Como odiar o amor escrita por TheGhostKing


Capítulo 11
Captura a bandeira


Notas iniciais do capítulo

Esse eu demorei para postar, mals
Mas, em parte, foi porque eu recebi um comentário só no último capítulo
Gente, comentem, é um empurrão maior do que imaginam
:3



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— O que está acontecendo com você, cara? – Leo o chacoalhou de repente – que montanha russa de emoções é essa?

Ele tinha até esquecido de que Leo estava ali.

— O que você quer dizer? – perguntou Nico, desviando o olhar de Jill e Scott. Já era o terceiro dia que eles estava um com o outro.

— Que, do nada, você é a pessoa mais feliz do mundo. Aí, volta tudo e você fica sinistrão. E vai. E volta. E vai. E volta. E vai e volta e vai e vol...

— Okay, já entendi – o menino balançou a mão como se espantasse uma mosca chata, e voltou a encarar os amigos. Leo seguiu seu olhar.

— Me diz que não é a Cupida.

Nico ficou vermelho e abaixou a cabeça.

— É a Cupida! – Leo exclamou – eu não acredito! Nico, você não era assim!

— Olha, Leo, você também não tem relações exemplares...

— Aliás, você não era nem hétero!

De vermelho, ele passou para branco, roxo, e vermelho de novo.

— Quem te contou isso?

— Todo mundo já sabe – ele falou como se não fosse importante. – mas, enfim, o que aconteceu? Você é bi ou alguma coisa assim?

— Eu me recuso a responder isso – ele se levantou da mesa da aula de história da Grécia e saiu.

Ainda pode ouvir um último berro do amigo:

— Isso é um sim?

Na verdade, Nico estava mais espantado do que irritado com a pergunta. Para ser sincero, ele próprio não tinha pensado no assunto. Mas resolveu chacoalhar a cabeça para afugentar o pensamento: não precisava de mais uma confusão.

Ele só resolveu que ia gostar de quem ele gostasse.

.

Era difícil. Muito. Talvez Leo tenha sido o único a notar porque ele estava acostumado a fingir que estava tudo bem, mas era novidade para Nico. Forçar um sorriso para os outros...

Mas a pior parte com certeza era fingir para si mesmo.

Não estava tudo bem. Eles não estavam juntos para se aproximar. Era como se fosse pessoal, como se eles quisessem afastar Nico.

E ele não tirava da cabeça o que Leo tinha dito.

“Você não era assim”

Será que ele tinha virado um desses caras que vive na sombra de uma menina? Que dorme à sua porta se toma um pé na bunda, faça chuva ou faça sol? Ele não queria isso. Não queria se reduzir. Ele tinha mais a mostrar aos outros do que seguir uma garota impossível de alcançar. Ele era realista.

Às vezes, ser realista é mais difícil do que ser iludido.

Seus pensamentos faram interrompidos por Annabeth:

— Hades, você vem com a gente.

Nico encarou a amiga com a cabeça torta por um tempo.

— O que?

— Captura a bandeira. Hades vem com Atena dessa vez. Okay?

Putz, era noite de captura a bandeira? Pronto. Estava morto. Há séculos não fazia um treino decente.

— Eu preciso treinar – ele sussurrou para si mesmo, e depois puxou a primeira pessoa que viu: graças aos deuses, Percy – preciso que me treine.

— Para...? – o amigo estava se equilibrando para não cair, devido ao puxão que o trouxe para a altura do menor.

— O jogo de hoje a noite.

Ele levantou uma sobrancelha.

— O que você tem feito durante o verão inteiro?

Nico virou os olhos para o alto.

— Só me ajuda, okay?

— Tá – ele se soltou da mãozinha de Nico e ajeitou a postura – pra que esse desespero todo?

— Ares ainda é o adversário principal?

— Sim.

Ele sorriu.

— Tem uma pessoa que eu gostaria de vencer.

