mãe. E não, eu não arrumei o quarto. Consegui alguém que arrumasse pra mim.

— Ee...? — ela foi sentar-se sobre o colchão, obrigando Aomine a encolher as pernas — Poderia ser o Curry-chan? — perguntou levando o indicador aos lábios e ganhando um ar pensativo.

— Curry-chan? — fez uma careta.

— Aa. Dai-chan sempre diz que encontrou alguém para passar seu caderno a limpo, cozinhar curry e agora arrumar o quarto. Essa pessoa misteriosa é o Curry-chan — sorriu até baixar os olhos e apontar o violão — Faz muito tempo que não o ouço tocar!

Esticou a mão veloz e pegou o celular de Aomine, espiando a tela. Franziu as sobrancelhas quando leu o título da partitura musical.

— Imitation Of Life? — questionou — Desde quando Dai-chan gosta de R.E.M.?

— Por que acha que eu gosto de música de viado? Essa música estava em destaque na home do site. Só acessei pra ver como eram os arranjos — estendeu a mão exigindo seu celular de volta.

— Por que entrou na defensiva, Daiki? Eu só fiz uma pergunta.

Aomine estreitou os olhos para a amiga.

— Por que acha que eu entrei na defensiva? — soou arrogante, mas um pouco desconfiado.

Momoi riu divertida, acertando um tapinha no joelho do garoto.

— Você na defensiva é tão perceptível quanto você na Zona. Quando começa a devolver as perguntas é porque ergueu o escudo!

Daiki não respondeu. Não tinha argumentos. Era a segunda vez que ouvia aquilo. Kagami já o tinha acusado de não responder tudo como deveria. Ao invés disso jogava as perguntas de volta para a pessoa.

— Toca pra mim, Dai-chan? Onegai.

— Não — colocou o violão no chão deixando claro que não atenderia o pedido. Em partes porque estava enferrujado. E em partes por estar mesmo dedilhando uma música daquela banda piegas. Mas Satsuki não precisava saber daquilo.

— Que cruel! — a garota reclamou. Daiki apenas levou o dedinho à orelha e coçou, ajeitando-se na cama — Então vamos conversar?

— Conversar sobre o que? Você não devia arrumar uma amiga para fofocar com ela? Não estou a fim de...

— Quero saber quem é o Curry-chan! Nenhuma outra amiga pode dizer isso, só você! Por que não me conta tudo, Daiki? Estou tão curiosa...

— Não tem nada o que dizer — deu de ombros — É assunto de homens.

— Me pergunto como convenceu essa pessoa a ficar fazendo suas vontades. Se funcionou com você talvez eu possa usar a tática com o Tetsu-chan.

— Não quero falar sobre— resmungou.

— Divide comigo, Daiki! Onegai.

— Não enche.

— Não vai compartilhar comigo? Você é tão ciumento assim?

Aomine ficou tenso. Como infernos o assunto que estivera cutucando sua nuca nos últimos dias surgira naquela conversa assim tão repentinamente?

— Por que acha que eu sou ciumento?

Momoi bateu palmas duas vezes.

— O grande Aomine sama entra na defensiva! Suas barreiras são maiores que o Mura-chan — riu baixinho, deliciada.

Ouvir-se sendo chamado por “sama” trouxe um sentimento esquisito a Daiki. Ou melhor, uma mistura esquisita de sentimentos. Saudade, nostalgia, ausência. Irritação.

— Ciúmes é coisa de gente insegura — resmungou enquanto mexia a perna para empurrar a cabeça da amiga com o pé, de leve — Eu nunca sentiria ciumes de outro cara. Não sou gay, Satsuki. Você me conhece bem.

A garota conseguiu desviar e mostrou-lhe a língua. Então cruzou as mãos sobre o colo e analisou o outro, fascinada com tudo o que ouvira. Impressionante o quanto ele revelara com tão poucas palavras.

— Ne,Daiki, não são apenas as pessoas inseguras que sentem ciumes — explicou. Diante do olhar incrédulo que recebeu, continuou — Quando você gosta muito de alguma coisa ou de alguém, você deseja o melhor, quer ter sempre por perto, porque tem medo que estrague ou machuque. E ter ciumes não envolve só os sentimentos românticos. Existe ciumes de irmãos, ciumes de amigos. Você pode ter ciumes das suas coisas e não querer emprestar. Isso não quer dizer que está apaixonado por elas, baka.

— Posso ter muitos defeitos, mas não sou ciumento — ele insistiu. Pouco se importava com essas besteiras. Menos ainda em relação a Kagami. Jamais sentiria ciumes dele com o Midorima ou com quem quer que fosse. Se irritara daquela vez só por culpa do basquete, nada mais.

— Talvez não tivesse encontrado alguém com quem se importasse tanto a ponto de sentir ciumes. Fico feliz se for isso, e com um pouco de ciumes também, que goste assim de um amigo. Estou tão acostumada a ser apenas nós dois.

—... — Aomine apenas olhou para a garota, incerto sobre o que dizer.

— Mas Tetsu-chan é a pessoa com quem quero ter um futuro. Quando estiver com ele vou ter que me afastar um pouco de você. É bom que tenha um outro amigo precioso, para ficar de olho em você.

— Kagami não é um amigo. É apenas um escravo.

Satsuki arregalou os olhos.

— EE?! Kagami? Kagami Taiga, da Seirin? Ele que é o Curry-chan?!

Aomine se estapeou mentalmente, apesar de que nada em sua face revelava o desconforto. Uma máscara de indiferença.

— Naruhodo... — ela sussurrou.

— Faz sentido? Porque você acha que... — interrompeu a pergunta ao compreender que estava entrando na defensiva novamente. Chocado, compreendeu que muito do que se relacionava ao ruivo o deixava daquele jeito.

— Seu castigo acaba segunda-feira, não é?

— É...

— Yoshi! Então segunda-feira eu vou com você comer curry.

— O quê?! De jeito nenhum!

— Não quer compartilhar seu amigo comigo, Daiki?

— Tsc — deu de ombros — Faça como quiser.

Momoi sorriu, feliz. Sua curiosidade sobre o misterioso Curry-chan se multiplicara por mil, ao descobrir sua verdadeira identidade.

Kagami Taiga, o jogador que entrara na Zona e tirara Aomine de seu lugar de conforto. Que o obrigara a rever sua postura e suas ações. O único que o fizera voltar a treinar. E que agora conquistara uma porcentagem significativa da atenção de Daiki.

Aquilo era intrigante...

continua...


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Notas finais do capítulo

AFF.

Preguiça me define hoje. Agradeçam a Litha por esse ter saido. Ou culpem, sei lá xD

Por isso nem betei.

Boa leitura e até amanhã!

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http://fanfiction.com.br/historia/594044/Pocao_do_Amor/

FONTE:
http://www.brasilescola.com/psicologia/ciumes.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%BAme



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