.

— Não vamos sair daqui até você me vencer – provocava Percy – pelo seu bem.

— Não, por favor, só uma pausa – Nico quase sentia o gosto de suor, era nojento.

— Você quem pediu – Percy parecia tão cansado quanto, mas mais animado.

Nico se encostou em uma parede, e o amigo começou a bater nele com a parte chata da espada.

— Ai, ai, ai – ele reclamou, se afastando – okay, calma, voltei, já pode parar.

— Vamos – ele gingou, a espada em punhos, chamando o amigo para o round... o que? Vinte e um? Algo por aí – até você me vencer. A gente tem tempo até o jogo.

Nico sorriu e atacou.

E depois de muito tempo, depois de muitos rounds, ele venceu Percy Jackson.

— Muito bem, lobinho – elogiou o amigo, ainda deitado no chão.

— Lobinho? – ele estranhou.

— É, por causa do seu braço.

Nico olhou as próprias cicatrizes.

— Essa foi péssima.

— Eu gostei. Posso te chamar de lobinho?

Nico estava pronto para dizer não, mas pensou em si mesmo aplicando os golpes e técnicas que tinha aprendido em Scott.

— Claro que pode – ele deixou Percy afagar seu cabelo – peixinho.

.

Time 1:

Atena

Poseidon

Apolo

Hades

Dionísio

Íris

Jano

Hígia

Time 2:

Ares

Hefesto

Deméter

Afrodite

Hécate

Hermes

Zeus

Cupido

Eram esses os times, pelo menos que Nico se lembrava. Ele colocou o capacete com aquele ridículo pelo azul em cima e se posicionou, ao lado de Percy.

— Quanto tempo para o jogo? – ele perguntou, ansioso.

— Talvez uns cinco mi...

A corneta tocou, e todos saíram correndo. Eles tinham dividido quem ia para ataque e quem ia para defesa, não necessariamente por chalé, então estava tudo razoavelmente organizado. Por sorte, Nico tinha ido para ataque, até porque ficar na defesa era muito chato. Ele conhecia o acampamento impressionantemente bem, então começou procurando nos lugares difíceis. Não encontrou nada e nem ninguém, então presumiu que a bandeira estava em um lugar óbvio, tipo nos arredores do lago.

Esse jogo o deixava realmente animado, não deixaria que os pensamentos sobre Jill o atrapalhassem.

Começou a correr, deixar o vento bater em seu rosto, balançar o espanador duro azul em cima de sua cabeça (do qual ele se envergonhava). Queria agarrar aquela bandeira e vencer ele mesmo. Vencer todos aqueles chalés, e o Cupido, e Scott. Ele estava precisando de uma vitória, afinal.

E, de repente, lá estava. No punho de Zeus, claro, uma grande bandeira azul, brandindo com o vento.

Fácil.

Demais.

Ele recuou ao invés de avançar. Aquilo estava errado. Tinha alguém escondido ali, com certeza.

Ele sacou a espada.

— Vamos – ele chamou, olhando ao redor – me impeça de pegar a bandeira. Apareça, apareça...

— Chamando por mim? – chamou uma voz atrás dele. Scott, ele adivinhou, sem nem precisar virar.

— Sim – ele sorriu – na verdade, estou.

Eles começaram a andar em círculos, um ao redor do outro. Nico não queria o machucar, na verdade. Queria só fingir. Deixar a raiva agir um pouco. Mas nunca se perdoaria se ferisse Scott por motivo tão bobo.

Ele avançou e o adversário defendeu por pouco. Mas foi só uma pequena ameaça.

— Sabe, Nico, eu deixo você pegar a bandeira – ofereceu Scott - se eu puder ficar com a Jill.

— O que? – ele se surpreendeu, e seu momento de distração permitiu que o outo pulasse sobre ele, imobilizando-o.

— Eu refleti sobre uma coisa, amiguinho – Scott tirou o elmo dos dois - e acho que eu não te enchia só por causa de um jogo idiota de cartas. Você é mesmo bem chato. Irrita, sabe?

Nico se desesperou e ficou tentando sair debaixo de Scott, sem sucesso.

— Para – Scott reclamava – isso é desconfortável, cara. Para. PARA!

E o último grito veio acompanhado de um forte soco, bem no nariz.

Nico xingou muito de dor. Sentiu o sangue descer, e o gosto metálico do mesmo na boca. Scott saiu de cima dele, enfim, mas ele usou as mãos livres para cobrir o nariz e checar a quantidade de sangue.

— Qual é o seu problema? – ele perguntou, e foi respondido com um chute bem no ponto em que a armadura não protegia.

Scott era muito forte. Ele perdeu o ar por um tempo, mas levantou-se.

— Porque Jill iria querer você? Pode parecer dramático, mas sinceramente – Scott o segurou pelo cabelo – já olhou para si mesmo?

— Me solta – ele tinha levado as mãos aos cabelos, para se soltar, mas não conseguia. Ouviu o sangue pingar na armadura que protegia seu peito.

— E você me deu uma dica ótima. Eu sempre fecho o zíper agora.

Ele jogou a cabeça para traz e gargalhou, mais alto enquanto os olhos de Nico amentavam.

— Solte-o – ele ouviu alguém dizer – agora.

Scott obedeceu e Nico pode ver quem era: Jill.

Ele sorriu.

— Nunca mais faça isso, hein?

— Sem problemas.

— Eu sei que ele é chato, mas você sabe que ele será importante para o plano.

E, nessa hora, Jill se aproximou de Scott.

E o beijou.

O mundo dele desabou.

Ele viajou pelas sombras.

.

POV Jill

— Merda – disse Scott – a gente esqueceu que ele tem esse poderzinho aí.

— Não tem problema.

— E se ele viajar para fora do acampamento?

— A gente acha – a voz de Jill falhou.

— Você está bem?

Ela suspirou.

— Vai dar certo, né?

Ele a abraçou e fez carinho em sua cabeça.

— Claro que vai.

.

POV Nico

Onde ele estava? Tudo que ele via era rosa. Ótima hora para ficar tonto.

Não, sério, que lugar era aquele?

Alguma coisa acertou a parte de trás de sua cabeça. Ele se virou e viu um sapato de salto agulha vermelho, muito feio, aliás, totalmente fora de moda.

— Se for para me bater, me bate com um sapato bonito, pelo menos – ele disse para a garota de pé atrás dele. Deduziu que era o chalé de Afrodite, e ela tinha fugido do jogo.

— Esse sapato é lindo! O que você sabe sobre sapatos?

Ele encarou o salto com uma careta.

— Mais do que você, pelo visto.

Ela abriu a boca para dizer algo, mas ele interrompeu.

— Olha, cala a boca. A última coisa que eu preciso agora é de uma Barbie irritada me dando lição de moral e jogando sapatos bregas por aí.

E, com isso, ele viajou nas sombras para seu chalé.

.

Ele estava dormindo, depois de tanto tempo virando de um lado para o outro na cama, pensando em tudo o que tinha acontecido.

Nos primeiros dois minutos de sono, ele acordou, com a porta sendo aberta. Duas pessoas entraram.

O que era aquilo na mão da primeira? Era uma espécie de algema, ou algo assim? Ele estava cansado demais para reagir.

Mas foi obrigado a se levantar da cama quando notou quem eram: Jill e Scott.

Ela trazia uma algema, sim, e ele... um taco de baseball.

— Desculpa, amiguinho – disse Scott. E a última coisa que ele viu foi um taco descendo em direção à sua cabeça.


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Notas finais do capítulo

Comentem se ficaram com raiva, confusos ou com dó
PORQUE EU SOU MÁ MUAHAHAHA
Amo vocês :3